O Código Bruxo escrita por Igor Feijó


Capítulo 5
Por trás da capa




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Amparados pelo tecido grosseiro dos mantos nos encontrávamos em uma viela situada nos fundos da taverna. A comunicação não era maior do que um sussurro.

Era alta da noite e o silencio nos permitia ouvir os pequenos passos dos roedores que procuravam comida a poucos metros dali. Não havia um local discreto que pudéssemos ter este tipo de conversa e bem, não sabíamos do que se tratava.

– Que bom que vieram – disse Wingardia mais para si do que para nós.

– O que está acontecendo? – Indaguei preocupado – Você está com uma cara péssima.

– Reuni informações sobre o Duque e estão longe de serem boas notícias – engoliu em seco.

– Fale logo Wingardia – apressou-se Nohx impaciente.

– Ele é um Comensal – seus olhos buscavam algo que não estava ali, algo que pudesse estar nos seguindo.

– Droga! – Falei irritado – Esse desgraçado estava armando pra nós o tempo todo?

– Acalme-se Lumor, ele não sabe que sabemos – Acrescentou Nohx – Isto pode ser confirmado Wingardia? Sua fonte é confiável?

– Sim, mais do que confiável.

– Só precisamos saber de que lado ele está, se do conselho ou da Mão de Ferro.

– Do jeito que é aposto um chifre de unicórnio de que está do lado da Mão – resmunguei cansado.

– Ainda não sabemos meu amigo – completou Nohx repousando a mão sobre meu ombro direito.

– Desculpe mais uma vez ser portadora de notícias tão ruins – entristeceu-se Wingardia.

– Não se martirize, você salvou nossas vidas e ainda arriscou a sua, nós é que pedimos desculpas por passar pela cidade e lhe trazer este peso.

Mais uma vez o silencio se acomodou entre os vazios das vozes e passeou saboreando a reflexão de nossas respirações. Os roedores já haviam pego seu banquete por direito e a última luz da janela apagara-se acima de nossas cabeças.

Segurei Wingardia nos ombros e olhei fundo em seus olhos.

– Não nos procure mais até que tenhamos resolvido este problema, você promete?

– Sim – conseguiu pronunciar acompanhando as palavras com o menear de cabeça.

– Obrigado. Nohx temos que nos apressar.

Girei nos calcanhares e não olhei mais para trás, Nohx me acompanhou apertando o passo sem dizer uma única palavra.

Naquele momento, torcia para que a minha dor se apagasse como a lamparina acima de nossas cabeças.


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