Forgotten Life escrita por NoodlesDark


Capítulo 9
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



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Pansy entrou acompanhada de Gina, elas ficavam estranhas juntas, na opinião da castanha, que já tinha visto diversas vezes as duas discutindo. Logo Hermione descobriu que o exame que a Sra. Zabini fez no dia anterior tinha dado um resultado positivo. Depois de uma pequena comemoração, as mulheres acharam que o melhor seria irem ao jardim e em pouco tempo estavam sentadas nas cadeiras que cercavam uma pequena mesa no meio de todo o lugar florido.

— E então, me digam, como eu fiquei com o Malfoy? Como pode Harry e Draco se darem bem? Como vocês duas são amigas? Como decidi me casar? E, principalmente, o que tinha na cabeça de Rony quando deixou que isso acontecesse? — Hermione já não conseguia mais conter a ansiedade e, assim que todas estavam acomodadas, disparou inúmeras perguntas, esperando obter todas as respostas o mais rápido possível, o que não aconteceu.

— Nossa Herms, se decida! Uma coisa de cada vez e para cada uma dessas perguntas existe uma enorme resposta. — A ruiva falou enquanto Pansy ria do seu lado. A cacheada bufou e revirou os olhos, passou a mão levemente pela barriga enquanto parecia pensar.

— Bem, certo então, só... Me contem tudo. — As mulheres encararam Hermione que logo lhes lançou um sorriso aparentemente inocente. Estreitaram os olhos, parecendo cansadas antes mesmo de contarem alguma coisa.

— Certo! Vou começar a história, mas é bom que estejam com muita paciência e, ruiva, se prepare para me ajudar. — A sonserina disse enquanto encarava sua amiga, que assentiu dando uma risada leve.

“A minha infância inteira eu passei junto de alguns amigos, que logo me acompanharam na juventude. Theo, Blásio, Draco e, principalmente, Daphne. Você provavelmente não se lembra dela... Daphne Greengrass, uma sonserina. Nós sempre passávamos os verões juntos, brincando na chuva na casa de campo das nossas famílias. A gente corria, pulava, gritava, se machucava... Tudo isso sempre juntos. Tínhamos almoços nos jardins e, posso dizer com toda a certeza que fui uma criança imensamente feliz.

Lógico que Daphne era minha melhor amiga, quando éramos menores não fazia muita diferença entre ela e algum dos meninos, mas assim que crescemos um pouco e percebemos que existiam diferenças nos nossos corpos, eu e ela nos apegamos. Era pra mim o tipo de menina que passava a noite em claro rindo ou comendo alguma besteira. Quando entramos em Hogwarts nada mudou, exceto o fato de Daph ter demorado um pouco pra ir, levando em conta que ela era um ano mais nova do que todos nós. Mas quando os pais dela convenceram Dumbledore a deixa-la entrar mais cedo, nós só ficamos mais amigos. Logo no primeiro ano Draco teve uma pequena discussão com os meninos e resolveu fazer amizade com o Greg e o Vinci*. Depois eles fizeram as pases e então formaram uma pequena “quadrilha”, que foi o apelido que Daphne deu pra eles, eles diziam ser a realeza de Hogwarts, isso sempre provocava gargalhadas na gente, e Daph falava baixo pra mim: “Todos bobos da corte”.

Crescemos mais um pouco e aí começamos a perceber o quanto alguns meninos são bonitos e o como eles parecem legais. Daph se interessou por Cassius Warrington, segundo ela o garoto era perfeito e os dois se casariam. Um dia estávamos conversando sobre os meninos da escola e Theo ouviu ela falando assim do Cass, ele simplesmente pirou! Deu uma crise e disse que não gostava dele e não queria que ela falasse com ele. Daphne era a nossa pequena, todos nós a protegíamos por ela ser mais nova, mas isso realmente foi ridículo, sabe, não sei como tudo funciona nas outras casas, mas nós sonserinos sempre ficamos juntos, é mais fácil na hora de conseguir o que queremos se tivermos influência com outros.

Não demorou muito tempo e minha amiga conseguiu trocar uns amassos com o menino que tanto admirava, aí sim Theo pirou. Não me lembro exatamente o que aconteceu, só lembro que no outro dia os dois apareceram namorando. Eram o novo casal de Hogwarts, Theo e Daphne. Acho que isso foi mais ou menos no quarto ano. Eles continuaram namorando até quando puderam e todos os sonserinos gostavam dos dois.

E aí o torneio tribruxo aconteceu, o Diggory morreu e... bem, essa parte você conhece. Nossos pais confirmaram a volta de Voldemort e o clima na sonserina começou a ficar meio tenso, a gente sabia que não demoraria muito até que o Lorde começasse a convocar servos entre nós. Então o quinto ano começou e Umbridge veio junto, ela criou a Brigada Inquisitorial e eu entrei só pra me divertir, Blás e Draco também entraram, mas Theo e Daph estavam ocupados demais um com o outro pra prestar atenção nessas bobagens. Todas as noites quando voltávamos pra o Salão Comunal a gente narrava as aventuras do dia, sempre era engraçado e isso fez com que todos os sonserinos ficassem mais próximos. Era gostoso estar no meio daquilo, todo mundo se sentia parte de alguma coisa, e amávamos isso. E então... o sexto ano começou.

Sabe... Com toda certeza esse foi um ano difícil... Voldemort decidiu recrutar seus novos comensais e, como era esperado, ele começou por nós. Os alunos do sétimo ano, todos foram convocados à participarem e ninguém tinha coragem de recusar. Estávamos de férias quando a marca começou a incomodar nossos pais. Meu pai ficou orgulhoso, disse que mal via a hora de me ver lutanto ao lado do Lorde das Trevas. Já minha mãe... Ela parecia estar meio mal, fiquei inquieta com aquilo e fiz ela me contar por quê, ela disse que a vida de comensal era dura, não era pra alguém delicado por que todos os sentimentos frágeis que você tinha eram destruídos assim que a marca é colocada no seu braço e você percebe que tem de matar trouxas. Imediatamente pensei na Daphne. Se a minha mãe achava que eu não iria aguentar, imagine o que seria dela?

No meio das férias nós nos encontramos no Beco Diagonal para comprar os materiais daquele ano, contei aos meninos o que minha mãe tinha me dito e Theo já parecia decido a não deixar que Daph colocasse aquela marca. A gente queria proteger ela contra tudo e, ela era nossa pequena, como alguém iria destruir o que tinha de bom nela? Era impossível imagina-la sem estar com um sorriso no rosto. Mais ou menos uma semana depois os meninos foram chamados, colocaram a marca neles.

No primeiro de setembro eu e Daph estávamos sem a marca e os meninos cobriam a deles com uma camisa de mangas longas. Eles disseram que ela incomodava demais e que doia como o diabo. E foi aí que, decidimos em definitivo, Daphne não colocaria a marca. No final de setembro nós fomos chamadas. Nós conseguimos convencer os Greengrass a não colocarem uma marca nela e eles a deixaram em Hogwarts, já os meus me tiraram de lá por uma semana, para que eu fosse até o Lorde e recebesse a “honra” de ter a marca gravada no meu braço.

Eu estava assustada e quando cheguei lá Voldemort ficou extremamente furioso ao ver que Daphne não tinha vindo. Ele cravou a marca em mim e enquanto eu ainda estava no chão me contorcendo de dor ele forçou o Sr. Greengrass a trazer a Daph de Hogwarts, pra convencer ele mandou Bella torturar a Sra. Greengrass por um tempo. Ordenou que trouxessem os meninos junto e vários outros sonserinos, os quais ele pretendia convocar.

Não demorou muito, eu ainda sentia como se tivessem brincado de rasgar a pele do meu braço e colocado sal em cima, e todos eles chegaram.

Foi a cena mais aterrorizante que eu já presenciei. Estávamos todos juntos lá, mas não era pra uma sessão de histórias, nem pra rimos de alguma besteira. Vários alunos sonserinos olhavam assustados para todos os lados. Blás ao me ver tentou chegar perto de mim pra me proteger, mas o Lorde o impediu com um feitiço que o fez ficar sufocando. Entrei em desespero e tentei implorar para que parasse com aquilo, mas ainda nem conseguia falar, tamanha era a dor.

Eu vi quando eles arrastaram Daph lá para frente, o cabelo loiro dela estava bagunçado e o rosto branco agora estava vermelho, os olhos arregalados e todos nós conseguimos sentir o medo que ela sentia. Observei algumas de minhas amigas, várias delas postavam uma expressão parecida com a de Daphne, estavam assustadas. Voldemort olhou para todos e disse em alto e bom som: “Que isso sirva de lição para todos vocês. Eu sou seu Lorde, vocês me devem obediência.” Ele apontou a varinha para minha amiga e abriu um sorriso doentio enquanto dizia “Avada Kedavra”. Vi enquanto seus olhos perdiam o brilho, enquanto sua boca se abria e então fechava de uma vez e a vi cair sem vida aos pés daquele que meus pais veneravam. Eu assisti a minha melhor amiga morrer, sem poder fazer nada. Parecia que de repente tudo ficavam em câmera lenta enquanto Theo corria na direção dela e tentava alcançá-la, Voldemort encarou aquilo como um sinal de desobediência e lhe lançou um cruciatos. Ele se contorcia de dor no chão e mesmo assim tentava alcançar os braços brancos da minha amiga que agora jazia morta.

Olhei para os meus pais, esperando que algum deles fizessem alguma coisa, mas não moveram nem um músculo. Os pais de Daphne entraram em desespero e o Lorde decidiu que nenhum deles era mais útil e resolveu que matar a linhagem Greengrass seria o melhor a fazer. Mandou Bella trazer para ele a filha mais nova, Astoria, que na época tinha cerca de doze anos. Ele juntou toda a família e sem nenhuma dó lançou um avada em todos. No final de tudo aquilo, os sonserinos estavam em desespero, com medo de se mover, meus pais não pareciam surpresos e nem nenhum outro comensal. Theo ainda estavam no chão e lágrimas escorriam pelo seu rosto sujo, um braço esticado na direção de sua namorada. Parecia ter cansado de lutar. Blás tinha lágrimas escorrendo e Draco estava ao seu lado, os dois pareciam incapazes de falar o que quer que seja.

Meu braço ainda ardia ao extremo, mas nenhuma dor parecia maior do que a que eu sentia no meu peito. Mesmo que eu estivesse sentindo uma parte do meu corpo quase ser arrancada eu me arrastei até minha amiga e lhe abracei. Chorei desesperada por saber que nunca mais veria um sorriso, nunca mais veria seus olhos brilhando ao rir de alguma coisa. Eu tinha perdido minha confidente, e não fiz nada para ajuda-la. Ignorei quando o Lorde me ameaçou, me mandando me afastar dela. Ele encarou a mim e aos meninos que já eram comensais e disse que éramos todos fracos e, pra ficarmos mais fortes, ganhamos uma sessão de crucios. Eu sentia a dor do feitiço, mas ainda assim ela não era mais forte do que a dor de perder minha amiga.

Vi os olhos de um dos comensais brilharem e as lágrimas se acumularem lá no canto de seus olhos, percebi que era minha mãe e direcionei meu olhar para as nossas mães, todas elas choravam silenciosamente. Os sonserinos observavam a cena com terror, nenhum deles parecia acreditar no que via, e alguns outros também choravam.

Quando Voldemort decidiu que já tinhamos aprendido ele encarou Draco e decidiu que ele, como era fraco, não iria cumprir a missão se não tivesse um pequeno estimulo, e aí ele prendeu Narcisa e lhe lançou um crucio, dizendo que era isso que ela ganharia a cada dia que Draco passase sem fazer o que ele lhe ordenou. Essa foi possivelmente a única vez que vi Lucius impressionado, ele tinha uma expressão parecida com a de todos os outros jovens ali, choque e medo.

Depois disso ele mandou todos voltarem pra Hogwarts, eu fui para casa junto com os meus pais e só voltei para a escola uma semana depois. Quando cheguei... A sonserina estava uma verdadeira bagunça, alguns alunos tinham sumido, foram transferidos para uma escola no outro lado do mundo, onde eles esperavam que Voldemort demorasse a chegar, minhas amigas estavam em desespero e ainda choravam pelos cantos a morte de Daphne. No meu quarto, no lugar onde ela dormia, nós lhe fizemos uma pequena homenagem e assim foi também no quarto de sua irmã, que ainda estava no segundo ano.

Todas as noites até que eu saísse de Hogwarts eu encarava a foto dela que ficava na cama do meu lado e chorava até dormir. Theo não tinha voltado pra escola e só reapareceu dois meses depois, mesmo assim ele parecia aéreo e não era o Theo que eu conhecia. Ainda sentia a dor de perder ela e eu escutava várias vezes quando ele chorava escondido em algum lugar.


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Notas finais do capítulo

Surpresa!!
Então, postei BEM antes do dia 13, mas aconteceu o seguinte: a inspiração me visitou, aí escrevi. Enfim, agora o próximo capt fica pra o dia 15, ok?
Ah, achei esse capt choroso, escrevi algumas partes chorando, mas choro por besteira, então... Só me digam o que acharam dele!!
Bjsssssssssssssss *----*



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