Assim que chegou a hora em que todos costumam acordar normalmente, algumas crianças acordaram, mas preferiram ignorar e tentar dormir um pouco mais. Meia hora depois, Paulo levantou, pois não aguentava mais de fome.

–Parece que tem pouca coisa aqui.- disse ele, ao chegar na cozinha e ver que Seu Madruga tinha leite, pão e mortadela para tomarem no café-da-manhã, mas naquele caso, era melhor comer aquilo do que comer nada e começou a preparar seu café. Aos poucos, todos foram se levantando e preparando seu café cada um.

Durante o café, todo mundo foi se sentar em um canto para tomar o café, menos Malicha e Chiquinha, que preferiam sentar no quarto e conversarem melhor.

–Ontem à noite foi tão bom.- disse Malicha.

–É, mas ainda temos um fim de semana inteiro pra aproveitar.- respondeu Chiquinha.

–Certo, e eu sei exatamente como.

–Sério? Como?

–Lembra daquele ratinho que eu peguei do Paulo no dia que ele levou a suspensão?

–Se me lembro. Ah, já sei o que você quer fazer!

Chiquinha se controlou pra não gritar quando Malicha pegou o rato em sua mochila, ela tinha pavor de rato.

–Malicha, como você pode ter coragem de tocar num bicho desses?- perguntou ela.

–Porque ele está limpo e bem cuidado como um rato de laboratório, acha mesmo que eu ia ser burra de pegar um bicho que me deixaria doente?

–Meu deus, eu tenho pavor de rato mesmo assim.

–Então acho que vou ter que me virar sozinha.

Então, Malicha escondeu o rato dentro de sua pequena bolsa onde guardava coisas higiênicas, que agora estava vazia, claro, e então voltaram à sala, onde o pessoal ainda tomava café enquanto assistiam televisão.

–Gente, vamos brincar lá fora?.- disse Chiquinha piscando discretamente pra Malicha

–Verdade, tá muito entediante.- disse Malicha e todo mundo concorda e sai no pátio para brincarem.

–Vai lá Malicha, agora é a chance de aprontarmos.- disse Chiquinha e Malicha pega o rato e sem ninguém perceber, coloca ele no chão.

–AI MEU DEUS!!- gritou Malicha.

–CUIDADO COM O RATO!!!- berrou Chiquinha e todos os meninos começaram a rir, assim que todas as meninas viram o rato, começaram a tentar ficar longe deles, menos Alícia, que por algum motivo não sentiu medo do rato, ficou só ali, parada, tentando descobrir como aquele rato surgiu lá.

Todos berravam tanto no pátio da vila, que Dona Florinda decide aparecer no pátio pra ver o que está acontecendo.

–Crianças, o que está havendo aqui?.- disse Dona Florinda e ela ao ver o rato, desmaia no meio do pátio.

Dona Clotilde, que também está incomodada com o barulho, abre a janela de sua casa pra ver o que está acontecendo.

–Que gritaria é essa, crianças?.- disse Dona Clotilde e ela desmaia na janela ao ver o rato correndo pelo pátio.

–Ai Daniel, me ajuda!- gritou Maria Joaquina, abraçando Daniel.

–Mário, me salva!- gritou Marcelina se abraçando a Mário.

No entanto, Paulo logo percebeu que era o seu ratinho de estimação, foi até ele e o pegou.

–Quem soltou o meu rato? Hein?- perguntou ele, irritado.

–Eu soltei, qual é o problema?- disse Malicha e Paulo se tranquilizou, se fosse homem ele partia para a briga, pois odiava quando alguém mexia em suas coisas, principalmente no seu ratinho.

–Por quê fez isso? Eu te dei permissão para soltar o Jerry por acaso?

–Quem é Jerry?

–O meu rato, quem mais seria?

Todos riram, ideia engraçada essa do Paulo de colocar o nome do ratinho das telinhas no seu rato. Depois que acabaram, Malicha tomou o ratinho das mãos de Paulo.

–Esse ratinho agora é meu. Não lembra que eu reivindiquei ele pra mim depois que a Diretora Olívia te suspendeu da escola? - disse ela.

–Mas eu que comprei.- retrucou Paulo.

–Não importa, eu reivindiquei, então agora é meu.

Depois, Malicha voltou a esconder o rato em sua pequena bolsa e todos ficaram ali no pátio da vila, tentando acordar Dona Florinda e Dona Clotilde. Claro que eles sabiam que os desmaios foram por causa do susto, mas mesmo assim, a preocupação era grande.