Por onde você andou, Miles Foxx? escrita por Lord


Capítulo 31
Mantenha-se calmo.


Notas iniciais do capítulo

Menines do meu coração eu to muito rápido nos capítulos.
Titio ama vocês.



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Miles me encarou por um minuto inteiro antes de falar qualquer coisa.

– Já falei que eu te amo? – Ele perguntou fazendo a maior cara de meigo.

Eu ri, um gargalhada forçada. Por fora eu estava rindo, mas por dentro eu queria quebrar o gesso da minha perna na cabeça daquele desgraçadinho. Não só pelo fato de estar me decompondo de raiva, mas pelo fato que eu queria acreditar nele, afinal, eu ainda sentia algo muito forte por ele. Mas o universo me fez um garoto muito, mas muito orgulhoso.

– Qual é o seu problema? – Perguntei. – Miles você não percebe que você me fode todas as vezes que você fala sobre a gente? Cara, a gente se pegou várias vezes, mas você nunca deixou um relacionamento ou alguma coisa assim acontecer. Então você decide ser o maior otário e dizer que me ama.

Ele fez a cara mais estranha do mundo. Primeiro ele ficou surpreso, depois ele quis chorar e por ultimo ele sorriu.

– Você é tão fofo que eu estou com uma incrível vontade de transar agora mesmo. – Como sempre ele ignorou tudo que era importante.

– Transe com o Mike. – Falei irritado.

– Como o Kyle consegue ser tão fofoqueiro? – Ele rolou os olhos. – É, eu transei com o Mike e você transou com o meu irmão, acho que as coisas estão empatadas.

– Você não odeia o Kyle. – Resmunguei.

– Você odeia o Mike porque você me ama. – Ele sorriu.

– Não amo.

– Ama sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não. – Eu já estava perdendo a paciência.

– Diz que me ama.

– Não, porque eu não te amo.

– Diz.

– Como você consegue ser tão insuportável? – Perguntei.

– Eu quero ouvir “Miles, eu te amo tanto que até te odeio”. – Ele sorriu.

– Miles, eu não te amo, você é um idiota que fode tudo.

– Estou esperando. – Ele sorriu ainda mais.

– Espere sentado.

Como era de se esperar, ele não sentou. Miles Foxx começou a saltitar pelo quarto. Ele saltitava como se fosse a Chapeuzinho Vermelho. Ia de um lado para o outro com o maior sorriso no rosto.

– Para. – Eu falei irritado. – Miles, eu não estou sentido minhas pernas, isso é maldade.

– Eu ouvi um “eu te amo”? – ele parou por um segundo.

– Não.

– Nossa, que pena. – Ele voltou a saltitar.

– Eu te amo, agora pare. – Quase gritei.

Miles sorriu com ar superior.

– Eu só falei para você parar.

– Leonard, você sabe que eu ia ficar cansado, não é? – Ele riu.

Isso me deixou realmente frustrado. Eu poderia fechar os olhos e ignorar ele por algum tempo e logo ele pararia. Por que eu não tenho raciocínio rápido?

Fechei os olhos como se adiantasse de alguma coisa. De certa forma adiantou quando eu senti os lábios de Miles. Meu Miles, eu sentia tanta falta dele. Sim, eu amava ele. Foi como se recuperássemos todo o atraso. Vários beijos e nenhuma palavra. Apenas ficamos ali.

– Bem, agora eu quero sanar uma dúvida. – Miles disse colocando a mão por baixo do cobertor. – Você consegue sentir?

– Miles o que você... – Arregalei os olhos. – Miles, não!

– O que foi? – Ele riu. – Qual o problema?

– Meu pai é o meu médico, ele pode abrir a porta e... – Ele tinha as mãos mágicas. – Não para.

***

Miles acabou indo embora depois do seu trabalho manual. Então eu fiquei sozinho com Kyle. Kyle tinha dois extremos, não falar e falar até minha cabeça doer. De certa forma eu estava feliz por ele não calar a boca e tornar tudo menos entediante.

O estranho era que isso mudava várias vezes em momentos aleatórios. Nós estávamos conversando sobre algum livro e ele simplesmente virava e parava de falar, depois eu estava dormindo e ele me acordava para conversar. Kyle estava diferente. Algumas vezes ele era o Kyle que eu conhecia, outras vezes ele era alguém completamente novo.

– O que você faria se tivesse dois pênis? – Kyle perguntou depois de quase uma hora desde que a ultima pergunta havia sido feita.

Estávamos jogando um jogo que ele havia criado. Basicamente ele criava situações impossíveis e perguntava o que eu faria, algumas vezes as coisas eram engraçadas, outras não faziam sentido nenhum.

– Um seria seu e o outro do Miles. – Respondi. – O que você faria se fosse rico e só pudesse comprar casas?

– Bem, eu não sei. – Ele respondeu rindo. – Mas, se fosse o Miles ele provavelmente compraria a maior casa do mundo depois fugiria dela.

Eu ri também.

– Eu compraria casa para as pessoas sem um lar. – Respondi.

– Está quase na hora de trocar o soro. – Kyle me olhou. – Sabe de quem é a vez?

– O enfermeiro gato?

– O enfermeiro gato.

Infelizmente não foi o enfermeiro gato. Uma enfermeira gorducha e sem nenhuma simpatia trocou os soros e deu os comprimidos. Mesmo estando com as duas pernas quebradas eu parecia estar melhor que Kyle. O garoto estava mais abatido que o normal, não comia nada e parecia estar sofrendo muito por não poder andar.

– Você achou que ia morrer? – Ele perguntou depois de muito silêncio. – Digo, quando o carro ficou de cabeça para baixo e eu estava desmaiado.

– Não fiquei acordado por muito tempo, mas foi assustador. – Respondi.

– Leo, eu não consigo lembrar de nada que aconteceu ontem. – Ele respondeu. – A ultima coisa que eu consigo lembrar é que o gato arranhou o Miles algum tempo antes de eu ir dormir.

– Kyle, isso já faz uns três dias. – falei assustado.

O garoto não disse mais nada.

Acabei pegando no sono e sonhando que eu estava outra vez no carro, mas agora ele não parava de girar. Eu estava assustado e enjoado, mas acabei ficando ainda mais assustado quando Kyle me acordou aos gritos.

Olhei para a cama do lado e encontrei o garoto completamente encolhido segurando a cabeça com força. O corpo pequeno de Kyle tremia com tanta força que eu conseguia ver mesmo no quarto escuro. Tentei sair da cama, ideia horrível. Acabei caindo no chão.

Eu não conseguia me levantar e Kyle estava gritando cada vez mais alto. Os gritos de Kyle estavam me deixando desesperado, tão desesperado que eu tentava me arrastar até a cama do menor, mas não conseguia.

Depois de alguns segundos que pareceram horas alguém acendeu a luz.

– O que está acontecendo? – a enfermeira gorducha perguntou.

– Ajude ele! – Gritei, nesse momento eu já estava chorando.

Outros enfermeiros entraram no quarto. Alguém me colocou de volta na cama enquanto tentavam acalmar Kyle. Meu pai surgiu um minuto depois.

– Leo, fique calmo. – Meu pai disse, mas ele não estava calmo.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu tenho outra Fic chamada Heroes, alguns sabem e outros não. Bem, como eu amo muito todos os meus personagens, principalmente o Kyle e a Freya (sim, os secundários,sou desses), acabei tendo que fazer os personagens das duas histórias se encorarem. Vou deixar o link aqui, podem dar uma lida se quiserem. Ela se passa alguns meses no futuro, mas não vai ter nenhum spoiler.

https://fanfiction.com.br/historia/645369/Heroes/



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