Open Wound escrita por littlelindy


Capítulo 3
Declínio


Notas iniciais do capítulo

Alô comunidade, voltei!! kkk Esse é curtinho, mas ainda hoje eu posto outro!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611582/chapter/3

Não seria surpresa alguma se eu dissesse que depois daquele dia eu fiquei destruída. Não conseguia comer, dormia muito pouco e permanecia calada na maior parte do dia. Além disso, meu namoro, que já não estava indo muito bem, ficou ainda pior. Neal era um cara muito simpático, doce e gentil, me apaixonei por ele exatamente por isso. Ele me tratava sempre tão bem, era tão carinhoso… Ele tinha aquela preocupação sutil de querer sempre saber se eu estava bem ou qual era minha posição e opinião sobre determinados assuntos. Era incrível tê-lo como namorado e, ao mesmo tempo, um bom amigo e confidente. Lembro-me que ele sempre vinha pedindo conselhos e, em grande parte dos casos, eu o procurava também. Éramos, ao final, grandes cúmplices: eu confiava a ele meus maiores segredos e ele o mesmo. Mas coisas do passado não constituem futuro algum. O declínio mais perceptível na relação veio com o sumiço de Graham, na noite da festa de Clarie: Neal pareceu ter sentido obrigação em substituí-lo e, obviamente, não deu certo. Isso, entretanto, não significa que ele tentou muitas vezes. Neal sempre fora de muitas amigas, o que me incomodava, já que elas eram bastante abusadas. Por esse motivo, eu sempre batalhei muito pelo namoro, tendo que abstrair muitas coisas para evitar discussões e abrindo mão de alguns questionamentos. Porém, naquele momento, eu me sentia no direito de desistir, de baixar guarda por uma única vez. Eu estava exausta, a notícia do falecimento me consumia aos poucos e eu me sentia culpada além de tudo. Culpada por ter perdido anos de amizade com Graham por um assunto “simples” de ser resolvido e por puro orgulho de não voltar atrás em minha decisão. Graham se foi enquanto estávamos brigados, eu não tive sequer oportunidade de me despedir dele. Eu estava cada vez mais fechada para qualquer tipo de relacionamento. Amar alguém significava, naquele momento, ter alguém para perder e eu não suportaria perder mais ninguém. Mas esse meu mecanismo de defesa só contribuiu para o colapso do namoro. Ao criar barreiras emocionais eu acabei afastando Neal e o impedindo de lutar por nós. Eu fiz parecer que todas as ações e atitudes dele fossem em vão ou inúteis. Foi então que eu percebi que ele havia deixado de ser o romântico que eu conheci e nossas conversas se tornaram cada vez mais automáticas como “Oi, tudo bem? Como foi seu dia?”. Tanto Neal, quanto eu, paramos de lutar pelo relacionamento, mesmo depois da minha crise ter amenizado.

O namoro se desfez naturalmente. Sofremos, claro, foram anos de namoro indo embora, mas não era justo. Não era justo deixar Neal pagando pelos erros que eu cometi: eu fui egoísta e me culpei por isso quando Graham morreu, eu me fechei e o impedi de me ajudar. Eu fiz escolhas erradas e não poderia deixá-lo no meio disso, ele deveria ter uma vida e alguém melhor.

Não, ele não era nenhum santo, mas não era meu dever ser rancorosa nesse momento. Por mais vezes que eu tenha sofrido com erros cometidos por ele, eu não poderia prendê-lo a um relacionamento sem futuro. Era o certo a ser feito. E eu não estava me permitindo errar mais, nunca sabemos o que acontecerá no futuro e viver outra situação de arrependimento eu não suportaria. E eu que havia dito que não queria perder mais ninguém, vi meu namoro se desfazendo. Gostaria de dizer que eu e Neal mantivemos as promessas de continuar a amizade, mas seria a maior de todas as mentiras. Depois do término, ele se revelou um completo idiota. Por “coincidência”, ele foi para a faculdade dias depois de terminarmos e fazia questão de jogar na minha cara o quanto estava feliz e todas as garotas lindas e perfeitas com as quais convivia. Neal fora um erro. Ver um cara tão incrível se transformar num idiota é uma dor imensa e saber que anos da sua vida foram jogados fora com isso, tende a intensificar esse sentimento. Concluo, então, que Graham era de fato meu anjo da guarda: desde que ele se fora, a “Emma Sorriso” (como ele me chamava às vezes) tornou-se uma grande colecionadora de azares e dores.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que estão achando da fic até agora?! Comentem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Open Wound" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.