The Golden Rose - A Rosa Dourada escrita por Dandy Brandão


Capítulo 7
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora de postar! A vida às vezes é um pouco cheia, não?!

Infelizmente, não consegui adicionar a imagem do capítulo, mas, quem quiser conferir, aqui está o link ---> ( http://i61.tinypic.com/igj18m.jpg )

a imagem original é esta aqui -> http://s82.photobucket.com/user/nami_yuganashi/media/Anime%20Boys/Anime_guy.jpg.html

Boa leitura!! :*



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O dia foi perfeito” pensou o guardião Zeenon.

Relembrava a tarde junto a Freyr. O garoto mostrava-se cada vez mais encantador e estava a dominar os pensamentos do rei. Era estranho tentar amizade com um humano, mas precisava de algo novo em sua vida. Os últimos anos do rei caiam em uma melancolia profunda - respirar novos ares era um bom começo para sair daquele poço tão obscuro. Mesmo que o menino pertencesse a uma raça que lhe trazia tanto asco, ele parecia diferente e Zeenon estava decidido a trazê-lo para mais perto do seu mundo, faria isso aos poucos, apresentando a Freyr tudo o que havia de maravilhoso em Inshtarheim e seus feiticeiros.

Pensou também naquele pequeno gesto de Heimdall que o confortara. O guardião da luz sempre tentava perscrutar o coração do rei e enchê-lo de amor e compaixão. Mas, Zeenon nunca conseguira enxergar aquilo. Achava-se indigno daquele amor tão terno. Ele apenas considerou o que o doce guardião da luz, disse: “Você está começando a conhecer algumas coisas agora”. E estas palavras faziam Zeenon se sentir mais aliviado.

Ainda tenho muito o que aprender. Pode ser interessante.” Balbuciou, deitado no sofá da sala de estar, olhando o luar prateado pela janela.

– O que disse, pai?

Como um gato à espreita, Link entrou silencioso na sala, interrompendo os pensamentos do seu pai. Sentira a aura do guardião aproximar-se do castelo e esperou ele se acomodar na sala, para poder conversar em paz.

– Pensei alto...

Ele deitou de lado, para observar melhor seu filho. O jovem dragão aparentava estar um pouco tímido, não era muito comum.

– É... Pai... Eu realmente gostei do Freyr. – murmurou, quase inaudível.

– Bom saber.... Pretendo trazê-lo aqui várias vezes.

Zeenon lançou um olhar de satisfação para Link, o qual já estava à sua frente.

– Você está mesmo feliz, não é? Dá para ver nos seus olhos.

– Sério? Pensei que apenas o Heimdall conseguisse ver através do meu olhar.

Sorriu, sentindo-se bobo por deixar seus sentimentos tão estampados no rosto.

– Você foi vê-lo hoje? - disse, com ar de estranhamento na voz..

O rei nunca ia ao reino da Luz sem a sua companhia e a de Mark. Dizia que se sentia um estranho no meio de tantos seres de luz.

– Sim, eu fui lá agora à noite.

– Por que foi lá sem mim e o Mark? – Insistiu.

Sempre preocupado com os sentimentos do pai, Link gostava de estar inteirado em tudo que ele fazia, mesmo que o aborrecesse. Principalmente, quando era algo que envolvia o reino da luz e Heimdall, suas principais preocupações em relação a Zeenon.

– Eu só fui passar uma informação. E muitos dos súditos de Heimdall não estavam lá.

– É algo sobre Rei Simun?

– Parece que ele está se preparando melhor para os ataques. Treinamentos, aumentando o exército. Como se isso fosse adiantar alguma coisa...

O rapaz atentou-se à falta de planejamento do seu pai. O guardião estava muito aéreo e parecia não se importar com os planos de Simun. Queria vê-lo ativo.

– Pai é melhor começarmos a nos preparar também. – ponderou.

– Não podemos matá-los, mas também não seremos pressionados por eles. Sabe por quê? Agora à noite fui até o castelo do rei S...

– Como assim pai?! – Interrompeu, levantando-se como um raio.

– Acalme-se, deixe-me terminar de falar. – Zeenon olhou-o, sério.

Link franziu o cenho e torceu o nariz, contrariado. Porém, assim que percebeu o semblante impassível do seu pai, sentou-se na borda do sofá e esperou, obediente.

– Não estava em forma humana, fui como dragão. Você precisava ver como eles correram.

Soltou uma gargalhada prazerosa, lembrando-se das expressões assustadas dos soldados fugindo para todos os lados. Adorava vê-los tão amedrontados. A ousadia humana desmoronando ao encarar frente a frente aquele grande dragão. Era, no mínimo, cômica a situação.

– Ah, pai! Você adora ficar com a diversão toda! Queria estar lá também.

– Foi apenas um aviso. Se quiser, amanhã, você e Mark podem fazer uma bagunça também. Mas sobrevoem o quartel deles. – Zeenon levantou, espreguiçando-se. – Vou me deitar...

– Obrigado, paizinho! Mark vai adorar a ideia!

Grande entusiasmo dominou todo o corpo do dragão, já pensava no susto que eles levariam ao ver mais criaturas como Midnight. Segurou a mão do seu pai e a beijou, como uma reverência.

– Hm...Não vai jantar?

– Hoje não.

O rei andou até uma das estantes das paredes laterais, pegou um livro e começou a folhea-lo, despreocupadamente. Link estava curioso por Zeenon ter ido desacompanhado ao reino da Luz. Quando perguntou antes, Zeenon não quis entrar em detalhes, mas a demora da visita lhe deixou intrigado. Então, sem receio, perguntou:

– Pai, Se você só foi passar uma informação ao Heimdall, por que demorou? Desculpe-me a intromissão.

Ele sabia que seu pai não lhe esconderia, então esperou. Zeenon pensou por alguns instantes, olhando as folhas do volume. Logo depois, virou-se para Link, que ainda o aguardava com os olhos curiosos.

– Eu nunca consigo esconder meus sentimentos para o Heimdall.

– Ah! Então ele percebeu. Não tem como esque...

– Tudo se perdeu, Link. – Interrompeu-o, tentando acabar com o assunto.

Arrependido, o garoto apenas assentiu com a cabeça, sem ao menos encarar os olhos do seu pai – Não tinha coragem. Acabara de tocar na pior ferida de Zeenon, mesmo que fosse sem más intenções. O guardião aproximou-se do jovem dragão negro, pousando as duas mãos sobre os ombros fores do garoto.

– Não precisa ficar assim, filho. Mas não toque nesse assunto. Ok?

Em suas passadas lentas, Zeenon saiu da sala e Link ficou sentando no sofá. Refletiu o quão dolorosa deveria ser a dor do seu pai – todos os sentimentos o corroíam por dentro e se algum dia ele conseguiria curar aquilo. Torceria até o fim para que ele vencesse aquela batalha.

Zeenon correu para as escadarias do castelo. Precisava do aconchego do seu quarto. As últimas palavras de seu filho despertavam algumas lembranças as quais não gostava de ter. Talvez, um bom livro de poesia o acalentaria.

Entrou no quarto, e trancou-se no aposento. Começou a se despir; primeiro o sobretudo negro, as botas, a calça, e toda a sua roupa de baixo. Logo, estava totalmente despido. Vestiu o robe felpudo vermelho, e apertou-se no tecido macio.

Antes de dormir, Zeenon sempre conferia o céu, quando a lua estava presente. Virou-se para a sacada da janela, esperando ver a luz brilhante da lua, porém, vislumbrou uma imponente figura.

Os olhos cor de fogo faiscavam, contrastando com a escuridão da noite. A pele pálida dava destaque aos cabelos curtos e ruivos; Vestia-se totalmente de preto, como era costume. A silhueta esguia, começou a mover-se indo em direção ao dono do castelo. Jogava um sorriso torto, formando covinhas extremamente sedutoras em seu rosto, ele correu os dedos límpidos pelo cabelo.

Zeenon sorriu, sabia muito bem de quem se tratava.

– Esteve aí o tempo inteiro, maldito.

– Não faz mal vigiar o meu mestre de vez em quando, não?

A voz dele era suave, como um canto incrivelmente angelical... Porém, malicioso.

O rapaz estendeu a mão para cumprimentar o rei, porém ele a segurou e puxou para um abraço apertado.

– Deixe de cerimônias, Loki. – Disse, em um riso abafado pelas roupas do seu servo.

– Nada disso, apesar de tudo, ainda sou seu fiel servo.

Depois de sair dos braços do seu mestre, Loki curvou-se em respeito, arrancando um riso de Zeenon.

– Você não muda, rapaz. Conte-me as boas novas...

Há semanas que Zeenon não aparecia no Submundo e Loki sempre vinha trazer algumas informações para ele. Geralmente, sempre era sobre alguma desavença ou disputa que acontecia entre os feiticeiros ou, raramente, registros de novos feitiços ou rituais.

– Soube hoje mais cedo que os rumores voltaram... Não?

– Ah, sim! Simun está a se preparar, mas tenho algo mais importante para me preocupar.

O rei bocejou, enquanto caminhava para a cama. Deitou sobre os lençóis cor de violeta e cruzou as pernas, balançando-as de um lado a outro. Loki observou o jeito de Zennon, estranhando o seu desinteresse.

– Algo mais importante? – levantou uma de suas sobrancelhas ruivas, curioso.

Andou até a cama e sentou-se na borda.

– Sim, estou a me interessar por uma pessoa.

– Uma pessoa? Humana? – Disse, hesitando em levantar a voz.

– Isso mesmo, Loki. Conheci um garoto humano e me interessei nele.

A boca rosada do feiticeiro ruivo entreabriu-se de modo orquestrado; franziu o cenho, tentando absorver as palavras do seu mestre. Como ele estava a se relacionar com um... humano? Não podia acreditar. Zeenon sorriu ao contemplar o semblante confuso do companheiro. Sentou em posição de lótus na cama e quis confortá-lo:

– Senta aqui, vou te contar sobre ele e, se quiser saber, sobre o Simun.

Em segundos, os sapatos lustrosos de Loki caíram ao chão e o feiticeiro pôs-se a escutar, atento, todas as novas histórias que seu amigo estava animado a contar.

Freyr, em seu quarto simples, olhava a lua pela janela, pensando em Zeenon. Era um sentimento tão novo para ele – A amizade. O garoto quase não tinha amigos. Desde pequeno foi acostumado a ficar dentro de casa, e achou refúgio nos livros, seus grandes amigos os quais levavam a mundos mágicos... Zeenon era uma criatura fantástica, como a de seus livros, e aquilo o encantava loucamente. Queria descobrir mais sobre o rei, Inshtarheim, sobre magia, feitiços... Tudo o que envolvia aquele mundo!

Ele pegou o colar que repousava em seu pescoço e o observou. Estava impressionado em como o rei era amigável, simpático e gentil... Nada parecido com as lendas. Pretendia levar a amizade adiante, não só porque queria aprender sobre o Submundo, mas porque Zeenon, diferentemente de todos à sua volta, demonstrava carinho, afeto... Sentimentos que nunca obteve verdadeiramente. Se algo ferisse aquele inicio de uma amizade, sua vida voltaria àquela rotina monótona e sem emoção de antes.

Freyr viajava em seus pensamentos, quando foi despertado por gritos na porta do seu quarto.

– Freyr! Freyr, responda garoto!

Jude, seu pai, berrava furioso.

– Espere, já vou abrir.

Preparando-se psicologicamente para enfrenta-lo, o jovem correu até a porta e a abriu. O homem carrancudo, alto e de barbas louras, entrou em seu quarto bruscamente.

– Onde você estava esse tempo todo? Pedi que te procurassem por vários lugares e estava sumido – rosnou.

Freyr abaixou a cabeça, amedrontado, e balbuciou:

– E-Eu estava na biblioteca, pai. Todas as tardes eu vou até lá, você sabe disso.

– Não, eu não sabia. E não quero filho meu em biblioteca de burguês. Às tardes, de agora em diante, você me ajudará na loja. O movimento aumentou muito esses tempos.

Freyr olhou-o, arregalado, sem entender aquela decisão repentina. Não podia trabalhar durantes as tardes, tinha seus estudos e, agora, Zeenon. Não aguentaria passar o dia inteiro a aguentar os maus-tratos de Jude.

– Não pai, eu preciso estudar também! Por que você quer me privar disso?! Quero ter uma vida melhor que essa, para poder ajudar vocês no futuro! – Freyr aumentou o tom de voz.

– Você não precisa disso, não leva a lugar algum! E abaixe seu tom, veja com quem fala!

Os olhos de Jude sempre se enchiam de raiva apenas por encarar toda a ternura de seu filho mais novo. E não gostava de ser afrontado daquela maneira. Suas mãos grandes e brutas foram diretamente para o braço de Freyr, puxando-o com força. O garoto gemeu alto, acordando seu irmão que dormia no sofá da sala.

– E você tem que cumprir suas obrigações!

– Solte-me! Por favor, eu não fiz nada de errado!

O jovem olhou-o com firmeza, o pai continuava a puxá-lo. Freyr nunca entendia o porquê de tanta fúria, gritos e puxões.

– Olha aqui garoto, vou te ensinar a respeitar seu pai! – Jude levantou a mão, pronto para agredir o filho.

Magicamente, uma brilhante luz escarlate surgiu do peito de Freyr; encobrindo a visão dos dois. O lume vermelho sumiu vagarosamente, e o garoto loiro pode vislumbrar o rosto pasmo de seu pai.

Jude abaixou o braço, totalmente confuso.

Não se lembrava do que havia acontecido.

– O-O que houve? – murmurou.

Perplexo, Freyr continuava com seus finos joelhos apoiados no chão; não sabia muito bem dizer.

– V-Você e-estava me dando um sermão. – Gaguejou.

– Não consigo recordar... Deixe para lá.

– Boa noite.

O jovem não conseguiu encará-lo, ficou parado no chão, encolhido. O bruto homem saiu do quarto sem dizer absolutamente nada. A cabeça girava em mil pensamentos sobre o que acontecera ali, porém resolveu deixar a situação para lá e jogar-se sobre seus consolos de sempre: a bebida.

Freyr, enfim, levantou-se do chão e trancou a porta. Tirou o blusão que vestia, para observar a pedrinha. A joia mágica se destacava em sua pele alva. Por uns instantes, admirou aquela preciosa pedra, pensando no grande poder que ela guardava. Suas pálpebras se fecharam lentamente e, pensando em seu novo amigo, sussurrou:

Obrigado pela proteção...”

Vestiu novamente a peça de roupa, ajeitando o colar debaixo do pano. Estava com sono e precisava acordar cedo para a manhã de duro trabalho. Sentou-se em sua cama e amaciou o travesseiro branco com leves batidinhas e, depois, foi se deitar. Queria esquecer a brutalidade do seu pai e mergulhar nos sonhos fantásticos de todas as noites.

Antes mesmo do primeiro raiar de sol, Freyr já estava de pé, pronto para ir trabalhar.

Saiu de casa ainda às escuras, precisava arrumar todas as bancas para a manhã de vendas. As ruas estavam tranquilas, não tinha medo dos bêbados que apareciam jogados nas ruas, nem mesmo dos soldados que faziam rondas pela madrugada – eles nunca tratavam bem habitantes de bairros carentes. Quando chegou à quitanda, seu pai já estava arrumando o caixa da loja. Freyr entrou de fininho tentou passar despercebido para o depósito, mas Jude viu seus passos e o chamou:

– Freyr, venha aqui. – Disse, com a arrogância de sempre.

Ele andou até seu pai, cabeça baixa, sem conseguir encará-lo.

– Sim, pai, o que foi?

– Não sei o que aconteceu ontem à noite, pois não consigo me lembrar. Porque eu estava com a mão levantada para você?

Jude fora afetado pela magia da pedra, impedido de praticar alguma agressão física sobre o garoto.,Não conseguia se lembrar de nada do que houve depois que puxou o braço do caçula, a mente estava confusa.

– Er... O senhor ia... Er... – Como não gostava e, não sabia mentir, Freyr tentou falar a verdade – Estávamos discutindo e...

– Eu ia bater em você?

– Eu disse que queria estudar e o senhor não gostou da ideia, foi isso.

É uma meia verdade, tudo bem”, pensou.

– Ah, é mesmo, não serve para nada nessa cidade. Mas se tu queres isso, não me importo, faz o quiser. A vida é tua mesmo. Depois, quando não tiver nada na vida, não me procure.

Ele pegou uma caixa de legumes que estava ao seu lado e a entregou para Freyr;

Com dificuldade, o garoto segurou a caixa, porém, estava tão feliz por dentro que nem se importava. Jude deu as costas, indo para o depósito, porém parou de repente, disse:

– Ah, eu estava pensando em te deixar aqui durante as tardes, mas não vou precisar. Hoje mais cedo apareceu um garoto desesperado atrás de emprego e contratei para ficar o dia inteiro...

Os olhos azuis do menino brilharam de tamanha felicidade. Não precisava mais se preocupar em relação aos seus estudos e, também, ver seu novo companheiro, Zeenon.

Animado, respondeu:

– Ok, obrigado!


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Notas finais do capítulo

Hoje tivemos o Loki! *-* ♥



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