Juliet and Juliet escrita por Joko


Capítulo 3
Meu passaporte para o inferno ou paraíso?


Notas iniciais do capítulo

É isso ai gente, voltei.
O capítulo hoje foi bem eu... porque bebi hoje mais cedo e acabei acordando só para fazer o cap.
Amo vocês e vou amar quando aparecerem.



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Estacionei o carro e desci.

Que ser é expulso da própria casa só por que alguns caras chegaram? Eu! E ainda por cima, fui expulsa pela minha própria irmã. Tudo por que? Porque os playboys amigos dela chegaram lá e meu pai vai aproveitar para pedir voto- coisa que eu não faço, votar nele.

Adentrei a cafeteria e sentei-me à mesa mais distante possível de todas aquelas pessoas, eu precisava trabalhar, precisava de silencio. Entretanto, fiquei perto da vitrine, o que quer dizer que apenas fiquei longe das pessoas e embaixo do ar-condicionado.

Peguei os cadernos e uma caneta, começando a anotar o que eu iria fazer para as aulas da semana que vinha. Eu realmente não sabia nada de como fazer, já que estudei no exercito desde os meus cinco anos de idade- e a faculdade militar também não é assim tão divertida. Resolvi, então, que faria trabalhos, brincadeiras e jogos. Latim e História são matérias difíceis de se entender, principalmente quando se é um adolescente de 17 anos querendo curtir os últimos momentos como uma estudante de colégio.

– Deseja algo?

Ergui os olhos na direção da garçonete. Na verdade, tudo o que eu queria era uma cama e dormir, mas eu precisava fazer aquilo, já que no domingo não teria tempo. Sendo assim, sobrou para hoje.

– Não, por enquanto não. Obrigada- respondi gentilmente.

A garota sorriu e se distanciou.

Não demorei nem cinco minutos olhando para aqueles papeis, logo senti uma mão fria tocar meu ombro, meu coração acelerou ao sentir aquele cheiro diferente de tinta com perfume barato.

Encarei a mão e a segui até encontrar as orbitas verdes com um sorriso enorme.

– Professora Reyna- Rachel puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado- O que faz sozinha em uma cafeteria?

– Digo o mesmo- respondi voltando minha atenção para o caderno, mas ainda prestando atenção na ruiva- Como você está?

– Eu estou ótima. Na verdade, estou indo encontrar com o pessoal, passei aqui em frente, te vi e resolvi entrar- a mão de Elizabeth puxou meu queixo de leve sorrindo brincalhona- Quer vir? Vai ter cerveja de qualidade, e eu juro que não vai precisar me carregar, Romeu.

– Por que me chama de Romeu?- murmurei revirando os olhos- Sou a professora de vocês, não ficaria bem eu entre vocês. Divirtam-se.

Rachel bufou.

– Não vou te chamar de professora, então. Vai ser Reyna, ou Romeu, e o pessoal já até concordou- ela virou a tela do celular para mim mostrando uma conversa com todo mundo concordando de ela me levar- E com você lá, Annabeth não será a única sabetudo- ela riu.

Neguei com a cabeça.

– Senhorita...

– Rachel, pelo amor de Deus, apenas Rachel.

– Ok, Rachel- aproximei-me dela- Eu não posso interagir desta forma com meus alunos, é contra minha ética e seria demasiadamente vulgar eu beber com vocês.

– Mas você já bebeu uma vez, ontem na verdade- Rachel sorriu fazendo uma carinha de cachorrinho que caiu da mudança- Vai, por favor!

Dez minutos depois, eu estava parada embaixo de uma arvore segurando a mão de Clarisse sorrindo desafiadora enquanto vários alunos vibravam ao nosso redor. Guerra de braço- ou é queda de braço? Não lembro o nome. Nunca gostei muito disso, mas quando disse que estudei em um colégio militar, cercada por garotos... eles simplesmente surtaram e berraram- literalmente- que eu fizesse isso com Clarisse.

Rachel estava atrás de mim, dando risadinhas de animação e vibrando vez ou outra com os outros jovens. Devem ter uns dez jovens aqui, apenas eu com mais de 18- ou seja, legalmente, nem eu tenho idade para beber-, e nenhum deles está se importando em ser pego bebendo. Se bem que estamos na casa de Percy, eu provavelmente sou a única professora dele que já veio aqui, eu acho.

Ouvi um “VAI” vindo de Thalia. Pus só um pouco de força, para ver se Clarisse estava mesmo pondo força. A resposta era: sim, ela estava pondo força. Eu não sou mulher de perder, ainda mais para uma adolescente de 17 anos. Então, obviamente, coloquei toda a minha força e, aos poucos, fiz Clarisse me olhar surpresa ao vence-la.

Ai foi que os garotos gritaram mesmo.

– Você tem que me ensinar esse treinamento do exercito- falou Clarisse abrindo um largo sorriso- Vou querer revanche.

– Pode deixar- sorri divertida.

Rachel segurou minha mão e sorriu para mim, comemorando.

– Cara, você é incrível- e ela me abraçou- Vem, vamos todos para a piscina. Você não tem biquíni né? Ok, Thalia te empresta um e...

– Hey- interrompi-a- Não vou tomar banho de piscina de biquíni na frente dos meus alunos. Que moral eu teria depois?

Nico se aproximou e me abraçou pelos ombros abrindo um largo sorriso. Will veio logo atrás dele, segurando duas cervejas.

– Você vai ficar, Rey. Os garotos daqui todos tem suas namoradas, exceto eu e Will, mas sabe como é, né?- ele gargalhou e olhou para Rachel- E Rachel também. Ela é só, mas ela é porque é uma gay com vergonha.

Rachel deu língua para ele.

– Não vou beijar nenhuma garota daqui, ok? Estou feliz sozinha.

– Ahan, sei- concordou Nico rindo.

– Ao menos você sabe do que estamos falando desta vez, Rachel- Will riu junto de Nico.

Rachel corou enquanto eu ficava com cara de confusa.

– O que?

– Nada. Vem, deixa esses dois baldes ai e vamos encontrar um biquíni para você- Rachel saiu me puxando escada acima enquanto Nico e Will se matavam de rir- Idiotas- murmurou ela.

Em um quarto, Rachel entrou em um closet e pegou um biquíni roxo com uma presilha de cada lado de enfeite, tanto na calcinha quanto no sutiã. A ruiva me empurrou para o banheiro e disse que eu podia me trocar lá. Estava fazendo um frio e nós estávamos mesmo indo para piscina? É definitivo, tinha algo de errado comigo.

Assim que terminei de vestir o biquíni, pus minha blusa e então sai do banheiro. Rachel estava de biquíni bebendo na boca da garrafa de cerveja enquanto olhava os CD’s que tinham ali.

Paralisei.

Rachel tinha a cintura muito bem feita, uma bunda de dar inveja em muitas mulheres por ai e eu nem vou falar do resto, porque se não passaria horas falando. Ela era simplesmente linda.

– Ah, que bom- ela se virou para mim me tirando do transe- Deu em você?

– D-deu- concordei engolindo em seco.

– Ótimo. Agora tira a blusa e vamos.

– É-é que eu estou com um pouco de frio... acho que vou ficar com a blusa me-mesmo- xinguei-me mentalmente por ter gaguejado.

Rachel riu e caminhou na minha direção. O biquíni verde estava lindo nela- e não era um biquíni vulgar de fio dental, era um biquíni bonito e que não precisava entrar na bunda!

A ruiva segurou minha mão e sorriu de canto.

– Vamos, não está tão frio hoje. Vai ficar tudo bem.

Engoli em seco e assenti. Dei as cotas para Rachel e tirei a blusa, ficando apenas com o biquíni. Olhei-a e dei um sorriso, tentando esconder o quão envergonhada eu estava e o esforço que eu fazia para não corar.

– Perfeito. Agora vamos- Rachel me puxou novamente, mas desta vez para fora do quarto- Thalia mora aqui com Percy, ela e o irmão vieram morar com o tio depois que ela brigou feio com mãe, Hera, e Zeus, o pai deles, disse que não poderia viver com as brigas delas. Então Thalia veio morar aqui e Jason não quis ficar em casa, veio atrás da irmã. Acho que tia Sally gosta dessa casa cheia de gente, porque ela nunca liga quando estamos aqui.

Rachel parou no meio da sala e sorriu para mim.

– Quer uma cerveja? Para esquentar o corpo.

– Irônico, já que cerveja só é boa gelada- murmurei- Tem algo mais forte?

A ruiva gargalhou.

– Você é das minhas. Vem, vamos abrir uma Ypioka, internacional é sempre bom.

Uma hora depois, eu e Rachel estávamos bebendo na boca da garrafa da terceira Ypioka que dividíamos, dançávamos feito duas loucas no meio de todos aqueles adolescentes ao som de Avenged Sevenfold, mais especificamente A Little Piece Of Heaven. Eu daria tudo para me ver em terceira pessoa, mas era quase impossível.

Virei a garrafa mais uma vez na minha boca, mas não tinha mais nem uma mísera gota. Olhei para Rachel.

– Ai, Julieta, a Ypioka acabou- falei.

– Vamos pegar mais ué.

Rachel me puxou tombando. Estávamos molhadas por causa do banho na piscina, e estávamos tentando nos equilibrar enquanto andávamos quando sóbrias, imagine agora. Chegamos à pequena colmeia do senhor Jackson- e com pequena quero dizer quase um bar- e percebemos um fato importante que poderia mudar minha vida para sempre: a Ypioka estava na entrada mais alta, o que quer dizer que alguma de nós teria de se pendurar em algum lugar para pegar.

– Eu pego- falou Rachel sorrindo- Só subir na cadeira em pegar.

A garota pegou uma cadeira, equilibrou-se nela e subiu. Até ai tudo bem, o problema foi depois. Ela pegou a garrafa e a olhou dentro, então me olhou fazendo um biquinho divertido.

– Não tem mais.

– Pega outra coisa então- falei dando de ombros.

Isso, Reyna, fode logo com tudo!

A ruiva obedeceu, o problema é que ela pegou um Saquê e pulou comemorando que tinha o litro cheio. Então, pare e pense: uma garota que já não tem a coordenação motora das melhores, bêbada e molhada pula em uma cadeira de plástico já com uma poça de água, o que acontece?

Rachel tropeçou nos próprios pés- não foi nem na cadeira nem na porcaria da poça de água na cadeira-, e caiu para frente. Mas por sorte ela encontrou algo para afofar sua queda. Para o meu azar, esse algo era o meu corpo.

– Ai- murmurei. Olhei-a preocupada- Você está bem?

A ruiva me encarou e sorriu travessa.

– Salvei o Saquê- ela mostrou a bebida inteira, sem arranhões- Posso te fazer uma pergunta?

– Po-pode- respondi sentindo nervoso por a pele dela estar tão perto da minha, estarem em um contato nada legal.

– Seria contra a sua ética... beijar sua aluna?

Paralisei sentindo o sangue parar correr pelo meu corpo e o ar sumir de meus pulmões. O que foi que ela disse?!

– E-eu sou sua pro-professo-sso-ssora, Rach-chel. Não posso... não posso...

– Bem, você não... eu posso.

– Rachel, eu não posso. Sou sua professora, isso seria contra toda e qualquer regra e ética que um ser poderia ter- murmurei.

– É só um beijo- Rachel riu e começou a se aproximar- Ficará apenas entre nós.

Então Rachel sentou na minha barriga, debruçou-se e suas mãos se juntaram as minhas. Então, ela fechou os olhos e eu fiz o mesmo.

Lábios quentes, macios e estranhamente com gosto de chocolate tocaram meus lábios. No inicio, só se roçaram. Acho que esperando que eu impedisse, mas como não fiz- estava em choque-, aquilo passou para um selinho e então se aprofundou para um beijo cinematográfico (ou seja, sem língua) e então um beijo de verdade.

– Valeu a pena não beber nenhuma daquelas goladas de Ypioca- falou Rachel sorrindo- Amanhã, Reyna, te encontro na cafeteria.

A ruiva piscou, ficou em pé, me ajudou a levantar e então saiu me puxando na direção de onde os outros estavam. Eu não conseguia demonstrar nada. Ela disse “não beber nenhuma golada”? Quer dizer que ela está sóbria?

– Reyna- olhei para trás vendo Sally- Tem uma moça lhe telefonando pelo seu celular.

Esbugalhei os olhos.

– Hylla, merda! Só um minuto, Sally, obrigada por me avisar.

Corri até Rachel.

– Rachel- ela me olhou sorridente engolindo algo- Eu tenho que ir. Marquei de encontrar com minha irmã e me esqueci completamente.

– Ok, mas amanhã vai para a cafeteria, né?

– Olha, Rachel, nós não...

– Eu te espero lá amanhã. Eu pago o café.

– Mas...

– É melhor ir, sua irmã está lhe esperando.

Bufei. Ela tinha razão.

– Estarei lá. Vou deixar o biquíni no quarto- então me virei e corri para o quarto de Thalia.

Meus lábios ainda formigavam com o beijo, ansiavam por mais daquela experiência. Mas por que?

Deus, o que é que eu estou fazendo?! O que essa garota está fazendo comigo?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até amanhã com mais um capítulo novinho em folha.



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