Em uma sexta-feira, Davi e Valéria estavam sozinhos na sala como um casal feliz, pois decidiram ficar conversando na sala sozinhos até que Davi vai ao assunto:

–Valéria, você percebeu uma coisa?- perguntou Davi.

–O quê?

–Que já faz um tempo que você e eu não saímos mais.

–É mesmo, aconteceram tantas coisas que nem tempo de sairmos juntos deu mais.

–Pior que é mesmo, acho que a gente podia dar um jeito nisso né?

–Concordo, que tal hoje mesmo? Aproveitar que é sexta feira, podemos ir para o cinema.

–É verdade. Que filme iremos ver? Bom, tem alguns que estão passando, podemos decidir isso lá porque agora eu estou em dúvida.

–Tudo bem, decidimos isso lá.

Então Valéria deu um beijo no rosto do namorado e voltaram a conversar sobre o assunto anterior.

O que eles não sabiam, era que Chaves, Adriano e Kokimoto estavam escondidos atrás da porta ouvindo tudo, Kokimoto havia voltado apenas pra pegar sua lancheira, mas quando ouviu a conversa dos dois, chamou Chaves e Adriano para ouvirem. Quando eles descobriram que Davi e Valéria queriam ir no cinema, Kokimoto e Adriano tiveram uma ideia:

–Acho que seria uma boa aprontar com esses dois durante o encontro né?- falou Kokimoto.

–Também acho.- disse Chaves e Adriano concordou, então, logo começaram a pensar numa forma de atrapalharem esse encontro.

O resto do dia passou normal, as aulas fluíram normalmente e o horário da saída foi bem calmo também. Quando deu umas 14 horas, Davi buscou Valéria na porta da casa dela. Chegando no shopping, compraram as entradas do filme, escolheram as poltronas, compraram a pipoca e o refrigerante e seguiram para a sala eles. O filme que eles iriam assistir era o "Pixels", com Adam Sandler.

–Boa ideia essa sua de escolher as cadeiras da última fileira pra sentarmos.- Kokimoto disse para Adriano.

–Isso isso isso.- disse Chaves.

–Obrigado.

Logo que o filme começou, Chaves começou a comer sua pipoca, assim como Kokimoto, que estava dividindo um saquinho grande com Adriano. No começo do filme, estava tudo tranquilo, os cinco estavam tão focados no filme que por um instante se esqueceram até da pipoca e do refrigerante, mas em certa parte, Adriano começou a roncar, não muito alto, mas alto o suficiente para Davi e Valéria ouvirem e olharem para trás, porém, o restante das pessoas na sala não escutaram porque o filme estava numa parte que o som ficava mais alto porque estava em uma cena onde PacMan destruía um prédio enorme, então, o ronco de Adriano não pôde ser ouvido.

–Ei, acorda esse bicho aí por favor.- pediu Valéria, vendo que Adriano roncava como um porco com dor de barriga. Chaves tocou seu braço levemente e Adriano forjou um bocejo, então quando Valéria voltou a olhar pra frente, Kokimoto começou a jogar pipoca neles.

–O que está fazendo Koki?- sussurrou Chaves.

–O Adriano estava dividindo essa pipoca comigo, mas com ele roncando desse jeito não vou conseguir comer sozinho, então estou jogando para caso de alguém querer.- respondeu Kokimoto.

–Dá pra mim então.

–Calem a boca meninos!- Valéria quase gritou.

–Valéria, não se pode armar barraco aqui dentro da sala.- disse Adriano.

–Senta aí vai.- falou Kokimoto e Valéria, mesmo contrariada, obedeceu e sentou.

–Calma Valéria, não cria confusão aqui tá? Não vai querer passar vergonha de ser expulsa do cinema né?- disse Davi e Valéria se calou, mas não por muito tempo.

Valéria estava começando a se irritar com aqueles três ali, o pior de tudo era que Davi sabia que devia chamar a atenção dos três, mas ele não fazia nada, apenas acompanhava o olhar de Valéria, aquele encontro não estava saindo como planejado por ela.

–Olha, isso foi maneirississississississíssimo!!- disse Chaves, se referindo à cena em que Sam começa a lutar com os aliens junto com a equipe que montou. Logo em seguida, ele começava a comemorar e vibrar com cada golpe da batalha, Valéria bufou.

A menina já não aguentava mais, Chaves tagarelava o tempo todo, Kokimoto jogava pipocas nela e em Davi quando Adriano dava um leve cochilo, onde roncava baixo, mas sem educação. Quando o filme acabou, ela respirou aliviada e logo saiu puxando Davi pra fora da sala, nem esperou ele perguntar nada.

–Cara, que filmaço!- disse Chaves.

–Eu também me amarrei nesse filme!- falou Kokimoto.

–Eu gostei mais dessa sala aqui, escurinha, essa telona enorme, preciso vir mais vezes.

–A gente te chama Chaves.- disse Adriano.

–Valeu.

Assim que saíram do cinema, apressaram os passos para alcançar Valéria e Davi, que andavam um pouco mais à frente separadamente, já que Davi tentava pegar na mão de Valéria, mas ela andava com os braços cruzados.

–Valéria, o que achou do filme?- perguntou Davi, mas Valéria olhou-o com uma cara brava, como se a resposta fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–Não faz essa cara pra mim Valéria, você estava tão bem quando chegamos e agora que a gente sai você fica assim, diferente. O que aconteceu?- Davi já estava impaciente.

–Você quer mesmo saber? Pois bem, vou contar... acontece que eu percebi que você não queria esse encontro!- falou ela.

–Como assim? Por quê você diz isso?

–Mas é claro, porque você percebeu que o comportamento do Chaves, Adriano e Kokimoto estavam atrapalhando nosso encontro e não fez nada.

–Claro que eu não gostei do comportamento deles, foi errado.

–E por quê não fez nada?

–Você já estava fazendo, não queria me meter e depois você fazer grosseria comigo também.

–Errado, acontece que você não me ama, porque deixou eles estragarem nosso encontro! Vá embora!!

E Valéria saiu correndo dali, mas Davi correu atrás dela para se explicar. Chaves, Adriano e Kokimoto estavam parados um de frente para o outro em um canto do shopping, simulando uma conversa sobre o filme, quando Davi saiu atrás de Valéria, eles voltaram a andar.

–Deu certinho o plano. - disse Adriano.

–É mesmo, fomos muito bem na encenação!- falou Kokimoto.

–Foi uma boa ideia essa de atrapalhar o encontro dos dois, não foi?- perguntou Chaves.

–Muito. Parabéns.

–Toca aqui!- Kokimoto levantou a mão e os dois bateram palmas, comemorando o sucesso do plano de atrapalhar o encontro de Davi e Valéria, eles não quiseram atrapalhar para que eles terminassem, mas sim por diversão, pois são peraltas assim como Paulo, mas preferiam pegar leve nas brincadeiras.