After the pain escrita por Neryn


Capítulo 12
Toucas e rolos de cozinha!




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"- Mas que pouca vergonha vem a ser esta?"

Andrew e eu ficámos estáticos e calados. Até ao momento ecoavam as gargalhadas de Andrew pelo corredor mas agora ele nem se atrevia a abrir a boca tal como eu agora tentando esconder a cara nas costas dele reinando assim um silêncio assustador.

Era outra vez aquela velhota assustadora que morava à frente do meu apartamento,só que agora estava a porta munida de um rolo de cozinha na mão e com uma touca na cabeça a sua figura era deveras cómica. A sua cara enrugada e as sobrancelhas arqueadas impunham um respeito e medo tamanho que nos impedia de reagir.

– Só lhe faltam os cornos para parecer a malificent! - sussurro eu nas costas dele.O Andrew teve de se conter para não se rir da pobre senhora às altas gargalhadas.

– Ponham se a milhas antes que eu chame a polícia. Ai raio da moçarada. Não tendes respeito nenhum pelos mais velhos! Eu que vos volte a apanhar por aqui que vos faço a folha! - Já me preparava para pedir desculpa quando a porta da minha casa se abre e aparece a minha mãe ainda meia sonolenta e arrastava-se pé ante pé e encostou-se à porta de casa para manter o equilíbrio.

– Riley!?Oh desculpe dona Edith eles não tiveram intenção de a incomodarem.- disse a minha mãe lançando nos um olhar reprovador e ao mesmo tempo divertido parecia que também ela estava a fazer um esforço para não se rir - Venham meninos.- Assim que a minha mãe e a minha tia, que entretanto veio ver o que se passava, nos viram a entrar no hall de entrada quase que lhe davam um ataque cardíaco.

– Riley o que raio aconteceu?? - perguntaram a minha mãe e a minha tia em coro. O Andrew que entretanto me pousará no sofá com um cuidado exagerado soltou uma ligeira gargalhada.

– Caí e o Andrew levou me ao centro de saúde- disse eu rapidamente e o mais objetivamente que consegui evitando olhar para eles e encarando o meu pé.

– O médico disse que não era nada grave era só uma entorse mas ela vai ter que andar de muletas. - diz Andrew fazendo contacto visual com a minha mãe e tia que se encontravam juntas.

– Não acredito que quando eu te liguei não estavas com amigos nenhuns e já estavas provavelmente a caminho do hospital. - diz a minha mãe quase aos berros e com um olhar fulminante. A sua irmã tenta acalma-la pondo a mão no ombro da minha mãe.

– A mentira tem perna curta - sussurrou o Andrew entre risos ridicularizando-me o que me fez corar. A minha tia desaparece por breves momentos e quando volta já estava com umas muletas na sala.

– Toma querida são daquela vez em que eu parti a perna direita. - diz ela estendendo-mas.

– Obrigado- disse eu pegando nas moletas.

– Andrew obrigada por tomares conta da minha pequenina. - diz a minha mãe aproximando-se de Andrew e dando-lhe um breve abraço.

– MÃE!!! - Gritei eu repreendendo a não acredito que ela me chamou "pequenina" mesmo em frente ao Andrew.

– Não tem que agradecer senhora....... - diz ele num tom de voz calmo e retribuindo o abraço dela.

– Oh, onde estão as minhas maneiras! Desculpa, nem me apresentei sou a Mary Collins e aquela é a minha irmã Gloria.

– Prazer em conhecê-las - disse Andrew baixando-se muito para as cumprimentar.

– Andrew teria mos muito gosto em que jantasse connosco.

– Como é ?!??- Perguntei indignada e a minha mãe deu- me uma cutuvelada.

– Não quero incomodar dona Mary.

– Trata-me só por Mary e eu insisto.

– Nesse caso terei só de avisar os meus pais.

Não acredito! Já não chegava aquele tempo todo com ele e agora que eu queria paz e sossego até isso me era negado. Fomos para a mesa e como sempre a comida era mais que suficiente para 10 pessoas. O Andrew comeu e tal como a Lyla e não poupou aos elogios. Eu não dizia uma palavra enquanto observava toda aquela cena altamente bizarra e constrangedora. O capitão da equipa de andebol lá continuava a conversar e a dar mais detalhes sobre o meu acidente e também mencionou a história do Ben. Eu só pensava OK era tudo muito bonito mas ainda haviam as Barbies e todos os problemas e o convencido do Andrew. Por mais que eu quisesse não me conseguia desligar da realidade nem por um segundo que seja.

– Riley estás muito calada querida- reparou a minha mãe

– A comida não está boa???- perguntou a minha tia preocupada, eu acho que no dia em que alguém lhe dissesse que a sua comida não era boa lhe dava um piripaque.

– Não tia está ótima. São só as dores.- aquilo não era totalmente mentira, era verdade que me doía mas não era por isso que eu estava assim.

– Mentes tão mal filha - acusou-me a minha mãe acenando com a cabeça negativamente. O Andrew riu-se. Partilhava a mesma opinião que a minha mãe. O resto do jantar correu normalmente até que chegou a parte da sobremesa, bolo de chocolate que uau a minha tia esmerou-se como sempre pois o bolo era gigante e carrego de chocolate e de pequenos enfeites. O Andrew parecia deliciado, mas optei por recusar a minha fatia o que desagradou a minha tia. Depois de muita conversa entre eles, Andrew disse que se tinha de ir embora despediu- se da minha mãe e da minha tia com dois beijos e aproximou-se de mim "o que vai ele fazer???" Perguntou o meu cérebro congelando de medo, eu fiquei estática sem reação quando o vi a caminhar na minha direção para depois depositar um beijo na minha testa. Quase que me dava uma coisinha má. Pronto agora devo estar mais corada que os tomates na salada do jantar. Baixei a cabeça tentando disfarçar.

– Xau Riley! Vemo-nos amanhã na escola- respondeu Andrew no vão da porta com um sorriso esperançoso. Pois só me faltava mais essa. Quando ele se vai embora ouvem se um uuuuuuuuu.

– Meu Deus filha que cavalheiro.

– Ai sobrinha não nos disse-te que tinhas um rapazinho atrás de ti ainda por cima querido e giro.

– Tia ele não anda atrás de mim e tem namorada pelo amor de Deus. Irmãs Collins deixem de fazer filmes- disse eu no meu limite. Esgotei a minha cota de respostas para aquele dia, devia estar tão corada.

– Vou para o meu quarto. Boa noite - e tento despachar-me o mais possível com as minhas muletas. porém o meu jeito é muito pouco. Primeiro que me vá habituar a estas coisas, vai ser giro!

A minha tia e minha mãe ignoraram me e continuaram a falar e a rir e a elogiar Andrew nas minhas costas.

Subi as escadas com as minhas futuras companheiras de viagem. Ia ser bonito ai ia ia!
Tomei um banho e a minha mãe veio me por outra ligadura pois se fosse eu a fazê-lo ainda ficava sem perna. Deitei-me e fiquei a pensar naquele dia de loucos. Amanhã iria ter muito que explicar a Lyla, é melhor começar a preparar o discurso não vá eu me esquecer de mencionar algum detalhe.

O Andrew tinha um irmão que parecia muito simpático depois os meus pensamentos passaram por Ben e depois novamente Andrew e acabei por adormecer.

Pov Andrew

Conduzia agora sozinho no caminho para casa e olhei algumas vezes para o lugar do passageiro onde a Riley estivera a pouco. Suspirei involuntariamente e sorri. Aquela miúda tinha piada e era desafiante ao ponto de me desgastar com as suas intrigas e respostas. Não sabia mesmo mentir e recordei o telefonema entre ela e a mãe em que ela lhe dissera que estava com uns amigos Ficara corada e os olhos com um brilho começava a tremer e a voz falhava já para não falar do ar de culpada que a sua cara expressava o que a denunciava - Mentir não era mesmo o forte dela. Ela era teimosa mas também era generosa, como foi com o Ben. Apesar das dores fortes deixou-o passar a frente. Ela era mesmo especial. Cheguei a casa e estavam todos na sala inclusive o Logan e a Kelly.

– Olá- saudei os.

– Então mano a Riley está melhor? - pergunta Logan.

– Quem é a Riley? - perguntou a minha mãe confusa

– É uma amiga minha está na minha sala em algumas aulas.

– O Andrew levou-a ao meu consultório. Ela torceu o pé. - esclareceu Logan. Sempre útil o meu irmão!

– Espero que a tenhas tratado bem filho - disse o meu pai piscando-me olho.

– A Riley é só uma amiga pai e além disso eu tenho namorada.

–Andrew tu prometeste-me que me contavas aquela história do peluche. - Logan agora pisca-me o olho tentando incentivar-me.

– Eu sei. Então depois de eu te pedir para nos atenderes cheguei ao pé dela e disse lhe que tinha arranjado uma maneira dela ser atendida mais depressa, mas ela não achou piada disse que era injusto.

– Ainda não a conheço mas já gosto dela - prenunciou-se Kelly, namorada de Logan, elas deveriam dar se bem.

– Então quando a enfermeira chamou por ela, eu ia para pegar nela e ela não deixou. Em vez disso virou se para a senhora ao lado com um menino ferido na perna e disse para a senhora levá-lo. Eu ainda resmunguei que íamos ficar muito tempo a espera mas ela argumentou que o ferimento do menino era mais grave que o dela. Aquilo deveria estar a doer e muito mas ela teimosa e orgulhosa fingia que estava bem.

– Então e o peluche?

– Quando o Ben voltou com o peluche que tu lhe tinhas dado entregou o a Riley em sinal de agradecimento por ela o ter ajudado.

– O Ben é sem sombra de dúvida um menino adorável, infelizmente é surdo e consequentemente não falava.

– E onde jantaste? - Perguntou a minha mãe deixando-me agora cada vez mais envergonhado.

– Em casa da Riley. E vitória, vitória, acabou-se a história! Bem vou para o meu quarto. Boa noite - relatada a história subi para o meu quarto e tomei um banho quente. Quando me preparava para me deitar ouço um "Trus, trus" vindo da porta.

–Entre! - digo num tom alto para que quem estivesse do outro lado pudesse ouvir.

– Então maninho?- Perguntou o meu irmão entrando no meu quarto- A Riley é uma rapariga muito bonita ahm!?

– Sim e teimosa também. - acabo por admitir. Não valia a pena mentir a Logan pois ele consegue sempre saber se estou a dizer a verdade ou não. Super-poder de irmão mais velho.

– Porque é que eu fiquei com a sensação que vocês não se davam assim tão bem!? - questiona ele, realmente intrigado.

– É, eu sei, talvez porque ela não aguenta estar na mesma sala comigo- sorri ao lembrar me das nossas brigas- e estamos sempre a discutir. Ela está sempre na defensiva quando fala para mim apesar de eu me esforçar para ser simpático. Não sei o que hei de fazer! Já estou sem jogadas!

– OK, não te chateio mais! Isso é algo que vós os dois devem trabalhar, JUNTOS! Vou te deixar com os teus pensamentos. Dorme bem maninho- despediu se o meu irmão caminhando para a porta - até amanhã!

– Xau- disse eu deitando- me.

Fiquei a pensar naquilo tudo e na Riley. Não me saía da cabeça a maneira como ela tinha deixado o Ben ir no lugar dela enquanto ela estava igual ou pior que o menino e o quanto péssima mentirosa era. Riley era diferente de todas as raparigas inclusive a Jennifer.


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