Erwin, antes de tudo eu sinto muito pelos seus colegas, se é que posso chamá-los assim. Sei que pode parecer piada dizer para você se esforçar, mas... Por favor, não cometa mais um erro desses. Você tem que voltar para mim. Eu não me importo se você me contar às coisas que vive nesse lugar. Desde que me conte, me conte desde seus sonhos até a hora que você dorme. Eu quero saber, eu preciso saber de você.

Esse estranho pressentimento que deve estar sentindo pode ser o mesmo que me descreveu quando foi da primeira vez, certo? Seu corpo se acostumou com a calmaria quando voltou, você deve sofrer uma pressão psicológica gigantesca, eu nem sei como descrevê-la aqui; não se preocupe com isso, você tem que se acalmar para fazer seu melhor e voltar logo. Eu quero te abraçar porque sinto que o tempo que ficamos juntos não foi o suficiente para conseguir suportar outra temporada sem você Erwin, eu desejo seus lábios nos meus e a sua respiração. Eu contarei tudo que quiser saber, até o que comi se assim desejar. As coisas no Sina vão bem por falar nisso, uma pequena crise mas o pessoal novo nunca entende as regras direito.

Eu senti sua falta no sábado. Sua madrasta passou por aqui e me entregou aquela torta de chocolate que você gosta, até me ensinou a fazer para quando você voltar. Eu comi aquela coisa sozinho enquanto chorava lembrando do primeiro pedaço que dividimos. Se eu souber que você chora Erwin, eu vou chorar. Temos que aguentar, você mesmo me disse isso. São só seis meses, certo? Logo você volta para a casa.

Sonho todos os dias com essa casa, e com o latido do cão. E você sabe que te faria esfregar todas as suas camisas, minhas unhas não foram feitas para isso e você sabe. Quando você estava aqui eu quase podia tocar esse desejo, e quando o navio sumiu no horizonte eu senti todos os nossos sonhos se desfazerem. Erwin eu tenho medo. Mas eu tenho que me manter firme, sinto que desse jeito eu te dou algum tipo de força. Deve ser coisa da minha cabeça.

Se cuide, eu te amo.