Open Wound escrita por littlelindy


Capítulo 20
Hora de viajar


Notas iniciais do capítulo

Olha quem veio com um capítulo surpresa!!! #BOOM
Espero que gostem, boa leitura meus amô ♥



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— Emma. Meu Deus, quanto tempo! - Neal se aproximou para me abraçar, esboçando uma irritante e falsa alegria.

— É, pois é... Não estrague isso. - disse colocando a mão entre nós dois, evitando que ele me abraçasse.

— Qual é, faz tanto tempo. Não acredito que não esteja com saudade de mim. O que faz por aqui?

— Isso é um aeroporto, Cassidy. Eu faço aqui o que todos fazem. - disse o mais ríspida possível, eu definitivamente não queria manter aquela conversa.

— Bom, eu estou indo pra Carolina do Norte. Espero que quando voltar você esteja por aqui... pra marcar um café. Talvez. - ele disse se aproximando e passando o indicador pelos lábios numa tentativa frustrada de sedução.

Sério mesmo que Neal Cassidy estava tentando me seduzir? De novo? Isso só pode ser um pesadelo, o pior de todos eles. Em outras épocas eu poderia ter achado aquela cena toda algo extremamente sexy e atraente mas, tenhamos um momento de honestidade aqui, quem se renderia isso quando fora exposto aos olhos azuis e sobrancelhas arqueadas de Killian Jones?

— Não, obrigada. Estarei muito ocupada.

— Tudo bem então...

— Eu preciso ir. Tchau. - forcei um sorriso e virei-me de costas. Entretanto, me toquei de uma parte da conversa que eu não deveria ter ignorado: Neal estava indo para a Carolina do Norte? - Espera. - virei-me novamente para ele, que pareceu-me verdadeiramente surpreso com minha atitude.

— Sim?

— Você disse que estava indo para a Carolina do Norte?

— Oh, sim. Por que a pergunta? - ele perguntou desconfiado. "Disfarça, Emma. Disfarça, você consegue!"

Na verdade não é nada, é que... - mordi o lábio inferior nervosa por ainda não ter encontrado uma saída.

— Pode falar, Em. Confia em mim.

Canalha.

— É que a Carolina do Norte é onde o Nicholas Sparks mora e lá se passam a maioria de suas histórias. E, você sabe, eu amo ler e tal... Não pude deixar de pensar nisso. - esbocei o melhor sorriso que poderia. Eu não fazia a mínima ideia de onde eu tinha tirado aquela história maluca, quem disse que eu gosto de Nicholas Sparks? Ok, talvez um pouco. Aliás, será que ele mora mesmo na Carolina do Norte? Bom, se eu não sei, o idiota do Cassidy também não saberia. Ponto para mim.

— Alucinada com livros como sempre, não é?

— Sim.

— Posso trazer algum presente para você e--

— Não. - o interrompi rapidamente. - É.. é melhor não. Mas talvez eu possa aceitar aquele café e então você me conta todas as histórias de lá. - sorri de maneira nervosa.

— Ótimo. Tchauzinho, Em, foi maravilhoso revê-la. - ele respondeu sorrindo e sumindo entre as pessoas que passavam por ali.

— Tchau. - forcei mais um sorriso e acenei. - Eu quero mais é que você morra! - desabafei em voz alta já que ele estava longe o suficiente para não me ouvir, entretanto, fiz com que algumas pessoas ao meu lado me olhassem atravessado. Sorri timidamente, afinal, que desculpa eu teria?

— Emma, meu amor! - uma voz delicada disse atrás de mim, fazendo-me virar em sua direção.

— Mãe! Pai! Que saudade. - corri para abraçá-los.

— Nós estávamos morrendo de saudade. Tudo bem que você já é bem grandinha, mas não dá pra acostumar com aquela casa sem você. - meu pai disse enquanto beijava minha testa.

— Venha, querida. Você tem muito o que nos contar.

Passei a tarde inteira conversando com meus pais sobre Storybrooke. Contei a eles tudo o que havia descoberto sobre Graham e até mesmo sobre as ameaças de Dylan e Gold. Eles, claro, ficaram aterrorizados, mas tratei logo de os acalmar, pois sabia que Killian e David fariam tudo o que pudessem para vigiar Robert e descobrir novas pistas. A única preocupação que deveríamos ter em Nova York, entretanto, já fora enfrentada: Neal Cassidy.

— Então vocês estão juntos? - minha mãe disse com um sorriso largo no rosto.

— Sim, senhora Ginnifer. Eu e Killian estamos juntos. - respondi um pouco tímida. Eu não tinha muitas barreiras para tratar do assunto com meus pais, entretanto, fazia algum tempo e com Killian era... diferente.

— Eu só espero que esse Jones não seja como o maldito. - meu pai disse cruzando os braços.

— Pode ficar tranquilo. Ele, inclusive, está me ajudando nisso!

Antes que meu pai pudesse responder, ouvimos o toque do meu celular ecoar pela sala. Ao pegá-lo de cima da mesinha de centro e ver "Killian" no visor, tratei de atender rapidamente, afinal, eu havia esquecido de telefonar quando chegasse.

— Alô? - atendi um pouco nervosa, esperando que ele não estivesse bravo comigo.

— Oi, amor. Você não ligou... fiquei preocupado.

— Eu sei, desculpa. Eu já quebrei a promessa antes de começar não é?

— Não se preocupa com isso. - ele fez uma longa pausa e suspirou antes de falar novamente. - Chegou bem?

— Cheguei sim, estava conversando com meus pais sobre você agora! - disse sorrindo e olhando para meus pais, que se divertiam com a situação.

— Sério? Diz que eu mandei um beijo. Quer dizer... um beijo para sua mãe e um abraço pro seu pai. - ele dizia rápido, embolando as palavras, fazendo-me rir.

— Ele está mandando um olá! - disse para meus pais, afastando o telefone do ouvido.

— Mande um beijo! - minha mãe disse.

— Não foi isso o que ele disse. - meu pai gargalhou.

— Não mesmo. - respondi rindo e retornando ao telefone pude ouvir Killian resmungar um "não foi mesmo o que eu disse".

— Qual é, Swan. Um "olá"?

— Melhor do que um--

— Deixa pra lá! - ele me interrompeu rindo.

— Eu esqueci de te contar... encontrei Neal no aeroporto.

— Ah... - Killian disse parecendo-me bem triste. Só então notei o que ele estava pensando. Não, mil vezes não!

— Não é nada disso que você está pensando.

— Eu não pensei em nada.

— Jones...

— Ok.. - ele suspirou. Não tinha certeza de que ele tinha realmente se convencido daquilo, mas ele prosseguiu - O que ele disse?

— Veio com aquele papinho furado de "quanto tempo" e um sorriso falso. Mas ele me disse algo que pode ser útil.

— Canalha... O que pode ser útil?

— Ele estava indo para a Carolina do Norte, você poderia ver se Gold e Dylan ainda estão por ai ou se pretendem sair da cidade.

— Vou ligar para Belle assim que terminarmos de conversar!

— E tem uma outra coisinha... - disse entre dentes e cerrando um pouco os olhos. Eu sabia que ele não poderia ver meu rosto, mas ajudava a aliviar a tensão.

— O que você fez de errado, Swan?

— Eu meio que, talvez, um dia dia desses--

— Para de enrolar.

— Eu aceitei tomar um café com o Neal. - eu disse rápido.

— COMO É QUE É? EMMA!

— Eu preciso colocar ele contra parede, Killian. Eu preciso saber o que ele tem pra me dizer.

— Já que os pombinhos vão demorar ai nessa primeira discussão, eu e seu pai vamos preparar o jantar ok? - minha mãe disse, enquanto os dois saiam para a cozinha.

— Emma, você me prometeu ter cuidado.

— E eu vou cumprir.

— Você também prometeu que ligaria.

— Eu já disse que não foi minha intenção. Poxa, Killian! Custa me dar um voto de confiança?

— Eu confio em você, Emma. E não preciso falar que não confio nele, meu único medo é o que ele pode fazer com você. Já pensou se ele está realmente envolvido com Gold e Dylan?

— Já...

— E você vai chegar lá falando o que? "Olha, Neal, eu estou sabendo que você participou da compra da casa do Graham em Storybrooke. Ah! Não te contei? Eu passei uns dias lá!" - ele disse imitando a minha voz.

— Eu não falo assim! - disse rindo.

— "Ah, e eu conhecei um cara muito melhor que você lá!" - ele continuou brincando de me imitar.

— Eu te odeio.

— Não mesmo!

— Killian... eu sei que eu não cumpri essa promessa da ligação, mas eu cumpri com todas as outras e pretendo continuar assim. Eu só me esqueci porque fiquei atordoada em ver o Neal ali e depois meus pais chegaram, minha mãe não parava de me perguntar as coisas um segundo!

— Mas eu não estou te cobrando a ligação... bom, não diretamente. Eu só fiquei um pouco irritado por saber que você encontrou com ele.

— Ciúmes, Jones? - provoquei.

— Você sabe que sim. - ele riu em seguida.

— Eu vou me cuidar, mas nosso combinado era: você fica com Gold e Dylan e eu com Neal. Foi um trato justo!

— Tudo bem, senhorita. Você venceu!

— Ótimo. Agora eu preciso desligar...

— Já? - ele perguntou com tom triste novamente.

— Sim, vou ajudar meus pais na cozinha e terminar a conversa e o senhor precisa falar com a Belle.

— Tudo bem. Posso te ligar amanhã no mesmo horário?

— Claro que pode... Eu te amo.

— Eu também te amo, Emma.

— Mande um beijo para todos!

— Pode deixar. Se cuida!

E então eu desliguei o celular. Aquilo me partiu o coração... Por seis meses eu teria que falar por alguns minutos com Killian somente por telefone? Não era nada justo. Por várias vezes pude sentir que ele estava sorrindo e até mesmo arqueando aquela maldita sobrancelha, mas eu não podia ver nada daquilo. Eu tinha tanto medo de magoá-lo. E se eu quebrasse a promessa mais uma vez? E, pior, se ele seguisse em frente?

Killian P.O.V

O momento da partida de Emma fora mais doloroso do que eu jamais tinha imaginado. Eu tentei segurar as lágrimas mas não consegui mas, felizmente, elas só vieram quando ela já estava rumo ao portão de embarque. David repetia várias vezes que eram "apenas seis meses" e que "passaria rápido", mas qual a garantia? Emma estava correndo perigo e nós sequer sabíamos quais eram as reais ameaças. Tudo o que sabíamos, entretanto, é que ela era um alvo. E, mais uma vez, eu estava impotente: não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer para reverter a situação.

Passei a manhã com David e Mary esperando a ligação de Emma - que não aconteceu. Não liguei, não insisti. Eu nunca fui e não vou ser o tipo de namorado que cobra as coisas, se ela não me ligou é porque teve motivos que, mais tarde, me contaria. Para livrar-me de pensamentos ruins, almocei com eles e os ajudei a organizar o quarto do bebê que estava por vir. Aliás, a barriga de Mary estava cada vez maior e era contagiante a forma como os dois estavam felizes. A imagem de meu melhor amigo com sua esposa grávida me fez pensar em quando seria a minha vez. Construir minha família e viver em paz era nosso sonho desde criança. Sonhávamos com o dia em que teríamos nossos filhos e ensinaríamos todas as nossas brincadeiras, além de, claro, levá-los para navegar na Jolly.

Fiquei mais algumas horas ali antes de ir para casa e ligar para Emma. Não vou negar que me chateei com o fato de ela não ligar, ainda mais sabendo que Neal estava envolvido, mas compreendo que o encontro tenha sido marcante para ela. Aliás, estou surpreso de que ela não tenha dito nada de cara. Estava esperando o momento que ela iria me dizer que deu um belo de um soco na cara dele, mas ela se conteve. Eu, inclusive, ainda estou analisando a situação e resolvendo se considero isso bom ou ruim. A parte boa, com toda certeza, é saber que o soco está guardado e que eu mesmo posso dá-lo.

Mesmo com Emma longe eu não poderia deixar de continuar com todas as investigações, se Neal estava indo para a Carolina do Norte havia grandes chances de um dos dois monstros irem também.

— Alô? - Belle atendeu sonolenta.

— Tirando a famigerada soneca, não é mocinha? - brinquei.

— Ah Killian, me poupa. - respondeu mau humorada.

— Ih, pode ir tratando de melhorar esse humor. Preciso de você.

— Você sempre precisa de mim, Killy.

— Não me chama assim...

— O que você quer, Killy? - ela insistiu.

— Ok.. Seu marido está por ai?

— Não, não. Está arrumando as coisas dele.

— Você colocou ele pra fora de casa? - perguntei esperançoso e confiante de que a resposta seria um "sim".

— Não. Mas não foi por falta de vontade... - ela suspirou - Está bem difícil olhar para a cara dele esses dias.

— Não gosto de te ver assim... desculpa por ter dito tudo aquilo.

— Você não tem que me pedir desculpas de nada. Aliás, eu que devo desculpas... eu deveria ter acreditado em você desde o começo.

— Ei... não fala assim. Por mais vagabundo que ele seja, ele realmente parece te amar.

— É... Pelo menos ele tá indo viajar e eu vou poder tirar uns dias pra colocar meus pensamentos em ordem.

— Opa... você disse "viajar"?

— Sim... por que? - ela perguntou desconfiada.

— E ele vai pra onde?

— Carolina do Nor... - ela deu uma pausa, provavelmente percebendo o que iria falar - Não! Não pode ser, de novo?

— MARAVILHA!

— Maravilha? Killian, ele vai pra lá de novo. - ela disse um pouco desesperada.

— Ei, não vai acontecer nada. Eu prometo.

— Como pode prometer algo que não sabe se poderá cumprir?

— Eu só acho que está na hora de eu viajar um pouquinho...


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Notas finais do capítulo

Desculpem a formatação, estou em outro computador :( mas enfim, espero que tenham gostado!