–Harry! Acorda, acorda, agora!- gritava Annie pulando em cima da sua cama. -A gente vai no Beco Diagonal! Acorda!

–Annie! Eu quero dormir, ta legal?- gritou o garoto irritado, fazendo os olhos de sua irmã marejarem.

Ela se levantou e saiu, triste.

–Annie!- Harry chamou pulando da cama. Ele odiava magoar sua irmã, sabia que ela era muito frágil, e a amava muito, assim como ela o amava. -Não fica triste! Vamos no Beco Diagonal! Eu te compro qualquer coisa!

–Qualquer coisa?- ela colocou a cabeça dentro do quarto.

Harry suspirou! Sabia o que estava por vir...

–Eu quero uma varinha!

Era o que ela sempre pedia.

–Aninha, você tem 10 anos! Ano que vem você ganha a sua e vai para Hogwarts comigo.

–Nove- corrigiu-, só vou fazer 10 mês que vem! Além do mais, e se eu for um aborto?

–Você não é um aborto!- rebateu seu irmão.

–Como você tem tanta certeza? Nunca cresceu nem uma flor na minha mão, nem o meu cabelo, quando o cabeleireiro cortou-o de modo ridículo!

Harry pensou por um tempo.

–Mas, eu nunca fiz o balanço dar uma volta de trezentos e sessenta graus, nem o bule de chá pegar fogo, quando eu queria leite, não chá...- o menino estava enumerando coisas que a caçula já havia feito. -, não fiz o Mallion vomitar, cá entre nós, essa foi a melhor...

Mallion era um garoto chato que frequentava o parquinho na praça, tal como eles.

Annie abriu um sorriso e disse:

–Tem razão! Eu quero... Uma coruja!

Harry tinha um novo problema: Annie nunca havia pedido uma coruja, mas queria ter tudo o que seu irmão tinha.

–Mas, e a Edwiges? Ela pode mandar nossas cartas.

–Mas a Edwiges é sua! Eu quero uma coruja minha!

–Você não se corresponde com ninguém, além da nossa família, e a Mild pode fazer isso.

–Mas ela é de nós quatro! E a Edwiges é só sua.

–Mas eu não vou morar em Londres!

–Você tinha dito que eu podia pedir qualquer coisa!- disse Annie com voz de choro.

–Quer doces?

–Não!

–Um Vira-Tempo?

Ela deu um sorriso gigante.

–Sim!

–Então eu te compro um!

–X-

–Harry! Annie! Vamos!

Os dois desceram as escadas correndo, com roupas de trouxas.

Embora o garoto tenha passado horas tentando arrumar o cabelo, ele continuava rebelde, como sempre. E seus óculos redondos, sujos.

–Bem vindo ao Nôitebus andante, transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos, meu nome é Stenislau Shumpike, pode me chamar de Lalau, e eu vou seu condutor esta noite.

Lilian trancou a porta e a família entrou no ônibus de 3 andares, subindo direto ao segundo.

–Caldeirão Furado.- Tiago disse a Lalau antes de subir.

Depois de 20 minutos, Lalau anunciou:

–Caldeirão Furado!

Os quatro desembarcaram e entraram num bar meio velho. Dentro, Harry viu vários bruxos. Sete ruivos estavam de frente a um muro de tijolos.

Um homem com turbante roxo, conversava com o dono do bar, um homem muito grande e outros bruxos.

Uma garota morena deslocava-se pelo bar com seus pais.

–Arthur?- Tiago perguntou indo em direção aos ruivos.

–Tiago!- saudou-o o homem mais alto, que devia ser o pai da família.

–Veio comprar os livros de seus filhos?

–Sim. Imagino que você esteja pelo mesmo motivo.

Lilian, Annie e Harry se aproximaram.

–Potter, Lilian Potter.- a mulher estendeu a mão para uma mulher um pouco gorda, que devia ser a mãe.

–Weasley, Molly Weasley.- Molly apertou a mão de Lilian.- Esses são: Percy, meu mais velho, Fred e Jorge, os gêmeos, Rony, ele vai para o primeiro ano na Escola, e Gina, a única menina.

–Esses são o Harry e a Annie.

–Oi!- exclamaram os dois em uníssono.

Annie foi falar com Gina e Harry, para não ficar sem fazer nada, foi conversar com Rony.

–É o meu primeiro ano também.- ele disse ao se aproximar.

–Você quer cair em qual casa?- foi a resposta do ruivo.

–Grifinória. Meus pais foram da Grifinória, eles dizem que não tem problema se eu cair na Sonserina, mas eu tenho medo de tal, já que o maior índice de bruxos das Trevas é desta casa, incluindo... Voldemort!

–Não diga esse nome!- Fred ou Jorge, Harry não saberia dizer, se intrometeu.

–Não enche, Fred! Ele não existe mais! Neville aniquilou ele!

–Vocês tem medo do Tabu?- Harry deixou escapar.

Ninguém respondeu. Os gêmeos foram conversar com o Sr. Weasley e Tiago.

–Minha família foi toda da Grifinória, é esperado que eu seja também. Além deles,- Rony apontou apara os irmãos.- Tem também Gui e Carlinhos, que já se formaram. E a Gina entra ano que vem.

–A Annie também e...- Harry não pôde completar sua frase, pois Tiago chamou-o. -A gente se vê no trem...- despediu-se.

–A gente se vê!- concordou Rony.

–Ela é legal!- Annie comentou, quando se viram a sós.- Acredita que ela vai entrar ano que vem na Escola?

–Eu vou ter alguém para conversar no trem!- comemorou Harry.

–Lilian, vai com Harry comprar a varinha e as vestes que eu vou com a Annie comprar os livros.- propôs Tiago.

–E o meu Vira-Tempo?- perguntou a menina.

–A gente pega essa droga de Vira-Tempo que o Harry te prometeu!- completou o pai com ar de censura.

Lilian puxou Harry para um canto e Tiago puxou Annie para outro.