Poucos segundos depois, enquanto voltavam à brincadeira, as crianças param para olharem a cena em que Dona Clotilde está voltando para sua casa batendo as mãos, logo em seguida, Seu Brancelha aparece no pátio com a mão no rosto, quando ele tira, o lugar onde bateu está vermelho e com a marca dos dedos.

–Velha briguenta!!- disse Malicha.

–Calma filha, calma. - disse Seu Brancelha, tentando acalmar a filha.

Feito isso, os amigos ficaram mais um tempo ali, até a hora de ir embora. De noite, Chaves demorou um pouco mais pra dormir, pois ele estava tão contente com seu novo brinquedo, aquela linda corneta que não se sabe da onde veio, que ficou praticamente uma hora inteira olhando pra ela. No dia seguinte, Chaves acaba decidindo levar a corneta com ele, porque pode brincar com ela dando sustos nas pessoas distraídas do pátio, isso se não tiver ninguém conversando com a pessoa que ele pretender assustar.

Chegando na escola, tudo estava indo bem até a hora do recreio, novamente ele, sem dinheiro pra comprar lanche, teve que se contentar com o lanche que Seu Madruga havia preparado pra ele e Chiquinha comerem.

Ele porém, comeu sozinho, já que Chiquinha preferiu ficar com as amigas, no entanto, ele até que fundo gostou daquilo porque assim ficaria mais à vontade pra assustar as pessoas. Então, como sua primeira vítima, ele escolheu a diretora, porque ele queria saber como ela ficaria se levasse um susto grande, talvez o cabelo dela ficasse em pé, ou então ela faria uma cara muito engraçada. Então, foi até a sala da diretora, mas no caminho encontrou ela caminhando em direção à mesma em um corredor, se escondeu em uma pilastra e quando ela chegou perto da mesma, ele deu um passo pra frente e apertou a corneta.

–Consegui hehehe.- ele riu e logo depois saiu em direção à sala de aula, onde ela não poderia vê-lo, mas acabou percebendo, enquanto voltava, que a diretora não se movia, ficou meio assustado no começo, porém, ele logo se lembrou de quando Dave lhe contou que se ele buzinasse uma vez a corneta paralisava, mas se buzinasse duas vezes, ela desparalizava. E foi o que fez, deu duas buzinadas na direção da diretora e saiu caminhando, ela porém, não percebeu nada e continuou seu caminho. Aliviado, Chaves decidiu aproveitar que ainda tinha mais um tempo de recreio e decidiu que sua próxima vítima seria Jorge, que apesar de ser amigo do seu amigo Quico, ele já sabia das maldades que Jorge sempre fazia com seus amigos, pois Mário havia lhe contado tudo, por isso, quando Jorge estava andando pelo pátio pra ir de encontro à quadra de futebol, Chaves deu um pulo e tocou a corneta.

–Te peguei, hahaha!!- disse o Chaves enquanto corria pra longe dele, ele viu Jorge parado, mas pensou que fosse o efeito do susto.

No final do recreio, ele voltou pra sala, mas ainda estavam faltando alguns alunos.

–Crianças, onde estão os outros alunos?- perguntou a Professora Helena.

–Não sei, o estranho é que todos vieram hoje.- disse Cirilo.

–Devem estar matando aula por aí.- disse Maria Joaquina.

–Ou então não quiseram vir de propósito.- afirmou Quico.

Os alunos que estavam faltando na sala, foram os alunos que o Chaves assustou com a corneta, mas o Chaves havia esquecido de desparalisar as crianças que ele havia feito a brincadeira depois da diretora, por isso ele estranhou. Mas seu susto foi maior quando viu todos que assustou paralisados, congelados.

–O que houve com eles?- perguntou Valéria, assustada.

–Eles parecem paralisados. Estão brincando de estátua?- disse Paulo.

–Não gente, parece que estão paralisados mesmo, olha só.- disse Quico, fazendo cócegas em um garoto que era do quarto ano, mas ele não dava indícios de que estava sentindo as cócegas, pois não moveu um músculo do corpo.

–Vixi, e agora?- desesperou-se Chaves.

–Não sei Chavinho, você lembra de algo?- perguntou Chiquinha.

–Bom, eu lembro que eu assustei ele e essas outras com a corneta, mas eu acho que...- ele parou por um instante e foi aí que lembrou quando Dave lhe disse que ele podia paralisar as pessoas e disparalisar também.- Ah não, esqueci completamente.

Então, ele deu duas buzinadas e o garoto, assustado, voltou ao normal e foi até a sala.

–Como você fez isso?- perguntou Alícia.

–Essa corneta que fez. Vou contar tudo gente, acontece que quando eu encontrei essa corneta, na porta da vila, esbarrei com um cientista e ele pediu para testar uma poção que ele criou que daria o poder de paralisar e desparalisar as pessoas ou qualquer coisa que eu buzinasse, mas eu havia me esquecido disso na hora e por isso acabou acontecendo isso.- ele disse.

Todos olharam pra ele, incrédulos.