(...) Seguimos em frente de uma forma que sempre olhamos para trás e voltamos alguns passos. E sabe por quê? Por que nós ainda acreditamos em nosso futuro juntos! - Angel Louis.

Por um lado agradeço por isso acontecer, afinal serviu para deixar claro que estamos vacilando e subestimando muito o poder de persuasão do Jonathan. E eu que pensei que seria fácil, simplesmente me afastar do moreno enquanto me aproximava de Sammy e tentava virar o jogo. O que eu estou pensando? Poderia ter sido qualquer um a entrar aqui, até mesmo o próprio Sammy e Jonathan e ai tudo estaria acabado de uma vez por todas.

Definitivamente, isso serviu para me abrir os olhos!

— Melissa? – Cameron finalmente interrompe o silencio que paira no espaço. Ela engole em seco e olha, irritada.

— É por isso que quer ficar sempre no colégio depois das aulas? – Pergunta com a voz trêmula. Reviro os olhos.

— Mel, nós só estávamos dançando. – Cameron diz se aproximando da garota tentando contornar a situação.

— Eu não quero que dance com essa idiota. – Olho-a de boca aberta. — Por que não se conforma de uma vez que ele não te quer e para de tentar seduzi-lo? – Pergunta-me e eu sorrio debochada. Agora chega princesinha. Você pisou em meu calo.

— Acho que alguém aqui tem que ser verdadeira com você, não é?! – Digo dando passos em sua direção. — Então lá vai... Cameron só está contigo por que é ne...

— Mel, eu e Angel somos somente amigos. Nada mais que isso! – Cameron corta-me ficando de frente para a garota e agarrando sua cintura enquanto a mesma retira os olhos de mim e o olha com os olhos brilhando.

Eu não sei o que doeu mais. Se foi o fato de simplesmente ele querer continuar mentindo para ela e me fazer sentir-me humilhada em sua frente, ou de sentir-me devastada com suas palavras. Melissa volta a me olha e sorri.

— Ouviu isso? – Pergunta e eu molho os lábios preguiçosamente. — Ele não quer nada com você. – Conclui.

— Algumas pessoas não são só ingênuas, são burras! – Resmungo e ela se enfurece partindo para cima de mim.

— Mel, pare com isso! – Cameron a segura. — Vamos embora! – Pede puxando-a para fora, porém ela o para.

— Antes, vamos deixar claro para essa idiota, que você não quer nada com ela. – Faz birra e Cameron apenas passa as mãos pelos cabelos, cansado da situação. Cruzo os braços e espero com que ela acabe seu teatro.

— Angel... – Ele diz quase que em um engasgo. — Você já entendeu que somos somente amigos, não é? – Pergunta me olhando e eu assinto mesmo sendo mentira. Melissa revira os olhos e o olha furiosamente. Acho que começarei fazer parte dessa peça de teatro, Cameron.

— Só isso não basta. Eu quero mais que isso, Cameron. – Melissa bufa deixando o garoto transtornado.

— E que porra você quer que eu faça Melissa? – Grita olhando-a completamente furioso.

— Diga a ela o que sente por mim, diga alto e audível. – Exige e eu reviro os olhos, enojada com seu drama. Cameron respira fundo e passa as mãos pelo rosto, girando o corpo em minha direção e voltando a me olhar.

— Eu estou com a Melissa e é com ela que quero ficar. – Ele começa e posso sentir o quanto dói nele dizer nele, assim como dói em mim. — Eu e você nunca mais teremos nada além da amizade. Espero que se contente com isso, por que eu... Eu...

— Você? – Melissa estimula ao ver que Cameron engasga e engole em seco. Filha da puta, não o obrigue a isso!

— Eu... Merda! – Ele bufa. — Eu amo a Melissa. – E foi como se o chão houvesse se aberto embaixo de meus pés. Mesmo todas suas palavras não sendo sinceras, eu me sentir a pior pessoa, ver a Melissa rindo enquanto ela me humilha e pisa em mim foi o que acabou comigo.

Verdadeiramente, dessa vez ela saiu ganhando!

— Ótimo! – Finjo um sorriso. — Vocês formam um casal lindo. E sabe por quê? – Ironizo. — São farinha do mesmo saco e se merecem. – Completo arrancando um olhar furioso da garota. Eu nunca disse que iria deixar me humilhar e sair por cima sem que eu revidasse!

— Amor, vamos aproveitar nosso dia! – Melissa diz provocativa enquanto pega no braço do garoto e o puxa. Ele me olha pela ultima vez e eu apenas arqueio as sobrancelhas e sorrio acenando com a mão lhe dando tchau.

Quando eles somem do meu campo de visão, eu respiro fundo controlando todos meus impulsos. Deus sabe o quando me controlei para não deixar minha marca na cara de Melissa. Olho para o aparelho de som que agora toca Justin Bieber – Children e caminho até o mesmo, desligando o mesmo. Retiro meu pen drive do aparelho e guardo-o dentro da bolsa, pegando a mesma em seguida e colocando-a no ombro. Preciso apenas de um banho e de cama.

*...*

Foi um dia cheio. Suspiro cansada e reviro os olhos ao ver o nome reluzir na tela do meu celular. Fecho os olhos e jogo o mesmo na cama ao meu lado enquanto fito o teto do quarto. O celular para de vibrar e em alguns segundo começa novamente. Merda! Pego o mesmo e fito-o vendo o nome novamente. Repito o ato e deixo-o vibrar. Alguns segundos se passam e novamente o celular começa a vibrar. Eu desisto!

— Oi Sammy! – Atendo a ligação sem nem um pouco de ânimo. Ah, se ele soubesse como o odeio.

— Até que fim. Estava começando a ficar preocupado. Liguei-te umas duas vezes – Diz obsessivo. 

— Desculpe! Eu estava no banho. O que queria falar comigo? — Pergunto jogando uma indireta.

— Por que acha que quero falar algo?— Pergunta num tom desconfiado.  Não me pegará de novo.

— Por que mais você me ligaria? Quer dizer algo pode dizer. – Incentivo-o para que diga algo útil.

— Queria apenas saber se não quer ir ao cinema. Estou sozinho e entediado— Responde e suspiro.

— Entendi. Mas, você esqueceu-se de que falei que hoje eu não poderei?! Meu pai vai barrar.— Digo.

— Não se você disser que irá sair com a Rosie. Vai, faz um esforço. — Implora e reviro os olhos. Idiota.

— Tudo bem! Encontro-te lá daqui a uns trinte minutos. – Resmungo. É minha chance de saber de algo.

— Estarei esperando, então. – Diz e posso ouvi-lo sorrir alegremente. Não se iluda, palhaço. Eu te odeio!

Respiro fundo e crio coragem para me levantar. Ponho-me de pé e um choque elétrico corre por meu corpo assim que meu pés quentes entram em contato com o azulejo frio do quarto. Caminho até o espelho enorme do armário e observo minha roupa. Estou vestindo um short jeans desfiado e escuro, uma blusa cinza. Caminho até a penteadeira e faço uma rápida maquiagem baseada apenas em um batom rosa claro, delineador e rímel preto.

Pego o vidro de perfume de cima da mesma e espirro algumas gotículas em meu corpo. Ajeito meus cabelos deixando-os soltos e coloco algumas joias como pulseiras, relógio e um par de brincos. Levanto-me e caminho até o armário, pego um par de Converse branco e sento na cama para calça-los. Volto a ficar de pé e de dentro do armário, eu pego uma bolsa pequena também branca. Pego meu celular e jogo-o dentro da mesma. Abro a gaveta da cômoda ao lado da cama e pego de dentro da mesma meus óculos escuros e uma quantia em dinheiro que havia guardado.

— Aonde pensa que vai? – Ouço a voz de meu pai assim que passo pela porta de seu escritório. Volto um passo para trás e olho-o através da fresta da porta que está aberta.

— Sair com Rosie. – Respondo sorrindo fraco.

— Quando irá aprender a pedir permissão antes? – Pergunta levemente chateado. Por que ele não tem que ser como antes? Minha mãe costuma dizer que ele era o exemplo de rebeldia.

— Meu querido papai...

— Angel! – Repreende minha ironia. Reviro os olhos.

— Pai, eu posso sair com a Rosie? – Pergunto por fim.

— Eu deveria dizer não, só pelo fato de está pedindo somente agora. – Bufa. — Mas vá, antes que eu mude de ideia.

Sorrio e assinto saindo rapidamente de seu campo de vista. Saio de casa e assim que fecho a porta, levo a mão até dentro da bolsa e pego meu celular, abrindo o aplicativo de mensagem.

“Para todos os efeitos, eu fui ao cinema contigo. E só para não me perguntar onde estou indo. Estou indo com o Sammy. Beijos!”

Sua amada amiga – Angel.

Envio a mensagem e bloqueio o celular antes de receber sua mensagem me xingando e dizendo para eu não ir. Vejo um táxi apontar na ponta da pista e rapidamente faço sinal para o mesmo, que se aproxima e para em minha frente.

*...*

— Angel... – Sammy ofegante ao meu lado. Retiro os olhos dos cartazes na parede do cinema e o olho, assustada.

— O que houve? – Pergunto.

— Desculpe pelo atraso. – Resmunga tentando controlar a respiração. — Foi difícil achar uma vaga no estacionamento. – Explica sorrindo fracamente. Devolvo o sorriso. A cena atrás dele chama minha atenção.

Meus olhos se atraem por Melissa abraçada na cintura de Cameron enquanto ele passa o braço sobre seus ombros e ela rir de algo que eles conversam. Sinto como se ele estivesse bem com ela e que o simples fato de está com ela não era mais forçado. Engulo em seco e molho os lábios sentindo o gosto do ciúme e da inveja. É possível que por ele está um bom tempo com ela, possa ter se apaixonado, não é?! Não quero nem pensar na possibilidade! Sammy segue meu olhar e por um momento a ideia de que ele já sabia que eles estariam aqui passa pela minha cabeça.

Ele fez de proposito. Bela jogada, seu babaca!

— Então... – Chamo sua atenção fazendo de conta que não estou ligando para o casal. — Qual filme iremos assistir?

— Não sei... – Resmunga me olhando com um sorriso satisfeito.

— Vamos fazer assim, eu vou comprar pipoca e refrigerante enquanto você escolhe o filme. – Opino e ele assente. Sorrio falsamente e me afasto dele indo até a lanchonete do cinema. Noto uma pequena fila, onde sou a quinta pessoa e espero pacientemente.

— Olha só quem está aqui... – Ouço uma voz conhecida. — Está nos seguindo? Não se contentou com a humilhação que Cameron te fez passar? Cadê seu amor próprio, Louis? – Reviro os olhos antes de olha-la, de forma debochada.

— Oi Mel. Que bom te encontrar. – Ironizo e ela trava o maxilar. — Adoraria perder meu tempo seguindo vocês, porém tenho mais o que fazer. – Sorrio debochada. — Mas, deixa eu te acalmar com relação a Cameron, eu e ele somos somente amigos, por que afinal, eu estou muito bem com... – Que mal faria uma mentirinha? — Sammy, o meu namorado! – Minto e ela arregala os olhos.

— Estão namorando? – Pergunta incrédula e assinto. — Eu bem que ouvi comentários sobre vocês, mas Cameron sempre dizia que era tudo mentira. – Expressa sua confusão.

— Bom... Diga ao seu namorado que ele não sabe nada sobre minha vida e que definitivamente ele está enganado. Eu e Sammy estamos sim namorando. – Cada vez minto mais e mais.

— Direi a ele. – Sorri debochada. — Tenho certeza que ele ficará feliz com isso. – Diz com uma fingida segurança.

— Tenho certeza que sim.

— Admito que você tenha bom gosto, Louis. – Elogia olhando para Sammy que está distraído escolhendo um filme.

— Concordo.

— Hm... O que acha de uma trégua? – Pergunta me estendendo sua mão. Assinto ironicamente e aperto sua mão.

— Parece ótimo.

— E já que estamos aqui, por que não fazemos um programa de casal? Eu, Cameron, você e Sammy. – Diz.

— Acho que será muito divertido. – Ironizo.

— Então falarei agora mesmo com Cameron.

— E eu com Sammy!

Ela assente e se afasta indo atrás do moreno. Solto todo o ar que segurava para não voar encima dela e me sinto aliviada. Bufo saindo da fila e seguindo até o garoto que observa os cartazes na parede. Ele me olha de canto e se vira em minha direção.

— O que houve? – Pergunta.

— Estava ali pensando... – Em como queria te matar. — E já faz um bom tempo que estamos ficando, nos conhecemos o suficiente e podemos nos conhecer cada vez mais, eu gosto de você... – Eu te odeio. — Você gosta de mim. Então, por que não investimos em algo mais sério? – Pergunto e ele arregala os olhos. — Ah, me desculpe, eu não queria te assustar, esquece isso, ok? Só falei por que nunca curti essa coisa de ficar e...

— Angel, está tudo bem. – Ele me corta. — Eu ia justamente falar sobre isso mais tarde. Parece que você adivinhou. Assistiríamos ao filme e quando eu te levasse em casa, eu iria te pedir em namoro. Era uma surpresa! – Diz.

— Parece que pensamos iguais. – Sorrio falsamente. — Desculpa se estraguei a surpresa!

— Tudo bem. – Sorri. — Eu só queria que fosse a tomar a atitude e não você. – Brinca me fazendo pensar que se talvez ele não tivesse envolvimento com Jonathan, eu até poderia gostar dele.

— Fique á vontade!

— Quer namorar comigo? – Não.

— Sim.

Sorrio, ele sorri. Meus olhos se atraem por o casal que se aproxima. Cameron me olha com a expressão triste enquanto Melissa diz algo que ele nem presta atenção. Rapidamente desvio o olhar para Sammy e me aproximo do mesmo, envolvendo seu pescoço e colando nossos lábios. Ele leva as mãos até minha cintura e pede passagem com a língua. Como eu queria arrancar essa sua língua e fazer você engolir. Cedo e lhe dou passagem, deixando com que nossas línguas travem uma batalha por espaço.

— Vocês são tão fofos juntos. – A voz irritante de Melissa soa, fazendo com que nós nos afastemos e olhe para ela.

— Obrigado! – Sammy diz rispidamente enquanto encara Cameron, que devolve o olhar, furiosamente.

— Sammy, a Melissa propôs para assistirmos o filme todos juntos. – Informo e ele me olha de cenho franzido.

— Sim. Como um encontro duplo de casais. – Ela sorri agarrando-se mais ao Cameron.

— Desde quando se dão bem? – Sammy pergunta desconfiado.

— Desde que Angel finalmente entendeu que Cameron é meu. – Responde e eu reviro os olhos, enojada com ela.

— Hm... Tudo bem para mim. – Sammy diz á respeito da proposta de Melissa. — E para você, Dallas? – Pergunta.

— Sem problemas! – O moreno responde ironicamente sem tirar os olhos do garoto ao meu lado. Merda!

— Então vamos escolher o filme. – Melissa puxa Cameron para olhar os cartazes.

— Vão indo na frente! – Sammy diz me assustando um pouco. — Por que fez isso? Está me usando de novo?

— O que? – Finjo ofensa. — Claro que não. Tudo que eu disse aqui foi a mais pura verdade. – Minto.

— Angel...

— Sammy, eu me sinto bem quando estou com você... – Mentira. — Eu gosto de você – Mentira. — Estou contigo e é contigo que quero ficar. Eu e Cameron nunca mais teremos nada além de uma pequena amizade. – Mentira.

— Acredito em você. – Sorri. — Por favor, não me decepcione! – Pede se aproximando.

— Tenho o direito de pedir o mesmo. – Solto a indireta e ele se assusta. Sorrio disfarçadamente. — Vamos antes que Melissa nos ponha para assistir um filme fútil, cheio de patricinhas e todo agua com açúcar. – Digo.

— Não gosta de filme romântico?

— Gosto. Quando estou sozinha com meu namorado. – Sorrio. — Em momentos como esse aqui, eu prefiro ação, comédia ou muito terror. – Ele sorri e assente me puxando em direção ao casal mais á frente.

*...*

— Vamos sentar no fundo! – Melissa diz puxando Cameron juntamente com ela. Sammy me olha e eu apenas dou de ombros, seguindo-os. A sala da nossa sessão estava praticamente vazia. Havia somente algumas pessoas sentadas nas poltronas da primeira fileira e algumas na fileira do meio sentadas do lado direito.

— Aqui está ótimo! – Cameron diz se sentando na ultima cadeira da ultima fileira ao lado esquerdo. Melissa assente e se senta ao seu lado, pegando o balde de pipoca de suas mãos.

— Vamos sentar aqui. - Sammy aponta para fileira em frente á do casal. Assinto e ele me dá passagem para que eu me sente e logo após se senta ao meu lado.

Encaro o telão em nossa frente enquanto bebo meu refrigerante. Por enquanto, só passam alguns Trailers de outros filmes. Nós quatro optamos por Esquadrão Suicida, apesar de Melissa resmungar muito, pois queria assistir Como eu era antes de você. Desperto dos meus pensamentos assim que ouço um som estralado atrás de mim. Olho para Sammy e ele revira os olhos enquanto olha na direção do som. Sigo seu olhar e me deparo com Melissa depositando beijos pelo pescoço de Cameron enquanto ele apenas se mantém quieto e me olha fixamente

Fala sério!

— Desculpa atrapalhar o clima de vocês, mas o filme já vai começar. Por que não vão para outro lugar? – Sammy pergunta despertando o olhar irritado de Cameron que logo sorri debochado.

— Talvez por que paguei para está aqui e é aqui que irei ficar. – Cameron responde rispidamente. Volto a olhar para frente e cutuco o braço de Sammy pedindo para que ele pare com a discussão e foque no filme.

*...*

Já havia se passado mais de meia hora que o filme havia começado e eu ainda conseguia ouvir o som estralado dos beijos de Melissa, seus sorrisos e alguns murmurinhos. Sammy se mexeu bruscamente ao meu lado me fazendo encara-lo, assustada. Ele pega o celular de dentro do bolso, olha na tela do mesmo e sua expressão de fecha, voltando a botar o celular dentro do bolso e me olhando com um sorriso fraco.

— Foi mal. Preciso atender! – Explica-se e assinto. — Volto em um segundo. – Se levanta correndo para fora.

— Melissa, aonde vai? – Ouço Cameron perguntar, mas não ouso olhar para trás.

— Preciso ir ao banheiro. Bebi muito refrigerante. – Ouço-a explicar e logo passa ao meu lado, indo em direção a saída da sala. Continuo olhando para o telão, tentando ignorar o fato de que só restara eu e Cameron.

Merda!

Noto alguns movimentos atrás de mim e logo sinto sua presença ao meu lado. Olho-o de canto e ele mantém uma expressão séria misturada á malicia. Suspiro e volto a olhar para frente.

— O que está fazendo? – Pergunto. — Eles vão voltar a qualquer momento! – Digo rispidamente sem encará-lo.

— Angel...

— Não Cameron! – Bufo, irritada. — Esqueceu a humilhação que me fez passar na frente de Melissa, hoje?

— Nós dois sabemos que nada do que eu disse era verdade. – Responde trazendo meu olhar para ele. Meu Deus, como ele fica ainda mais sexy e convidativo no escuro do cinema.

— Não importa. Doeu do mesmo jeito. – Ignoro meus pensamentos. Ele suspira passando as mãos pelos cabelos.

— Também está doendo em mim ter que fazer isso. – Bufa. — E ainda mais ter que aceitar você com esse moleque!

— Fala como se eu fosse obrigada a ter sua permissão para está com ele. – Revido e ele trinca o maxilar. — Além do mais, estava observando você e Melissa hoje. Você me parece feliz com ela, talvez nem tudo seja fingimento!

— É claro que é. Preciso manter as aparências. – Responde. — Como pode achar que estou feliz longe da garota que eu amo, tendo que suportar vê-la com outro e ter que me esforçar para fingir o tempo todo? – Olha-me bem no fundo dos olhos. Sinto meu corpo estremecer com suas palavras. — A única garota que pode me fazer feliz é você!

E foi a gota d’água. Não me importei em onde estávamos e em quem poderia aparecer. Sinto os lábios de Cameron se colarem aos meus e cedo começando um beijo carinhoso. Ele pede passagem com a língua aprofundando o beijo e o tornando mais quente e urgente. Nossas línguas bailam em perfeita sincronia e meu corpo treme com a sensação de está em seus braços. Ele aperta minha cintura enquanto apenas puxo levemente os fios de seus cabelos.

— Wow! – Um grito faz com que nossos lábios se separem rapidamente. Ofegantes, ambos olhamos em direção do mesmo e notamos que um garoto que está na fileira da frente nos olha sorrindo malicioso. — Continuem. Estava melhor que novela mexicana! – Brinca. Minha respiração se controla.

Por um momento, pensei que pudesse ser Melissa, ou pior, Sammy!

— Cameron, volte para seu lugar. – Peço molhando os lábios. Ele assente ainda controlando-se do susto e se levanta indo para seu lugar e fingindo que nada havia acontecido, assim como eu.

*...*

PVD CAMERON DALLAS

Depois de muito inventar desculpas para Melissa eu consegui com que ela desistisse de me convencer a ficar na casa dela e fazer seja lá o que ela queria. Deixei-a em casa e segui rapidamente para casa. Depois daquele beijo com Angel no cinema, meus pensamentos não saíram disso, para falar a verdade eles nunca saem dela.

Foi um susto grande que aquele cara desconhecido nos deu. Fiquei com medo que fosse Sammy e tudo fosse por água abaixo. Melissa fora a primeira a voltar do banheiro e logo depois ele. Eu e Angel seguimos fingindo que nada havia acontecido e invés em quando trocávamos alguns olhares. Eu mal sei o que se passou no filme!

Estaciono a moto na garagem e desligo a mesma. Saio de cima e retiro o capacete, colocando-o sobre a mesma e seguindo para dentro de casa. Paro de andar quando enxergo minha mãe sentada no sofá enquanto Wendy brinca de bonecas no tapete da sala. Aproximo-me das duas e me agacho em frente a pequena, depositando um beijo no topo de sua cabeça. Ela me olha e sorri. Sorrio de volta e me levanto indo até o sofá e me sentando ao lado de minha mãe.

— Onde estava? – Pergunta.

— No cinema com Melissa! – Respondo.

— Já te disse que não gosto dessa garota? – Pergunta num tom brincalhão e assinto sorrindo.

— Cam... – A voz doce de Wendy chama minha atenção. Olho-a e observo enquanto ela se aproxima. — Cadê a Angel? Ela disse que voltava para brincar comigo, mas não voltou. – Diz fazendo beicinho.

— Você gosta mesmo dela, não é? – Pergunto sorrindo de tão meiga ela consegue ser. Ela assente. — Por enquanto, ela não pode vim pequena. Mas, prometo que logo ela virá ok? – Ela assente com os olhinhos brilhando de inocência. Se ela soubesse que tudo é por culpa de seu próprio pai!

De repente, uma vaga lembrança volta em minha mente. Sobre o Jonathan... Queria te fazer uma pergunta. Sabe se ele tem algum parente próximo aqui em Londres? Tipo irmão, sobrinho, primo ou filho? As palavras de Angel me fazem refletir enquanto olho para Wendy. Minha mãe deve saber de algo, se te deixa tranquila eu falarei com ela, ok?

— Mãe... – Chamo sua atenção. Ela me olha de sobrancelhas arqueadas. — Jonathan tem algum outro filho além de Wendy? – Pergunto pegando-a de surpresa. Ela engole em seco e arregala os olhos.

PVD ANGEL LOUIS

— Por isso quando me ligou disse que estava sozinho e entediado? Por que seu pai viajou. – Digo assim que Sammy estaciona o carro um pouco antes de minha casa. Ele me explicou que a ligação era seu pai que estava fora do País.

— Exatamente. – Responde me olhando com um sorriso cínico nos lábios.

— Para onde ele foi? – Pergunto curiosa.

— Flórida. – Responde levando uma das mãos para meus cabelos e acariciando-os. Sorrio falsamente.

— Quando ele voltar, nós poderíamos combinar um jantar com meus pais, assim conhecíamos a família um do outro. O que acha? – Pergunto jogando uma armadilha.

— Não acha um pouco cedo? – Devolve de expressão levemente nervosa.

— Não. Mas, se você acha... Tudo bem esperarmos mais. – Cada vez mais acredito na minha hipótese. — Mas, pelo menos me diga o nome dele. Não sei nem o nome de meu sogro! – Sorrio falsamente e vejo um nó descer por sua garganta.

— É ele se chama... – O que? Esqueceu o nome do papai ou está inventando um?!