O Código Bruxo escrita por Igor Feijó


Capítulo 6
A Última Noite




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Nohx observava o luar perdidos em estratagemas mentais a respeito dos próximos passos. Eu era apenas mais um vagante perdido na imensidão celeste a procura de respostas, tentei buscar em minha mente algum ensinamento filosófico ou motivador de meu mestre, mas Oblivar era conhecido por seu silencio. A vida real não é tão cheia de floreios e belos aromas, muitas lições serão socos a arrancar-lhe os dentes da cara e pontas de espada a atravessarem o teu ventre.

A voz de Nohx surgiu repentinamente interrompendo meu devaneio cego.

– E se o pressionarmos a caminho de ColinadosCorvos? – Disse pensativo assumindo a postura clássica com a mão no queixo.

– Penso ser arriscado, a região tem estado infestada de Vagriis.

– Não mais, colhi alguns relatos de que eles diminuíram em número consideravelmente.

– Mesmo assim, não sabemos a que lado ele serve, mais trabalho teremos se ele for um soldado da Mão.

– Certamente meu amigo – pequena pausa – Mas você mesmo sabe que nossa jornada nunca foi das mais fáceis, mesmo assim concordou com cada passo dela – lembrou-me.

– É diferente, antes envolvíamos apenas as questões do conselho e mal sabíamos da existência da Mão. Hoje, envolvemos a vida de alguém que juramos proteger – falei com pesar.

– Lumor, jamais deixaremos de protegê-la, fazemos o que fazemos justamente para protege-la meu amigo.

– Você tem razão, amanhã cedo falaremos com o Duque.

Antes mesmo que pudéssemos programar o descanso uma batida interrompeu o processo. Era um Guia, uma espécie de mensageiro da nobreza e este trabalhava para o Duque, entregou-nos uma carta e esperou pacientemente que acabássemos de lê-la. Era um pedido de comparecimento aos aposentos do Duque em sua residência provisória, olhamos um para o outro e apenas assentimos.

As ruas estavam escuras e contávamos com a iluminação da lamparina carregada pelo guia, descemos a rua de pedra em formatos retangulares encaixadas meticulosamente mostrando que ali era um bairro diferente. O guia se deteve a frente de uma residência de dois andares, a coloração trazia tons de vinho e completava-se com os brasões da família pendurados na fachada. Caminhou lentamente abrindo a porta nos conduzindo até o interior do recinto, retiramos o capuz, pois segundo a lei não poderíamos esconder o rosto sob o teto de um Duque ou qualquer um da nobreza. Percebi que mesmo sendo a alta hora os empregados circulavam pelo local ainda com seus afazeres, um deles muito bem vestido requisitou com um gesto que aguardássemos em uma sala específica.

Demorou somente alguns minutos, pois logo escutamos o bater de portas, o Duque havia entrado fechando a porta dupla que separava o cômodo dos demais. Sentou-se com movimentos quase que ensaiados, um cuidado excessivo.

– Antes gostaria de pedir desculpas aos senhores por lhes incomodar retirando de fato o seu tempo para o descanso devido.

– Sem problemas senhor – disse Nohx objetivo não querendo estender a conversa.

– Amanhã continuaremos nossa rota e pensei em passar por ColinadosCorvos – sua expressão não se alterou.

Neste momento meu foco desviou-se para Nohx na esperança de que pudéssemos nos comunicar de alguma forma, não tinha tempo para preparar um feitiço mental naquelas circunstancias. Não sabíamos se isto era um indício de que ele sabia algo ou uma grande coincidência.

– Senhor estávamos discutindo isto hoje.

– E quando pretendiam me avisar? Quando já estivéssemos na rota?

– Senhor, não queríamos incomoda-lo a esta hora, não havia necessidade – colocou cuidadosamente Nohx.

– Você está certo Nohx – entrelaçou os dedos cobertos por finas luvas brancas e completou – Vocês jamais repetirão este erro.

– Sim, podemos concluir os detalhes pela manhã na primeira hora – afirmei.

– Não Sr. Lumor, não será necessário – sorriu sombriamente,

– Porque senhor? – Indaguei.

– Pois não haverá um amanhã.


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