Talvez ainda tenha cor escrita por HFanfics


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas ♥
Capitulo novo, espero que gostem :3



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Domingo, 7 horas da manhã.

– Sua cara está péssima. Não dormiu direito essa noite de novo? – Perguntava preocupada enquanto servia seu café.

Minha tia nunca foi preocupada comigo ou com minha mãe, ela sempre confiava e apoiava qualquer um de nossos planos, mas ultimamente sinto que ela está tentando se aproximar para nos ajudar, pelo menos do jeito dela.

Ela nunca foi inteligente, e também nunca foi boa em relacionamentos, mas sempre foi muito boa quando se tratava de cozinhar. Ela trabalha em um restaurante, que eu particularmente não acho que está à altura de sua capacidade na cozinha, além de ser mal frequentado, ele é sujo e não lhe paga direito. O problema é que ela já havia tentado entrar em quase todos os outros restaurantes da cidade e infelizmente não conseguiu nenhuma vaga, porém ela não desistiu, a dois anos atrás, junto de seu antigo noivo conseguiu com muito esforço comprar um imóvel e aos poucos construir seu pequeno restaurante. Mas, essa história não teve um final feliz, seu noivo a largou logo depois que terminaram o restaurante, e os papéis que ele havia pedido para a mesma assinar eram na verdade a entrega total de posse do lugar que antes estava em seu nome mas que agora estavam no dele. Desnorteada e magoada, tentou começar do zero comprando um pequeno apartamento e passando a trabalhar naquele tão velho restaurante.

– Problemas com o sono.. – Disse sem muito cerimônia enquanto adoçava meu café com duas colheres de açúcar.

– E sua mãe? Está melhor? – Perguntou receosa enquanto me fitava.

– Está sendo difícil para ela.

– Sim. – Mergulhou um biscoito em seu café, embora seja incomum, já estava acostumada a vê-la fazer o mesmo todas as manhãs. – Para você também, não é? – Mordeu a borda do biscoito a qual estava levemente escura devido ao contato com o café.

– Amanhã, seis horas não é? – Desconversei enquanto saboreava o café amargo e escuro presente em minha xícara.

– Sim, passe na diretoria para pegar seus livros já pagos. – Respondeu sem ligar para a troca de assunto de agora a pouco, já estava acostumada. O silêncio se fez no lugar, porém continuava me encarando sem dizer uma palavra, seu cérebro deveria estar formulando uma pergunta adequada e que deixasse claro o que a mesma sentia. – Fará amigos, não é?

– Amigos... Tenho mais coisas para me preocupar. – Terminei de tomar o último gole do meu café e me levantei da cadeira pedindo licença.

Me dirigi ao banheiro me espreguiçando durante caminho. Abri a porta e coloquei minha roupa limpa em cima do móvel me despindo logo em seguida. Entrei no chuveiro com os olhos fechados sentindo cada gota de água tocar minha pele e escorrer pelo meu corpo.

Ao sair do banho me sequei com minha toalha amarrando-a em seguida em minha cintura e me dirigi a pia para escovar meus dentes. Coloquei minha roupa logo em seguida, e comecei a secar meu cabelo com outra toalha tentando faze-los parar de pingar em meu pescoço. Sai do banheiro e a primeira coisa que fiz foi ir até o sofá e dobrar os lençóis, como faço toda manhã.

– Porque não usa maquiagem? – Minha tia apareceu na sala me pegando de surpresa. Estava com um sorriso no rosto e carregava uma pequena bolsa.

– Porque não vejo necessidade. – Respondi enquanto levava a ponta do edredom até a outra.

– Posso te maquiar? – Balançou a bolsa enquanto se aproximava de mim.

Embora quisesse dizer não por impulso acabei concordando, para mim, desabrochar o sorriso de alguém, é uma coisa horrível.

Ela me pediu para me sentar sobre o sofá enquanto prendia meu cabelo em um rabo de cavalo deixando meu rosto completamente amostra. Começou passando um pó devagar sobre meu rosto, o que fez meu nariz coçar um pouco. Em seguida, passou uma espécie de liquido um pouco pastoso por debaixo dos meu olhos, provavelmente para cobrir as olheiras. Passou também um rímel sobre meus cílios e um batom cor de pele sobre meus lábios.

Depois de ter acabado, a mesma não se contentou com a maquiagem e foi logo em direção ao meu cabelo o arrumando cuidadosamente com uma escova. Meu cabelo é liso então ela apenas o penteou e fez um coque que segundo ela, havia visto várias meninas por aqui usando.

– Se eu tivesse uma filha, eu ficaria feliz que ela fosse você. - Sorriu enquanto levava um espelho ao meu rosto. Mesmo que eu não tivesse demonstrado, eu estava surpresa por ter feito um trabalho tão bom que até mesmo eu, fiquei bonita. – Você pode fazer compras no supermercado para mim hoje?

– Isso é para eu sair hoje?

– Talvez. – Suspirou em desanimo se jogando no sofá.

– Tudo bem então. – Me levantei e busquei por meu celular na estante, o encontrando logo em seguida. – Tem uma lista?

– Aqui está. – Tirou do seu bolso um papel dobrado junto de uma nota de cinquenta reais reais.

– Volto logo. – Peguei meu moletom marrom escuro que estava largado no sofá e o vesti, saindo pela porta do apartamento em seguida. Sai do edifício andando em passos longos e rápidos, afinal o mercado se encontrava no centro da cidade, e digamos que, nosso apartamento fica um pouco distante dessa área.

Continuei a caminhada com as mãos enfiadas no bolso do moletom e observando a lugar a minha volta, o que não era nada agradável. Pessoas correndo para todos os lados apressadamente enquanto discutiam com outras pelo celular, pessoas de rua ignoradas pela multidão, crianças chorando loucamente enquanto reclamavam de algo, e buzinas de carro eram apertados e pneus dos mesmos arrastados pela estrada causando um som terrível, porém ignorado por muitos. Como que por reflexo, tirei o fone que antes estava escondido no meu bolso e levei-os aos meus ouvidos apertando o seu botão de pause e me deliciando com a melodia agradável da música.

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Agora, que já estava em frente ao supermercado, (e sem nenhum cansaço ou calor, devido ao tempo frio e agradável) optei por começar pela ordem que se encontrava a lista em minhas mãos.

Segurei a cesta com meu braço esquerdo enquanto tateava a prateleira do mercado a procura da marca certa a qual ela havia especificado no papel. Quando finalmente o achei coloquei o mesmo dentro da cesta enquanto caminhava para a outra estante procurando agora por refrescos.

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Risquei o último ingrediente da lista enquanto soltava um suspiro de alivio por ter logo acabado. O guardei novamente no bolso, indo agora em direção ao caixa.

Caminhando mais um pouco, pude perceber que uma fila imensa se acumulava no primeiro caixa, e no segundo nem se fala, e o terceiro então... Estava quase desistindo e caminhando para o primeiro quando que ao longe vi mais um caixa, que por mais estranho que pareça não havia sequer uma pessoa estacionada a sua frente. Cogitei a possibilidade de não haver ninguém para atender ou até mesmo que a o aparelho estivesse quebrado, mas mesmo que de longe, pude ver um corpo relaxado sobre uma cadeira giratória enquanto olhava fixamente um aparelho em sua mão.

Eu não estou com nenhum pouco de vontade de perder tempo numa fila como essas, não me resta outra opção. – Pensei enquanto ia a sua direção.


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