Carrossel - Novas Aventuras escrita por matheus153854, Gabriel Lucena


Capítulo 12
Capítulo 12




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No dia seguinte, todos os alunos se encontram na porta da escola e quando o portão se fecha, todos respiram aliviados porque o céu estava nublado com impressão que ia chover a qualquer momento. Chegando na sala de aula, entra o professor Girafales e ele logo começa a aula, mesmo com o barulho da água da chuva batendo no teto, eles não se preocupam e a aula continua. Tudo ia bem até um forte estrondo causado por um raio ser ouvido e logo as luzes da escola inteira se apagam.

–Ai meu Deus, a chuva estragou tudo.- disse Maria Joaquina.

–Calma crianças, fiquem aqui. Tentem iluminar a sala da melhor maneira que puderem, mas não saiam daqui, eu só vou lá na sala da diretora pra ver o que podemos fazer pra solucionar o problema e já volto.- disse o Professor, saindo da sala.

Para iluminar a sala, Paulo usou seu celular, os outros, ao verem o amigo iluminando a sala, decidem fazer o mesmo.

–Gente, que tal contarmos histórias pra passar o tempo?- sugeriu Chiquinha de repente.

–Eu topo.- disse Alícia e aos poucos, todos foram concordando também.

–Quem começa?- pergunta Chaves.

–Você.- diz Paty.

–Eu?

–É.

E Chaves, pra não demonstrar medo e se passar por medroso, covarde ou outra coisa, decidiu começar a contar um de terror:

–Bom, há muito tempo atrás, existiu uma mulher

muito doente e teve que ser internada em um hospital. Desenganada pelos médicos, a família não queria que a moça soubesse que iria morrer. Todos seus amigos já sabiam. Menos ela. E para todo mundo que ela perguntava se ia morrer, a afirmação era negada.

Depois de muito receber visitas, ela pediu durante uma oração que lhe enviassem flores. Queria rosas brancas se fosse voltar para casa, rosas amarelas se fosse ficar mais um tempo no hospital e estivesse em estado grave, e rosas vermelhas se estivesse próxima sua morte.

Certa hora, bate a porta de seu quarto uma mulher e entrega a mãe da moça um maço de rosas vermelhas murchas e sem vida. A mulher se identifica como "mãe da Berenice". Nesse meio de tempo, a moça que estava dormindo acordou, e a mãe avisou pra ela que a mulher havia deixado o buquê de rosas, sem saber do pedido da filha feito em oração.

Ela ficou com uma cara de espanto quando foi informada pela mãe que quem havia trazido as rosas era a mãe da Berenice. A única coisa que a moça conseguiu responder era que a mãe da Berenice estava morta há 10 anos.

A moça morreu naquela mesma noite. No hospital ninguém viu a tal mulher entrando ou saindo.

Todos olharam com uma cara de tédio, não haviam gostado muito do conto.

–É, até que é bem legalzinho, mas queria ouvir um que desse tanto medo quanto Annabelle. -disse Paulo.

–Annabelle não dá medo. - disse Jaime.

–Por isso mesmo cara. Pra mim esse conto que ele contou foi praticamente igual à Annabelle, por isso quero que ele conte um melhor.

–Não, deixa que eu conto.- disse Jorge.

–Então vai lá.

–Prestem atenção: "1952, quinta feira, dia 23 de dezembro. Leonel sai de casa para passar o natal com a família no Rio de Janeiro. Nas estradas mineiras chovia como ele nunca tinha visto antes. Sozinho no carro Leonel sentiu um calafrio como se estivesse prestes a morrer. Na mesma hora ele parou o carro. Começou a sentir febre e a suar frio. Na estrada não passava um veículo e a chuva tinha apertado mais. Quase cego com a tempestade Leonel avista uma luminosidade não muito longe dali. Caminhando com dificuldade o pobre homem chega até o portão do queparecia ser um mosteiro franciscano . Ele bate na porta e grita por ajuda mas desmaia antes dela chegar.

Leonel acorda com muita dor de cabeça em um quarto escuro. Ele estava deitado numa cama simples e pela janela podia ver que a chuva não havia reduzido. Quando tentou levantar-se da cama a porta se abre e um homem alto vestido de monge entra no quarto. "Você deve deixar o mosteiro imediatamente." falou, com uma voz preocupada. "Estou doente, não podem me mandar embora deste jeito, por favor deixe-me ficar.", agonizou Leonel quase chorando. O monge não disse mais nada e se retirou do recinto. Preocupado em ter que ir embora Leonel se levanta e sai do quarto sorrateiramente. O lugar mais parecia um calabouço medieval. O coitado não sabia o que fazer. Por instinto Leonel desce as escadas da masmorra. Uma voz o chama. Ela vem de uma cela, a porta está trancada e pela pequena grade um homem magro de cavanhaque conversa com Leonel. "Amigo, você precisa me ajudar. Esses monges me prenderam aqui e me torturam quase diariamente. E eles farão isso com você também se não fugirmos logo. Por fa..."Antes do sujeito concluir o monge alto grita com Leonel. "Saia daí!!!" agarrando-o pelo braço o monge arrasta o enfermo rapaz escada acima. O pobre Leonel não tinha forças para reagir e foi levado facilmente.

Já em uma sala gigantesca repleta de monges Leonel se vê como um réu sendo julgado. O franciscano que parecia o líder falou. "Rapaz, você deve ir embora imediatamente. Foi um erro nosso tê-lo deixado entrar aqui. Sabemos do seu estado de saúde mas não podemos deixá-lo ficar". Leonel mal ouviu o homem e desmaiou novamente. O infeliz viajante acorda mais uma vez na masmorra.

A porta do quarto estava aberta e Leonel sai a procura do homem que estava preso no andar de baixo. Sem vigília, ele consegue chegar até a cela do magrelo. Mal se aproxima e Leonel é surpreendido com o sujeito na pequena grade já pedindo ajuda. “Por favor, me tire daqui. Eles vão nos torturar, eles são de uma seita maligna. São adoradores de Satanás.” Tremendo como uma vara verde em dia de chuva, Leonel corre atéum pequeno depósito em busca de uma ferramenta capaz de abrir a cela. Minutos depois ele retorna com um imenso pé de cabra.

Com um pouco de esforço a porta é arrombada. O sujeito magro sai correndo da cela e rindo como se uma piada hilária tivesse acabada de ter sido contada. Sem saber do que se tratava, Leonel corre também, mas dá de cara com um monge de quase dois metros de altura. “ O que você acaba de fazer, maldito?!” Rugiu o franciscano. “Me solte! Me solte seu filho de Satanás!” Gritava Leonel tentando se soltar do agarrão do monge. Com um olhar de temor e raiva o homem alto encara o pobre Leonel... “Você não sabe o que fez... sua vida está condenada agora. Você acaba de libertar o próprio Satanás. E ele fará de você o seu servo predileto. Sua alma será dele”. Logo após o monge ter terminado de falar Leonel dá um grito de pavor... seu último grito de pavor. Naquele instante o pobre e inocente viajante acaba de ter um fulminante ataque cardíaco que levou sua alma literalmente para os quintos dos Infernos, ao lado do, agora, seu eterno mestre, Satanás."

Logo, os outros alunos se olharam, pois também não haviam gostado do conto de Jorge. Mas justamente nessa hora, todos ficaram em silêncio, se entreolhando, como se estivessem dando iniciativa para o outro continuar. Mas enquanto eles se olhavam, a porta da sala se abre e eles logo dão um pulo pra trás.

–Calam crianças, sou eu.- disse o Professor. - Escutem, como a chuva não parece que vai passar tão cedo, as aulas terão que ser suspensas por hoje, mas vocês terão que ficar aqui.

–Como assim professor?- perguntou Paulo.

–Sim Paulo, porque a chuva está muito forte lá fora. Tão forte que ninguém se atreveu a sair de casa de carro hoje, a rua está completamente deserta, como se fosse um rio, então é melhor vocês ficarem por aqui mesmo. - completou o professor.

As crianças, indignadas com aquilo, ainda tentaram protestar, mas o professor decidiu sair da sala pra não perder tempo.

–Gente, tive uma ideia genial pra tirar a gente do tédio, vamos aprontar com a Diretora Olívia mais uma vez.- disse Paulo.

–Ah é? E como faremos isso?- perguntou Mário.

–Já sei, no primeiro dia de aula eu vi um esqueleto. Que tal usarmos ele para assustarmos ela?- sugeriu Chiquinha.

–Boa ideia, vamos.- disse Paulo.

Todos foram até o laboratório atrás do Paulo, ele um sinal pra que todos andassem com cuidado para não esbarrarem nas coisas que tinham ali, quando chegaram em frente ao esqueleto.

–Agora precisamos de um barbante.- disse Chiquinha e todos foram procurar o barbante, mas Alícia achou um carretel próximo da estante que ficava na saída e deu para Paulo, que começou a amarrar todo o carretel em volta do esqueleto.

–Agora vamos à sala da diretora.- disse ele ao acabar de pôr todo o carretel em volta do esqueleto, andando com todo cuidado possível pra não fazerem barulho e chamar a atenção dos professores. Passando pela sala dos professores, que tomavam café e esperavam pacientemente a chuva melhorar um pouco, então aproveitaram que a diretora estava em sua sala e a mesma tem uma janela de vidro ao lado da mesa e colocaram o mesmo ali, segurando as cordas e fazendo movimentos com ele. A princípio, a diretora não viu nada, mas quando ela foi se levantar para pegar um copo d'água, acabou olhando para a janela e viu o esqueleto se mexendo, no que ela viu, deu um passo pra trás e sentou na cadeira de novo.

–Uuahahahahahahahaa!- Paulo imitou uma risada maquiavélica enquanto mexia a boca do esqueleto como se estivesse fazendo-o sorrir. A diretora ficou branca nessa hora, mas procurou manter a calma e esfregou os olhos, acreditando ser uma alucinação. Quando voltou a abri-los, viu que o esqueleto não estava mais lá. Aliviada, respirou fundo, sorriu e se levantou pra pegar um copo de água. Quando pegou, estava mais próxima da janela, nessa hora um trovão novamente apareceu e o esqueleto apareceu no segundo exato com sua risada maquiavélica. Dessa vez a diretora não aguentou, caiu no chão e desmaiou de susto.

As crianças, ao verem a diretora naquele estado, começaram a rir, até ouvirem passos na esquina e deduzirem que poderia ser ou Firmino ou Graça, por isso, resolveram pôr o esqueleto de volta no lugar.

–Pena que não deu pra continuar lá, mas valeu a pena né?- disse Paulo.

–Demais.- concordou Mário enquanto voltavam pra sala.

Pouco depois, a professora Matilde, que é uma grande amiga de Olívia, decide ir até lá pra conversar com a mesma e esperar o tempo passar, mas se desespera ao vê-la desmaiada.

–Diretora, o que houve?- pergunta ela.

–Eu vi....eu vi, eu vi, eu vi.- disse a diretora, estava tremendo.

–Viu o quê?

–O esqueleto do laboratório, ele estava ali na janela, se mexendo.

Matilde, desconfiada, foi olhar e não viu nada.

–Diretora, vai me desculpar, mas dessa vez eu acho que a senhora imaginou.

–Não, não imaginei. Estava bem aí.

–Mas agora não está.

As duas ficaram um tempo ali discutindo se foi mesmo imaginação da diretora ou se foi algum aluno travesso que decidiu aprontar aquilo com ela, mas quem poderia fazer uma coisa desas?


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Notas finais do capítulo

É isso por hoje, até o próximo.



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