Maktub escrita por Sany


Capítulo 11
Capitulo 10:


Notas iniciais do capítulo

Olá, dessa vez não demorei.
Espero que gostem do capitulo.



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Diferente do dia anterior o domingo amanheceu levemente nublado e com uma garoa fina, eu não havia dormido nada depois de voltar da estação de trem e assim que comecei a ouvir a movimentação da casa resolvi levantar, retirei todas as coisas da mochila e me preparei para o dia, se meu avô fez algo contra Gale eu precisava descobrir. Estava pronta para descer para o café quando Prim entrou no meu quarto já pronta para iniciar o dia fechando a porta em seguida.

– Acho que temos que conversar – eu sabia que ela me procuraria e que ela não deixaria os acontecimentos da noite anterior para lá, mas eu não esperava que fosse tão cedo – O que foi aquilo ontem a noite? – perguntou de forma direta.

– Prim, podemos conversar depois? Já esta na hora do café, não devemos nos atrasar – tentei evitar que conversássemos naquele momento.

– O vovô não esta, somos só nos duas não tem problema se atrasar para o café – e ali estava minha irmã madura demais para a idade – Katniss você sabe que pode falar qualquer coisa comigo, vou entender.

– É complicado Prim.

– O que é complicado? Katniss só me diz o por que queria fugir, o que está acontecendo?

– Prim, podemos conversar outra hora – insisti eu realmente não estava pronta para aquela conversa, eu não tinha ideia do que havia acontecido com Gale para ele não ter ido na noite anterior, não sabia se meu avô estava envolvido nisso e envolver Prim nisso estava fora de questão.

– Não, olha alguma coisa esta acontecendo e eu preciso saber, alias eu tenho o direito de saber – ela parecia decidida – Você me tirou daqui ontem sem qualquer explicação, então voltou sem qualquer explicação então me diga o que esta acontecendo

– Eu entrei em pânico – aquela era a pior desculpa que eu poderia dar, mas era uma justificativa justa.

– Como assim em pânico?

– É muita coisa acontecendo Prim, me casar com alguém que vi apenas uma vez, ficar longe de você eu simplesmente entrei em pânico – minha irmã pareceu aliviada e se aproximou.

– Katniss você não precisa se preocupar sabe disso, vamos estar sempre perto e o casamento não é amanhã, você vai ter um tempinho pra conhecer seu noivo, e o vovô jamais escolheria alguém que não fosse de confiança para se casar com você – Prim via a tradição de uma maneira tão diferente de mim, ela era pequena demais quando o acidente aconteceu as únicas coisas que ela lembrava eram as que tinha vivido naquela casa, ela confiava na palavra de Snow e isso me assustava demais.

– Eu sei, estamos aqui não é. Ontem na estação eu pensei melhor e vi que não tem porque ficar assustada – menti novamente e me senti péssima por isso.

– Não tem mesmo, Peeta parece ótimo tenho certeza que você vai ser feliz com ele. E o vovô vai estar sempre aqui cuidando da gente – eu nunca soube se era pior ela manter essa falsa imagem sobre nosso avô ou saber a verdade sobre ele - Eu vou estar sempre aqui - tentei sorrir embora não tenha conseguido completamente – Vamos tomar café, hoje é dia de visitar a mamãe, mas depois se quiser podemos fazer alguma coisa juntas o que acha? – eu realmente não me lembrava que hoje era dia de visitar minha mãe e se fosse sincera não estava com disposição de ir.

– Seria ótimo – ela sorriu e me senti aliviada por ela ter acreditado.

Durante o café Prim manteve um dialogo cotidiano com Lavinia, aparentemente minha irmã tinha acreditado nas minhas palavras o que foi bom era algo a menos a me preocupar. Uma hora depois estávamos em um taxi em direção a clinica para visitar minha mãe, algo que estranhei bastante já que nunca fomos até lá dessa forma. Para ser sincera quando meu avô não apareceu pela manhã pensei que a vista seria cancelada, mas Mags avisou que ele tinha ligado e pedido para que ela providencia-se um taxi dizendo que poderíamos ir sozinhas já que eu tinha idade para entrar na clinica com Prim.

Após toda a o burocracia na recepção, fomos em direção a uma sala de estar relativamente grande onde também aconteciam as visitas, a sala só era usada nos dias em que o tempo estava ruim para a visita ser feita nos jardins, era um lugar realmente acolhedor com alguns sofás espalhados pelo cômodo, havia uma lareira que durante o inverno vivia acessa, mas que hoje estava apagada e no canto podíamos ver algumas mesas com jogos de tabuleiro. Sete pessoas já estavam na sala em um canto um senhor que recebia a visita de um casal com um garotinho, aparentemente o senhor parecia lucido já que os quatro pareciam bem e riam, e não tinha nenhuma enfermeira acompanhando a visita. A clinica tinha pacientes diversos alguns como minha mãe com problemas neurológicos, Alzheimer, demência esses eram acompanhados vinte e quatro horas por dia pelas enfermeiras incluindo os horários de visita, mas também haviam pacientes que não necessitavam de tantos cuidados, certa vez uma senhora começou a discutir com o filho em alto e bom som no meio do jardim em uma visita alegando não precisar estar ali o que me fazia desconfiar que alguns estavam ali apenas para comodidade dos familiares que não queriam cuidar deles ou tê-los por perto.

No outro canto afastado sentada em uma poltrona próximo as janelas estava Wiress que nos recebeu com um sorriso assim nos avistou, minha mãe estava em pé próximo a janela em frente um cavalete de madeira muito entretida pintando em uma tela, Prim logo sorriu ao vê-la tão disposta e correu até ela beijando seu rosto com carinho. Cumprimentei minha mãe e Wiress e após aquele ritual sutil onde ela nos “apresentou” para minha mãe eu me sentei na poltrona ao lado dela observando a interação da minha irmã com nossa mãe.

– Eva esta tendo um bom dia hoje – Wiress comentou com um sorriso – Acordou bem calma e pedindo para pintar, ela queria sair mais o tempo não ajudou – não disse nada e continuei a observar as duas.

As visitas a minha mãe eram sempre uma caixinha de surpresa que não sabíamos o que encontrar, mesmo nos dias bons como Wiress chamava os dias mais lúcidos ela poderia surpreender em uma crise a qualquer momento, uma palavra errada, um nome, normalmente o do meu pai podiam trazer de volta tudo e dar inicio a uma ataque que precisaria ser contida pelos médicos.

– Minha filha Katniss gosta de pintar também – ouvi ela falar com Prim após alguns minutos – Ela costuma fazer uma bagunça com as minhas tintas, George disse que vai comprar tintas para ela, diz que ela herdou meu talento.

– Ela deve ser muito talentosa então, a Sra. pinta muito bem – Prim disse com carinho – Você pode me ensinar? – minha mãe sorriu e começou a desenhar com ela.

Lembro vagamente dos desenhos que minha mãe fazia, mas sabia que ela era realmente talentosa, Mags costuma dizer que ela pintava desde pequena e havia feito diversos quadros enquanto morava na mansão, ela guardava um deles pendurado em seu quarto, havia sido um presente de aniversario que minha mãe havia dado a ela e havia também algumas pinturas em uma pasta que ela guardava com carinho, desenhos de criança. Observei as duas por mais um tempo eu queria muito ser como Prim, queria conseguir lidar tão bem com aquela situação, mas não dava doía olhar a mulher que era tão talentosa e que hoje não conseguia fazer uma linha reta.

Acabamos ficando mais tempo do que o costume e só fomos embora após uma das recepcionistas vir avisar que o carro já havia chegado. Saímos e ao invés do taxi que viria nos buscar avistei Seneca recostado no carro, nos aproximamos e assim que ele abriu a porta pude ver meu avô sentado lendo o jornal. Prim sorriu e perguntou se ele iria entrar, não me surpreendi quando ele disse que não com uma desculpa qualquer. O caminho foi tranquilo pouca conversa o que eu agradeci já que estava pensando no que poderia ter acontecido com Gale e buscando qualquer índice de que Snow tinha feito algo a ele. Seneca parou em frente a um restaurante no centro a pedido do meu avô que sugeriu almoçarmos fora.

Prim parecia feliz já que a visita a minha mãe tinha sido tranquila e contou tudo sobre aquele tempo que passou com ela ao meu avô que parecia atento a cada palavra, assim que ele pediu a conta pedi licença para esperar no carro. Sai apresada eu realmente precisava de ar, odiava toda aquela falsidade dele, não aguentava mais isso. O carro estava estacionado na praça em frente ao restaurante e assim que me viu Seneca desceu e foi abrir a porta para mim, estava quase entrando quando avistei Gale saindo da lanchonete com seus irmãos.

Ele parecia bem e ria de algo que o mais novo falou, o sorriso sumiu no instante que ele me viu, nos olhamos por alguns segundos e eu procurei desesperadamente por uma resposta em seu olhar, mas não achei nada.

– Não vai entrar Srta. – desviei o olhar e olhei Seneca que ainda estava segurando a porta para que eu entrasse, sem nenhuma palavra entrei e ele fechou a porta no instante seguinte, olhei novamente em direção a lanchonete e Gale ainda olhava na minha direção mesmo sem me ver através dos vidros escuros, senti vontade de ir até ele em busca de uma explicação, mas eu não podia Seneca estava agora encostado no capo do carro olhando em direção ao restaurante, estava prestes a descer o vidro quando o vi indo em direção a porta abrindo em seguida para que Prim e meu avô entrassem. Quando o carro passou em frente a lanchonete Gale ainda estava parado e pude sentir o olhar atendo do meu avô sobre mim, abaixei a cabeça e alguns minutos depois me concentrei em observar o caminho pela janela.

Assim que chegamos fui direto para o meu quarto e fechei a porta, nada fazia sentido se ele estava bem porque ele não tinha aparecido na noite anterior, porque ele tinha me deixado lá esperando, porque não estávamos em um trem naquele momento. Passei o resto da tarde perdida em pensamentos e quando Mags bateu na porta avisado que iria servir o jantar nem tinha me dado conta que havia anoitecido, me levantei e vi o anel em cima da mesa de cabeceira, o peguei e o observei por um instante antes de coloca-lo de volta no meu anelar direito.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Não teve muitas explicações, mas elas viram no decorrer da fic. Obrigada pelos comentários adorei todos ( fiquei um tempo longe e saber que vocês ainda estão acompanhando foi ótimo).
Quem quiser me adicionar no face:
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Beijos até o próximo.