Forgotten Life escrita por NoodlesDark


Capítulo 10
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Apple Scruff (Loris sua divosa!!!)
Continuamos na história da Pansy.
Boa leitura :3



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Eu tinha acabado de sair de uma sala escondida, junto com os meninos onde nós tentávamos consolar o Theo. Assim que saímos adquirimos a postura séria de sempre, escondendo as lágrimas atrás de sorrisos sarcásticos. Já faziam três meses desde que o Lorde matou a Daph e até então Draco ainda não tinha conseguido achar um jeito de matar Dumbledore. Todos estavam tentando ajudar, claro. A cada dia passado Tia Cissa sofria uma nova onda de crucios e ficava cada vez mais distante do mundo real, por causa da dor. Lucius estava, literalmente, pirando. O meu pai conversava com ele de vez em quando, pra tentar convencê-lo de que não seria prudente se virar contra Voldemort, mas estava cada vez mais difícil.

Nenhum sonserino queria mais ser um comensal, mas todos tinham medo demais para desobedecer ao Lorde. Era perceptível o ar pesado que ficava ali e de vez em quando encontrávamos um ou outro conversando sobre ir para o lado de Potter, faziam isso às escondidas claro. Acho que todos levaram um choque, perceberam que ser comensal ou ter uma família de comensais não faria a menor diferença pra Voldemort, ele mataria assim que achasse que eram desnecessários. A qualquer momento poderia ser um de nós, um irmão, o pai, a mãe ou um melhor amigo. Sendo assim, por que nos juntaríamos a ele? A única coisa que nos motivava a ficar perto dele era a proteção que ele aparentemente nos daria, mas, no fim, corríamos tanto risco quanto a professora de Estudo dos Trouxas.

Depois de um tempo me separei dos meninos, indo para um corredor oposto. Andei um pouco pelo lugar iluminado e comecei a me lembrar de Daphne. Isso não acontecia com muita frequência, mas quando acontecia eu, realmente, ficava mal. Vendo que não iria mais segurar as lágrimas eu me enfiei em um armário de vassouras que tinha por ali e sentei no piso do mesmo. Estava lá a mais ou menos cinco minutos quando escutei duas pessoas passarem conversando.

— Bem, eu acredito nele. E acho que a resposta para nossas aflições e para saber como derrotar Você-sabe-quem está nos livros de história trouxa. Você sabe, eles entendem bastante de guerras... Adoram uma boa briga... — Era a professora Burbage, que lecionava Estudo dos Trouxas.

— Se ele estiver certo, se Você-Sabe-Quem realmente tiver voltado nós teremos que estudar bem a Segunda Guerra Mundial. Sabe, o tal Hitler se assemelha em demasiado com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Com aquilo de preconceito com algumas classes da população e milhares de seguidores que o apoiavam... — Percebi ser um outro professor. Ele dava aula de matérias opcionais e nem me lembro qual era exatamente, mas sabia que ele era nascido-trouxa.

— Sim, sim! Talvez possamos usar o método que os trouxas usaram pra destruir ele... Não me lembro exatamente qual foi, só lembro que foi bem eficaz. Com toda certeza os aurores conseguiriam reproduzir tudo em uma escala bruxa, trazendo a vitória para nós. Mas os seguidores dele, no final alguns conseguiram fugir, certo? Não fizeram mais nada, mas escaparam pra países pouco conhecidos.

—Ah sim, outros sofreram uma pena um pouco menor. Mas, não sei, os Comensais me parecem ser só um bando de arruaceiros, eles não tem o poder que um líder alemão tinha... — os dois professores foram se distanciando enquanto davam continuidade a conversa e eu me mantive lá, quieta. Depois de ouvir o que falaram aquilo não saiu da minha cabeça. Se o trouxa fosse, realmente, parecido com o Lorde talvez nós tenhamos um jeito de acabar com ele e ainda conseguir escapar de sofrer algum tipo de julgamento.

Saí do lugar devagar, com medo de ser descoberta, mas assim que me vi sozinha no corredor, comecei a andar o mais rápido possível na direção da biblioteca. Fui para um lado dela no qual nunca imaginei que iria, Sessão dos Trouxas, e comecei a tentar procurar um livro de História Trouxa, ou qualquer coisa que citasse esse tal Hitler. Sem sucesso. Tudo que achei foi Luna Lovegood sentada no chão com um livro ao contrário nas mãos enquanto aparentemente o lia. O livro estava escancarado com as pernas dela como apoio e algumas palavras estavam grifadas. Nenhuma foto mexia e eu consegui identificar algumas coisas em meio a tantas palavras: Guerras, Vencer e Preconceito. Cheguei à conclusão de que precisava daquele livro e comecei a me contorcer pra tentar enxergar o título. Mas, quando estava quase virando uma girafa de tanto esticar o pescoço, com o corpo encurvado para baixo, uma menina com cabelos bagunçados e castanhos me interrompeu.

— O que está fazendo Parkinson? — Perguntou com a voz demonstrando raiva, parecia que estava pronta para defender a Lovegood e a si mesma. Ajustei a postura no mesmo segundo e levantei uma sobrancelha só, enquanto a encarava.

— Não te interessa. — Virei as costas e comecei a sair de lá quando me dei conta de uma coisa: Granger era nascida-trouxa. Ela, como sabe-tudo, com toda certeza saberia quem Hitler era, mas lógico que nunca iria me ajudar. Parei no lugar pensando na possibilidade de fazer com que ela me contasse, mas logo desisti, dando de ombros e seguindo meu destino para o Salão Comunal da Sonserina.

Cheguei lá e estava completamente vazio, o que me permitiu correr para os dormitórios masculinos sem que ninguém me notasse. Invadi o quarto dos meninos e a cena que vi me chocou: Draco estava estatelado na cama, com os olhos vidrados em um ponto aleatório enquanto a marca no braço dele estava vermelha e parecia queimar. Os meninos estavam do lado dele, o encarando assustados. Theo tinha os olhos vermelhos e ainda fungava levemente, mas tentava disfarçar. E Blás sacudia Draco tentando acorda-lo, sem sucesso.

— O que está acontecendo? — Perguntei exasperada.

— Quem sabe? Ele simplesmente deu um grito, agarrou o braço e depois o soltou e olhou para cima, agindo feito uma marionete. Tá assim já faz um bom tempo. Pelo estado da marca dele... Só pode ser o Lorde. — suspirei ao ouvir aquilo. Ele estava furioso, Draco não conseguia descobrir como matar Dumbledore e Voldemort descontava na mãe dele, e agora decidiu fazer o mesmo com ele. Fui para o lado dele e ficamos lá, todos juntos enquanto encarávamos o loiro.

— Não vou fazer nada do que ele mandar. — Theo soltou de repente. Nós o olhamos, impressionados. — Não vou obedecer o bruxo que matou quem eu mais amava. Disse isso aos meus pais. Meu pai está revoltado... — Não sabia exatamente o que dizer e nem fazer, só sabia que concordava com ele totalmente. Não queria mais obedecer ao Lorde, voltei a olhar para Draco e imaginei o que Voldemort faria com nossa família se nós trocássemos de lado.

— Não podemos. Vocês sabem disso. — suspirei vencida enquanto baixava o rosto. Blás colocou os braços a minha volta e ficamos assim por mais uns segundos, sabíamos que Theo estava chorando, ele sempre estava chorando, mas não dissemos nada, não tínhamos o que dizer. — Eu ouvi Burbage hoje falando sobre um trouxa que era parecido com o Lorde, e que foi vencido. — Eles levantaram o olhar para mim, e eu continuei. — Alguns seguidores dele conseguiram fugir. Tentei achar na biblioteca algum livro de Historia Trouxa, mas o único que tinha estava com a Lovegood e logo a Granger chegou e não me deixou tempo para tomar o livro dela. — Theo me olhava impressionado.

— Acabei de ter uma ideia... E se- — E então Draco soltou um grito de dor, lágrimas escorreram dos olhos dele e ele continuava sem se mexer. Theo desanimou no mesmo segundo. — Não podemos.

— Não podemos, mas temos que fazer. — Blás disse e eu o encarei sem entender. — É só que... Nós vamos morrer de todo jeito, vocês sabem disso. Não temos chance, se não morrermos nas mãos do Potter, morreremos nas do Lorde. O que podemos fazer é decidir de que lado vamos ficar por enquanto. — tentei falar alguma coisa, para dizer que ficaríamos vivos, mas não consegui. Tínhamos duas opções e estávamos conformados com isso, o que era uma coisa incomum para sonserino, quando não tínhamos opções, nós criávamos elas.

— E se não escolhermos um lado? — Theo perguntou e foi aí que um fiozinho de esperança começou a surgir. — Poderíamos tentar... Tentar ficar em cima do muro.

— O que você sugere? Nós já temos a marca, já estamos dentro da briga. — respondi e eu mesma matei a esperança que acabava de crescer em mim.

— Sim, e eles não aceitariam comensais ajudando. Mesmo que aceitassem, iríamos morrer assim que começássemos a ajudar eles. — Blás falou e Theo olhou para os lados inquieto.

— Não vai ser assim. Eles... eles tem que aceitar. Dumbledore uma vez me disse que nós, sonserinos, sabíamos como nos virar e sempre, sempre, tínhamos mais que duas opções. — ele olhou para Draco. — O Lorde agora está ocupado com Draco, ele nem vai pensar na gente. Eu vou agir agora. Vou atrás do Potter. — Theo falou e não nos deixou tempo para segura-lo, saiu porta a fora rapidamente. Eu encarei Blás e tinha certeza que a ideia ridícula de Theo não iria funcionar, ele iria nos entregar e seríamos pegos tanto por Potter quanto por Voldemort. Tentei pensar rápido para descobrir um jeito de ajudar e me lembrei de um feitiço de comunicação antigo, que meus pais usavam. Olhei para Blás e fiquei vermelha, mesmo assim lhe beijei enquanto pensava nas palavras necessárias para o final do feitiço. Ele me encarou atônito quando eu o soltei. Tentei ignorar o fato de ter beijado o meu melhor amigo. Foi por um bem maior, pensei.

— Vou atrás dele. A partir de agora estamos conectados por um período de tempo. Assim que quiser falar comigo, é só pensar no meu nome e pensar o que você quer falar. Só me chama se Draco acordar. — E saí dali correndo.

Encontrei Theo um tempo depois, ele seguia pisando firme por um dos corredores e eu fiquei na frente dele para tentar para-lo. Ele segurou minhas mãos e me empurrou para o lado. Mesmo assim eu continuei andando, ora tentando convence-lo de que aquilo iria dar errado e ora tentando acompanha-lo. Não consegui nenhum dos dois. Acabei tendo que correr quando ele chegou no Salão Principal e começou a tentar ir para a mesa da grifinória. Graças à Merlin Potter não estava lá e ele logo saiu do lugar. Consegui para-lo um tempo depois.

— Theo! Preste atenção. Eu entendi que você vai seguir com esse plano até o fim, mas devemos fazer isso direito. Pense um pouco. Correr e dizer para o Testa Rachada que você é um comensal não é a melhor ideia. — ele suspirou frustrado se dando por vencido.

— Então, o que sugere? — Comecei a pensar e decidir que talvez nós conseguíssemos fazer tudo sozinhos. Pra ter uma base comecei a carrega-lo para a biblioteca. Procuraria os livros de história e iria descobrir tudo que eu pudesse saber sobre guerras do passado, para saber o que fazer nessa.

Entramos na biblioteca e ela estava vazia a não ser por um ou outro corvinal e, claro, Granger estava sentada em uma das últimas mesas lá no fundo. O corredor de História ficava bem perto de onde ela estava sentada. Puxei o ar e comecei a andar para aquele lado com o nariz empinado. Cheguei ao corredor e revirei-o inteiro procurando o livro que Lovegood estava lendo, mas não achei lada. Olhei para a grifinória que parecia bem entretida com seu livro e logo eu vi por que, era o livro que eu queria.

Theo olhou para mim como se sugerisse que pedíssemos ajuda a ela. Comecei então a pesar os prós e os contras e admito que os contras estavam ganhando, mas aí me lembrei de Draco que precisava de uma solução urgente. Suspirei resignada e me sentei na mesa ao lado dela, estava pronta para pedir ajuda de Hermione Granger. Várias vezes pensei em voltar atrás, mas me forcei a continuar graças à imagem de certa loira, que agora eu nunca mais veria sorrir.

Assim que sentei ao seu lado ela me encarou como se eu fosse louca. Controlei minha língua com as inúmeras ofensas que estavam prontas para ser disparadas e me preparei para falar alguma coisa mais amigável.

— Precisamos da sua ajuda. — Theo nem me deixou pensar direito. Agora já estava feito, pedimos ajuda a uma grifinória sangue-ruim.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Gente, amei a recomendação da Apple (Loris) muito fofa!!
Quero agradecer a ela e a todas que sempre comentam, amo vcs