Depois de saírem voando pela janela noite adentro, eles literalmente entraram em uma das estrelas do céu. Um clarão surgiu e logo depois uma floresta abaixo deles.

– Bem vindos à Terra do Nunca, meu lar!– Peter gritou mais a frente enquanto parecia procurar algo por entre as árvores - E é aqui que descemos!

Kurt e os irmãos Anderson voaram baixo se metendo entre as árvores e plantas até pousarem em frente a uma pequena cabana feita de galhos e uma porta de folha de bananeira.

– Entrem, parece pequeno por fora, mas por dentro é bem maior! Ah, e cuidado com o degrau…

Kurt entrou e sumiu, Cooper olhou confuso para Blaine que apenas deu de ombros e decidiu seguir Peter. Assim que abriu a porta, ele pisou em falso e caiu no buraco dentro da cabana. Cooper só ouviu o grito do irmão do lado de fora e correu pra ver se estava tudo bem, mas ao correr acabou escorregando e caiu também logo em seguida.

– Eu disse pra prestar atenção no degrau…

Peter estava jogado numa espécie de trono rindo enquanto observava seus novos hóspedes tentando se levantar do chão.

– Agora entendi o degrau…– Cooper disse esticando as costas.

– Nossa isso aqui é enorme! Incrível!

Blaine estava impressionado pelo lugar e sua decoração, toda feita de partes de árvores, cipós e flores. Era realmente simples e encantador.

– Ah sim, quero que vocês conheçam meus meninos perdidos!– Kurt emitiu um forte assobio - Meninos perdidos apareçam!

De repente foram aparecendo alguns meninos, um a um saindo dos lugares onde Blaine e Cooper jamais imaginariam. Ao todo eram cinco meninos, casa um com uma característica diferente.

– Pai, você voltou!

Um dos garotos exaltou e correu em direção a Peter que estava esperando de braços abertos, logo os outros meninos também se juntaram a ele num grande abraço.

– Sentimos sua falta!

– Pai?– Cooper perguntou curioso.

– Eles me chamam de pai porque sou o mais velho, além de cuidar e alimentar eles. Então eles me enxergam como uma figura paterna.– Kurt deu de ombros - Bem, vamos às apresentações! Quando eu chamar, levantem o braço!

Os meninos viraram para Coop e Blaine enfileirados esperando ser chamados por Kurt que voltou a deitar no trono.

– Finn!– O menino mais alto levantou o braço dando um sorriso sem jeito - Tem sete anos e é um pouco tímido, mas é um ótimo menino. Tem um coração grande, assim como ele.

– Puck!– Um garotinho de moicano com cara de invocado levantou o braço - Tem sete anos também, é valente e tem essa cara de mal, mas no fundo é um doce.– Puck agora cruzou os braços, detestava quando Pan dizia isso.

– Sam!– Agora era um loiro de boca grande que levantou o braço com um enorme sorriso - Seis anos, tem essa boca enorme, mas não precisam se assustar, ele é inofensivo. E também é o mais, digamos desligado da turma. Depois vocês vão saber por quê.

– Mike!– Um garotinho de olhinhos puxados levantou o braço - Cinco anos, é calado quase não fala, mas vive dançando por aí. Se dançar é o jeito dele de falar, então ele é um tagarela!

– E por fim, Jesse!– um garoto de cabelos castanhos e ar um pouco prepotente levantou o braço - Tem sete anos, tem esse nariz empinado, mas é um bom garoto. Mesmo sendo um pouco dramático demais às vezes.

– Meninos, esses são Blaine e Cooper Anderson. Deem as boas vindas a eles!

Kurt sorriu para os irmãos enquanto os meninos perdidos corriam formando um grande abraço ao redor deles. Blaine sorriu para os meninos e depois desviou o olhar que acabou cruzando com o olhar de Peter. O moreno instintivamente corou e desviou o olhar para o chão.

– Meninos, Blaine me disse que conhece algumas histórias…

– Sério? Quais?– perguntou Sam com os olhinhos brilhando.

– Cinderela, Branca de neve, por aí…

– Finalmente vamos conhecer o final dessas histórias!– Jesse exaltou.

– Blaine, você pode ser nossa mamãe?

Mike perguntou em sua pura inocência e Blaine quase engasgou com a pergunta. Cooper olhou pra Blaine querendo rir da cara que o irmão tinha feito e Kurt começou a gargalhar jogando a cabeça pra trás.

– Olha, se o Blaine aceitar…– o moreno ficou mais pasmo ainda com a declaração do castanho - Pra mim, seria uma honra tê-lo me ajudando a cuidar de vocês.

– E-eu não posso ser mãe de vocês…– as crianças ficaram tristes - Mas é porque eu não sou uma menina para ser mãe e como vocês já têm um pai, eu posso ser um tio?

– Você ainda vai nos contar histórias?

– Claro que sim, quando quiserem!

– Então tudo bem!

As crianças ficaram felizes e começaram a pular comemorando, mas Kurt torceu o nariz pra ideia de Blaine ser apenas um tio para as crianças. Quer dizer, claro que Blaine não seria a mãe, como ele mesmo explicou, ele não era nenhuma menina. Kurt na verdade estava confuso, depois daquele sentimento de frustração pelo moreno não ter aceitado ser mais que um simples tio para as crianças.

– Pai? Papai?

– Oi, o que foi Finn?

– Eu estava perguntando se podíamos levar o Tio Blaine e Tio Cooper pra conhecer a floresta e depois passar na cachoeira…

– Ah claro, pode sim! Sininho se importa de ir com eles? Preciso resolver algumas coisas por aqui…– a fada deu de ombros e se sentou no ombro de Finn - Qualquer coisa, peça pra Sininho vir me avisar!

– Tudo bem pai!

Peter bagunçou os cabelos de Finn que saiu correndo juntando-se aos seus irmãos e seus "tios".

Depois que os meninos se foram, Pan ficou um bom tempo em seu trono pensando sobre Blaine. Algo naquele menino o chamava atenção e Kurt ainda não sabia o que era.

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– Bala de canhão!

Peter surgiu do nada no alto de uma palmeira que ficava na margem da cachoeira e se jogou lá de cima na água, molhando todos.

– Os meninos se comportaram bem Tio Blaine?

– Sim, Kurt…

– Peter, meu nome é Peter Pan…

– Oh sim claro, perdão!

O clima de repente ficou tenso entre Kurt e Blaine. Na verdade o moreno chamou o castanho pelo nome real de propósito, já que percebeu certa ironia quando Pan disse "tio".

– Hum, err, meninos o que acham de ir embora com o tio Cooper? Já está ficando tarde não é mesmo?

Cooper foi arrastando as crianças pra dentro da floresta.

– Tio Cooper, eles vão brigar?

– Não Mike, eles apenas precisam conversar sozinhos. Sininho irei precisar da sua ajuda com os meninos, pode vir junto?

A fada bufou, mas seguiu Coop. Ela queria ficar pra proteger Kurt caso ele precisasse.

– O que você tem Peter? Porque disse Tio daquele jeito?

– Eu não disse de jeito nenhum, eu disse normal!

– Ora, você falou carregado de ironias, deu pra perceber!

– Você deve estar ouvindo demais!

– Você não vai mesmo me contar?

– Não, porque não há nada pra contar!

– Tudo bem, vou pedir pra Sininho me levar pra casa amanhã mesmo, tenho certeza que ela terá o prazer em me ajudar.– Blaine passou por Kurt pisando duro - É uma pena, eu pensei que você fosse diferente.