Open Wound escrita por littlelindy


Capítulo 4
A busca começa


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Um capítulo novinho em folha pra vocês, e com KILLIAN JONES meu povo



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Costumava ouvir conselhos de como lidar com o luto: o que fazer, o que pensar. Não eram ruins, devo admitir, porém ineficientes quando postos em prática. Não me sentia satisfeita ou menos angustiada por lembrar-me somente dos momentos bons, o que sentia era uma vontade ainda maior de preencher as lacunas que ele deixara. Por qual motivo ele mentia tanto? E por quê me abandonou? Nada mais fazia sentido e eu não conseguia lembrar de um ponto sequer de nossas conversas que me davam sinais do verdadeiro “eu” do Graham.

Até então eu tinha duas informações: a primeira é que ele, possivelmente, havia falecido enquanto dormia, alguns dias após a noite de ano novo; a segunda era que ele havia passado os últimos anos em uma cidadezinha no Maine chamada Storybrooke. E era pra lá que eu iria. Porém, terei alguns problemas para realizar isso, tanto pelo dinheiro, quanto pela certa rejeição de meus pais. Sei que sou maior de idade, tenho meu próprio emprego e todas as outras características que me classificam como “financeiramente independente” — entretanto, ainda moro com eles.

— Emma, você tem certeza que é isso que você quer?
— Sim, mãe. Eu preciso saber a verdade.
— Mas, minha filha, você não sabe o que pode encontrar lá! - disse meu pai, entrando na conversa.
— Exatamente, pai: eu não sei. Eu não sei de nada. Já se passaram quatro anos.

Suspirei profundamente antes de prosseguir.

— Quatro anos sem saber de nada. Desde que ele sumiu, antes de morrer, que eu não tenho mais notícias sobre ele nem a família. Eles venderam a casa, ninguém mais os viu…
— Querida, eu sei que você sofre, mas tente esquecer isso. Desde que você e Neal terminaram que você não sai mais, não se diverte, seus amigos sumiram. Você tem que seguir em frente e ac…

Eu não poderia ouvir uma vez mais a palavra “aceitar”. Interrompi a fala de minha mãe antes que ela pudesse terminar.

— NÃO! Não completa a frase. E eu não preciso de nada disso. O que eu preciso são de respostas. Ele desapareceu e dois anos depois morreu. Eu fiquei sabendo disso num maldito supermercado enquanto comprava leite pro café da manhã, e pior: sete dias depois que aconteceu! Sete! Eu perdi o velório, o enterro, a missa de sétimo dia. Eu perdi tudo.

Eu já chorava a essa altura da conversa, meu pai abraçava-me de lado enquanto acariciava meus cabelos.

— Está tudo bem, querida. Você vai até lá e vai conseguir encontrar aquilo que procura, tudo bem? Eu só lhe peço uma coisa: seja cautelosa. Por favor.

Vôo 201, Maine. Embarque no portão 6.

Despedir de meus pais era sempre algo que abalava meu emocional. Eu nunca fui de sair muito com meus amigos ou viajar: sempre estive com eles e saia mais com eles que qualquer amigo que tive. Despedidas não eram meu forte. Essa era minha primeira viagem sozinha, mas eu irei conseguir. Custe o que custar, eu voltarei com respostas.

Eu já havia comentado que essa era a minha primeira viagem sozinha? E eu comentei também que odeio aviões? Embora, em tempo real, tenha sido uma viagem curta, meu tempo perceptivo fez parecer uma viagem de anos.

Desembarquei em Portland e de lá um ônibus me levaria à Storybrooke. A julgar pela estrada ruim nas proximidades da cidade e a quantidade mínima de pessoas no veículo, pude perceber que esse não era um destino muito comum no estado. Entretanto, para mim, era o único lugar em Maine que eu havia interesse.

Ao chegar na cidade, minhas teorias foram corroboradas: era realmente um local bastante isolado. Fazia frio e, por ser um município litorâneo, o vento só vinha a contribuir com a sensação térmica. Eu estava congelando e sentia fome. Muita fome. Resolvi, portanto, procurar alguma lanchonete ou estabelecimento para come algo e torcer para que os preços ali fossem razoáveis, caso contrário, a volta pra casa seria adiantada.

Andando um pouco pela avenida principal, pude ver um restaurante com letreiros luminosos, o “Grannys”. As poucas pessoas que vi entraram ali, logo, deduzi que deveria ser alguma espécie de point da cidade. Entrei e logo uma jovem, de cabelos escuros e alta, veio me atender.

— Boa noite! Acho que temos uma novata.
— Sim, eu acabei de chegar. Meu nome é Emma Swan. - sorri.
— Seja bem vinda, Emma. Eu sou Ruby! O que deseja?
— Qualquer coisa bem grande, estou morrendo de fome! - disse rindo.
— Vou pedir pra Vovó preparar um hambúrguer pra você. Gosta de chocolate quente?
— Claro, com canela por favor!
— Ok, já já fica pronto! Sinta-se à vontade, Emma. - disse Ruby sorrindo.

Ruby era bem simpática. Todos ali presentes conversavam e, em alguns momentos, pude sentir que o assunto era a minha presença. Devo imaginar que a cidade não recebia muitos visitantes, então isso justifica o comportamento. Logo uma mulher de cabelos negros e curtos se aproximou.

— Olá! Qual seu nome?
— Oi. Hm, meu nome é Emma. E o seu?
— Regina Mills. Sou a prefeita. Queria apenas lhe desejar boa estadia aqui em Storybrooke, sabe como é… cidade pequena, não temos muitos turistas por aqui. - disse de maneira simpática.
— Imaginei! - disse rindo. - Mas agradeço. Imagino também que todos se conhecem por aqui.
— Sim, é verdade.

Nesse momento fomos interrompidas por Ruby com o meu pedido. Agradeci e logo ela foi atender a outra mesa, deixando que Regina continuasse o diálogo.

— Qualquer coisa que precisar pode me chamar. E logo mais você já conhecerá toda a cidade, não se preocupe!
— Certo, mas não pretendo ficar muito. Apenas o suficiente para conseguir o que vim buscar. Aliás… você é a prefeita, certo?
— Sim, posso ajudar em algo? - disse preocupada, provavelmente achando que eu trazia problemas à pequena cidade.
— Na verdade sim. Procuro alguém, seu nome é Graham.
— Oh sim, Graham Humbert.
— Esse mesmo!
— Eu sinto em lhe informar, senhorita Swan, mas Graham faleceu a alguns anos e…
— Eu sei. - disse interrompendo-a. - Eu sei que ele faleceu. Olha… ele era meu melhor amigo e de repente sumiu no mapa. Dois anos depois disso eu recebi a notícia da morte. Eu só quero respostas. Não sei ao certo quais ainda, mas se ele esteve por aqui já é um começo.
— Entendo. Graham era muito querido por todos aqui, era um doce. Ele era nosso xerife, por que não passa amanhã na delegacia? David e Killian poderão te ajudar mais que eu.
— David e Killian? Ok, eu irei sim. Muito obrigada, Regina. De verdade.
— Imagina! E agora eu devo ir, meu marido, Robin, me espera lá fora. Nos vemos por ai, foi um prazer conhecê-la.
— O prazer foi meu.

Cidades pequenas possuem essa vantagem: todos se conhecem, todos se ajudam. Conheci duas pessoas até agora e me encantei com ambas; e a comida era ótima, entretanto, ainda não tinha um caminho a trilhar. Vir com a ideia de buscar respostas parecia mais simples quando era apenas uma ideia, a prática está me demonstrando que isso não será nada fácil. E, além disso, tenho outro problema: preciso encontrar um hotel. Depois de pagar (e, para alegria do meu bolso, os preços ali eram acessíveis), procurei Ruby.

— Ei, Ruby!
— Olá… - disse tentando se lembrar de meu nome. - Emma, certo?!
— Sim. - sorri. - Você sabe onde posso encontrar um hotel ou qualquer lugar para alugar um quarto?
— Claro! Meu Deus, por que não te perguntei isso antes?! - disse rindo - Vovó aluga quartos também, vou falar com ela, sim?! Ela com certeza tem um lugar pra você.
— Oh isso seria ótimo, muito obrigada!

Em poucos minutos Ruby já trouxe-me as chaves do apartamento: número 6. A entrada do hotel da Vovó era no lado oposto ao restaurante, por esse motivo, tive que arrastar minhas malas pesadas por mais alguns metros.

— Ei! - alguém gritava atrás de mim. Virei-me apressadamente e surpresa.
— Quer ajuda com as malas? - ele perguntou.
— Oh, sim. Seria ótimo. - disse sorrindo.
— Nova aqui?
— Bom, pelo visto todos aqui vão me perguntar isso. - disse rindo. - Sim, sou Emma. Emma Swan, de Nova York. - estendi minha mão para cumprimentar o homem de olhos azuis mais magnífico que eu já havia conhecido.
— Killian Jones, daqui mesmo. - disse sem jeito. - Mas já morei em Nova York. Por uns meses… Coisa rápida.

Ele pegou a mala maior de minhas mãos educadamente para carregar, fez menção de que iria pegar a outra também, mas não permiti, seria abuso demais de minha parte. Fomos conversando enquanto andávamos até a porta do quarto.

— E preferiu Storybrooke?
— Sem dúvidas. Olha esse silêncio! As pessoas são confiáveis, amigas… E o mar é lindo.
— É… Soa bem pra mim.
— Veio pra morar?
— Não. Vim pra encarar a morte.
— Meio macabro não?! - brincou.
— Um pouco. - rimos.
— Espero que eu não seja sua vítima! - continuou a brincar.
— Bom, então não fique no meu caminho. - disse entrando na brincadeira, o que o fez rir. E que belo sorriso…

Chegamos à porta do quarto, ele colocou a mala no chão e colocou as mãos nos bolsos da calça.

— Mas falando sério agora… quem sabe eu te explico uma outra hora?
— Seria ótimo!
— Eu contaria agora, se não estivesse morta de cansaço…
— Imaginei! É uma viagem cansativa. Bom, então boa noite, Swan.
— Boa noite, Jones. E obrigada por trazer minha mala!

Antes de fechar a porta lembrei-me da minha conversa com Regina. Ela havia me dito para ir à delegacia falar com “Killian e David”, seria ele o tal Killian?

— Ei, Jones!
— Sim?! Precisa de algo mais? - disse ele virando-se no meio da escada.
— Você trabalha na delegacia com o David?
— Sim… Por quê? - disse sem entender.
— Nada… Acho que nos veremos em breve então. - sorri antes de fechar a porta.

É, aquela realmente era uma cidade bem pequena e que sabia como receber um forasteiro. Afinal, que belo cartão postal Killian Jones era, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Eu sinto que vocês não estão gostando, ninguém comenta :(
Por favor, deixem suas críticas e seus comentários, só assim vou poder saber se vocês estão gostando ou não e tudo o que devo melhorar. Críticas são sempre bem vindas!



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