Os 3 Mosquiteiros [Fic de humor] escrita por KenFantasma


Capítulo 3
Victor I - Avenida Brasil




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Os dois pararam em frente ao lixão, que não tinha um cheiro tão pungente e desagradável quanto eles esperavam. Ele tinha uma entrada parecida com a de um cemitério: um portão duplo em formato de arco e feito de barras, e cada parte do portão preso em uma pilastra que tinha o formato de um obelisco. Na altura da fechadura, havia uma placa entre eles e o portão escrita “uma vez dentro, deve-se abandonar toda a esperança”.
– Meio dramático não?

– Você guardou algum avião de papel pra gente?
– Eu não, nem sei porquê as pessoas têm medo disso.
– É... Eu acho que quem está escrevendo a gente é meio retardado.
– Você ainda não me contou exatamente como isso funciona.
– Isso o que? Eu saber que tem alguém escrevendo a gente? É meio natural pra mim, não sei realmente explicar, talvez Ele fale depois, ai eu te conto.
– É muito louco se você parar pra pensar, porque ai eu também seria uma personagem nessa historia maluca.
– Mas é isso que eu to dizen
Antes de Fabrício conseguir completar a frase, a jovem deu um tapa em seu rosto.
– Meu deus! Desculpe-me, eu não queria fazer isso, com certeza foi ele!
– CARALH#, QUE PORR@ FOI ESSA? QUANDO EU ACHAR ESSE ESCRITOR DE MERD@ EU VO DAR MUITA PORRADA NELE!
Ela começou a rir.
– Fui eu mesmo cara, relaxa, só queria ver como você ia ficar se eu falasse que fosse ele.
– Não foi você, eu vi Ele escrevendo, e agora Ele está mandando te dizer isso pra você pensar que tem livre arbítrio, mas você não tem!
– Você está me dizendo que tudo que eu falo agora não sou eu que estou falando? Cara você precisa de um psiquiatra logo.
– Meu deus eu não estou louco, você tem que acreditar em mim! Você consegue lembrar-se dos seus pais? Ou da sua infância?
– Eu não lembro nem do meu nome, como você quer que eu lembre de outras pessoas?
– É porque você foi criada a dois capítulos atrás! Entenda, nós só informação sendo passada para um papel branco, esse é um mundo de duas dimensões e nós enxergamos ele em três só porque Ele quer que vejamos assim. Na verdade só estamos vivos ainda porque ele continua escrevendo, podemos morrer a qualquer momento.
– Se nós somos personagens, isso quer dizer que nós nunca morreremos, desde que alguém esteja nos lendo... Isso é muita loucura pra mim cara, tenho que parar de andar com você.
– Não se preocupe, eu já disse que sei um jeito de sair desse mundo não disse? É só me seguir que não tem erro.

Passaram pela placa, e empurraram o portão, que estava destrancado porque ninguém mais ia naquele lugar há meses, e ficaram chocados com o que encontraram.
Havia uma estrada cinza que fazia curvas e mais curvas ate se perder no horizonte, e de cada lado havia pilhas e pilhas com sacos cinzas, as vezes até mesmo montanhas, em que varias crianças subiam e abriam em procura de algo que eles pudessem vender, como papel para se fazer mais aviões ou alumínio para se fazer mais paus de selfies. Passando entre as crianças, um homem parecido com um anão*, com a barba grande de cor branca, cabelos ficando grisalhos até os ombros, usava uma camisa preta e cinza surrada e suja, calças pretas, um chapéu de cowboy negro, estava descalço e quando chegava perto de uma criança gritava com ela dizendo:
– Vamos seus bostinhas, quero meu papel ainda pra hoje, deixem o tio Nilo rico. Ei, Pedro, sobe nesse lixo direito, parece ate um velho trepando, vamos logo seus órfãos de merda.

E então ele riu. Sua risada era repulsiva, maligna, e o som se parecia com ri ri ri ri, que só a sua tia velha usa no whatsapp**.

Fabrício não se segurou diante dessa cena, e foi correndo pra cima de Nilo, gritando:
– Você não pode fazer isso com eles! São apenas crianças! Vem aqui brigar com alguém do seu tamanho.
– Ri ri ri, parece que vou ter mais um escravinho. Você é velho, mas vai dar pro gasto.

E rapidamente Nilo tirou de suas costas um chicote negro, e apenas continuando o movimento de saque a ponta do chicote voou até encontrar as canelas finas de Fabrício, cortando-as e fazendo ele cair e rolar pelo monte de lixo. As seis crianças começaram a chorar devido à surra que estava prestes a acontecer. A jovem foi correndo na direção de Fabrício.
– Caralh# como isso dói.
– Meu deus, olha esse sangue todo, esse velho vai acabar com você Bruce-droga, é melhor voltarmos.
– Você ta louca mulher? Deve ter gente atrás de nós, fora que é obvio que Ele ia botar algum obstáculo pra gente não chegar Nele. Porr@, esse velho f#deu com as minhas pernas, não consigo mais ficar em pé.

Nilo se aproximava do casal e já tinha se posicionado pra dar a segunda chicotada, mas quando fez o movimento e o chicote vinha altamente veloz, ele se chocou em algo invisível perto do rosto da jovem.
– Venham para cá antes que ele quebre o campo de força! – Gritou a voz de uma mulher, e Fabrício se apoiou na garota e andaram o mais rápido que puderam, enquanto Nilo continuava chicoteando e xingando eles. Andaram mais 20 metros a frente e avistaram uma casa quadrada, sem portas, apenas uma cortina feita de garrafas pet, e totalmente colorida. O campo de força continuou segurando o impacto da arma ate a senhora chegar nos dois e socorrê-los.
– Lucinda sua vadia da boceta arregaçada, traga essas merdas empilhadas pra cá pra eu dar o fim que eles merecem.
– Sai daqui Nilo, volta pro inferno que é teu lugar.

Entraram dentro da casa, onde Nilo não conseguia entrar por causa de um feitiço que a mulher jogou no recinto.
– Caramba, o que acabou de acontecer?
–Eu protegi vocês, e deviam ser garotos educados e agradecerem antes de qualquer coisa.

Depois de se acalmarem, Lucinda preparou um café, enquanto os dois esperavam na salinha, sentados e admirando todas as cores do casebre. A velha serviu o café e deu pão para eles e para as outras três crianças que moravam junto com ela.

– Então... Como foi que você conseguiu salvar a gente mesmo? Eu já sabia que esse mundo era muito louco, mas magia é demais.
– Na verdade não é tão difícil assim. Eu já percebi que os dois também estão fora da sintonia desse mundo.
– Como assim – a garota começou a dizer – Sintonia desse mundo? Quer dizer que nós estamos tipo numa estação de radio e esse mundo em outra?
– É algo parecido com isso, mas muito complicado de explicar. O que eu posso dizer é, estando fora da sintonia, as regras do mundo e da física e coisa e tal, não se aplicam a você, e sabendo dar os comandos certos, você pode fazer magia, como o seu namorado chama.
– Ele não é meu namorado, ele é louco e também é feio.

– Eu estou bem aqui.

– Então saiba que acho que você é louco e feio.
– O que eu não entendo é porque Ele colocaria alguém fod@ como você para me ajudar.
– E quem seria Ele?
– O Bruce-droga acha que somos personagens de um livro ou sei lá o que, e que tudo o que fazemos é mandado pelo escritor e é por isso que eu digo que ele é louco.
– Eu nunca ouvi falar disso em todos os meus 75 anos de vida.
– Você não tem 75 anos de vida, você nasceu a umas 15 linhas atrás!
– Que seja. E pra onde vocês estão indo?
– Ele disse que tinha um jeito de sair daqui desse mundo e se encontrar com o seu Criador.
–O único caminho que você vai poder seguir quando sair desse lixão é a Avenida Brasil***, e vocês não parecem preparados para ela, fora que terão de passar por Nilo antes disso.
– E teria como a senhora nos ensinar suas técnicas? Seria de grande ajuda!
– Hum... Eu não sei, estou ficando velha, ando dormindo cada vez mais...
– Pense bem, se nos ensinar não vamos só livrar a senhora do Nilo, mas também libertar todas essas crianças desse lugar horrível.
– É... Eu estou convencida de que pode dar certo, pois bem, começaremos amanha, só me deixa dar uma cochiladinha.


[* Autor do capítulo]
[¹ Coautor]

* Quando eu falo anão não e a porra de um humano pequeno não, é um dwarf msm, baixinho, troncudo, dois machado na mão e gritando pra você – Bring your pretty face to my axé!¹
¹ Não, vocês não leram errado. O anão quer mesmo curtir um pouco de Claudia Leite.








** E o pior e que a sua tia velha não entende quando você ri do jeito que vc ri com seus amigos, ela pensa que você esta falando chinês ou sei la o que, e ai você é obrigado a rir com rsrs, ou um haha, e porra que risada brochante viu.
² Bata com a cara no teclado, o que sair, com certeza é melhor que “Hahaha”



*** Oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi?
É para quebrar Kuduro, vamos dançar Kuduro
Oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi?
Seja morena ou loira, vem balançar Kuduro
Oi, oi, oi?
³Estou imaginando a cara de Fabrício, ao fim do capítulo, ficando preta e branca com luzinhas de avenida piscando ao fundo.


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Notas finais do capítulo

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