Juliet and Juliet escrita por Joko


Capítulo 4
Abrindo as portas para o futuro.


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Então, espero que tenham gostado do capítulo de ontem e espero que gostem do de hoje também. Dei meu melhor... e até tive ajuda.
A partir de agora... vamos entrar mais no mundo Romeu e Julieta, nesse caso, Julieta e Julieta. ;)
Boa noite.



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Beberiquei da bebida quente novamente olhando ao redor, esperando que Rachel chegasse. Eu já tinha me arrependido de ter ido, me perguntava se ainda tinha alguma mísera dignidade, porque caso eu tivesse, levantaria dali e iria embora.

Sou o ser mais sem ética e moral no mundo todo. Bebi com meus alunos, fiquei de biquíni na frente deles e ainda beijei minha aluna! Eu deveria ter tido bem mais pulso para aguentar aquela situação, mas eu tive? Não.

Eu preciso terminar com tudo isso hoje, nunca mais olhar na cara dela, a não ser que seja em classe. Eu deveria ter resistido, não ter a permitido que me beijasse, mas aquele olhar, o sorriso... a pele dela em contato com a minha enquanto seus lábios se roçavam em nos meus.

Se eu prestasse bem atenção, lá no fundo, eu ainda estava com vontade de beija-la novamente, estava ansiosa não com encontra-la, e sim como que aconteceria nesse encontro. Eu deveria ter observado como eu estava: mãos praticamente quebrando a xicara de tanta força que eu colocava, além de estarem suando; batendo os pés impaciente na cadeira; mordendo o lábio inferior.

Mas eu estava mais preocupada em pensar em como eu faria para acabar com tudo. Talvez eu devesse ter pensado em ter dito “Acabou”.

– Olá, Romeu- ergui o olhar para a ruiva que se sentava na cadeira a minha frente sorrindo- Como foi sua noite? Eu dormi muito bem.

– Rachel- murmurei.

A garçonete se aproximou de nós com seu bloquinho e uma caneta em mãos e sorriu gentil olhando para Rachel.

– Eu quero um cappuccino de chocolate e um pão de queijo, por favor- pediu Rachel. Assim que a garçonete se distanciou ela me encarou- A festa ficou sem graça depois que você saiu... Will e Nico não quiseram mais brincar, Thalia ficou dando a louca com Silena e Clarisse, e todo o resto ficou com seus namorados ou ficantes.

– Eu precisei ir embora- tomei mais um gole do meu cappuccino ao leite ao lembrar que fiquei congelando quando encontrei com Hylla, por causa da neve e por estar molhada- Rachel, por que marcou isso?

– Ué, queria te conhecer melhor. Nos conhecemos apenas uma semana e eu não sei o porque, sempre que ouço sua voz ou te vejo, é como se passasse mil raiozinhos por todo o meu corpo e mil borboletas aparecessem em meu estomago. Fora meu coração, que fica parecendo uma bateria de tanto bater- falou ela rindo- E, bem, você parece ser bem legal.

– Sou sua professora.

– Uma professora de 19 anos não é tão velha.

– Ainda sim professora!

A garçonete voltou e deixou o pedido de Rachel na mesa, logo depois se distanciando.

– Reyna, eu sou lésbica. Minha professora de Latim e História é linda, eu sinto coisas estranhas com ela e então eu a beijo. Meus lábios formigam até agora pedindo por mais. O que posso fazer? Sigo meus sentimentos mais que minha razão.

– Não deveria- murmurei terminando de beber minha bebida- Além disso, como pode sentir tudo isso se nos conhecemos apenas uma semana?

A verdade é que nem mesmo eu sabia o porque de eu também estar sentindo tudo aquilo.

– Não sei... Calypso diria que é destino, mas Annabeth procuraria alguma razão lógica... e provavelmente Silena diria que é amor a primeira vista. Mas eu gosto de pensar que é apenas uma mulher linda que eu conheci e que me interessei.

Revirei os olhos.

– Quanta infantilidade- sussurrei mais para mim, rindo de leve- Diga-me, senhorita Elizabeth, o que te leva a pensar que eu teria algo com você? Nem sabe se sou lésbica, ou se quer se eu me interessei por você.

Rachel abriu um sorriso divertido, sentou na cadeira ao meu lado e começou a se aproximar de mim. Meu coração acelerou, minhas mãos ficaram inquietas no meu colo e eu me senti estranha com o contato da pele de Rachel na minha, era como se eu quisesse mais daquele toque em mim. Queimava.

– Eu sei que gosta de mim- sussurrou Rachel em meu ouvido, me fazendo arrepiar-se- Sei que aceitou meu beijo, que ficou nervosa quanto a ele, e que quer senti-lo novamente. Só pelo fato de você ter vindo hoje, isso não significa algo?

Engoli em seco.

A ruiva sentou-se novamente a minha frente, abocanhou o pão de queijo e logo depois sorriu de canto enquanto mastigava.

O sorriso cresceu em seu rosto ao perceber que eu tinha um leve sorriso nos lábios, esse que nem mesmo eu tinha percebido. Chamei a garçonete.

– Por favor, põe quatro pães de queijo e dois cappuccinos de chocolate para viajem e traz a conta- a garota assentiu e se distanciou. Olhei para Rachel, que me olhava divertidamente confusa- Vamos ao Central Park, vou lhe mostrar algo.

Vinte minutos depois, eu estava caminhando lentamente com Rachel correndo na frente brincando com alguns pequenos vestígios de neve no chão. Sentei embaixo de uma arvore próxima ao laguinho congelado, Rachel se jogou ao meu lado e me encarou sorrindo.

– O que viemos ver?

– Seja paciente, criança- ri lhe passando o cappuccino- Beba, não pode pegar um resfriado e faltar escola.

– Sim, senhora- Rachel riu.

Bebi do meu também e peguei um pão de queijo, comendo-o logo em seguida. Rachel me encarou e abriu uma boca.

– O que?- perguntei.

– Quero um pedaço!

– Do meu pão de queijo?- bradei olhando triste para o meu salgado.

– Sim.

Estendi o alimento na direção dela, que logo deu uma mordida imensa!

Ficamos em silencio dividindo os dois pães seguintes, sobrando apenas um. Quando terminamos, a ruiva se deitou na grama e pôs a cabeça no meu colo, o que me pegou de surpresa. Corei fortemente.

– Você fica muito fofa vermelhinha- Rachel riu- Tudo só por que deitei no seu colo?

– Ni-ninguém costuma deitar no meu c-colo- xinguei por gaguejar. Balancei de leve a cabeça para dispersar aqueles pensamentos- Está vendo aquele prédio- apontei para um prédio alto e velho. Rachel fez que sim com a cabeça- Sabe quem ele é, não é?

– Empaire State- a ruiva riu dando de ombros.

– Isso. Existe um filme chamado King Kong, onde um macaco gigante escala esse prédio.

– Eu sei disso, já vi esse filme algumas vezes por sinal...

Eu ri.

– Nesse filme, aparecem dinossauros e bichos gigantes. Mas, essa não é a questão. Em um momento do filme, pode se ver muito bem o Imperialismo, mas se pode ver ainda melhor... o amor.

– Pensei que fosse falar de história.

– Não falo do amor da mulher pelo macaco, ou do macaco pela mulher. Falo do amor de um dos caras pela história, de outro cara pela ganancia. Não entende... é um filme muito mais histórico do que ficcional.

Rachel sentou e me encarou sorrindo.

– Você é uma caixinha de surpresas, sabia?

A garota sentou em meu colo, virada para mim e colou nossas testas, levantando de leve meu queixo para que eu pudesse encara-la. Minhas bochechas começaram a queimar, meu coração falhou uma batida para logo depois disparar, minhas mãos se fecharam cravando as unhas na palma delas.

Rachel tirou uma mecha de cabelo meu que caía sobre meus olhos e a pôs atrás da minha orelha; os olhos verdes olhavam profundamente os meus, como se tentasse me decifrar; a boca rosada entreaberta; a respiração acelerada. Eu podia jurar que estava ouvindo o coração dela bater.

Neguei com a cabeça.

– Não posso, Rachel. Sou sua professora, sou mais velha que você e ainda por cima sou uma completa estranha.

– Eu não me importa se é minha professora, se é mais velha que eu e nem se é estranha. Para mim você é linda, e é isso o que me importa- ela começou a se aproximar.

– Rachel... por favor, não.

– Romeu, fomos feitas uma para a outra. Qual o problema? Além do mais, isso pode ficar só entre nós se quiser... sem mais ninguém saber.

Afastei-a de mim, após junta o máximo de energia possível, e a encarei nos olhos, ainda segurando-a pelos ombros.

– Ficará só entre nós? Como um segredo?- questionei.

Rachel sorriu de canto.

– Como você quiser, contanto que eu possa ficar perto de você e possa te beijar... por mim está ótimo- ela falou.

– Então... não contaremos a ninguém- cedi.

Segurei com uma mão as pernas de Rachel e as costas dela com a outra mão, deitei-a no chão e fiquei em cima dela. Aproximei meus lábios de seu ouvido e calmamente sussurrei:

– Será nosso segredinho.

– Ah, pare de me torturar!

Então Rachel puxou meu rosto e me beijou. Um beijo urgente, para deixar claro.

Talvez não fosse tão mal assim ficar com a minha aluna... mesmo ela tendo 17 anos e ainda estando no colegial. Mas eu precisava saber mais dela... precisava também entender o que era aquilo que eu estava sentindo e admitir aos meus pais como eu me sinto.

Meus pais... eles iriam me matar!

Mas tudo o que precisava naquele momento era curtir o beijo de Rachel.

– Aquele foi meu maior erro... ter cedido a você- murmurei puxando-a para mais perto de mim, encaixando seu rosto em meu peito- Você vai ficar bem... eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã com mais um capítulo.
Espero que tenham gostado...
Bye.



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