The Golden Rose - A Rosa Dourada escrita por Dandy Brandão


Capítulo 10
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!

Correção: Não sei se alguém percebeu, mas o nome do reino na sinopse estava errado... Na verdade é Ezra... Não Erza rsrsrsrs

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Depois do trabalho de arrumar todos os produtos que seus pais trouxeram de outra cidade, Freyr estava cansado, apesar de ter recebido ajuda do novo funcionário da loja. Tiveram que desembrulhar caixas e mais caixas, arrumar produtos no depósito e ainda nas bancas da loja. Seus braços estavam cansados, a coluna doía, sentia um incessante latejar em sua cabeça, porém tinha certeza que logo passaria - o ambiente do bosque e a companhia de Zeenon sempre eram relaxantes. Passou em casa, tomou um relaxado banho, comeu o magro almoço preparado por Mary e saiu, pronto para sua caminhada.

O bosque estava calmo, úmido e fazia um pouco de frio, pois o inverno estava próximo. “Logo, aqui estará coberto de neve” pensou. O jovem andava tranquilamente, pensando na sua programação para tarde. Poderiam ir para o castelo e ler sobre a energia da lua sobre as criaturas, ou ficariam na gruta conversando e trocando beijos toda tarde. Freyr tremia ao se lembrar dos beijos doces do rei, a forma como ele o abraçava e acariciava quando estavam sozinhos, não sentia medo algum de estar perto dele... Amava tudo aquilo.

De repente, sua atenção voltou-se para dois cavalos, um malhado preto e branco e outro totalmente alvo, parados, perto de uma grande carvalho. Percebeu que eles não deveriam estar sozinhos, pois estavam equipados com sela. Aproximou-se para espiar, quando percebeu uma figura de cabelos prateados, observando um animal caído no chão. Atrás dele apareceu outra criatura, uma moça, agora com cabelos cacheados vermelhos. O homem, pálido e alto, usava uma túnica verde-água e apresentava uma expressão calma enquanto analisava o animal sobre o chão. A moça, de pele negra reluzente, era também de estatura alta, trajava um vestido totalmente branco e longo, fazia algumas anotações em um bloco. O garoto ficou escondido em um arbusto, a observar aquelas belas criaturas, pensando no que eles faziam ali.

Heimdall ouviu um ruído entre os arbustos e levantou a cabeça percebendo que alguém os observava. A bela moça que o acompanhava parou as suas anotações.

– Algum problema, mestre? – indagou, estranhando a inquietação do rei.

– Alguém nos observa, Marín.

– Quer que eu veja o perímetro?

Os olhos atentos do rei viram fios loiros perto do arbusto. Ao perceber que fora descoberto, Freyr se levantou envergonhado de sua espionagem.

– Não precisa... Vou vê-lo.

Consciente dos perigos que rondavam o reino, Marín tentou intervir, mas Heimdall sentia que aquele rapazinho louro era inofensivo - o rosto dele estava corado, as mãos encolhidas, que mal poderia fazer? Pediu a Marín que terminasse a análise do animal e partiu ao encontro de Freyr.

Após alguns poucos passos, Heimdall o alcançou, questionando,

– O que faz sozinho aqui neste bosque? – sorriu, para deixá-lo mais confortável.

Ao vê-lo tão perto, o garoto conseguiu apreciar ainda mais a beleza daquele ser. Os olhos prateados brilhantes; cabelos longos semi presos, apenas com algumas madeixas sobre os ombros. Traços dos seu rosto...Delicados.

– Eu sempre ando por aqui... Faço passeios à tarde.

A presença de Heimdall espalhava harmonia no ambiente, sentiu-se mais tranquilo ao falar com ele.

– Não é muito seguro andar por aqui sozinho, tenha cuidado. Como é seu nome, meu jovem?

– Freyr... – Disse o garoto, abaixando os olhos.

"Esse nome não me é estranho..." pensou Heimdall. Prestou atenção na fisionomia do garoto e depois de vasculhar um pouco, teve um estalo. Tinha quase certeza que era o garoto de Zeenon.

– E como o senhor se chama?

– Chamo-me Heimdall, prazer em conhecê-lo, Freyr. – estendeu a mão, arqueou uma das sobrancelhas; gesto quase inconsciente.

Por um instante, Freyr lembrou-se daquele mesmo gesto que seu namorado fazia algumas vezes, achou engraçado Heimdall fazer o mesmo. Sorrindo, apertou a mão do rei - era a primeira vez que chegava tão perto do guardião da luz.

– Estou lisonjeado em conhecê-lo. Zeenon já... – Interrompeu-se.

– Zeenon? – Imediatamente a suspeita de Heimdall se confirmou. – Então é você...

– Eu? O quê? – Disse Freyr, com um olhar interrogativo.

– Ele me falou sobre você, quer dizer... Os olhos dele nunca me enganam, então ele me confessou... E Realmente sua aura é linda.

O homem falava com tranquilidade sobre Zeenon. Ficou surpreso, não imaginava que seu companheiro comentaria algo com Heimdall. Pensava que os dois fossem inimigos ferrenhos.

Fico feliz em saber que ele encontrou alguém...

O garoto baixou a cabeça, refletindo sobre a relação que os dois poderiam ter.

– Eu achei que vocês fossem inimigos. – sussurrou.

– Pelo menos, da minha parte, nós nunca fomos inimigos. Sempre o perdoei por tudo... – refletiu, deixando seu tom leve de lado.

Tudo que Heimdall mais queria era que Zeenon se sentisse bem por dentro. Mas, sabia que aquilo não dependeria apenas do seu perdão; Freyr poderia ajudar.

– A aura dele está bem mais vívida com você. – sorriu, tentando recuperar a suavidade.

– Obrigada, Sr. Heimdall. – curvou a cabeça, em respeito.

– Por favor, não me chame de senhor... Pode me chamar de Heimdall.

O rosto de Freyr encheu-se de um tom rubro ao ser tratado tão amistosamente por aquele homem poderoso.

– T-Tudo bem... O-o que faz por aqui?

Voltou-se para sua companheira ruiva, agachada a observar os dentes do urso.

– Aquele urso foi morto com algum veneno.. Até agora não conseguimos identificar qual foi. Porém, sabemos que é magia humana.

– Algum ataque esses dias? Zeenon sempre me fala quando acontece alguma coisa.

– Esses dias eles estão quietos, mas permanecemos atentos. Por alguns dias suspendemos as viagens e só saímos em grupo.

Freyr observou a companheira de Heimdall, pensando no que ele acabara de dizer. Estavam só os dois ali, sozinhos na floresta... Poderia ser perigoso.

– Mas, só vocês dois aqui?

O rei percebeu a preocupação do garoto, e tratou de confortá-lo.

– Eu poderia sair sozinho, Freyr. Entretanto, Marín não deixou.

– Não teme por ataques? – indagou, curioso.

– Podem tentar, mas não vão me machucar. – respondeu, convicto de suas palavras.

O tempo passava, e Freyr quase esqueceu do compromisso de todas as tardes. Olhou seu pequeno relógio de bolso, estava quase na hora. Não gostava de chegar atrasado.

– Heimdall.. Desculpe-me tenho que ir agora.

– Foi um prazer conhecê-lo, Freyr. – a mão delicada do rei pousou sobre o ombro do garoto – mande lembranças a Zeenon.

– Claro, mandarei. O prazer é todo meu... – retribuiu a afabilidade do rei, com um sorriso largo, satisfeito.

O garoto seguiu o caminho para a gruta, animado para contar sobre seu encontro a Zeenon.

Quando chegou ao seu destino, sentou-se em uma pedra próxima ao lago e esperou a chegada de Zeenon. Estava um pouco impaciente, queria vê-lo logo. Cada dia que passava, a relação ficava cada vez mais profunda, tinham mais intimidade e horizontes para expandir. Roendo as unhas de ansiedade, o jovem olhava o lago, brincou com as pequenas pedras da beira, observava os peixes nadarem tranquilos na água e nada de Zeenon aparecer. Cansado de esperar, Freyr deitou sobre as pedras à beira do lago e caiu em um sono tranquilo.

O céu já estava alaranjado quando o nobre rei da escuridão apareceu na gruta. Estava muito atrasado, e temeu por Freyr zangar-se com ele. Zeenon sentou-se ao lado do namorado e acariciou seu rosto. O jovem movimentou-se devagar e mudou de posição, virando-se para ele. Dormindo ali, daquele jeito tão despreocupado deixava Zeenon um pouco chateado, poderia ser perigoso. Mas já que ele possuía o rubi vermelho, então tentaria não se preocupar muito.

Os dedos frios de Zeenon tocaram levemente os cabelos de Freyr. O jovem sentiu o toque do rei e acordou subitamente, olhou para o companheiro, assustado.

– Não queria te acordar – disse, sorrindo.

– Não acredito que dormi aqui... – esfregou os olhos, como uma criança que acaba de acordar de um sono profundo.

– Desculpe-me a demora, eu estava no submundo.

– Sem problemas.. – Ele se inclinou e beijou o rei. – Hm... Você estava no Submundo?

Freyr ainda alimentava esperanças de um dia ir ao Submundo. Talvez Zeenon mudasse de ideia e o levasse até lá. Seus olhos brilhavam quando ouvia história algo sobre Inshtarheim, era o mundo que sempre sonhara conhecer.

– Fui ontem à noite... Dormi por lá e hoje passei o dia com eles...

O garoto encostou-se um pouco mais no guardião, e pôs o rosto próximo ao seu ombro. Zeenon encarou aqueles belos olhos azuis do companheiro, e o apertou contra si, imprimindo milhares de selinhos no pescoço dele. Após divertir-se com a carícia, Freyr sentou-se entre as pernas do parceiro e indagou,

– Foi visitá-los?

– Tinha urgência em falar com Loki, meu braço direito. Mas, sabe como é... – acariciou o braço do garoto, pensando em toda a alegria de estar no submundo,

– Zeenon... – virou-se para observar a face do companheiro – está planejando alguma coisa?

O rei não se assustou ao ouvir a pergunta do garoto, era óbvio que não deixaria de investigar sobre o fato do dia anterior. Explicou todo o seu plano e acrescentou que ele também deveria estar atento a todos os sinais que visse. Ao exército, as movimentações na cidade, sobre o seu irmão mais velho... Tudo que ele pudesse ver.

Confiante, Freyr assentiu com a cabeça. Mesmo fraco e sem poderes, tentaria fazer de tudo para se proteger, e ajudar seu companheiro de alguma maneira. Era seu dever, seu destino. Achava absurda a prepotência de Simun e queria vê-lo derrotado.

– Preste atenção em tudo agora, ok? – aproximou-se do jovem e o beijou forte.

– Tudo bem, vou fazer o que puder!

Freyr apertou as mãos do companheiro, com toda a sua lealdade.

– Preciso fazer isso pelo Heimdall...

Ao ouvir o nome do guardião da luz, o garoto subitamente lembrou-se do seu encontro ao adentrar na floresta.

– Ah! Eu o encontrei aqui na floresta! – os olhos dele brilharam ao lembrar da afabilidade de Heimdall.

– O que ele fazia aqui? – indagou, com certo ar temeroso em sua voz.

– Estava a analisar um animal morto com veneno... Magia humana.

Recordou a Marín agachada, observando os dentes do urso.. Teve pena do animal.

– Provavelmente foi algum teste. Eles sempre fazem isso.

– Zeenon... Eu achei que vocês fossem inimigos! – disse, recuperando sua animação – Ele me disse que você confessou que gostava de alguém e falou sobre mim.

– Er... Na verdade, ele consegue ler meu olhar... Então, no dia que nós começamos a namorar eu contei para ele...

O garoto sorriu, cheio de ternura, e olhou o rosto do rei, o qual estava um pouco vermelho, mas logo ele se recompôs. Freyr imaginou como deveria ser a relação entre Heimdall e Zeenon para eles conversarem sobre tais coisas. Pareciam amigos... Não se odiavam.

Aos poucos, a luz alaranjada do entardecer desaparecia, dando espaço para a noite - e seus perigos - chegarem. Freyr precisava ir embora, até mesmo a cidade poderia se tornar perigosa.

– Tenho que ir. – Ele se levantou, tirando as pedras grudadas em sua calça. – Amanhã nos encontramos.

– É uma pena não poder ficar um pouco mais...

Segurou a mão do garoto, não com muita força para não machucá-lo, mas suficiente para ele não conseguir se soltar.

Prometo que amanhã te recompensarei... No castelo. – Piscou para Freyr, jogando um beijo ao vento frio que rondava a gruta.

Um sorriso radiante surgiu nos lábios de Freyr, feliz por ter aquele homem maravilhoso perto. Devolveu o beijo... Diretamente nos lábios macios do rei. Saiu um pouco apressado, a tempo de não andar na total escuridão da maior floresta de Ezra.

Zeenon sentou-se novamente nas pedras e ficou a observar o lago azul-celeste. Pensava se era um bom negócio Freyr e Heimdall se aproximarem e tornarem-se amigos. Poderia ser um bom caminho para ele e o guardião da Luz. A reaproximação tão esperada e ao mesmo tempo temida por Zeenon. Como se estivesse afugentando pensamentos ele sacudiu a cabeça e levantou-se para ir embora.

O guardião saiu da gruta e andou despreocupadamente pelo bosque. Quando percebeu, cristais brancos de neve caiam no chão denso e verde, cobrindo toda a mata. Seus cabelos negros foram cobertos com os pontinhos brancos.

Em meio a suas andanças, um homem e alguns soldados de uniformes apareceram em meio à floresta, montados em seus cavalos. Zeenon escondeu-se atrás do tronco de uma grande árvore e pôs-se a observá-los. O humano de cabelos meio esbranquiçados vestia um casaco vermelho com ombreiras e botões dourados. A calça combinava com seu casaco, exibindo uma grande espada de bainha prateada, parecia o líder. Os soldados vinham logo atrás com seus simples uniformes azuis. Quando se chegaram mais perto, ele pôde ver a face tão conhecida do líder do grupo. Era Simun que parecia passear despreocupadamente pela floresta, com sua tropa. Zeenon sentiu-se tentado a perturbá-lo, tentou desistir, mas a vontade era maior que ele.

“Só um pouquinho... Não vai doer.”

Como um menino travesso, ele passou por entre as sombras das árvores, provocando vultos em volta dos cavaleiros. Perturbados, os homens olhavam para os lados, tentavam descobrir o que estava acontecendo. Os cavalos começaram a trotar e relinchar, amedrontados. Zeenon parou na copa de uma das árvores, e acomodou-se em um dos grandes galhos. Tinha um sorriso malicioso e os olhos vermelhos brilhando como fogo.

– Como vai, Simun?

Os pelos de todo o corpo a tremerem de medo e com seus grandes olhos castanhos encarando Zeenon, assustados. Gritou:

– R-Recuem!

Medrosos, os homens puxaram seus cavalos e voltaram o caminho a galope. O guardião da escuridão equilibrou-se no galho e disse:

– Ei! Qual é o problema? Só queria conversar um pouco...

Rindo daquela situação, ele pulou para o chão e observou a neve espessa contornando as árvores.

– Inverno... Ótima época para uma pequena guerra. – Ele acelerou o passo, despertou o seu dragão e voou pelos céus esperando que Loki já trouxesse notícias.

Assim que adentrou o castelo, parou para contemplar seu jardim, estava totalmente negro. As flores tornaram-se belas e selvagens rosas negras de inverno. “Mas que belo jardim.” Pensou, satisfeito. Perto do coreto viu Mark, Link e Heimdall. Transitavam pelo jardim, conversando amigavelmente. Logo que seu filho o avistou, chamou-o para se juntar a eles. Zeenon atendeu ao chamado, curioso com a presença de Heimdall, luminosa diante de todo aquele jardim.

Zeenon cumprimentou os dragões e, virou-se para o guardião da luz.

– Heimdall a que eu devo a honra da sua visita? – sorriu, o sarcasmo a embalar a sua voz.

– Parece que ele já conhece o novo membro do nosso clã. – Mark sorriu e bateu de leve no ombro de seu mestre.

– Conheci hoje o seu jovem companheiro – Disse Heimdall, Satisfeito.

– Freyr me contou, parece que ele gostou muito de te conhecer, estava animado.

– Estou honrado, ele tem uma boa aura.

Houve uma breve pausa, um pouco constrangedora. Link, a fim de deixar os rei sozinhos, disse,

– Vamos treinar mais um pouco, Mark? – Link passou o braço pelo ombro do seu companheiro.

– Vamos, claro!

Os jovens dragões uniram-se em um belo "Boa Noite" e os guardiões retribuíram com sorrisos. Heimdall voltou-se para Zeenon, feliz por aquele momento sozinho com ele.

– Tem sorte, Freyr é um garoto belo por dentro e por fora.

– Obrigada. – assentiu, agradecido pela aprovação – Hm..Freyr me falou sobre o animal.

– Era uma substância humana muito estranha... Fui analisar e tentar descobrir a fórmula junto a Marín, mas nada conseguimos.

Zeenon o olhou fazendo uma expressão fingida de inocência.

– Sabe muito bem que hoje sou um garoto inocente!

Eles sorriram juntos, Heimdall pousou a mão no rosto do companheiro, disse,

– Eu sei, Zeenon... Não faz mais essas coisas... Eu já conheço todas as suas fórmulas antigas. Reconheceria se fosse uma poção das sombras.

Sentir o toque das mãos macias de Heimdall eram reconfortantes... Estava feliz por vê-lo em no castelo.

De repente, Zeenon sentiu a presença de alguém se aproximando dos dois, quando olhou para trás era Loki, que já trazia novidades.

– Boa noite, Sen...

O feiticeiro interrompeu a fala quando percebeu que Heimdall acompanhava o mestre. Não era muito comum ele rondar por ali..

– Loki... Há quanto tempo... – Disse o guardião da luz, surpreendido por encontrá-lo no castelo. Percebeu a tensão dele ao ver a sua presença e presumiu que Loki e Zeenon planejavam algo.

– Verdade. Apenas fazendo uma visita ao senhor Zeenon. – sorriu, tentando não parecer muito suspeito.

– Não precisa esconder, Zeenon. Diga-me, o que está planejando? – Heimdall encarou o rei da escuridão; os olhos firmes.

Não poderia ficar muito tempo sem esconder seus planos e talvez Heimdall fosse condescendente com suas ideias.

– Heimdall não me atrapalhe. Por favor. Acredito que seja um bom plano.

– Conte-me, então. – disse, com autoridade.

– Vamos entrar no coreto, vou contar o que estou arquitetando.

Eles entraram e sentaram-se nos bancos do coreto. Zeenon contou seu plano ao guardião da luz que ouvia tudo com muita atenção. Depois que o rei da escuridão terminou, Loki comentou suas investigações no castelo. Simun se referir a um “jovem loiro” acompanhado de Zeenon, mas nada mais que isso. Citou também o nome do rei da luz, porém apenas com insultos. Mas, disse que descobriu quem era o parceiro fiel do rei de Ezra, só não conseguiu identificar seu nome.

Terminando as explicações, Heimdall pôs-se a analisar o plano e deu o seu veredito:

– Acho que não deve torturar o rapaz. Deixe-me ficar com essa parte de tirar informações dele. Se deixar, não impedirei que resolva as coisas com Simun à sua maneira.

– Você é muito manso, se não ameaçar ou intimidar, ele nada falará. – Disse Loki, desconfiado.

– Sou manso, mas não sou bobo. – sabia que poderia arrancar informações sem fazer ameaças ou torturas, tinha suas próprias técnicas.

– Ok, Heimdall... Entretanto, ficarei ao seu lado quando interrogá-lo, ok? Prometo que não vou explodir. – Disse Zeenon, estendendo a mão para Heimdall.

O guardião da luz pegou a mão e apertou. Finalmente estavam trabalhando em conjunto, era uma evolução. A reunião foi interrompida por uma das criadas do castelo, a anunciou o jantar. Zeenon levantou-se, convidando-os.

– Então, que tal jantarmos?

O rei sorriu ao terminar o convite, fazendo o coração de Heimdall palpitar de tamanha felicidade...Era prova de que Zeenon estava confortável naquela situação.

– Se não for incomodar... – disse o rei da luz.

– Claro que não é incômodo, Heimdall, vamos.

Após convencer seus convidados, todos foram para o castelo. As quatro criadas estranharam um pouco a presença de Heimdall, mas trataram-no com respeito.

Mark e Link já esperavam sentados à mesa, repleta de iguarias, as quais exalavam um cheiro delicioso na ampla sala de jantares do castelo. A luz da lua atravessava as janelas de cristal do salão, iluminando todo o ambiente.

– Pai, já como imaginava que o senhor os convidaria para o jantar pedi as meninas que adicionassem mais dois lugares à mesa. – Link convidando-os a sentar.

– Obrigado, meu menino...
– Você tem um filho bem eficiente. – Disse Heimdall, sentando à mesa.

Todos riram amigavelmente, então as serviçais começaram a servir o jantar.

– Obrigado Heimdall, acho que meu pai tem que se orgulhar muito de mim. – O jovem dragão negro estufou o peito, como um gesto de orgulho.

Mark encarou seu companheiro exibido, e com sarcasmo, provocou,
– Só não tem que se orgulhar da sua teimosia, não é?

Zeenon e os convidados riram juntos observando Link se encolher contrariado. Defendendo-se, o rapaz bradou:

– Mas teimosia é sinônimo de autoconfiança!

–Você puxou muito isso do seu pai... – Disse Heimdall, amigavelmente.

– Verdade, eu sou teimoso mesmo, mas concordo com Link. É sinônimo de confiança em si mesmo. – apoiou o filho, que comemorou baixinho a aprovação. – Por isso vou tentar até o fim descobrir os planos do Simun.

– Quando poderei executar a parte final do plano, Zeenon? – Loki estava extremamente ansioso para agir.

– Qual plano, pai?

O rapazinho encarou seu companheiro Mark, tentando entender porque ainda não conheciam os planos de Zeenon. Sempre eram os primeiros a conhecer as ideias dele.

– Vamos sequestrar o escudeiro de Simun... Idealizei isso ontem, por isso vocês não sabiam ainda... E Loki, tente descobrir algo mais sobre este homem e só depois dê o bote.

– As informações chegarão com rapidez. Logo, logo poderão fazer o interrogatório.

Zeenon sentia-se aliviado por ter um feiticeiro como Loki, era esperto, rápido e prático. Sabia que em pouco tempo eles resolveriam os assuntos com Simun.

– Zeenon... E depois de executado o plano... O que faremos? – indagou o guardião da luz, cauteloso.

O grupo estacou e todos os olhares voltaram-se para o rei da escuridão, ansiosos por uma resposta.

Tranquilamente, Zeenon respondeu:

– Vamos nos reunir e pensar em algo para combatê-lo... Temo que.. – parou, para refletir sobre Simun.

– O que, pai?

– Temo que ele queria... Poder, talvez.

Quando ele parou de falar, todos voltaram os olhares e, principalmente Heimdall, puseram-se a refletir.Não sabiam como era possivel Simun querer o poder deles. Ele era rei... não poderia ter esse tipo de ambição.

– Pai, estamos aqui. Faremos tudo o que precisar... – Disse Link, referindo-se a ele e seu inseparável parceiro.

Zeenon piscou os olhos e assentiu com a cabeça. Sabia que sempre poderia contar com a ajuda daqueles meninos tão poderosos.

Após um divertido jantar, Loki e os dragões retiraram-se para o Submundo e os dois guardiões ficaram a apreciar o jardim do castelo, agora totalmente coberto de neve. Andavam sobre o passeio de pedra entre os arbustos do jardim.

– Eu realmente gostaria de ficar mais... – disse o guardião da luz, sem esconder a tristeza em sua voz.

– Vamos ter muito tempo para ficarmos juntos... – fez uma pausa, para encarar os olhos brilhantes e prateados do rei – Pode ter certeza disso.

Novamente, Heimdall sentiu uma palpitação em seu peito. Pegou as duas mãos de seu companheiro e as beijou, com muito fervor. Sabia que ele estava se esforçando para falar aquilo e sentia-se imensamente feliz por poder estar ali, ouvindo belas e amorosas palavras... Depois de décadas de tristeza.

– Quer que eu o acompanhe?

– Vou a cavalo... Não demora muito, pego atalhos.E... Sabe como meu Destiny é rápido. – observou seu cavalo branco a comer a grama do jardim.

– Tem certeza? – indagou, cuidadoso.

– Claro... Claro que sim, eu posso me cuidar. Obrigada pela proteção.

Heimdall soltou as duas mãos de Zeenon e este o acompanhou até montar em Destiny. O guardião sombrio acenou para seu companheiro, convicto do que fazia ao trazer Heimdall mais para perto, deixá-lo mais confortável em sua casa, com o mundo de trevas... Em seu coração ferido por seus espinhos.


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