O Escolhido - Interativa escrita por Miss Herondale


Capítulo 3
Minha Peixinha


Notas iniciais do capítulo

Gente, nesse capítulo ainda não aparece os selecionados, mas no próximo sim! Uh me mandem fichas por favor e divulguem a fic! Bjs e até as notas finais!



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Logo que cheguei no meu quarto após ter saído da piscina, encontrei Felicity me esperando sentada em uma poltrona bordando o vestido que eu usaria no próximo Jornal Oficial.

Por mais que eu tenha tentado, foi impossível esconder dela como eu estava me sentindo e assim que ela viu as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, logo se levantou e me abraçou dizendo que tudo iria ficar bem.

Ela se sentou na minha cama e eu me deitei com a cabeça sobre o seu colo, enquanto ela desembaraçava meus cabelos molhados. Contei à ela tudo que aconteceu e como eu estava me sentindo sobre a seleção e especialmente sobre Cameron. Supreendentemente, ao invés de dizer que ela havia me avisado, tudo que ela fez foi me dizer que eu não devia me preocupar e que tudo acabaria bem.

Assim que meu choro sessou, fui tomar um banho para tirar o cloro do corpo. Enquanto Felicity preparava a banheira, eu me olhava no espelho e, olhando meus olhos inchados de tanto chorar, prometi a mim mesma que seria forte e seguiria em frente com a seleção sem deixar que meus sentimentos por Cameron entrassem no caminho.

Depois de um dos banhos mais longos que eu já tomei em toda a minha vida, encontrei um bilhete de Felicity em minha cama dizendo que voltaria logo para me ajudar a me arrumar para o jantar.

Enquanto ela não voltava, escolhi uma roupa e a deixei separada em cima da cama. Como eu queria que Joshua estivesse aqui para me ajudar nesse momento. Joshua é meu irmão mais novo, ele tem 17 anos e está há quase 3 meses na França, fazendo o que eu não sei.

Assim que Felicity voltou, ela começou a fazer meu cabelo e maquiagem e em pouquíssimo tempo eu estava pronta. Decidi ler uma revista enquanto esperava o horário do jantar chegar, mas tudo que me vinha à cabeça eram as palavras de Cameron: “Eu não vou desistir assim tão fácil de você”. O que ele faria, ele não seria louco de falar com o meu pai ou de se intrometer na seleção, ele sabe o que eu posso perder com isso.

Me assusto quando vejo o horário, o jantar havia começado há 5 minutos, pode não parecer muito, mas uma princesa não pode se atrasar. Saio andando rapidamente pelos corredores confusos do palácio, se não tivesse crescido aqui provavelmente me perderia facilmente.

Assim que as portas se abrem posso ver meu pai me encarando da cabeceira da mesa, ele me dá um breve aceno com a cabeça e eu rapidamente me dirijo ao meu lugar ao seu lado. Na minha frente, minha mãe segurava a mão de meu pai sobre a mesa, eles podiam não demonstrar muito publicamente, e talvez seja por isso que alguns digam que minha mãe demonstra ser fria e não o amar, mas eu sei que eles são perfeitos juntos e que nada nem ninguém poderia separá-los, ela apenas não gosta da atenção das câmeras, por mais que ela já esteja vivendo uma vida publica há 20 anos, não é fácil de se acostumar quando já se foi uma 6.

–Sinto muito pelo atraso, perdi a noção do tempo. Não precisavam ter me esperado – digo colocando o guardanapo sobre o colo.

–Tudo bem querida, não se preocupe, não foi problema algum espera-la – minha mãe disse sorrindo para mim.

Sorrio para ela, rapidamente as entradas foram servidas. Salada com camarão. Apenas quando vejo o prato em minha frente que percebo o quão faminta estou.

–Tenho boas noticias Clary – meu pai disse após dar um gole no champanhe que havia sido servido – As inscrições têm sido um sucesso, vários rapazes já se inscreveram.

–Que bom pai – digo em um tom monótono.

–Eu sei que, hoje, pode parecer a pior ideia do mundo, mas você vai se acostumar com a ideia e tenho certeza que encontrará alguém que a fará feliz.

Apenas sorrio para ele como resposta e continuo a comer silenciosamente. E se ninguém me fizesse feliz, eu não posso não me casar, se pudesse não casaria, mas tenho que dar continuação na linhagem real.

Quando o bolo de chocolate, minha sobremesa favorita, estava sendo servida percebo um pequeno feixe de luz vermelha vindo em minha direção pela janela. Tento olhar melhor, mas o grito de um dos soldados confirma minha suspeita:

–Todos pro chão, estamos sob ataque!

Assim que me abaixo, os vidros das janelas são estilhaçados por tiros, minha mãe meu pai conversavam por meio de trocas de olhares debaixo da mesa. De repente, um soldado põe a mão em meu ombro, me assustando.

–Calma, sou apenas eu, vamos logo para o abrigo – diz o soldado que agora vejo que é Cameron.

–Mas e a minha família?

–Eles já estão sendo acompanhados para o abrigo, agora vamos logo.

Vejo meus pais e Sophie sendo acompanhados cada um por um soldado e me levanto rapidamente vejo os rebeldes se aproximando. Saio correndo com Cameron logo atrás de mim e dou graças a Deus por não estar usando os saltos de costume. Estávamos quase chegando, quando escutamos passos rápidos no corredor silencioso. Quando olho para trás vejo um homem vestindo uma máscara vermelha se aproximando carregando uma arma. Viro no próximo corredor tentando despista-lo da direção do abrigo.

Ele aponta a arma na minha direção e eu acelero meus passos, Cameron entendo o porque da mudança de caminho, percebe que o homem está atrás de nós e se vira, já com a arma em mão para atirar nele, escuto o som de disparos sem me virar para trás e assim que chegamos na parede do abrigo empurro a parede falsa. Desço as escadas correndo e vejo que meus pais e Sophie já estavam lá. Saio correndo para abraça-los e vejo que minha mãe estava chorando.

–Não precisa chorar mãe, eu estou aqui, eu estou bem! – digo a abraçando individualmente.

–Você estava demorando muito, eu não sabia oque tinha acontecido! – ela diz me apertando forte em seus braços.

Assim que ela me solta, vejo o espaço ao meu redor. Apenas eu, minha família e os guardas que nos acompanharam estávamos lá. Olho para o canto onde Cam estava e vejo uma mancha vermelha cobrindo a manga direita de seu uniforme. Vou até lá rapidamente.

–Cam, você está sangrando! – digo apontando para a mancha que se espalhava

Ele olha para o lugar com surpresa, como se nem tivesse percebido o ferimento.

–Aquele homem deve ter me acertado quando estávamos fugindo. Ainda bem que sou canhoto – ele diz com descaso, como se não sentisse dor nenhuma.

–Vem, eu vou fazer um curativo nisso aí – digo pegando em seu braço bom e o levando até um canto do abrigo onde ficavam os estojos de primeiros socorros.

Enquanto ele se senta em cima de uma caixa de madeira eu pego um dos estojos de primeiros socorros em uma prateleira não tão alta graças à minha altura. Puxo uma outra caixa para me sentar em frente a ele, apoiando a caixa sobre o colo.

–Eu acho que você vai ter que tirar a camisa para eu fazer o curativo, mas...-nem terminei a frase e ele já começou a desabotoar a camisa branca do uniforme.

Desviei o olhar, tentando me esquecer da tarde na piscina. Minha irmã se sentava entre meus pais, já adormecida, enquanto meus pais conversavam sussurrando.

–Clary, pode olhar, não é como se não tivesse me visto sem camisa antes – ele diz com um tom de deboche e um sorrisinho no rosto.

–Mas nas outras ocasiões, meus pais não estavam no mesmo cômodo que nós, graças a Deus, alias. Muito menos vário guardas.

–Não precisa se preocupar, mas acho melhor começar o curativo logo!

Murmurei um ‘ok’ e me aproximei de seu braço para ver melhor o machucado. Pelo visto a bala tinha passado de raspão, ainda bem, mas precisaria levar pontos. Agradeci mentalmente por ter tido aulas de primeiros socorros quando era mais nova.

–A bala passou de raspão, então não vai ter nenhum dano grave, mas você vai precisar levar pontos e para sua felicidade eu sei dar pontos.

–Você tem certeza que sabe fazer isso direito, né?!

–Absoluta – ‘ou quase isso’ pensei.

Peguei um isqueiro que estava na prateleira e usei para esterilizar a agulha que encontrei na kit de socorros. Passei a linha pela agulha e me aproximei para começar os pontos.

–Talvez isso doa um pouco porque não tem anestesia, eu aconselharia morder a camisa ou tomar um copo de conhaque. – disse antes de começar.

–Só a camisa está bom – ele disse e pôs a parte sem sangue da camisa da boca colocando o braço bem na minha frente para eu começar.

Minhas mãos tremiam um pouco, mas no final o serviço ficou bem feito. Cortei a linha, joguei o que usei fora e me levantei para lavar as mão que tinham se sujado com um pouco de sangue.

Olhei em volta e todos, menos os guardas, já estavam dormindo. Senti o cansaço tomar conta de mim, me sentei no chão ao lado esquerdo de Cam, mas um pouco longe e comecei a pensar em tudo que tinha acontecido hoje. Pensei em Cam, nos ataques e no porque de tudo isso.

Quando meus bisavós foram coroados, eles conseguiram retirar o sistema de castas. Na época, todos comemoraram, mas com o tempo o povo começou a se revoltar. Pessoas perdiam empregos por causa de suas antigas castas, locais eram incendiados e após anos sem ataques, os rebeldes voltaram, dessa vez pedindo a volta das castas.

O povo parecia não saber o que queria, e no final do mandato como rainha minha avó Eadlyn fez com que as castas voltassem e os ataques pararam novamente. Agora, com as castas de volta como elas eram antigamente, o povo novamente se rebelava contra a monarquia e o sistema de castas entrou em decadência.

Cresci ouvindo essa mesma história repetidamente e sempre soube que meu dever como futura rainha era saber tomar as decisões certas para se ter um reino prospero.

Assim que voltei para onde Cam estava, ele já usava uma camiseta que havia encontrado na prateleira e se sentava no chão com as costas apoiadas na parede. Pelo jeito, nós estávamos bem preparados para ataques, tínhamos de tudo naquele lugar! Me sentai ao seu lado em silencio e tirei os sapatos.

Quase uma hora de puro silêncio depois guardas abriram a porta do abrigo e disseram que estava tudo bem e que os invasores haviam sido contidos sem nenhuma baixa de soldados, mas todos os seis atacantes morreram.

Me levantei em um salto, não aguentava mais ficar naquele lugar. Todos subimos as escadas e me despedi da minha família ali mesmo, meu pai insistiu que Cam me acompanhasse até o quarto, só por segurança, mal ele sabia o que Cam e eu fazemos – ou fazíamos.

Chegamos na porta do meu quarto e o adentramos. Tudo estava no lugar, pelo visto os invasores não chegaram ao terceiro andar. Eu não sei o que faria se algo tivesse acontecido à minha família, ou à de Cameron. Eu ainda estava meio em choque, então o que falei em seguida saiu sem eu nem pensar, foi tão natural:

–Cam, será que você se importaria de dormir aqui hoje, é só que eu ainda estou meio assustada com tudo isso e...

–Não precisa explicar, eu fico. Só vou buscar meu pijama e já volto.

Assenti e fui até o banheiro tomar um banho e colocar meu pijama. Enquanto a banheira enchia me olhei no espelho e vi o estrago daquela noite. Meu cabelo estava sujo e despenteado, meus olhos inchados de chorar, embaixo das minhas unhas tinha sangue seco e tudo o que eu mais precisava era tomar um banho para levar aquelas lembranças da noite embora. No banho, me esfreguei inteira várias vezes, até minha pele ficar avermelhada e eu ter certeza de que meu corpo estava livre da sujeira da noite. Pus meu pijama, continuando de sutiã e fiquei com o cabelo molhado mesmo, Felicity provavelmente me mataria amanha por causa disso e por causa da bagunça que meu cabelo ficaria, mas eu só queria dormir.

Quando volto para o quarto, Cam já havia voltado está sem camisa, só com uma calça de pijama azul marinho deitado na minha cama. Me deitei ao seu lado e apaguei as luzes, me virando de modo que minhas costas quase encostassem nas suas. Tentei dormir por não sei quanto tempo, só sei que demorou. Fiquei me virando de um lado para o outro sem conseguir pregar os olhos. Mas pelo visto, Cam tinha conseguido dormir no minuto em que apaguei as luzes.

–Clary, se você quiser, pode se apoiar em mim para dormir – Cam sussurra se mostrando acordado.

–Eu estou bem aqui, sério.

–Não fica desse jeito por causa do que aconteceu hoje cedo, por favor! – ele disse me olhando com aquele olhar que faz meu coração derreter.

–Tudo bem, mas não se acostume.

Me aproximei dele e apoiei minha cabeça em seu peito, enquanto seu braço bom me envolvia. Meus olhos começaram a se fechar enquanto eu ouvi o som ritmado das batidas de seu coração.

–Eu não vou desistir de você peixinha – e essa foi a ultima coisa que eu ouvi antes de pegar no sono, mas não tenho certeza se já estava sonhando.

Eu corria pelos jardins do palácio, estava usando um vestido de baile vermelho e acelerava cada vez mais. Vários rapazes sem rosto me cercavam, todos eles usando ternos e segurando buquês de flores, uma aliança ou até caixas de chocolate em formato de coração – nossa que coisa brega – e no final estava Cameron, com seu uniforme de guarda, me esperando com as mão no bolso. Enquanto eu corria uma voz ecoava repetindo as palavras de Cameron: “Eu não vou desistir de você peixinha”. Quanto mais eu corria para chegar até ele, mais longe ele parecia estar, paro no meio do caminho quando ele vira as costas e começa a andar na outra direção, me deixando com os caras sem rosto.

Acordo assustada e suando frio, o relógio marcava 7h da manhã, me sento em questão de segundos assustada e respirando pesado, fazendo com que Cam acorde e se sente se apoiando na cabeceira da cama, esfregando os olhos. Sento-me ao seu lado também encostando as costas na cabeceira.

–O que aconteceu, porque está acordada? – ele disse voltando a por o braço ao meu redor.

–Cam, me promete que nunca vai virar as costas pra mim, independente do que acontecer ou aconteceu, nós sempre seremos amigos, me promete isso por favor! – digo apoiando minha cabeça em seu peito.

–Eu nunca vou te deixar Clary, você sempre será minha peixinha, eu prometo. – ele disse passando a mão pelo meu cabelo e depositando um beijo no topo da minha cabeça.

Eu olho para cima com os olhos marejados e encontro ele me encarando. Me aproximo lentamente e grudo seus lábios nos meus. Diferente do beijo na piscina, esse é lento, como se fosse ser o ultimo, como uma despedida. Seguro seu rosto com as duas mãos e me sento sobre seu colo. Ele colocou suas mãos nas minhas costas por dento da blusa, procurando pelo fecho do meu sutiã. Passei a beijar seu pescoço e deixo uma marca vermelha lá, que logo ficará roxa. Continuo sobre seu colo e volto a beijar sua boca e ele já conseguiu se desfazer do meu sutiã, mas continua de blusa. Não ouvimos a porta se abrindo, então uma voz que eu conhecia muito bem me fez me despertar do meu torpor e olhar para trás, saindo do colo de Cameron, que pôs uma almofada sobre o colo.

–Queri... Ai meu Deus, Clarissa! – era a minha mãe.


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Notas finais do capítulo

E aí gentchi oq acharam da Clary e do Cam safadjenhos hhehehehe! O que será que vai acontecer entre esses dois?!
Links:
Palácio:https://tusmonedas.files.wordpress.com/2014/02/palacio_dresde.jpg
Roupa clarissa:http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_67/set?id=157670227
pijama Clarissa:http://www.polyvore.com/pyjamas/thing?id=130881049
blog da fic:http://oescolhidointerativa.blogspot.com.br
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