Juliet and Juliet escrita por Joko


Capítulo 27
Eu tenho vista, noiva, irmã... mas não tenho mãe.


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi.
Boa noite, espero que gostem do capítulo de hoje... até amanhã.
Boa leitura.



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Senti leves toques em meu rosto. Sorri de canto ao sentir aquele toque suave tirar alguns fios de cabelo de meu rosto, depois um leve beijo foi depositado no canto de minha boca e outro em minha bochecha.

– Está na hora de acordar, Romeu- ouvi a voz de Rachel invadir meu ouvido esquerdo como um eco. Era uma voz suave e gentil, mas sempre acobertando o tom brincalhão- Acho que vou ter apelar para o balde com água fria.

– Estou acordada- murmurei sem abrir os olhos- Faz de novo.

– O que? Ameaçar?

– Não- abri os olhos, dando de cara com um par de esmeraldas lindas me fitando- O beijo.

– Ah... bem, posso pensar. O que acha de antes comermos algo?

– Já com fome, minha noiva? Acho que vou precisar encontrar primeiro minha bolsa e minha carteira- disse eu sentando-me e espreguiçando-me.

Rachel me abraçou por trás.

– Diz de novo- pediu.

– Acho que vou precisar...

– Não isso não, idiota- ela me eu um tapa de leve na clavícula- Antes disso.

Puxei-a para mim, fazendo-a sentar-se entre minhas pernas. Abri um sorriso lhe dando um beijo rápido.

– Minha noiva- repeti. Dei outro beijo na ruiva- Minha- outro beijo- Noiva- outro beijo.

– É assim que eu gosto- murmurou ela rindo- Sabe que está atrasada, certo? A audiência da sua mãe é em duas horas.

– O que?- bradei ficando em pé e começando a correr pelo pequeno apartamento juntando as coisas- Deveria ter me acordado, ruiva!

– Ah, mas você estava tão lindinha dormindo- murmurou a outra de forma manhosa.

Hoje seria a audiência de minha mãe. Ontem de manhã, antes do jogo, foi a de meu pai. Papai foi condenado a prisão perpetua por várias acusações, em 2050 ele poderá recorrer. Os capangas dele, cada um, pegaram 60 anos de prisão.

Eu estava temerosa por minha mãe, pois, apesar de tudo, ela sempre me ajudou quando podia. Ela só obedecia meu pai por mim e Hylla, se não fosse por nós, ela provavelmente teria o largado a muito tempo. Mas não tinha como o promotor não manda-la, pelo menos, para 20 ou 30 anos de prisão por saber de todo o plano de meu pai e não falar para ninguém, o que a tornou cumplice.

Deixei Rachel em casa, ela iria tomar banho e trocar de roupa para, quando eu fosse, passasse aqui para leva-la conosco. A ruiva disse que em todas as audiências fazia questão de estar, pois não só fez parte da história dela comigo, mas também é algo que iria me deixar mal e ela queria estar comigo para me ajudar a superar.

Cheguei em casa em instantes, tomei banho rapidamente e pus uma roupa qualquer que Hylla já tinha separado para mim. Arrumei o cabelo em um coque alto, deixando a franja de fora. Quando estava tudo pronto, peguei minha bolsa e fui de encontro com Hylla, na sala de estar.

– E ai? Como foi o pedido?- perguntou minha irmã arrumando minha roupa.

– Ah... foi bem legal- murmurei.

– Isso não explicou nada- disse ela me fazendo rir- Vai, pequena- Hylla me fez encara-la- Explica como foi ou ao menos me diga o que ela respondeu! Não, a resposta é bem obvia, não dormiu em casa, né safadinha?

Corei instantaneamente.

– Nós jantamos, bebemos do champanhe e eu a pedi quando estávamos olhando as estrelas. Ela aceitou... mas não aconteceu nada, quando chegamos ao apartamento ela já tinha dormido.

– Argh...- minha irmã fez careta chamando o elevador- Sei porque não quer contar... mamãe vai ficar bem, Reyna.

– Mas e se não ficar? Ela é inocente, Hylla!

– Sim, nós sabemos disso... mas o juiz decretará o que realmente é. Mas não se preocupe, Baco irá recorrer caso não a decretem inocente.

Sorri de leve entrando no elevador, que acabara de abrir as portas.

Uma hora depois, eu, Hylla e Rachel estávamos em pé, nervosas, encarando o prédio do tribunal. Tínhamos chegado não tinha nem dez minutos, mas não entramos por dois motivos: nervosismo... e as portas estavam trancadas.

– Vai demorar muito?- perguntou Hylla gritando enquanto batia na porta do tribunal- Aqui fora está quente!

– Ela não vai parar até abrirem, né?- perguntou Rachel aos sussurros para mim.

Ri.

– Sim, ela vai- concordei passando meu braço em volta de seus ombros- Acho que precisamos mesmo de uma sombra...

– Com certeza- concordou ela rindo.

Caminhamos na direção a entrada do tribunal, onde tinha uma sombrazinha. Quando finalmente chegamos, ouvi carros chegando. Olhei para trás vendo duas viaturas chegando seguidas por um corola preto.

Das viaturas, além de dois guardas em cada carro, saiu minha mãe do primeiro. Mamãe estava usando aquele típico macacão laranja de presidiário, o cabelo preso em um coque alto e as mãos algemadas. Do corola, saiu dois homens, sendo um Baco, o advogado de mamãe, e o outro, claramente, era Hermes, pai de Luke.

– Mãe.

Surpreendi-me ao ver Hylla ao meu lado encarando nossa mãe. Engoli em seco enquanto os via se aproximar.

A pequena mão de Rachel se enrolou na minha, encarei-a. A ruiva tinha um sorriso encorajador nos lábios e me deu um selinho antes me puxar para dentro do prédio, já que nós entraríamos antes da “réu” e dos policiais.

Entramos, sentamos e logo a sala se encheu de gente.

Depois de longas 2 horas e 45 minutos, o juiz tomou o veredito. Ele ficou em pé, seguido por todos nós.

Eu tinha deposto ao lado de minha mãe, assim como Hylla, mas tinham outras coisas contra ela, coisas que eu fiquei chocada- que meu pai já tinha matado eu sabia, mas que minha mãe tinha acobertado era outra coisa.

– A ré Belona Avilla Ramirez-Arellano... culpada!- ele bateu o martelinho.

Eu cai na cadeira, fazendo Rachel sentar-se ao meu lado, segurando minha mão e murmurando coisas como: “vai ficar tudo bem” ou “calma, amor”.

– Condenada a 25 anos de prisão em regime fechado. Poderá recorrer em 2018- novamente ele bateu o martelinho e se retirou.

– Mãe!- chamei levantando e correndo na direção de minha mãe, junto de Hylla.

Os guardas não nos impediram de se aproximar, mas também não soltaram as algemas. Eu e minha irmã abraçamos nossa mãe, que tentou nos abraçar, mas estava um pouco difícil.

– Vai ficar tudo bem, queridas- murmurou ela- Logo, logo eu voltarei para casa para cuidar de vocês.

– Nós iremos recorrer assim que puder- avisou Hylla e então sorriu- Mas, Reyna, por que não dá uma boa noticia para mamãe?

Sorri de canto, enxugando minhas lágrimas.

– Eu vou me casar, mamãe- minha mãe abriu um largo sorriso- Pedi ontem Rachel em casamento. E estou alugando um apartamento no centro.

Mamãe enxugou uma lágrima teimosa de meus olhos sem tirar o sorriso gentil e orgulhoso dos lábios.

– Estou tão orgulhosa de você, Reyna- ela olhou para Hylla- E de você também, Hy. Minhas menininhas cresceram... mas não as verei voar.

– Chega- interrompeu o policial- Vamos leva-la para o presidio.

– Espera!- pedi e corri para mais perto de minha mãe, já que o guarda a puxara para longe- Eu tinha que te dizer antes que fosse embora... eu te amo, mamãe.

Mamãe sorriu e me deu um beijo na testa, logo depois, segurando as lágrimas, ela murmurou:

– Eu também amo você, filha.

E então o policial a puxou e a levaram embora. Fiquei parada vendo os policiais a levarem, logo depois pessoas começaram a sair e então ver minha mãe ficou impossível.

Uma mão se encaixou perfeitamente na minha, fazendo-me encarar a dona de tal. Rachel tinha um sorriso gentil nos lábios.

– Vamos visita-la logo, meu amor. Se quiser, amanhã mesmo- avisou ela.

Sorri de canto puxando-a para mim a abraçando pela cintura. Rachel passou os braços em torno de meu pescoço e ficou na ponta dos pés para poder chegar até perto de meu rosto.

– Prometo que não precisará passar por isso novamente, ruivinha- murmurei dando-lhe um selinho.

– NÃO IMPORTA SE VOCÊ TERIA QUE IR PARA O DIABO A QUATRO, EU SÓ QUERO QUE VOCÊ DÊ UM JEITO NISSO, DIABO DOS INFERNOS.

Eu e Rachel nos separamos e olhamos para onde Hylla estava gritando com o pobre Baco enquanto Hermes a segurava pela cintura para não voar de encontro com o pescoço de Baco.

– É melhor irmos, Hermes não aguentará por muito tempo- sugeriu Rachel, me fazendo rir.

Ri concordando com minha noiva. Entrelaçamos nossas mãos caminhando até onde estavam.

Quando a noite começou a cair, eu e Rachel tornamos ao meu apartamento no centro. Eu estava tampando os seus olhos, pois estava a levando para ver uma surpresa que o apartamento tinha e eu não a mostrei ontem.

– Vai demorar muito?- perguntou com as mãos esticadas enquanto entrávamos no quarto em especifico.

– Calminha, apressadinha- ri da pressa dela.

Posicionei Rachel bem de frente para a janela, tirei minha mão de seus e ela estava de olhos fechados. Pus-me ao lado da ruiva e segurei sua mão, logo depois a fazendo abrir os olhos.

Rachel esbugalhou os olhos e então eu percebi algo: os olhos verdes estavam brilhando, não só pelo fato de estar absurdamente feliz e surpresa, mas também porque se encheu de estrelas.

– Reyna isso...

– Sim. Esse é o meu quarto e essa é a vista dele. O que achou?- perguntei jogando-me na cama que eu trouxera pela tarde junto de Luke, Will e Nico.

– É lindo... as estrelas, as constelações. Eu PRECISO pintar isso- ela falou encantada.

Eu ri.

– Pode pintar depois? Agora eu estava pensando em algo como... fotos?!

A ruiva me encarou, caminhou em minha direção e sorriu de canto. A garota andou de joelhos até onde eu estava e sentou-se em minha barriga, debruçando-se até ficar perto o suficiente de meu quarto.

– Tenho outros planos...

– Tenho medo dos seus planos- murmurei.

– Vou te mostrar, ai quem sabe perca o medo- disse ela.

– Pode tentar...- murmurei sentando com ela em meu colo.

Segurei Rachel pela cintura, logo depois colando nossos lábios em um beijo intenso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até amanhã.
Boa noite.



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