After the pain escrita por Neryn


Capítulo 38
Vergonha e azevinho


Notas iniciais do capítulo

capítulo não revisado por isso peço desculpa por erros ortográficos. Quero desejar a todos um feliz e santo Natal e espero que o passem com as pessoas que mais amam e claro que recebam muitas prendinhas :P
Espero que gostem



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Pov Andrew

Não sei porque é que me senti tão mal quando Riley nos viu juntos. Ela sabe que eu namoro com a Jenny por isso é normal que os casais se beijem e assim... mas que estou eu a pensar?! Ia jurar que os seus olhos transmitiam angustia e desilusão por eu estar com ela. Não sabia por ser a Jennifer ou por ser outra rapariga simplesmente, mas estava triste por algum motivo. Queria ter podido evitar que Riley visse aquilo. Será que ela ficou com ciumes? Impossível ela não gosta de mim nem como amigo quanto mais fará dessa maneira! Deve ter sido mais por Jennifer ter uma má reputação e assim. Não vejo outro motivo mas senti necessidade de me explicar ou conversar com ela, por isso no final da aula corri para a alcançar como de costume. Assim que chamei pelo seu nome, ela continuou a andar e ignorou-me. Corri atrás. Quando a alcancei agarrei no seu braço virando-a para mim. Ela parecia estar determinada a não me olhar. E como sempre discutimos. Ela era tão teimosa que quando eu lhe pedi para me encarar ela simplesmente fechou os olhos! Fiquei chateado. Não sei se devido à atitude dela ou por estar desesperado para voltar a ver os seus olhos. Acabei por desistir e me ir embora. Estava chateado. Talvez seja previsível mas fui descarregar as energias no ginásio, estava a precisar.

Pov Riley

Estávamos na aula de biologia quando a grande bomba é lançada. A professora Valerie, como de costume pedia silêncio, mas ao contrário de outros professores ela era respeitada e como tal nós obedecíamos. Era uma professora ainda jovem, devia ter um 36 anos de idade.

– Ei! Silêncio por favor! Quero dar-lhes um recado. - um alvoroço levantou-se na sala- Calma, calma... este eu sei que é do vosso interesse. - se já tinha toda a nossa atenção agora tinha toda a nossa curiosidade - A escola está a promover uma viagem ao Camelback Mountain Resort, que vai decorrer durante as férias de natal como sabem esta estância é um sitio conhecido por ser um local com bastante neve e dado a desportos na mesma. Óbvio que não é obrigatório e obviamente que só vai quem está disposto a tal. Na próxima aula entregar-vos-ei a respectiva autorização que tem que ser assinada pelos vossos pais e terá lá o preço e os planos para a viagem. A estadia lá durará 5 dias e em princípio partiremos numa quinta e chegamos na terça de manhã ou depois do meio dia. Depende do trânsito.

Como era de esperar levantou-se um grande alvoroço. Toda a gente começava a combinar e especular sobre a viagem. A Lyla lançou-me um olhar cúmplice e eu retribui-o. Parecia-me uma ótima ideia aquela visita de estudo. Pena que algumas coisas ruins viessem junto: Jennifer e as suas duas mosqueteiras que já combinavam a próxima ida as compras para arranjarem material para a viagem. Porém não posso deixar pequenos inconvenientes como estes atrapalharem-me e impedirem-me de divertir-me com os meus amigos. Serão apenas mais alguns obstáculos a superar...

– Riley, vou a casa de banho. Esperas por mim no portão? - pergunta Lyla.

– Sim, encontramos-nos lá que ainda tenho que ir ao cacifo.0

– Ok - Lyla e eu separamos-nos mas antes de ir embora ela dá-me um dos seus sorrisos empolgados.

Fui ao meu cacifo e como sempre precisei de meia dúzia de segundos para me lembrar dos números. Malditos códigos! "Diz antes maldita memória!" gozou o meu subconsciente. Até eu gozo comigo própria! Precisava do caderno de fisico-química para estudar logo à noite por isso tirei-o do meu cacifo e coloquei-o na mala.

– Mas que... - digo pois sou intercetada violentamente por uma pessoa não identificada.

– Olá. - diz Valentine seco. Já é o seu tom de voz normal.

– O que é que tu queres? - pergunto ríspida.

– Nada demais... apenas falar com a tua amiguinha. E por falar nela, onde é que está?

– Não sei. Que eu saiba ela ainda tem a sua vida e eu a minha... somos muito amigas mas duas pessoas independentes. E mesmo que soubesse não te dizia. - apertou-me o braço com força magoando-me.

– É bom que digas... - ameaça apertando-me o braço cada vez com mais força.

– É bom que me largues... - ameacei no mesmo tom olhando-o nos olhos.

– Riley! - ouvimos e ambos olhamos para a origem da voz. Era Josh, o que me deixou mais aliviada visto que em vez dele podia ser o Andrew e neste momento era a ultima pessoa que me apetecia ver.

– Está tudo bem? - interroga Josh aproximando-se e olhando para Valentine.

– Claro que está! Estava só a ter uma conversa amigável aqui com a Riley! - responde passando a mão pelos meus ombros e eu trato logo de a tirar recebendo um olhar ameaçador dele - E aproveitei para pergunta-lhe pela Lyla - conclui sorrindo.

– Pois... mas tu não tens nada a ver com ela. Não precisas de saber onde ela está por isso não entendo a tua curiosidade. - diz Josh cruzando os braços sobre a barriga com um olhar questionador.

– E que eu saiba tu não és o namoradinho dela para andares por aí a defendê-la... e ainda por cima tens uma namorada!

– Posso não ser o seu namorado... mas sou seu amigo e tenho todo o direito de ajuda-la a lidar com escumalha como tu. Põe-te a andar daqui para fora antes que perca o controlo da situação e aí não respondo por mim! - uau... nunca tinha visto Josh tão enervado e tão protetor. Estava mesmo caídinho pela minha amiga... não há dúvida! Sarah com Michael e Lyla com Josh... ao menos elas ficam em ótimas mãos. Ficam com rapazes que as amam, que se importam profundamente com elas, que se arriscam por elas, que as respeitam e que cuidaram delas como se fossem rainhas.

– Miau! Quem diria que um gato doméstico como tu poderia ser tão bravo! Ok... eu não quero nem vou arranjar confusão! - disse Valentine saindo da nossa beira dando um encontrão em Josh.

– Estás bem Riley?

– Estou bem não te preocupes. Mas quem deveria perguntar-se isso era eu! Tu quase que te atiravas para cima do Valentine para lhe espetar uns bons socos, não que ele não os merecesse porque claro que merece... mas mesmo assim, que te deu? - pergunto preocupada.

– Simplesmente não gosto que ele se meta com os meus amigos. Passo-me completamente. - responde levando as mãos à cabeça

– Não gostas que ele se meta com os teus amigos ou será que não gostas que ele ande por aí a perguntar por tu sabes quem? - arrisco a pergunta e recebo um olhar aterrorizado dele.

– Riley... eu não sei o que se passa comigo! Só de pensar que ele anda por aí à procura dela apetece-me partir para cima dele e partir-lhe aquele sorriso presunçoso de quem acha que se pode safar com tudo o que faz. E a triste verdade é que até agora ele já vez incontáveis coisas imperdoáveis e safa-se sempre. Arranja sempre uma maneira de nunca ser apanhado. E o pior é nós sabermos o que ele faz mas não termos provas para acabar com ele de uma vez. E ele aproveitasse disso para nos esfregar na cara aquilo que faz.

– Eu compreendo-te Josh e eu sinto o mesmo. Detesto sentir-me impotente em relação a injustiças como estas! Mas como por agora não o podemos meter atrás das grades, só podemos tentar reunir provas e proteger quem mais amamos daquele psicopata.

– Eu só quero protegê-la... - diz Josh num fio de voz.

– Eu sei. Tens que fazer uma decisão Josh que ela não pode viver esperando-te para sempre. Pensa e resolve o teu conflito interior no coração! - digo colocando a sua mão sobre o seu peito.

– Só espero fazer a escolha certa.

– Então Riley! Ainda estás aqui? - somos os dois tirados deste transe por Lyla que se aproximava de nós - Hey... olá Josh!

– Olá Lyla. - responde Josh.

– Desculpa Lyla mas entretive-me aqui na conversa com ele e nem dei pelo passar do tempo.

– Não tem mal... apenas estive uns quase 10 minutos à tua espera no portão antes de partir em tua busca. - Lyla finge um olhar triste. Ela bem tentava disfarçar mas eu já a conheço e sei que estava a conter-se para não se desmanchar a rir e para não corar devido à presença de Josh.

– Desculpa mesmo Lyla... e se eu te compensasse com um dos lanches da minha tia Gloria! - tento.

– Hum... lanche e jantar.

– Feito Lyla! Tu ficas-me cara. - digo e as duas começamos a rir enquanto somos observadas por um Josh fascinado.

– Bem meninas, eu vou indo que está a ficar tarde. Até amanhã! - despede-se Josh. Lyla podia não reparar mas eu sim. Notava-se que ele estava super envergonhado e que tinha mesmo uma disputa interna entre entregar-se ou não ao que estava a sentir. Mas isso é algo que ele tem que descobrir sozinho.

– Até amanhã! - respondemos eu e Lyla.

– Lyla, já podes respirar normalmente agora.

– Está calor aqui não está? - questiona ela abanando a mão numa tentativa de fazer vento.

– Capaz... acabou de sair daqui uma brasa! - brinco com ela.

Fomos agora as duas para os nossos trabalhos. A folga já tinha acabado e ela tinha sabido tão bem! Chego à livraria e encontro o meu patrão sorridente meio vestido à duende a expor livros de Natal na montra e ouvia-se uma música de Natal vinda da loja. Era óbvio o quanto o homem gostava desta época do ano. Aceno-lhe pela janela e ele corresponde o gesto todo contente.

– Boa tarde Charles! - cumprimento ao entrar.

– Boa tarde! - cumprimenta Charles de volta vindo até mim abraçando-me - Eu sei que ainda não chegamos lá mas quero desejar-te desde já um santo e feliz Natal e que o passes no meio de quem mais gostas e que todos os teus problemas se resolvam!

– Obrigado! Igualmente senhor! - o ato de Charles foi bonito. Não me importava que Valentine fosse preso pelo Pai Natal e que ele o levasse no seu trenó para a prisão no Polo Norte. Até que era uma ideia agradável!

– Agora de volta ao trabalho minha menina!

– Sim, meu patrão! Charles posso fazer-lhe uma pergunta? - questiono receosa mas estava mesmo curiosa.

– Não me vais pedir dinheiro para drogas ou outras substâncias ilícitas? - pergunta arqueando a sobrancelha.

– Não! Credo! Não! - respondo incrédula.

– Ahahah! Estava só a brincar contigo! Podes perguntar à vontade! - diz aliviando-me do susto.

– Ufa! Porque é que está a usar um fato de duende?

– Porque é Natal! E não serei o único a usá-lo.

– Como assim? - pergunto com medo da sua resposta.

– Também vais usar um. Seria um pouco estúpido só eu andar com isto vestido não? Tens o teu por baixo do balcão. Espero que te sirva!

– Seria completamente estúpido senhor! - concordo revirando os olhos. Mas que vergonha! Só me sujeito a estas coisas.

– E já agora... - até tenho medo - Quando te dirigires aos clientes tens que fazer voz de duende! - diz retirando-se para a arrecadação. Só me faltava mais esta. Vou até à casa de banho e troco-me. Estava completamente ridícula mas pronto... lá tinha que ser. - Riley, podes ir por favor ao café buscar-me um croissant para lanchar? O dinheiro está no balcão.

– Tudo bem senhor Charles. - Meu deus! Eu não quero sair daqui assim vestida! Vou ligar à Lyla e pedir-lhe que venha cá. É isso mesmo que vou fazer!

Ligação On

– Lyla será que podias preparar um croissant simples para o meu patrão e trazeres cá?

– Eu posso prepará-lo mas tens que vir aqui. Isto está muito cheio e estou sozinha. - Bolas...como é que vou fazer?! Vou ter que correr, pegar e voltar!

– Ok. Já estou a ir. Até já! - digo e desligo.

Ligação Off

Saio da livraria a correr e continuo a correr até ao balcão do café onde encontro Lyla.

– Agora já compreendo o motivo de quereres que eu to levasse até lá! Estás adorável!

– Cala-te!

– Tenho que ter uma memória deste momento! - tira o telemóvel do bolso e antes que a pudesse impedir tira-me uma foto.

– Eu adoro-te mas vou matar-te!

– Oh... estás tão fofa com essa roupinha que não consigo levar-te a sério. Michael, anda ver a Riley!

– Lyla... eu... estou... a ...conter-me... para... não... espetar... os... meus... sapatos... de... ponta... enrolada... com... guizos... no... teu... rabo! - digo pausadamente.

– Lyla que se passa? - Michael pergunta mas ao ver-me arregala os olhos- Oh meu Deus! Estás tão adorável que apetece-me apertar-te as bochechas! - levanto-me zangada com o croissant e saio de lá.

Odeio-vos!

Volto à livraria e dou o tão aguardado croissant a Charles. Tivemos muitos clientes, na maioria crianças e lá tive que fazer voz à duende o que as deixou felizes por isso não foi assim tão mau...acho. Ao menos fiz alguém feliz na minha miséria.

Ouço a porta a abrir e começo a dizer com voz duende:

– Bem vindo! Temos muitas novidades em diversas categorias literárias...

– Riley... - sou interrompida por esta voz tão conhecida. Andrew! - Uau... estás vestida de quê?

– Duende feliz. -respondo abandonando a voz falsa.

– Então onde está o teu sorriso? - questiona aproximando-se do balcão - Estás mesmo...

– Se tu disseres adorável ou algum sinónimo parecido não tenho problemas em meter as minhas orelhas postiças na tua boca! - digo brava.

– Ei... calma! Eu ia dizer diferente mas pronto...

– Desculpa... mas estou farta que me digam isso!

– Riley Collins pediu-me desculpa! Milagre de Natal! - diz ele entusiasmado arrancando um sorriso involuntário meu.

– Cala-te! - digo envergonhada e os nossos olhares cruzam-se perdendo-se um no outro. Já nem parecia que tínhamos discutido no dia anterior.

– Sabes... estamos mesmo debaixo de azevinho. E tu sabes o que isso significa? - nego com a cabeça - Significa que tens que me beijar!


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