Open Wound escrita por littlelindy


Capítulo 8
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Olá povo, tudo bom? O capítulo de hoje é mais curtinho, estou com alguns trabalhos de faculdade ocupando meu tempo. Mas ele está recheado de coisas boas, então espero que gostem!



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Eu não sabia o que Killian queria conversar comigo, entretanto, não tinha bons pressentimentos com relação às consequências desse diálogo. Fui até a porta e respirei fundo, criando coragem e força para mais um desafio. Ao abrir e vê-lo parado em minha frente, senti-me sufocada. Era como se todo o ar estivesse rarefeito, causando-me dificuldade em respirar. Nesse momento, senti todo o peso de minha busca. Eu nunca imaginei que encontraria ali pessoas as quais me importaria ou gostasse, no entanto, encontrei Killian Jones. Embora não soubesse, de fato, o que isso significava, sabia que toda essa aventura atrás do passado de Graham traria mais complicações do que eu imaginava.

— Oi, Killian.
— Olá, Emma. - respondeu, com um sorriso pequeno e delicado no canto da boca.
— Entra, por favor.
— Obrigado. - ele passou por mim de cabeça baixa e continuou sua fala enquanto eu fechava a porta - Será que agora podemos conversar?
— Sim… senta, por favor. Desculpa, eu não tenho um sofá. - sorri enquanto apontava para a cama. De fato, o quarto que havia alugado com Granny não era muito grande, havia apenas uma escrivaninha com uma cadeira, um guarda-roupa e a cama.
— Ok… O que aconteceu entre você e o David? - ele perguntou, sentando-se na cama.
— Eu só cansei, Killian. Eu nem completei uma semana aqui em Storybrooke e David já me trata como a pior pessoa do mundo. E eu nem sei o que eu fiz!
— Você não fez nada. Ele está assim pela história do Graham.
— Ok, eu entendo... mas quantas vezes ele parou para me ouvir? A única vez em que conversamos, nós três juntos, sobre Graham foi no primeiro dia. E depois? O que aconteceu? Ele me escuta por menos de um dia e, no outro, já vem com todas as conclusões em mãos pronto para o julgamento?
— Eu sei, eu sei. Eu disse exatamente isso pra ele, Emma.
— Então você, finalmente, admite que brigaram por mim?

Ele suspirou fundo e pensou um pouco antes de responder.

— Sim. - disse simplesmente.
— Killian, eu não quero ser a culpada por estragar a amizade de anos de vocês dois.
— Eu não disse que você foi a culpada. Você foi apenas o motivo, o assunto, uma coisa não é dependente da outra.
— Não vejo diferença. Mas, na verdade, eu quero te mostrar uma coisa.
— O que?
— É um vídeo. - peguei o notebook e sentei-me mais próxima dele. - Eu não vou dizer nada, você vai ver e você mesmo vai tirar suas conclusões, tudo bem?

Apertei play no vídeo, mas pulei a primeira parte em que mostrava a apresentação de um grupo, deixando seguir normalmente a partir das avaliações dos juízes — incluindo eu e Graham. Ele não disse nada, mas o reconheceu, disso eu tinha certeza. Quando Killian viu Graham no vídeo pela primeira vez, abriu a boca surpreso e assim permaneceu até o final.

— Mas… mas como isso é possível?
— Qual a parte do “ele era meu melhor amigo” você não entendeu ou ouvir nesses últimos três dias, Jones?
— Não, Emma. Não é isso… foi por isso que eu vim conversar com você.
— Isso o que? - perguntei, acredito que minha voz tenha saído um pouco falha, pois tinha medo da resposta. Sempre que alguém diz que precisa conversar com você, isso sempre pontua extremos de assuntos: ou é algo muito bom, ou muito ruim. E bom, meu nome é Emma Swan. Nesses meus 24 anos de existência, a taxa de coisas “muito boas” que aconteceram é bem reduzida, logo, não me culpem pelo pessimismo.
— Olha, eu não vou mentir pra você. Confesso que também tinha e tenho, às vezes, dúvidas sobre a verdade nisso tudo. Quando você chegou, eu fiquei tão animado em poder compartilhar coisas do Graham com alguém diferente que não fiz julgamentos, não parei para pensar.
— Você não está falando que…
— Por favor, Emma, me escuta só mais um pouco. - ele disse me interrompendo, embora sua voz continuasse no mesmo tom sereno do início. – Quando digo que desconfiei não era de você, mas sim da situação, da história. E ontem David me lembrou de uma coisa que não sai da minha cabeça que, juntamente com uma segunda, me deixou atordoado. Eu espero que você entenda, mas eu estou muito confuso. Sim, eu vi o vídeo, era Graham ao seu lado, mas ele não veio para Storybrooke tão recentemente quanto você nos disse.
— Como assim? - meus olhos estavam cheios d’água e eu não sabia o motivo, talvez pela revelação de Killian ou por ele duvidar “de mim”. Eu me sentia mal, queria gritar, mas eu precisava terminar aquela conversa, não poderia fugir novamente.
— Eu e David conhecemos Graham desde criança, Emma…
— Então como Graham está comigo no vídeo? Como nós dois passamos anos juntos? - por mais que eu tivesse tentado não pude evitar que as lágrimas rolassem por meu rosto. Não podia acreditar que, nesse ponto da minha busca, mais mistérios apareceriam.
— Ei, ei! Não fica assim, por favor.

E então ele me abraçou, algo que veio em um momento tão preciso e tão forte que não tive qualquer indício de recusa, eu precisava daquilo — e um abraço de Killian Jones era ainda mais especial. Acomodei-me em seus braços e, com a cabeça apoiada em seu pescoço, chorei por longos minutos. Killian sussurrava algumas frases como “pode chorar” e “não vou sair daqui” e acariciava meus cabelos, tentando me apoiar. Eu não poderia me sentir mais protegida ou segura e por Deus, no meio disso tudo, eu ainda conseguia amar estar abraçada àquele homem. O que estava acontecendo comigo?

— Eu só queria saber mais dele, Killian… - disse, enfim.
— Nós vamos descobrir.
— Como? Nós nem sabemos mais quem era o Graham. Como ele estava em dois lugares ao mesmo tempo? - desprendi-me do abraço e o encarei.
— Mas nós vamos descobrir.
— Ele vivia sumindo, não saía comigo, nunca sequer ia aos meus aniversários e…
— Espera! - Killian falou rapidamente, me interrompendo - Quando é o seu aniversário?
— Final de julho. Por quê?
— Emma, eu acho que nós começamos a resolver as coisas. - ele disse sorrindo enquanto segurava meu ombro.
— Resolvendo? Jones, qual droga você usou antes de vir? Você acabou de me falar que conheceu ele pequeno e eu também conheci ele pequeno; ele estava lá comigo, mas também estava aqui. ONDE É QUE ESTÁ A DROGA DA RESOLUÇÃO NISSO?
— Ei, respira. Calma. Emma, as férias escolares. Ele sempre estava aqui nessa época.
— É claro que estava, você disse que ele morou aqui!
— Não, não disse. Eu disse que eu e David conhecemos ele desde pequenos, não que ele morou aqui com a gente. Nós sempre passávamos as férias juntos.
— Todas as férias?
— Todas, Emma. - ele continua a sorrir - E também tem o aniversário da Ruby no início de agosto, eles sempre passavam juntos.
— Então quer dizer que ele pode ser uma pessoa só? Sem mais acréscimos de mistério? - disse sorrindo e, finalmente, com lágrimas de felicidade se formando.
— Sim, Swan. E nós vamos descobrir tudo, juntos.

Eu apenas sorri em resposta. Killian pediu para ver novamente o vídeo para que prestássemos mais atenção aos detalhes, talvez alguma roupa ou acessório que nos desse alguma dica ou sinal.

— Ei, Emma. O que é aquilo? - disse parando o vídeo.
— Aquilo o que?
— Você usava aliança. - disse enquanto olhava da tela do computador para as minhas mãos.
— É… usava.
— Namorado? - perguntou sem olhar para mim.
— Noivo e erro, aliás, o pior da minha vida.
— Quer falar sobre?
— Não. Não tenho o que falar do Neal. - tentei sorrir da maneira mais sincera possível.
— Neal? - perguntou assustado e, depois, sorriu. Ele, definitivamente, precisava parar de fazer isso. Será que era tão complicado para ele falar e dar informações completas?
— Para de fazer isso, Killian! O que foi agora? Neal já esteve aqui? Conhece ele? - perguntava nervosa, levantando-me da cama e olhando-o.
— Você namorava o Neal?
— Sim e fala logo, Jones!
— Emma… posso te perguntar uma coisa? - disse também se levantando e ficando de frente para mim. Não haveria problema algum se ele tivesse parado, mas Killian se aproximou ainda mais. Minha visão, pela diferença de tamanho, era reduzida aos ombros dele, o que me fez inclinar a cabeça para cima para continuar a encará-lo.
— Pode… - minha voz saiu fraca.
— Como o Graham te chamava?
— De… Emma? - disse sem entender muito bem a pergunta. Ou talvez eu tivesse entendido, mas diria que naquela posição (e com todos os fatores participantes da situação) eu não conseguia me concentrar. Por Deus, o que diabos estava acontecendo comigo?
— Só de Emma? Não tinha nenhum apelido?
— Tinha… tinha Vevé. Ele gostava de me chamar assim, mas por quê?

Killian deu uma risada como quem não acreditasse em algo, passou as mãos pelos cabelos e olhou-me com um sorriso largo de satisfação, alegria e até mesmo alívio. Eu não estava entendendo nada, apenas sorria involuntariamente por vê-lo daquela maneira. Ele, então, segurou meu rosto com as duas mãos delicadamente.

— Eu sabia.
— Sabia de que, Killian? Eu não estou entendendo nada.

E então ele me beijou. Ao toque de seus lábios, pude sentir todo meu corpo se arrepiar e, em seguida, enfraquecer. Eu me sentia leve e entregue ao beijo de Killian, que segurava-me pela cintura enquanto uma de suas mãos acariciava meu rosto. O beijo era calmo, suave, mas transbordava sentimento (ao menos de minha parte). Sei que iria me culpar eternamente por me apaixonar novamente, mas não ali naquele momento, não era hora. E, talvez, não fosse paixão ou amor, fosse apenas uma atração. Minha única certeza era de que estar nos braços de Killian Jones era algo maravilhoso e que, independente de causas ou consequências, era algo impossível de se arrepender. Ele fora parando o beijo lentamente e, por fim, selou nossos lábios antes de afastar nossos rostos.

— Desde o início algo dentro de mim falava que você era especial e que eu poderia sim confiar em você. Mesmo com todas as dúvidas, por mais naturais que fossem, eu sempre soube que algo estava errado e que esse algo não era você. - ele sorriu, fazendo-me sorrir em resposta.
— É bom saber disso. Mas... o que foi isso, Killian? - disse, referindo-me ao beijo.
— Um beijo - fez uma pequena pausa antes de prosseguir - do qual não vou me desculpar por tê-lo roubado. - com as duas mãos em minha cintura, ele me puxou para mais perto, sorrindo de forma travessa.
— Não disse que queria desculpas, Jones. – soltei-me de seus braços, embora quisesse muito permanecer ali, mas eu precisava manter o foco. – Mas, agora, eu preciso falar com David. Pode me levar até a casa dele?
— Sério mesmo, Swan? Agora? – disse, arqueando a sobrancelha.
— Sim, vai ficar ai reclamando ou vai me levar logo?
— E eu tenho escolha? Eu preferia fazer coisas mais interessantes. – ele olhava-me de forma sedutora, mas eu não poderia ceder. Vim para Storybrooke com um objetivo e, portanto, deveria mantê-lo como prioridade.
— Anda logo! – disse pegando meu notebook e puxando-o pelo braço.

Era certo de que, provavelmente, não me perdoaria por estar me envolvendo com alguém e, ao mesmo tempo, por não ter ficado mais tempo com Killian. Posso dizer que a grande responsável pela baixa frequência das coisas “muito boas” em minha vida era eu mesma. Sempre havia uma barreira, um porquê, um “se”. Eu não poderia reclamar dos acontecimentos recentes, mas, agora, eu precisava completar minha jornada. Algo me dizia que David era peça importante para montar meu quebra-cabeça, assim como a prefeita. Mas, hoje, o dia era de David Nolan. Caso tenha sucesso, amanhã procuraria a outra parte: Regina Mills. Afinal, Killian despertara e restaurara em mim uma esperança e vontade adormecida, era hora de, realmente, investigar a vida de Graham.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! E então, algum palpite para o papel da Regina nessa história? Comentem!



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