O crime na mansão Harbridge escrita por yellowizz


Capítulo 6
Capítulo 6 - "Pare de investigar."


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como foi a semana de vocês?
Hoje trouxe mais um capítulo. Boa leitura!



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Damon cruzou os braços sobre a mesa ao receber aquela notícia, estava eufórico por dentro, sabia que seu pai jamais iria ingerir doses de veneno, a menos que alguém tivesse feito isto por ele.

_ Meu pai não se suicidou. – ele disse cortando o silêncio.

_ Não concluímos nada, Sr. Salvatore. – Elena disse tentando tranquiliza-lo.

De alguma forma Elena queria que Damon confiasse nela, acreditasse que encontrariam uma solução para este crime e que Robert não poderia ter se suicidado sem motivo aparente, mas ela não poderia pedir a ele que confiasse nela, não quando ele ainda era um suspeito.

Richard saiu da sala deixando Elena pensativa sobre o resultado do exame médico. Damon encarou-a como se tivesse tentando entender o que ela estava pensando, mas sem sucesso.

_ Já concluímos o depoimento. – ela avisou abrindo a porta.

_ Eu não concluí o que eu tinha para falar. – ele disse.

_ O que mais você tem para falar? – perguntou permitindo-lhe que continuasse.

_ Você precisa acreditar em mim, meu pai foi assassinado e o culpado está sendo procurado pelo lado errado! – esbravejou. – Carmen esteve lá em cima também.

_ Ela já foi ouvida também, Sr. Salvatore. Depois de analisarmos os depoimentos tiraremos as nossas conclusões. Além disso, mais uma pessoa entrou em cena, teremos que ouvir a senhorita Laura. – Elena avisou arrumando o gravador em seu bolso.

_ O que? Ela não pode ser chamada! - Damon exaltou-se.

_ Esta sua recusa só me faz pensar que você pode estar tentando evitar que Laura nos conte alguma coisa. – ela afirmou deixando-o ainda mais inquieto.

_ Acredite em mim. Eu não sou um criminoso! – ele disse.

De certa forma Elena queria acreditar. O pai sendo morto pelo seu próprio filho seria um desfecho trágico demais. Ela queria acreditar que existia algo muito mais grave por trás disso tudo, algo que impulsionaria um crime tão bem feito e por um motivo muito grande.

Elena deu as costas para Damon e seguiu a procura de Richard. O resultado do exame parecia estar incomodando-o também. Ele estava debruçado sobre a mesa de seu escritório analisando as amostras encontradas no sangue de Robert Salvatore.

_ Veneno. Dois indícios: ou ele queria se matar ou alguém queria mata-lo. – Elena falou entrando na sala.

_ Amostras do mesmo veneno foram encontradas no interior de uma taça e na parte exterior de outra. O que indica que alguém colocou o veneno na taça de Robert e depois usou a mesma mão para pegar uma taça. – Richard analisou.

_ Uma cena típica de filme. Uma dose envenenada por alguém que lhe ofereceu uma bebida. Então Richard subiu até o andar de cima e se atirou do andar de cima da mansão. – Elena continuou. – Quem serviu uma bebida para ele?

_ Isto nós saberemos com o vídeo.

_ E o depoimento da senhora Carmen? – Elena quis saber.

_ Nada além do que ela contou na reconstituição. E com Damon? – Richard perguntou.

_ Ele contou um detalhe interessante. Estava com Laura Herbert Boult em um dos quartos da mansão no exato momento em que tudo aconteceu. – ela disse deixando Richard surpreso.

_ Laura Herbert? Então temos que chama-la para prestar depoimento. – ele avisou.

_ Marque um horário para amanhã de manhã, estarei hoje em casa analisando as gravações.

_ Espere! – chamou-a. – Leve com você estes papéis, há mais algumas informações que já foram levantadas.

Elena despediu-se de Richard naquele momento e seguiu para seu quarto de hotel com a intenção de analisar os papéis que havia recebido. Chegou há exatas dezoito horas e vinte minutos, deixou suas coisas sobre a cama e sentou-se junto à escrivaninha para analisar os papéis.

Entre as informações recebidas havia o contrato social da empresa e marcado com uma caneta colorida estava a cláusula dos direitos dos sócios e sucessão da empresa em caso de ausência de um deles. Entre elas também estava uma lista de empresas para quem a ClearQuimic fornecia seus produtos para comercialização, alguns itens desta lista estavam assinalados com um X e outros havia um ponto de interrogação feito de caneta ao lado dos nomes.

O contrato social da empresa destacado em uma cláusula específica dizia respeito à administração dela em caso de algum dos dois sócios faltarem. Marcus e Robert assumiam a total responsabilidade da empresa, e na ausência de algum deles, em primeiro lugar, Damon ficaria como o administrador e, na sua ausência, quem assumiria o cargo seria Carmen e Margareth.

Elena encarou a folha em suas mãos e percebeu que Damon estava intimamente ligado à administração da empresa caso seu pai faltasse, “mas ele não tinha interesse na empresa”, ela lembrou, “então, se Damon não tinha interesse na administração da empresa, faria o possível para manter o pai ainda no cargo.”, ela concluiu. Intrigada com a sua própria conclusão, Elena juntou os papéis dentro do envelope e decidiu sair para tomar um café.

Não se recordava de conhecer outro lugar para comer além daquele que já havia estado a última vez, era o único estabelecimento movimentado próximo ao hotel onde estava. Juntou algum dinheiro no bolso, pegou seu celular e saiu por volta das nove da noite para comer alguma coisa antes de dormir.

O silêncio da rua não a assustava, Elena era corajosa e muito segura de que conseguiria se cuidar sozinha, além disso, em uma cidade pequena dificilmente haveria tantos indivíduos pela rua que pudessem lhe causar algum dano.

Entrou no bar e mais uma vez todos os olhares se direcionaram para ela. As pessoas saiam quase todos os dias da semana para ir até aquele lugar, andavam muito bem arrumadas e na maioria eram jovens, entre os dezoito e vinte e cinco anos.

Elena sentou-se em uma das banquetas do bar e pediu apenas um suco natural e uma coisa para comer. Enquanto saboreava seu lanche percebeu que alguém se aproximou, pensou ser aquele garoto que antes havia tentado manter uma conversa com ela, mas surpreendeu-se ao virar e perceber que era Damon.

_ Você não pode tomar um café lá em casa, mas nada impede que tenhamos um encontro ao acaso em um bar. – Damon disse frisando o “ao acaso” como se fosse uma mentira.

Elena notou que ele estava diferente, sentia que ele tinha um semblante mais leve, menos preocupado, algo que ela odiou ter percebido, porque sabia que estava analisando-o com um olhar de desconfiança, como se estivesse trabalhando. Aliás, ela estava trabalhando, todo o tempo. Mas só por hoje queria ter encarado Damon da mesma forma sincera com que ele havia feito, livre de acusações, só disposto a conversar como duas pessoas normais.

_ Não me parece que foi tão “ao acaso”. – ela acusou-o tentando manter uma expressão leve.

_ Talvez. – ele disse sentando-se ao lado dela. – Olha, sei que seu trabalho não permite que você se envolva com qualquer um dos suspeitos, mas eu só queria aproveitar esse momento para pedir que tome cuidado nas suas investigações.

_ Está preocupado comigo? – ela riu. – Faço isso há mais de um ano, eu sei me cuidar.

_ Não duvido disso, mas, Elena, eu sei que há alguma coisa muito grave por trás da morte do meu pai, muito maior do que imaginamos, e eu quero descobrir o que é. – ele disse.

_ Sr. Damon, eu não vou dar ouvidos à sua fértil imaginação. Estamos trabalhando com um crime e eu preciso de provas concretas, especulações sobre “algo mais grave” não vão me fazer mudar o curso das investigações. – ela avisou.

_ Não quero me livrar das investigações, eu sei que sou inocente. Eu só estou aqui para pedir a sua ajuda, eu preciso de alguém para investigar algumas informações que encontrei. – ele disse. – Eu pagarei a mais por isso.

_ Damon, eu não tenho interesse. – Elena disse convicta.

_ Quanto profissionalismo. – ele debochou dando as costas.

_ Escute aqui! – ela puxou-o pelo braço. – Ética é uma das coisas que eu mais prezo no meu trabalho. Isso é ser profissional! E pela ética, não vou acatar às suas especulações e comprometer o trabalho pelo qual fui contratada.

_ Ok. – ele disse simplesmente deixando-a ainda mais furiosa.

Elena saiu pelo bar quase correndo, pagou a mais pelo lanche porque não queria esperar o troco. Damon havia a tirado do sério, por um momento havia pensado que ele poderia ser um pobre garoto inocente, mas agora sabia que de inocente ele não tinha nada, estava interessado em ajudar nas investigações e dizendo que ela corria perigo. “Era só o que faltava!”, ela esbravejou antes de entrar no hotel.

Subiu as escadas a passos largos, queria voltar logo para a análise dos seus papéis, depois desta conversa com Damon ela poderia encarar aquelas informações por ângulos diferentes. Buscou as chaves em seu bolso da calça, mas quando as colocou na fechadura notou que seu quarto não estava mais trancado.

Ao abrir a porta encontrou um desastre. Tudo estava revirado, inclusive suas roupas. Entrou rapidamente olhando para todos os lados para certificar-se de que não havia mais ninguém ali. Estava sozinha, no meio de toda aquela bagunça. Ligou para Diana, mas ela não atendia, tentou no celular de Richard e estava desligado, ligou para a delegacia e pediu para que alguém viesse até lá para avaliar a situação e registrar um B.O., mas a delegacia estava sem viaturas no momento.

Buscou entre os papéis o número de alguém que pudesse lhe socorrer e percebeu que justamente os papéis relacionados à investigação não estavam mais ali. Pegou sua carteira e notou que o dinheiro que carregava estava intacto dentro dela, ainda que tivesse a deixado em um lugar bem visível e de fácil acesso.

Seu coração acelerou ao notar que havia um bilhete grande sobre sua cama, estampado em uma folha sulfite a frase “Pare de investigar!”.


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Notas finais do capítulo

E então?

Beijos minhas queridas, até a próxima semana! :D