Eu tinha apenas sete anos quando tudo começou, senti sua mão encostar em meu ombro, virei-me e sorri. Ele me olhava com um sorriso nervoso, e comecei a rir ainda mais de sua vergonha.

– Não ria de mim, acha que só porque você tem cara de ser mais inteligente. - ele comentou e eu gargalhei.

– Não estou rindo de você por isso, e sim porque você tá vermelho como um pimentão. - respondi e ele ficou ainda mais vermelho, se é que isso era possível.

Fiquei o encarando e pensando no que estava por vir, eu e ele brincávamos muito juntos, mas meu passatempo preferido era brigar, mas as brigas nunca aconteciam com ele.

Sentir saudade era um hábito comum desde que meu quase primo tinha ido passar as férias na África com seus pais, eu ficara na casa de minha tia para passar um tempo com meu outro primo, mas era difícil esquecer das brigas e discussões e principalmente das provocações.

Quero deixar bem claro que minha relação com ele não era nada especial, sempre seríamos primos, mas se eu fosse escolher um melhor amigo, nunca seria ele.

– Achei que não te veria tão cedo, pelo menos não com essa cara de molenga, achei que só ficava assim quando eu estava por perto. - me zombou e eu olhei para trás, fiz cara de brava, mas morrendo de vontade de sorrir, agradecendo por ele ter voltado tão cedo.

Mas alguém não gostou muito de vê-lo chegar.