The Golden Rose - A Rosa Dourada escrita por Dandy Brandão


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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Os dias mornos de outono passaram rápidos. Zeenon e Freyr se encontravam durante as tardes na gruta ou, às vezes iam para o castelo e se divertiam juntos na biblioteca, com os romances e epopeias. A gruta azul ficara pequena para tamanhas aventuras. O rei contava suas histórias e encrencas do Submundo, sobre seus feiticeiros e monstros. Conseguia libertar os seus medos e dores contando algumas de suas tristes batalhas com Heimdall para Freyr... Quando feria sem dó e nem um pouco de compaixão as sensíveis criaturas filhas da harmonia, os amados súditos de Heimdall. Durante aquela época, estivera cego pelo ódio, porém, sua consciência mudou muito nos últimos anos. O jovem ouvia tudo atentamente, cada vez mais curioso ao descobrir as fantásticas aventuras do rei e encantado com seu arrependimento diante de suas batalhas sangrentas. Freyr o admirava pela coragem e humildade; Zeenon não parecia um rei que ficava em seu trono, pronto para ser adorado; e sim, uma pessoa comum com suas pendências e dores.

Freyr também conseguia passar bastante de seus sentimentos e histórias para o rei. Não tinha muitas aventuras para contar, mas falava muito sobre sua família e os livros que lia. Sentia-se feliz por ter um amigo com quem conversar e compartilhar suas aflições. No começo tinha receio de incomodar Zeenon por falar dos desentendimentos dos seus pais, mas, com o passar dos tempos, ao vê-lo tão disposto a ouvir e conversar, contava alguns tristes episódios – também libertava-se de suas aflições. Aos poucos, conseguia desapegar da timidez e conversar com mais segurança, assim como Zeenon. Voltava para sua casa triste por ter que enfrentar sua problemática família, entretanto, à noite lembrava-se que no outro dia encontraria com o belo e simpático rei na gruta azul, para poder desabafar e contar o que sentia.

Eles iam até a caverna e passavam horas conversando. Zeenon por algum tempo desconcentrou-se das ameaças do rei Simun, o rei humano estava quieto, mas, seu filho Link e o agregado Mark, continuavam na ativa, sempre atentos as novidade do reino de Ezra. Frequentemente perguntavam algo a Freyr, mas o jovem quase não tinha informações, Jimmy estava sumido e mesmo que aparecesse não lhe daria bastante informação.

Durante o todo outono os dois viveram intensamente aquela amizade, um humano e o mais temido dos feiticeiros. Devagarinho aquilo crescia, e os dois não percebiam que se tornava algo mais forte do que podiam imaginar.

À noite, Zeenon pegava-se deitado em sua cama, em noites de insônia, pela ansiedade em chegar o dia seguinte e ver novamente o garoto. Suspirava, rolava em sua cama, mas o rapazinho invadia a sua mente, seus olhos de céu o causavam fascínio e ele tentava entender o porquê. Conseguia ler apenas livros de romance e poesias melódicas. Sentia-se ridículo quando pegava um volume e o lia em voz alta à noite. Zeenon não conseguia acreditar que estava sentindo aquilo por um humano. Mas ele aceitou, sem tentar lutar contra o que sentia; as tardes, as conversas, e aquele sentimento estavam fazendo bem à sua mente, esquecia de suas dores, do seu passado gritante...

Pensava se Freyr sentia-se da mesma forma... E às vezes sofria com isso.

Cogitava declarar-se, porém não tinha coragem. Perdera seu orgulho de rei. Estava sob asas de um humano, um garoto que lhe conquistou desde o primeiro momento que viu. Para o rei, era difícil falar sobre amor. A única pessoa que conseguia perscrutar seus sentimentos era Heimdall. O rei da luz tinha dom de ver a alma de alguém, porém nunca comentava com Zeenon sobre aquilo. Queria ouvir da própria boca do guardião das trevas.

Zeenon às vezes tinha olhares distantes e vagos, como se navegasse em outro mundo. Os seus companheiros no castelo percebiam e ficavam inquietos, mas não tinham muita coragem de ir lá e perguntar, esperariam o rei dizer algo.

Freyr nada percebia dos olhares carinhosos do rei, concentrava-se em suas conversas e histórias, mas não notava o carinho e a paixão. Às vezes corava com os elogios, mas nunca imaginava o que o rei realmente estava sentido em relação a ele. Nunca havia se apaixonado por alguém, nunca sequer vivera uma relação amorosa. Afinal, vivia enfurnado em seus livros e quando saia era apenas para passear pelo bosque, trabalhar ou ir à biblioteca. Freyr não gostava de se relacionar muito com as pessoas. Sentia medo do que as relações poderiam fazer à sua vida. Sua família não o ajudava, nem se preocupava com os sentimentos do garoto. Jude e Mary não faziam muita questão em amar e proteger o filho, então o garoto passou sua adolescência sem apoio, enfrentou a fase de mudanças sozinho, por isso não entendia muito sobre o mundo. Somente o que lia em seus livros. Tinha visto em Zeenon alguém parecido com ele, solitário e sonhador. Sem muitos amigos, que havia sofrido e, agora, procurava paz interior. Por não entender muito, algumas vezes, quando chegava a falar de romance em suas conversas com Zeenon, Freyr sentia-se desconfortável e logo tentava mudar o rumo. Não entendia sobre aquilo, não sabia direito o que era estar apaixonado por alguém.

Pensava muito em Zeenon, achava-o bonito, simpático...Encantador. Ficava feliz com toda a gentileza que recebia, tratava-o da mesma forma. Gostava dos abraços que recebia ao chegar na gruta, tinha vontade de estar mais perto do rei... À noite, apreciava diversos sonhos com ele, porém acreditava ser um sentimento forte de amizade...

Certo dia, Freyr atrasou-se a chegar à gruta. O rei estava preocupado com a demora do garoto, pensava se algo havia acontecido algo no caminho para lá. De repente, ele apareceu na frente do local. Freyr respirava com dificuldade, o suor pingava em seu rosto, estava cansado.

– Zeenon, desculpe-me o atraso! Meu pai pediu que eu fizesse umas entregas e...

– Não precisa explicar... – Disse Zeenon, levantando. – O importante é que você chegou aqui, não é? Você se esforçou, vejo que está bem fatigado.

Zeenon andou até o jovem e acariciou o seu rosto.

– Estou um pouco cansado mesmo... Ontem, meus pais brigaram até tarde e eu não... – Freyr fez uma leve pausa e enrubesceu – Perdoe-me estou jogando meus problemas em você...

– Não, Freyr, se você quer desabafar, faça-o. Estou aqui para te escutar... Vamos sentar ali e me conte o que houve.

O rei pegou a mão do seu companheiro e os dois caminharam até a grande pedra próxima ao lago sentando-se um em frente ao outro.

– Eles discutiram a noite inteira... Eu não consegui dormir direito. – a voz embargada de Freyr denunciava a sua tristeza;

Lágrimas começaram a rolar pelo rosto do garoto. Soluçou, sem conseguir conter o choro. Lembrava-se dos gritos de Mary, a voz grossa de Jude a falar sobre dinheiro e despesas. Eram sempre os mesmos impasses. Rolava na cama, com os ouvidos tapados, porém não dormiu nem 2 horas naquela noite.

As mãos macias de Zeenon tocaram a face de Freyr, ajudando-o a enxugar as lágrimas. Começou a sentir-se aflito ao vê-lo daquela maneira. Sem saber como reagir, disse:

– Isso vai passar, não fique tão triste assim...

– Não, não... Sempre foi assim! Eu acho que nunca se amaram. Hoje meu pai tentou descontar toda sua raiva em mim... Ouvi tantos gritos e reclamações... – Ele juntou as duas mãos no rosto, tentando esconder a dor.

De súbito, Zeenon aproximou-se do jovem e apertou-o contra si, tentando pensar em uma maneira de confortá-lo. Sempre ouvia sobre os problemas da família do amigo, mas nunca tinha o visto tão triste daquela maneira. Começou a sentir-se ainda mais agoniado, por não conseguir pensar em uma alternativa de vê-lo bem novamente. Os seus braços apenas poderiam apertá-lo no calor do seu corpo. Os instintos ansiavam em arrancar aquelas dores, mas ficavam inertes, sem saber como prosseguir. Zeenon não queria se recolher; apenas desejava vê-lo parar de chorar e ter o brilho dos belos olhos azuis de Freyr novamente; nem que lhe deixasse cicatrizes, nem que doesse.

Extremamente agradecido por aquele caloroso abraço, o menino apenas aconchegava-se nos braços do rei – aquele carinho, o qual nunca havia recebido da sua família, enchia o seu coração de vida.

Ainda tomando-o em seus braços, Zeenon não soube ter outra reação.

– Freyr, suas dores se fazem aqui também. Eu não suporto ver você desse jeito. – sussurrou, entre as mechas louras do garoto.

Freyr apertou o casaco púrpura que o companheiro vestia, pensando em como responder àquelas palavras tão doces. Queria afastar-se um pouco e contemplar os olhos vermelhos do rei, para buscar alguma inspiração, mas ele continuava a aperta-lo, sem a menor intenção de soltar.

– Não gosto de te ver assim... Quero te ajudar, mas... Não sei como.

O rei se afastou de Freyr alguns centímetros e, então o jovem pode observar o olhar do rei. Conseguia ler o carinho estampado ali naquelas íris cor de sangue.

As longas tardes que passaram juntos, as conversas sobre suas vidas e dores, fizeram Freyr acreditar que tinha encontrado um companheiro fiel. O jovem não entendia muito bem seus sentimentos em relação a Zeenon. Sentia uma enorme vontade de ver o rei, passar mais tempo com ele ouvindo suas aventuras e pensava nele durante o dia, a noite... Enfim, sempre. Zeenon soltava alguns elogios, fazia mimos quando iam ao castelo e tentava de tudo para agradar o garoto. Era jovem demais e estava perto de um homem experiente, que já havia vivido bastante. Nunca se apaixonara por ninguém... Não sabia a sensação de viver e sentir um amor. Então, resolveu dizer apenas o que sentia.

– Zeenon.... – O jovem loiro pegou o rosto do nobre rei entre as mãos, olhando fixamente em seus olhos – Quando eu estou aqui com você, eu esqueço tudo isso. Eu entro em meu lindo sonho de criaturas maravilhosas e aventuras...Sonho que todos os dias eu esperava um dia realizar, e você me proporcionou isso. Sua companhia me conforta... E... Eu não sei muito bem... o que... – Ele desviou o olhar.

Acalorado pelas palavras sinceras do garoto, Zeenon deslizou as mãos pelos braços dele, alcançando aquele belo rosto tão inocente. Trouxe-o para perto da sua face, encostando os lábios sobre a boca rosada do menino. Freyr entreabriu os lábios, esperando um beijo e o recebeu com toda delicadeza que o rei poderia lhe proporcionar. As palavras de Freyr fizeram o nobre guardião compreender que à medida que o garoto curava suas feridas, com todo amor, ele também o confortava da mesma forma. A aflição desapareceu. Era incrível sentir o beijo de alguém tão amado. Zeenon tinha certeza que era o primeiro que o jovem recebia e teve cuidado para não assustá-lo. Encostou o corpo dele devagar no seu, deixando-o em uma posição confortável.

Freyr agarrou-se no casaco do rei, sentia os lábios de Zeenon dançarem sobre os seus. O gosto adocicado do guardião invadia-o sem muita cerimônia. Sentia que ele tentava controlar os instintos, mas todo calor que recebia era bom demais, não seria incômodo se Zeenon perdesse o controle ali. Tentava acompanha-lo, mas já que era a primeira experiência, deixou que ele o conduzisse. As mãos grandes do rei desenhavam-se no torso de Freyr, e este deixou os braços penderem sobre o pescoço do companheiro.

Naquele momento, Freyr percebeu que realmente amava Zeenon. Todo o sentimento ardia em seu peito e, ele queria revela-lo imediatamente. Estava satisfeito em saber que alguém o amava de verdade e queria vê-lo bem.

O guardião das trevas terminou o beijo com uma pequena carícia no lábio inferior de Freyr e, sem conter o que sentia, sussurrou:

Eu te amo...

O jovem rapaz, ofegante, olhava para baixo, ainda segurando o casaco de Zeenon. Porém, quando conseguiu controlar a respiração, Freyr logo levantou a cabeça – sabia muito bem o que responder.

– Desculpe-me se não gostou. Eu não consegui resistir.

– Foi meu primeiro beijo...

O garoto rapidamente o abraçou, tinha um perfume agradável de rosas. Inspirou aquele cheiro doce que tanto adorava.

– Não poderia ter sido melhor. Eu... – Ele observou o semblante do companheiro, parecia ansiar por algo mais. – amo você...

Feliz com a declaração do jovem, Zeenon o apertou com força. O sentimento era mútuo, penava em acreditar. O olhar de Freyr voltou ao seu brilho habitual e o rei sorriu, feliz por ter conquistado o seu objetivo. Depois de algum tempo abraçados, os dois sentaram-se nas pedras da gruta a aproveitar aquele momento, com alguns beijos roubados e olhares bobos, distraídos... Enfim, apaixonados.

Passaram o restinho da tarde ali e, no começo da noite, quando as estrelas já despontavam no céu azul escuro, despediram-se com um beijo. Depois, cada um seguiu o seu caminho para casa.

Freyr estava radiante, sem medo algum ao retornar na escuridão da floresta. Chegou em casa e bradou um animado “boa noite”, sem se importar se responderiam ou não. Assim que pôs os pés na sala, viu Jimmy deitado no sofá, fazia dias que ele não aparecia.

– Jimmy, o que aconteceu? Você sumiu de repente.

– O pai não falou que eu estava nos treinamentos? Liberaram-nos hoje.

– E... Como andam os planos do rei?

Tentou sondar seu irmão a dar alguma informação importante.

– Não sei nada.

O rosto de Jimmy enfezou-se, mostrando-se irritado.

– Hm... Mas como você não sabe? Geralmente os soldados ficam informados...

– Qual o seu interesse, hein? Já disse que não tenho nada a dizer. – disse, aumentando o tom de voz.

Ele esconde algo...” Freyr ficou desconfiado, mas não tentou mais contato, seu irmão tinha o mesmo temperamento do pai.

Há tempos Jimmy não falava mais nada sobre o rei Simun, antes mesmo de sumir por uns dias, ele estava estranho e muito quieto. Freyr chegou a pensar que era o cansaço dos treinamentos, mas agora percebeu que se tratava de outra coisa.

A aura de Zeenon irradiava felicidade. Adentrou no castelo, sorridente, ainda tentando acreditar no que aconteceu. Via o mundo de forma diferente, o amor deixava sua aura mais leve, seus sentimentos totalmente livres. Logo que pisou no salão principal, seus companheiros vieram lhe cumprimentar.

– Pai! Que aura contente. O que aconteceu?

Link já imaginava o que seria, mas queria ouvir seu pai falar sobre os seus sentimentos.

– Eu acho que finalmente encontrei alguém para mim. – Os olhos escarlates brilhavam vívidos.

– Ah... – Mark olhou para o seu fiel parceiro, era o que eles já pensavam – Nós já sabíamos.

– Seu jeito não negava, pai.

– Acho que vocês andam praticando feitiços de adivinhação sem eu saber. – Ele apertou o nariz dos dois rapazes, sorrindo para eles.

– Que nada! Somos apenas espertos! – Assim que Zeenon o soltou, Link abraçou seu pai com força e continuou – Estamos muito felizes por você, pai. Sabemos que Freyr é diferente.

– Ele é o mais novo membro do nosso clã! – Mark também foi até o rei e o abraçou.

– Muito obrigado, meninos. Fico contente em ouvir isso.

Zeenon se aconchegou no carinho dos dois dragões, sentindo-se totalmente realizado por dentro. Logo depois partiu para Endymion, precisava contar as novidades a Heimdall. Mas, sabia que seus olhos vermelhos nunca enganavam o rei da luz.

Midnight atravessou, taciturno, pelos céus escuros da capital do reino de Ezra. Dirigia-se à floresta do norte, para visitar o guardião da luz, Heimdall. Zeenon sentia-se mais confiante em ir àquela região desacompanhado. A aura de Heimdall parecia não incomodar, até fazia bem estar perto dele. Os olhos vermelhos do dragão avistaram um grande ponto branco e seus “braços” luminosos no meio da floresta; era o Endymion, cercado pelas vilas. Como a criatura tinha uma visão muito apurada, assim que aproximava-se do castelo, via com mais nitidez o movimento no pátio. Vários seres elementares corriam em direção às vilas, atravessavam-nas e alcançavam a floresta.

Conseguiu sentir as emanações da aura branda de Heimdall na floresta e decidiu descer próximo do ponto onde ele estava. Algo de muito errado acontecia naquele momento.

Midnight pousou próximo a um grande carvalho e Zeenon pôde voltar à forma humana. Seguiu as emanações da aura de Heimdall, não estavam muito longe. Logo, viu a criatura de graciosos cabelos prateados a iluminar a escuridão da floresta.

Heimdall estava de pé, as mãos unidas junto ao peito e os olhos fechados, meditando algum encantamento. A boca de Zeenon entreabriu-se ao ver os súditos do guardião desacordados no chão denso da floresta. Aproximou-se do ambiente, vagarosamente, para não atrapalhar o momento. Vários seres começaram a se aproximar do seu rei e meditaram todos juntos. Zeenon percebeu que eles usavam algum feitiço de neutralização. Provavelmente, foram atingidos por algum veneno.

Após alguns segundos de meditação, os seres antes desacordados, começaram a despertar. Os outros que meditavam correram para ajuda-los a levantar. Zeenon passou por eles e conseguiu alcançar Heimdall que, mesmo depois de seus súditos acordarem, continuou na mesma posição de antes. Assim que o guardião das trevas se aproximou, ele abriu os olhos e levantou a cabeça.

Zeenon observou os olhos marejados de Heimdall, sentindo imensa compaixão por ele.

­– O que aconteceu...? – disse, cuidadoso.

– Os ataques voltaram, Zeenon... E estão piores.

– Esses últimos tempos ele estava tão quieto...

– Pois é... Mesmo assim, não tirei a proteção dos meus companheiros. Porém, este pequeno grupo voltava do reino de Thorn e... Algum feiticeiro humano os empreendeu um ataque com... Veneno de Sínora.

Heimdall pronunciou a palavra “Sínora” com certa amargura.

– Sínora... feito especialmente para nossas criaturas. ­

Zeenon se lembrou de quando soube da existência desse perigoso veneno. Não acreditava que tinha sido feito pelas mãos de feiticeiros humanos. Sínora era uma das “maho’s” mais poderosas existentes na Terra. Maho’s eram substratos do mundo humano, possuíam quantidades mínimas de magia. Eram usadas para confecção de poções e rituais para registros de novos feitiços.

– E eu, que vim só pensando em mim... – murmurou, pensando ser egoísta.

As mãos delicadas do rei da luz pousaram sobre o rosto de Zeenon. Queria saber o motivo dele aparecer no reino.

– Diga-me... Sua aura parece feliz.

– Não, Heimdal... Não precisa...

– Finalmente está de namoro com o garoto? – disse, certeiro.

Zeenon baixou a cabeça, sentindo-se desnudo perto daquele poderoso homem.

– Sim... – murmurou.

– Parabéns – Heimdall pegou as duas mãos de seu companheiro – você merece todo o amor.

O sublime homem de cabelos prateados inclinou-se para frente e beijou a bochecha do rei Zeenon. A aura poderosa do guardião das trevas, fonte de todo o seu poder, estremeceu ao sentir aquele toque. Ele estava muito próximo de uma aura oposta à sua e aquilo o desestabilizava por completo. O rei da luz sussurrou no ouvido de Zeenon: Nunca esqueça do amor que eu também sinto por você” e o guardião sombrio prendeu a respiração, tentando se acostumar àquelas palavras.

Voltando-se ao seu lugar, Heimdall enxugou a lágrima que ousava escapar dos olhos do companheiro e sorriu para ele. Percebia que à cada dia, Zeenon estava mais aberto sobre sentimentos e ficava feliz em saber que poderiam estar caminhando para uma relação mais estreita... Sincera.

Os seres de luz já se retiravam da floresta e o seu rei precisava também partir.

– Até mais, Heimdall... Estarei aqui, caso precise de ajuda. – finalmente se recuperava e conseguiu soltar algumas palavras.

– Vejo você qualquer hora. Obrigada por oferecer ajuda. – respondeu, indo ao encontro de seus súditos.

Zeenon observou ele seguir os seus companheiros, pensando em como deveria ser maravilhoso viver mais perto daquela criatura tão digna.

O amor de Heimdall era algo que ninguém conseguiria esquecer.


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Notas finais do capítulo

Bom, agora entraremos em uma nova fase da história, e ainda tem muito o que acontecer! :)
Acredito que a imagem combinou perfeitamente, quando bati o olho nela percebi que seria para este capítulo!



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