After the pain escrita por Neryn


Capítulo 27
Depois da tempestade vem a bonança!




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"- Tenho notícias! - dissemos em coro."

– Primeiro tu! - dissemos novamente em coro. Parece que hoje estávamos com os cérebros sincronizados.

– E se falássemos num sítio onde não estivesse a chover? - sugeri pois tinha acabado de me aperceber que estávamos as duas cada uma protegida pelo seu guarda-chuva no meio do passeio.

– Concordo! Mas começas tu Riley!

Visto que estava a ficar tarde e eu não queria voltar a ouvir um sermão como o de ontem, Lyla e eu fomos em busca de um autocarro que nos levasse até casa e eu ofereci que a minha casa fosse o destino pois ao chegarmos lá a minha tia iria preparar-nos um lanche quentinho e delicioso.

Ao chegarmos a minha casa como previsto fomos recebidas com um enorme lanche feito pela minha tia acompanhado de um chocolate quente. Ambas devemos ter saído da mesa com um quilo e meio a mais!

Fomos para o meu quarto, sentamo-nos e continuamos a conversa do ponto onde tínhamos ficado:

– Bem, quando tu foste falar com o chefe do empregado jeitoso, eu fui até à livraria que estava do outro lado da rua só para passar tempo, mas encontrei lá um senhor que precisava de ajuda e como tal ajudei-o. - Lyla revira os olhos quando digo isto como a quem diz "Típico da Riley" mas resolvi ignorar e continuei - Levei uns caixotes de mercadoria para dentro da livraria e no fim o senhor pergunta-me se eu queria ir trabalhar para lá no fim das aulas... - dou uma pequena pausa para respirar porque já estava a falar sem respirar à algum tempo.

– E tu? - pergunta Lyla já impaciente.

– E eu... aceitei! - Lyla praticamente salta para cima de mim e abraça-me.

– Parabéns amiga! - diz no meio do abraço.

– Agora é a tua vez de falar! - agora era eu que estava impaciente.

– Por onde começar - Lyla leva a mão ao queixo e coloca uma máscara pensativa - mais vale pelo início.

Flashback on - Lyla POV

Subi as escadas nervosamente porque eu queria mesmo este trabalho para poder ajudar a minha mão e não ser apenas um peso morto. Ao chegar ao topo das escadas encontro facilmente o escritório do patrão do empregado jeitoso como a Riley lhe chamava. Quer dizer, ele era jeitoso: tinha os cabelos curtos e castanhos claros, olhos a condizer e tinha o maxilar bem definido. Era pouco mais alto que eu e trajava umas calças pretas e camisola justa preta que mostravam que ele devia ter os músculos definidos e sapatos também da mesma cor que o resto da roupa. Aquele devia ser o seu uniforme de trabalho se bem que também dava para um funeral.

Bati à porta. A primeira batida mal soou devido que o meu nervosismo aparentava ter retirado as minhas forças. Insisti mais uma vez e ouço uma voz:

– Pode entrar!

E assim faço. Entro e deparo-me com um escritório normal: secretária centrada na sala por cima de uma carpete que cobria o chão todo, em cima da secretária estavam vários papéis e um portátil e atrás desse portátil estava um senhor com um ar simpático. Ele levanta-se e cumprimenta-se.

– Sou o David Nichols! David para os amigos, Sr. Nichols para desconhecidos e formalidades e chefe para os empregados - dá-me um aperto de mão e para isso levanta-se. Era um senhor ligeiramente mais baixo que eu e magro. Já tinha alguns cabelos grisalhos mas ainda era maioritariamente castanho, olhos castanhos protegidos por óculos e tinha a barba feita. Usava um terno beije com sapatos castanhos e tinha um olhar e sorriso amigáveis.

– Chamo-me Lyla e vim aqui pelo emprego. - digo receosa.

– Ah...sim. Já me vieram avisar. Senta-te e vamos falar.

A entrevista não foi muito longa. As perguntas consistiam em saber o básico sobre mim, porque queria o emprego e se tinha registo criminal. Eu respondi a tudo prontamente se bem que a pergunta sobre se eu já tinha ido ou não para a cadeia era estranha...

– Muito bem Lyla! Parece-me que és uma boa moça, determinada e inteligente. Não vejo qualquer razão para que não possas trabalhar aqui. Começas em part-time e vens trabalhar quando tuas aulas acabarem. Aos fins de semana ficas com as manhãs para poderes estudar à tarde e sair com os teus amigos. Começas já para a semana visto que esta está quase a acabar.

– Muito obrigada! - não resisto ao impulso e abraço o homem que fica confuso - isto não volta a acontecer! - tento recompor-me - Novamente muito obrigada e vemo-nos segunda.

Flashback off - Riley POV

Lyla calou-se durante algum tempo.

– Eu não acredito que a história já tenha acabado - pronunciei-me e Lyla manteve-se calada e corou - Uh... o empregado jeitoso está envolvido para corares assim! - digo entusiasmada.

– Talvez... - dou-lhe um olhar intenso e mortal - está bem, eu conto antes que tu me fures a testa com esse olhar.

Flashback on

Eu não conseguia conter a minha alegria e cantarolei o caminho todo pelas escadas mas quando adentrei no café parei imediatamente porque reparei que ele estava a olhar para mim.

– Como é que correu? - pergunta ele parando de limpar o balcão e vindo na minha direção.

– Correu bem! - respondi não escondendo o sorriso que insistia em ficar nos meus lábios.

– E... com esse sorriso radiante aposto que ele te deu o trabalho! - diz ele também sorrindo.

– Yep... ele deu-me o trabalho. Começo na segunda. - chego até mais perto dele e pergunto baixinho de modo a que só ele ouvisse - porque é que ele me perguntou se tinha registo criminal? - ele desatou às gargalhadas mas eu olhava para ele sério e este apercebeu-se que eu não estava a perguntar e responde.

– Para ter a certeza que não contrata um bandido que depois pode dar-lhe uma facada nas costas e arruinar o seu café. Para não falar que eles geralmente tratam mal os clientes. Mas olhando para ti duvido que ele achasse que eras uma criminosa mas mais vale a pena prevenir do que remediar - diz no mesmo tom de voz que eu - Já agora... como vamos ser colegas de trabalho mais vale a pena sabermos o nome um do outro, não achas?

– Suponho que sim.

– Chamo-me Michael - diz estendendo a sua mão para que a apertasse.

– Eu sou a Lyla - alcanço a mão de Michael com a minha e aperto. Ele aproxima-se de mim e dá-me um beijo na bochecha que me arrepiou da cabeça aos pés.

– Foi um prazer e vemo-nos na segunda - diz Michael retirando-se para os seus afazeres.

– Igualmente - foi tudo o que consegui dizer antes de sair disparada de lá para fora.

Flashback off - Riley POV

– E foi isto que aconteceu! - diz Lyla terminando a sua história.

– Uau! - eu não conseguia conter o sorriso estúpido e os guinchos de entusiasmada - eu desapareço por um bocadinho e tu já começas a arranjar pretendentes?

– Riley... não digas isso! - diz ela envergonhada.

– Não me vais dizer que não achaste o Michael giro?!

– Eu não disse o contrário. Para tua informação até acho que ele é um jovem atraente e que sabe cuidar de si próprio. - diz ela mantendo uma postura séria.

– Também reparaste que com aquela camisola notavam-se os músculos dele, não reparaste?

– Talvez... - olho para ela demonstrando que sabia que ela estava a mentir - Pronto... eu admito que reparei! - levanta os braços em sinal de rendição e caímos as duas na cama às gargalhadas.

– Meninas... jantar! - ouço a minha mãe berrar do fundo das escadas.

– Ih... com este paleio todo esqueci-me de ir para casa! - diz Lyla já aflita.

– Não te preocupes, jantas cá - diz a minha mãe entrando no meu quarto e pousa alguma roupa lavada e passada na secretária - já liguei aos teus pais e eles deixam que jantes cá.

– Muito obrigado Sra Collins!

– Já disse que me podes chamar Mary um milhão de vezes - e com isto a minha mãe saí do meu quarto.

O jantar na companhia de Lyla foi muito divertido, cheio de risota e a minha mãe fartou-se de lhe contar histórias da minha infância o que fez com que ela se risse ainda mais de mim. Após o jantar conversamos mais um pouco e depois eu e a minha mão fomos levá-la a casa.

O resto da semana ocorreu normalmente sem grandes incidentes. Raramente via Andrew ou as peruas o que era bom porque assim evitava chatices.

O fim de semana também passou a correr. Lyla veio passa-lo a minha casa e divertimo-nos imenso. De dia passeávamos pela cidade e ela mostrava-me algo que eu ainda não conhecia e à noite púnhamo-nos a ver filmes de terror até às tantas da manhã. Ver filmes de terror com Lyla era engraçado porque ela assustava-se facilmente e durante os filmes nas partes tensas eu aproveitava-me da sua situação e pregava-lhe um susto que quase ela saltava da cama fora o que resultava comigo a rir compulsivamente e ela a repreender-me mas depois juntar-se às minhas gargalhadas.

Quando fomos a ver já era segunda dia de trabalho, veremos como isso irá correr!


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