09/03/2038

Recapitulando o que havia acontecido: eu havia acabado de decapitar um esqueleto, que estava prestes a matar Hal, com uma espada de madeira.

Agora estava tentando me recuperar do choque de ter matado... o fato de ter sido um monstro não diminuía o impacto da coisa. Hal estava me encarando com um olhar surpreso:

– Garoto você está bem?

– Eu... Eu não sei – respondi, ainda não acreditava no que aconteceu.

– Quando você aprendeu a fazer isso? – perguntou apontando para a espada.

– Eu... Também não sei – respondi. A espada encolheu então a coloquei na caixinha branca.

– Ninguém sabe fazer algo assim, do nada.

– Eu...

– “Eu” isso, “eu” aquilo – falou impaciente – desembucha garoto.

– É como se eu já soubesse fazer isso, mas... – realmente não sabia o que disser – eu nunca fiz algo assim desde que cheguei aqui.

– Bom é melhor chegarmos logo lá no lugar – falou sem tanta certeza – ele deve estar bem próximo – agora apontou para mim – e você vai me ensinar a como fazer essa espada quando a gente chegar lá.

– Então ta, sem problemas – falei indo pegar a mesa que usei para fazer a espada.

Agora estávamos correndo para não encontrar mais monstros como aquele, não queria matar nenhum mob por um bom tempo. Depois de um bom tempo finalmente chegamos, parecia uma simples vila com algumas casas e algo que parecia uma igreja, os moradores do lugar não eram gamers – percebi pelo fato de que eles tinham enormes narizes e por sempre andarem como monges – eles pareciam não se importar em serem atacados por monstros, mas sempre estavam dentro das casas. Era bem doido.

Só podíamos velos pelas janelas e varandas das casas, foi quando percebemos que todos olhavam para nos dois:

– O que será que eles estão olhando? – perguntei.

– Não faço a mínima idéia – Hal parecia estar tão confuso quanto eu.

Ouvimos um barulho vindo das ruas da vila, na mesma hora uma gigantesca criatura que possuía um rosto parecido com o dos aldeões, mas com o dobro de altura, uma pele como ferro, coberta por plantas e braços enormes. Era assustador.

– Garoto – falou Hal – é melhor corrermos!

– Concordo – não tinha a intenção de discutir.

Começamos a correr ao redor da vila, mas o monstro era muito mais rápido, eu estava muito cansado da caminhada, mas o medo me fazia continuar.

Finalmente estávamos correndo em direção à igreja, porem o monstro estava a poucos metros atrás da gente, chegamos na porta e entramos, era impossível para o mob entrar e ele não parecia ter a intenção de destruir a igreja então ficou nos encarando da porta. Parecia tudo bem até que alguém falou atrás da gente e meu coração foi para a garganta.

– Mas o que é que está acontecendo aqui?