Juliet and Juliet escrita por Joko


Capítulo 26
E eu dou um passo a mais!


Notas iniciais do capítulo

Oioioioioi.
Espero que gostem do capítulo e boa noite.



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Encarei-me novamente no espelho dando uma volta de 90 graus para me ver. Até que não estava tão mal. A saia com girassóis como estampa- no fundo azul marinho, quase preto- cintura alta tinha ficado bom com a blusa de alcinhas branca por dentro dela, a jaqueta do time do colégio ia até quase depois do fim de minha bunda. Estava de tênis, saltos não eram comigo, nunca foram.

– Está bom mesmo?- perguntei encarando Hylla e Ártemis jogadas em minha cama.

– Eu acho que deveria por um salto, ou uma sapatilha- sugeriu Hylla.

Revirei os olhos.

– Por está tão nervosa? É só um jogo- questionou Ártemis brincado com uma mola que ela encontrou na casa dela.

– Por que, querendo ou não, é o primeiro encontro descente que eu e Rachel vamos ter. O cinema não conta, muito menos aquele fatídico dia no parque. Isso será... um momento importante- falei pegando uma mochila mais arrumadinha e pondo algumas coisas lá- Depois do jogo, vou leva-la para jantar e então iremos dar uma volta no Central Park.

– Uuuuh, gostei disso- interessou-se Hylla vindo mais para perto da cama.

– Ainda não entendi... se vai só pedi-la em namoro, coisa que já estão fazendo, por que tão nervosa? E eu acho que os outros encontros foram ótimos, eu e Zoe não tivemos um que não fossemos para a minha casa e...

– Ok- interrompi a narração de Ártemis- Não preciso saber disso... mas a questão é que eu darei um passo em nossa relação, Art, e eu estou nervosa com isso!

– Bem... você comprou uma aliança de compromisso ontem para ela, hoje irão em um encontro com direito a jantar e passeio ao parque, está nervosa porque dará um passo a mais...- Ártemis esbugalhou os olhos pulando da cama e se jogando em mim, literalmente. Fomos as duas ao chão- Vai pedi-la em casamento?

– Primeiro... Ai- murmurei tirando-a de cima de mim e ficando em pé- Segundo... mais ou menos.

– É, ela vai- confirmou Hylla- Mas antes irá contar que está alugando um apartamento em Manhattan perto do centro.

– Aí- a ruiva ficou em pé- Nem me conta mais as coisas, né Rena?

– Reyna, Art. REYNA!- corrigi irritada, o que fez elas rirem e eu revirar os olhos- Eu ia te contar, ruiva, mas convenhamos que você não é a melhor pessoa para guardar segredo e eu precisava contar primeiro para Rachel.

– Ok, só perdoou porque é a mini eu.

– Ainda não entendi por que mini você- comentou Hylla.

Dei as costas para elas indo em direção ao meu closet, peguei minha carteira secreta e peguei meu cartão, pegando também dinheiro e mais algumas coisas. Quando voltei, Hylla estava gargalhando enquanto Ártemis estava com a cara enfiada em um travesseiro murmurando coisas como “Eu sou uma péssima namorada”.

– Tenho que ir- as duas me olharam- Estou atrasada... desejem-me sorte, puellae.

– Quem?- perguntaram as duas confusas.

Revirei os olhos.

– Meninas- traduzi.

– Ah. Boa sorte- responderam as duas com os polegares para cima e sorrindo animadas.

Vinte minutos depois, eu estava estacionando na minha vaga de professora no colégio. Primeiro, eu passaria na minha sala para pegar a fixa de Rachel, Percy, Thalia, Nico e Will. Eu precisava resolver umas coisas na fixa deles, e então eu poderia ir para o ginásio juntos dos outros.

Rachel não iria fazer parte das líderes de torcida, ainda era recente demais e o pequeno corte que fizeram na barriga de minha ruiva ainda estava cicatrizando. Ontem, conversei com ela sobre filhos... e nós duas concordamos que, quando fosse a hora certa, decidiríamos o que vamos fazer. Falei para ela que ficaria ao lado dela para o que desse e viesse, não a abandonaria nunca mais.

Adentrei minha sala e peguei os papéis, provavelmente Quíron os deixou lá para mim. A de cima era a de Rachel, que estava mais ou menos assim:

Nome: Rachel Elizabeth Dare

Pais: Richard Edward Dare e Louise Felicity Dare

Nacionalidade: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.

E tinha outras coisas lá também, mas não estava querendo de ler. Apenas peguei tudo e guardei dentro da mochila. Logo depois, saí de minha sala e caminhei apressadamente para o ginásio.

Na grande quadra, vi Rachel e Nico sentados lá no topo com uma mão #1 de espuma, chapéus, cornetas e gritando igual a dois malucos. Nico não jogava, ele diz que o negócio dele com esportes é no máximo surf, queimado e boliche; Rachel foi proibida pelo médico que fazer qualquer atividade que exigisse muito esforço por, pelo menos, duas semanas e fazer papel de líder de torcida se encaixava perfeitamente no quesito.

Eu não pude sentar com eles, tive sentar junto dos professores na mesa de frente para a quadra com água e alguns aperitivos. O jogo seria de basquete, o time era formado por: Percy como capitão e armador, Will e Jason como armadores, Chris e Beckendorf como pivôs. No time das líderes de torcida eram: Silena como capitã, tinha Annabeth, Thalia, Piper, Drew, Clarisse, Rachel- mas não poderia ir- e Calypso.

O jogo correu bem, Percy fez três enterradas no primeiro tempo, Will fez duas cestas de três e Chris quase fez uma cesta de dois. As meninas se apresentaram, no inicio, com a música “We are the champions”, depois com “Shake It Off” da Taylor Swift e então, quando ganhamos, elas usaram a música “It’s my life” para sair.

Aproveitei que todos estavam comemorando com o time e puxei Rachel para fora do prédio. A noite já começava a cair, já devia ser em torno de 19:00- é, estamos mesmo entrando no verão.

– Para onde vamos, Romeu?- perguntou ela animada quando finalmente nos separamos escoradas em meu carro.

Sorri de canto.

– Admiratio, Julieta- brinquei.

– Admitir o que?

Ri pondo minha testa na curva do pescoço de Rachel, fazendo a rir também.

– Quis dizer que é surpresa. Não presta mesmo atenção nas minhas aulas, né?- encarei-a desafiadora.

– Eu não. Você fica andando de um lado para o outro, eu fico coisas melhores para prestar atenção- declarou ela sorrindo divertida.

– Oh, Deus, Rachel- lhe dei um tapa de leve no braço, desta vez, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço- Você é nojenta.

– Eu sei... agora, para onde vamos?

Encarei-a sorrindo divertida.

– Saberá quando entrar no carro, querida.

– Mesmo?

Concordei.

Rachel deu a volta no carro e nós entramos. Mal dei a partida e Rachel já estava perguntando sem parar para onde íamos. Eu a disse que estávamos indo jantar, e não vale dizer que menti para ela, eu disse para onde estávamos indo, só não especifiquei.

– Posso ao menos por música?- perguntou ela monhosa.

Ri assentindo.

Rachel pegou meu Pen Drive e pôs, procurando uma música. Ela encontrou e logo depois abriu um largo sorriso assim que começou a soar a música.

– ISSO! Eu amo essa música- ela aumentou, começando a dançar. Eu gargalhei

That you aregonna save me
Somehow I got a notion
Just a little affection on this cold and windy road
Save me, from a state of unemotion
Just a little affection on this windy road

(Que você vai me salvar
De alguma maneira eu tenho uma noção
Apenas um pouco de afeto nesta fria e tempestuosa estrada
Salve-me, de um estado depressivo
Só um pouco de paixão nesta tempestuosa estrada)

Cantou ela me fazendo rir do jeito fofo dela de cantar tropeçando a letra. Mas logo eu a acompanhei, e depois veio Superhero e então Babylon, e depois outra. Acho que Rachel estava ouvindo muito comigo Edguy, pois todas que cantamos eram deles.

Parei o carro perto de um rio e desci do carro, dando a volta e abrindo para a porta para a ruiva. Ofereci-a meu braço, que foi prontamente aceito. A nossa frente, tinha uma mesa de dois lugares com pratos tampados, um balde com gelo e champanhe dentro e uma vista maravilhosa.

– Uau- murmurou Rachel encarando aquilo surpresa.

– Exagerei?- perguntei fazendo careta enquanto a encarava.

Rachel me olhou com os olhos brilhando e um sorriso enorme.

– Não, meu anjo. Está tudo lindo.

– Ótimo, então sente-se- puxei a cadeira para ela, que sentou-se logo.

Abri o champanhe e pus nas taças, logo depois sentei-me de frente para Rachel, sorrindo.

– Pode tirar a tampa- pedi- Espero que goste, foi a única coisa que soube fazer- fiz uma careta de desculpas, que fez Rachel rir ao ver o macarrão com molho branco por cima- Ok, Hylla e eu. Não somos exatamente perfeitas na cozinha, deu para ela fazer o macarrão e eu fiz o molho.

Rachel provou e depois abriu um largo sorriso.

– Uma delicia- confirmou.

Sorri iniciando a minha alimentação.

Passamos o jantar inteiro conversando sobre várias coisas, até que chegamos onde eu queria: futuro. Coloquei mais champanhe para nós duas e juntei nosso pratos, já que tínhamos acabado.

– Bem- começou Rachel bebendo um gole do champanhe- Eu quero fazer uma família, ter filhos... um cachorro irritantemente fofo que eu terei de brigar com as crianças para cuidarem dele, um gato gordo e preguiçoso que todos ama, apesar de reclamarmos dele. Quero morar em... uma casa, quando tiver filhos, claro, mas antes posso morar em qualquer lugar. E quero ficar conhecida pela minha arte, entende?

O sorriso que Rachel me mandou aqueceu meu coração e novamente senti as borboletas em minha barriga. Assenti.

Nós duas sentamos no capô do meu carro, descalças e enroladas em uma manta que eu tinha levado. Eu a abraçava por baixo do pano enquanto olhávamos as estelas.

– Quer me dizer algo, não quer?

Encarei Rachel, surpresa. Franzi o cenho.

– Como sabe?- perguntei chocada.

Rachel me olhou sorrindo de canto.

– Ah, qual é, Romeu... eu te conheço. Está enrolando para me falar o que quer para o futuro e me trouxe para um jantar tão lindo... o que quer me falar?

Suspirei, dando um beijo na ponta do nariz de Rachel.

– Ok, você venceu- murmurei pegando algo dentro de meu bolso enquanto levantava e pegava mais duas taças de champanhe- Meu futuro? Bem, eu me formo próximo semestre e já tenho duas universidades para começar a dar aula, e não sairei do colégio- virei-me para ela, voltando para o seu lado- Quero um cachorro irritantemente fofo, um gato gordo, filhos...- encarei-a entregando-a a taça- Quero você no meu futuro.

Rachel me olhou confusa.

– Não vou a lugar algum, Romeu...- brincou ela.

Ri pegando a mão delicada de Rachel e pondo a pequena aliança no dedo anelar. A aliança era em ouro branco; quando se encontravam, formavam um lírio na parte de cima com uma pequena pedrinha branca; ao redor dele, tinham alguns desenhos, como se fosse o caule da planta.

Os olhos verdes de Rachel se esbugalharam ao ver o anel, logo depois ela me olhou chocada, mas não sem sustentar aquele sorriso de canto divertido e brincalhão. Os demonstravam que ela queria fazer uma brincadeira, mas não sabia como, pois estava chocada demais.

– Casa comigo, Rachel?- pedi.

Rachel se jogou em cima de mim, abraçando-me pelo pescoço enquanto praticamente gritava:

– Caso, caso, caso! É claro que eu caso!

Gargalhei puxando-a para o meu colo e sorrindo de canto.

– Vamos terminar logo com essa garrafa de champanhe?- sugeri.

– Tenho outros planos- disse a ruiva me roubando um selinho- Vamos embora daqui.

– Espera, tem mais uma coisa- falei quando Rachel começou a ficar em pé. A ruiva me encarou- Eu estou alugando um apartamento em Manhattan, pois o que eu e Hylla moramos será posto a venda. Ela e eu iremos para lá próxima semana, então... eu já estou com a chave.

A ruiva não permitiu nem que eu terminasse de explicar o raciocínio e já pegou nossas coisas, jogando tudo- quase literalmente- no porta-malas do carro. E então, eu dirigi na direção do novo apartamento, mas como era longe, Rachel acabou dormindo. Eu subi com ela no colo e deitei-a na única coisa que tinha no apartamento, o colchão. Enrolei-a com a manta e deitei-me ao seu lado sorrindo entrelaçando nossas mãos.

– Boa noite, minha princesa- murmurei antes de fechar os olhos e pagar no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até amanhã e curtam a vida noturna.



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