A Prometida escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 15
Sendo legal com o inimigo


Notas iniciais do capítulo

Depois de um bom tempo sem postar por conta dos desafio do Nyah!, eu voltei u.u!! Obrigada a todos que continuam acompanhando a fic!
Boa Leitura.



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Ajustei a alça da minha bolsa no ombro, antes de entrar no carro de Jason. O mesmo já esperava-me no volante impaciente com a minha demora - ótimo.

Sorri e fechei a porta. Seu perfume amadeirado era, precisava admitir, bom... O cabelo preto despenteado e a blusa social bem solta em seu corpo.

– Não sei o porque da demora - ele falou, girando a chave.

Preferi não responder. Saímos da garagem e Jason ligou o som. Uma música calma tocava. Vi o idiota mudar várias vezes a estação, até bufar e desligá-lo. Eu tentava não rir.

– Viu as notícias da semana? - Ele perguntou. Concordei. - Tudo?

Quando paramos num sinal, ele tirou o celular do bolso e mexeu nele, me entregando depois.

Era ele e eu nas fotos que tínhamos tirado. Ele havia mudado sua foto de perfil para uma nossa e o público, tinha entrado em êxtase.

Vários comentários diziam como nós fazíamos o casal perfeito, outros, diziam que eu estava só interessada no dinheiro - em parte, uma verdade -, os fãs do babaca só elogiavam.

Dei de ombros e lhe devolvi o celular.

– Pelo visto, aceitaram muito bem.

– È, agora nosso próximo passo é deixar que sejamos vistos mais vezes juntos. - Ele suspirou. - Precisamos conversar. - Seu semblante ficou sério.

– Então fale logo.

– Quando chegarmos, apressadinha - sua expressão se suavizou.

Continuamos em silêncio. As vezes, o pegava me olhando enquanto encarava a paisagem fora da janela. Simplesmente, ignorava. Dentro da minha bolsa, meu celular vibrou.

Posso ligar para você hoje a noite? - Ethan.

Rapidamente, respondi que sim. Sorrindo.

– O que foi? - Jason indagou, olhando para mim.

– Nada - guardei o celular e voltei a olhar para Jason.

Ele sorriu e revirou os olhos. O carro já estava estacionado em frente a uma barraca de... Algodão doce? Franzi a testa.

– Não sei se curte parques de diversão, a questão é fazer você odiar e, você parece detestar diversão.

– Pois está muito enganado, sr. Kroetz. - Sorri cinicamente.

– Te pago um algodão-doce se ir na roda gigante comigo - ele desafiou.

– Nunca tive e nunca terei medo desses brinquedos, babaca. - Abri a porta do carro e ele me seguiu.

– Coloque isso - me entregou um óculos escuros e colocou outro nele. - Se nos reconhecerem muito rápido, não conseguiremos nos divertir.

Ele me deu a mão e seguimos para dentro do parque. As pessoas pareciam não nos notar: vestíamos como pessoas comuns e fingíamos sê-las. Poucos nos olhavam com curiosidade como se pensassem: " será que é... Não, não pode ser..." Embora estivesse meramente apreensiva com nosso passeio, em momento algum ele me fez sentir-se desconfortável, do seu modo é claro, falando idiotices e de como minha banda favorita tocava mal. Como prometido, andei na roda gigante.

– Nunca. Mais. Ando. Num. Troço. Desses. - Ele gemeu, com a mão na barriga. Limitei-me em sorrir da sua cara. - Ei, não ria. Não é você que está sentindo o estômago sair pela garganta!

Revirei os olhos.

– Ainda vai me pagar por isso garota - ele semicerrou os olhos.

– Aé?

– Pode apostar.

Sai correndo em meio a multidão, minha camiseta aos poucos ficava suada e meu jeans colava nas pernas. Tentei não esbarrar nas crianças e senhoras dando pipocas aos pombos e segui até a área do show. A Underground Legends, a melhor banda que já tinha ouvido até então, fazia os fãs irem ao delírio. Muito provavelmente eles tinham sido convidados para alegrarem o local.

Senti uma respiração ofegante ao meu lado. Olhei-o e ri, voltando a ver os garotos cantando. As meninas mas a frente gritavam por outra música.

– Onde aprendeu a correr tanto? - Jason falou no meu ouvido, afinal, estava muito barulhento ao nosso redor. - Pelo que sei, você vivia dentro de casa. Ele me levou para perto de um carrinho de algodão doce.

– Eu vivia dentro de casa, mas não era sedentária.

– Eu não disse que era.

– Mas deu a entender, que sim. - Coloquei uma mecha solta atrás da orelha.

– Porque leva tudo tão a sério? - Ele cruzou os braços.

– E porque, você é tão idiota?

Bufou e me estendeu um algodão doce cor-de-rosa.

– Porque você tem que ficar com o azul? - Perguntei enquanto íamos para o estacionamento. - Isso não é nenhum pouco legal, sabia?

– O que quer dizer?

– Você ficar com o algodão azul. - Falei como se fosse óbvio. Ele fez uma careta.

– È feminista, né?

– As mulheres precisam ter direitos iguais. - Tirei um pedaço do meu doce.

– Ainda não respondeu minha pergunta Adly. È feminista ou não?

– Não sei, acho que não. Mas o que importa? - Dei de ombros. - O que queria falar comigo?

Ele pensou por alguns instantes.

– Daqui três dias haverá uma festa em comemoração á nova campanha da Stythes Models. Minha mãe pensou numa festa á fantasia. Haverá muitos fotógrafos por sede de notícias, portanto, teremos de atuar muito bem. Consegue dar conta?

– Claro - sorri debochadamente. - Onde consigo uma fantasia?

– Victória irá te ajudar.

Chegamos na entrada do parque improvisado e os flashes nos atingiram.

– Tire o óculos - Jason sussurrou.

Ele envolveu-me com o braço e passamos pelos jornalistas, parando algumas vezes para tirar fotos - Jason fazia questão de falar alguma coisa. Longos e intermináveis dez minutos passaram e voltamos para casa, conversando. Apesar de ter sido estranho, Jason tinha sido legal o dia inteiro.

– Porque está sendo tão legal comigo? - Perguntei enquanto descia do carro.

– Tive um bom dia.

Atravessamos a porta principal.

– Ainda bem que chegou querida! - Elisabeth me cumprimentou assim que pus os pés na mansão. - Deveriam ter me avisado que iria sair com ela filho - a senhora olhou com reprovação á Jason.

– Mãe, preciso conversar com você, está bem? - Ela assentiu. - Nos vemos mais tarde Adly.

Acenei enquanto ele subia de dois em dois a escada.

– Alguém quer falar com você querida, me acompanhe. - Sem me opor, fui levada até uma mesa na área externa, com duas senhoras e outra garota que tinha visto na festa da piscina - não queria me lembrar do incidente tão cedo, mas era inevitável já que eu estava tomando remédios á cada sei lá quantas horas.

– Lembra-se de mim? - Ela indagou quando me sentei ao seu lado, entediada.

– Festa da piscina? - Chutei.

– Isso, sou Medison.

Medison era calma, nenhum pouco atrevida. O cabelo ruivo caía nos ombros perfeitamente, as sardas á deixavam num tom mais angelical, o vestido branco e rendado combinava com suas sandálias discretas e marrons. Enquanto eu parecia uma garota comum - mas eu sou uma garota comum, teclei na cabeça.

– Queridas, porque não vão dar uma voltinha pela casa? - Elisabeth sugeriu. Era impressão minha ou ela estava nos expulsando?

Concordei e entramos novamente. Madison era filha de uma das senhoras da roda de conversa, gostava de livros e era tímida. Eu não estava adorando de ter que puxar conversa com ela á princípio. No entanto, era necessário para não ficarmos num silêncio constrangedor.

De acordo com ela, Elena (a outra menina que tinha conversado comigo na festa) havia viajado para a Colômbia.

– Sabe, Jason nunca foi de se prender a ninguém. - Madison começou. -

Foi uma surpresa para nós quando vimos as fotos nos noticiários. Como se conheceram? - Suas íris azuis aumentaram de tamanho denunciando sua enorme curiosidade.

Eu não tinha uma resposta pronta. Precisava inventar algo.

– Amigos em comum.

– Entendi. - Muito provavelmente ela havia entendido que eu não queria conversa. - À quanto tempo estão namorando? - Precisava aprender a não comemorar antes da hora.

– Um ano e meio.

Medison torceu a cabeça e franziu a testa, o que me fez pensar se tinha dito algo errado.

– Pensa em fazer qual faculdade? - Perguntei, sentando no sofá da sala.

– Minha mãe insiste em dizer que eu me daria muito bem em administração mas meu pai, contabilidade. E você?

– Ainda não pensei nisso.

– Como não, você faz dezoito daqui pouquíssimos meses, certo?

– Sim, e vou pensar em algo.

Ela sorriu.

– Irei te ajudar. Gosta de música?

– Não.

– Dança ou teatro? - Ela levantou a sobrancelha.

– Nenhum dos dois.

– Crianças? - Neguei. - Números? - Grunhi. - Bióloga? Medicina? Advogada? Psicóloga?

Ficamos nesse jogo por uma hora, até decidirmos dar um tempo e depois trazer mais opções. Eu sequer sabia o que queria da vida. Minha única certeza era e sempre seria Ethan.

(...)

– Olá Adly. - Victória entrou em meu quarto após batidas insistentes.

– Olá.

– Temos algumas coisas a cumprir, levante essa bunda da cama. - Ela me puxou pelo braço.

– Achei que damas como você não falavam palavras desse tipo - alfinetei.

Ela bufou.

– Elisabeth e eu, pensamos em incluí-la como anfitriã da festa. Você escolherá os arranjos de flores, bebidas, músicos... Etc. Quando se casar, ajudará e muito nas comemorações, já que será uma das sócias.

Engoli em seco. Eu me considerava péssima em combinações. Sequer sabia fazer uma combinação agradável com roupas, imagine então combinar flores com toalhas de mesa, arrumar uma orquestra e.... Era demais para mim.

– Me recuso a fazer isso. Elisabeth e você dão conta do recado. Só preciso que arrumem uma fantasia para mim, mas não vou ajudar em nada.

– E como é que vai se casar sendo que não sabe ao menos organizar uma comemoração? È importante para a família Adly, precisa entender.

– Eu não vou casar e, se isso acontecer, pode ter certeza de que não vou fazer porcaria de festa nenhuma. - Fui até a porta e a abri. - Me dê licença, por favor.

Victória suspirou e me olhou com tristeza. Ou algo do tipo, provavelmente espantada com minha reação ao simples pedido. Saiu pela porta e eu a fechei.

Joguei-me na cama, fungando.

Quando era menor, costumava organizar festas e eventos com minha mãe. Ela amava seu emprego e sempre que podia, deixava-me escolher alguma coisa. Eu não conseguia ir á festas e não me lembrar dela. Excluir-me de tudo era a melhor solução, ou evitar pensar no que ela representava para mim.


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Notas finais do capítulo

Jason sendo legal :3 Até o próximo ^^