"Talvez fosse apenas uma ideia louca, mas ela sentia alguém a observando. Claro, sua caminhada pelo prédio da Big Apple havia chamado a atenção de todos os técnicos dali, mas o corredor em frente a sala de Mac estava vazio. Bem, era o que ela achava.

– Madrinha! - Uma garotinha loira abriu a porta de vidro assustando a detetive. Stella a pegou nos braços.

– Lucy, minha lindinha. Eu estava morrendo de saudade.

– Eu também! - Lucy agarrou-se ao pescoço da mulher e as duas começaram a rir enquanto Stella rodava na sala do ex-chefe.

– O que está acontecendo aqui? - Mac tentou demonstrar um tom autoritário, mas a cena o fez sorrir.

– Padrinho, a tia Stella me deixou tontinha. - Lucy caminhou até ele.

– Acredite, princesa, ela fez isso comigo por quatorze anos.

– Como assim? Ela também te pegava no colo e girava pela sala?

Stella olhou para Mac esperando por uma "boa explicação", assim como a garotinha.

– Mac Taylor, Stella Bonasera, o que vocês estão fazendo com a minha menininha? - Lindsay entrou na sala acompanhada do marido.

– Nada! - Os dois responderam revirando os olhos.

– Mamãe, papai, o tio Mac disse que a tia Stella também girava ele e por isso ele ficava tonto como eu estou agora. - Os quatro adultos riram.

– Lucy, você entendeu errado. O que seu padrinho quis dizer foi que sua madrinha fazia, e ainda faz coisas que deixam ele louco, irritado. fora de si e ainda mais apaixonado por ela.

– Danny! - Stella gritou, fazendo Mac se mexer na cadeira devido ao susto.

– Ele só disse a verdade. - Lindsay interveio em favor do marido.

– Você também, Montana? - Mac tentou provocar a mãe da garotinha utilizando o antigo apelido inventado por Danny.

– Isso não funciona mais. - Lindsay respondeu, deixando o chefe frustrado.

– Papai, eu estou com fome.

– Vamos comer o bolo de morango que a mamãe trouxe! Avião até a sala de descanso? - Com a confirmação de Lucy, Danny a ergueu sobre seus ombros. Pai e filha deixaram a sala.

– Eu já perdi o meu pedaço. - Lindsay choramingou referindo-se ao bolo. - Bom ver vocês dois juntos e felizes.

– Mas nós... - A loira passou pela porta ignorando Stella. - Não estamos juntos!

– Ela não te escutou.

– Eu sei.

Um silêncio divertido pairou entre eles.

– Então, que tal almoçarmos? - Pegando o casaco Mac ofereceu aquela ideia a Stella.

– Pode ser.

– Eu soube que abriram um restaurante argentino na Lex. Vamos?

– Sim. Você paga? - Stella ouviu a risada dele em alto e bom som.

***

– Sabe o que é mais legal do feriado de San Genaro? - Segurando duas taças de vinho Mac adentrou a varanda de seu apartamento, de onde Stella observava o desfile na rua.

– Não. - A mulher teve a leve impressão de já ter ouvido aquilo. - Talvez as roupas ou os desfiles?

– Os cannolis. - Mac teve certeza de que ela lembrara quando Stella riu abertamente. - Você ainda me deve uma cestinha de cannolis.

– Mac, entenda, eu resolvi aquele caso com o Danny.

– Na verdade nossos casos foram ligados por um ninja louco, então resolvemos juntos...

– Tanto faz. - Stella impediu que ele continuasse a argumentação pondo sua mão sobre a boca dele.

– ... - Mac tentou resmungar algo. Impossível.

– O que diss...- Ai! - A mulher sacudia a mão - um drama exagerado. - Por que você me mordeu?

– Porque eu quero tomar o meu vinho. - Ele levou uma das taças aos lábios enquanto recebia um olhar mortal da mulher a sua frente. - Está muito bom, aconselho que beba logo o seu.

Sem muita cerimônia, Stella sentou ao lado de Mac para saborear o vinho tinto.

– Isso não vai ficar assim. - Ela resmungou, quase um sussurro.

– Eu sei.

***

– Stella, não faça isso! Não, não. - Os dois corriam pela varanda. Ele tentando escapar do ataque de cócegas e ela provocando-o.

– Não importa se parecemos duas crianças, ninguém está vendo, Mac.

– Hum... Você está certa. - Ele parou por um segundo e, usando o mesmo treinamento que Stella recebera na academia de polícia, a derrubou de súbito.

– O que está fazendo? - Seu susto fora tão grande que seu riso cessou.

– Ora, ninguém está vendo, então vou agir como eu quero. - Mac sorriu e distraindo-se "deixou" que Stella lhe desse um golpe. - Ok, ok. Você já pode soltar meu braço.

Ela negou e, de alguma forma, no segundo seguinte ele estava segurando os pulsos dela em cima de sua cabeça.

– Taylor, eu acho melhor você me soltar.

– Não!

Por um segundo, eles perceberam o quanto as respirações estavam ofegantes. Uma tensão no ar.

– Isso nunca aconteceu. - Stella sentiu suas bochechas queimarem e a respiração ficar ainda mais descontrolada.

– Não desse jeito. - Mac pareceu ler e completar os pensamentos dela. - Talvez nós devêssemos... deixar acontecer?

Stella respondeu da maneira mais inusitada possível. Segurou a nuca dele, aproximou seus rostos e, por fim, os lábios se tocaram."