– Gravando – Nick grita mais uma vez. Eu estava sentada na minha cadeira observando enquanto Tony, Steve e Pepper gravavam mais uma cena no estúdio.

– Hey – aquela voz me era familiar, mas nunca tinha sido dirigida a mim, então foi mais como uma surpresa.

– Sharon – Minha voz não saiu da melhor forma

– Natasha – Ela estava caracterizada com uma roupa de época seu cabelo estava preso e com cachos. – Nunca tivemos a oportunidade de conversar... Nunca te parabenizei pelo papel

– É. As coisas estão meio corridas com as gravações – tento achar uma desculpa plausível para dar, mas na verdade é que não me sentia a vontade perto dela, e ela não era tão amigável como a Pepper ou a Wanda. – Mas mesmo assim obrigada. – Forço um sorriso.

– Não é nada, você mereceu o papel e fora que você esta se dando muito bem com essa nova vida de estrela...

– Eu não entendi – A encaro. Essa conversa não estava tendo um rumo que eu queria, ou que eu gostasse.

– Natasha eu entendo... Todas nos já caímos nessa do Steve, depois passa e a gente vê a burrada e se arrepende – Ela tava me dando conselhos? Serio? – Só espero que não seja tarde demais... Como alguém que conhece muito bem o Rogers – Conhece muito o Rogers? Que conversa era essa? – Ele é uma pessoa que você não vai querer se envolver... – ela dá um leve sorriso e antes mesmo de eu abrir a boca ela já tinha ido embora. Estrelas!

– Mas eu não... – Tento, mas ela já esta longe – tenho nada com aquele babaca idiota... – termino mesmo assim

– Não é isso que as revistas dizem – A voz de Tony e a presença dele se materializam ao meu lado sentando em uma cadeira. Como eles faziam isso? Ele tava gravando da ultima vez que olhei - "Todos os indícios comprovam que a um novo casal no mundo do cinema...”.

– Eu não quero ouvir – Falo ríspida

– Mas o texto foi tão elaborado... Olha a foto, você saiu bem... Quer dizer seu cabelo tá um pouco estranho, mas para uma iniciante você está ótima. E o que é isso é cocô?

– Aonde? – Tomo a revista da mão dele e olho para a foto onde estou ao lado da porta do carro de Steve. Olho bem a foto e então ouço a risada do Tony

– Eu só estou brincando, o Steve me contou que vocês fizeram um mini guerra de cocô... O que é bem estranho para duas estrelas que estão gravando o maior filme dos últimos tempos... Mas quem sou eu para julgar pessoas que fazem guerra de cocô? – O olho incrédula

– Eu não quero vê e eu não quero ouvir nada relacionada a isso, isso – aponto para a foto na revista – Isso não é o que parece, e eu sei que é a segunda vez que digo isso, mas é verdade... Eu não tenho nada com aquele babaca e nunca vou ter, é só esse bando de fotografo que aparece na hora errada. – A raiva já corria por minhas veias. Eu tava cansada de ler tanta mentira.

– Calma miss paparazzi... – ele fala calmamente me irritando mais ainda.

– Não eu não posso ficar calma enquanto o mundo todo acha e não é no sentido figurado é literalmente o mundo todo acha que eu tenho algo com aquele babaca até meus colegas de trabalho. – Falo brava, só depois me dou conta de que ele me chamou. Qual o problema deles com apelidos?

– Eu acredito em você miss paparazzi

– Dá pra parar de mim cham... Você acredita?

– É claro se fosse verdade o Steve estava se vangloriando por ai, eu conheço o amigo que tenho ele é igual a mim...

– Como se isso fosse bom – Murmuro

– O que você disse?

– Nada.

– Você é carne fresca para os urubus de câmera, tudo que for relacionado a você vai ser noticia Nat... Você precisa aceitar e saber lidar com isso... Você não entendi agora, mas depois você vai entender isso tudo não é ruim ou de todo ruim... – Ele faz uma pausa por um momento e me fita, enquanto eu apenas escuto em silêncio – Você nem estrelou o filme e já apareceu na maior revista de celebridades do mundo, e sabe por que o Fury nunca meteu o bedelho nisso de você e o Steve? Porque isso não só dá publicidade a você ou o Steve, isso dá publicidade ao filme dele que esta sendo falado pelo mundo com um casal que saiu dos bastidores do filme e tá se tornando real...

Penso um segundo em tudo o que ouvir, eu não entendia onde isso seria bom para mim, ou se isso de publicidade valia alguma coisa... Eu só sabia que não me agradava nem um pouco ficar sendo exposta assim e ainda mais com uma mentira.

– Você tem razão... – Ele sorri – Eu realmente não entendo – Completo e saiu em seguida.

***

Desde que começaram as gravações há dois dias... Que parecem mais dois anos. Tudo que anseio depois das gravações é minha cama, essa rotina de estrela quem acha que é só colocar um sorriso no rosto e esperar os fotógrafos tão bem enganados. Passo o dia todo de um lado para o outro gravando e regravando a cena um milhão de vezes.

– Vamos sair um pouco Natasha... Eu não aguento mais ficar nessa casa. – Maria resmunga pela vigésima vez desde que cheguei

– Toda vez que ouço essas palavras me vem à cabeça três opções. A) ficar em casa te ouvindo falar isso o tempo todo, B) Sair e aguentar um monte de paparazzi na minha cola e C) colocar meus fones de ouvido deitar na minha cama e me desligar do mundo. E você sabe qual das três eu escolho? Eu te dou uma chance.

– Natasha – Ela fala brava me fazendo rir

– Ok. Você venceu vamos sair um pouco – Me rendo a carinha de cachorro dela. Talvez me fizesse bem uma espairecida.

– Isso – Maria fala animada me abraçando – Vou me arrumar saímos em 30 minutos – Como se isso fosse verdade.

– Vou ligar para Wanda... Eu te falei dela nos conhecemos no teste, e ela entrou para o elenco – Falo alto para que Maria me escute, ela já está no quarto – Ela também ganhou um papel no filme... Vocês duas vão se dar bem.

DUAS HORAS DEPOIS...

– Isso é um máximo nos temos um carro com motorista só pra gente? – Minha amiga parece uma criança no parque de diversões

– Tecnicamente não. O carro é para que eu não me atrase no trabalho, mas acho que podemos usa-lo para um pouco de diversão.

– E sua amiga a... Qual o nome dela mesmo?

– Wanda, passaremos para pega-la... Ela é uma ótima pessoa você vai adora-la

– Eu tô muito importante, saindo com duas estrelas do melhor filme do ano – ela me faz rir, essa era minha amiga e eu a amava demais.

– Para de ser boba – Ser chamada de estrela ainda me apavorada.

***

Steve Rogers

Achei que viraríamos a noite gravando, hoje o dia foi bem puxado, quase todo mundo já tinha ido embora, eu já tava no estacionamento para ir pra casa tomar um banho e curtir um pouco afinal eu merecia depois disso tudo e talvez até ajudar à ruivinha quando fosse flagrado com alguma mulher, amanhã todo mundo esquecerias nossas fotos.

Ela se preocupa demais com o que essas pessoas escrevem, eu apenas me divirto com ela toda brava e indignada... É engraçado ver como ela é verdadeira e como ela espera o tempo todo a verdade de outras pessoas, ela é uma ótima atriz, mas realmente não acho que ela se encaixe no nosso mundo. Meus devaneios sobre Natasha vão embora quando ouço alguém me chamar.

– Steve... – Viro-me para dar de cara com Carter vindo em minha direção no estacionamento do set de gravação.

– Hey – Falo com um sorriso – Alguma coisa?

– Você esqueceu seu Script – Ela me devolve os papeis – Você não muda mesmo sempre esquecendo tudo – Brinca

– Obrigado, eu meio que estava distraído... Muito trabalho.

– É eu sei trabalho até muito tarde hoje, já tá escurecendo... Indo para casa?

– Não, nunca – falo – Eu mereço uma noitada depois de hoje.

– É claro esse não seria você, se não tivesse uma noitada. – A loira cruza os braços me encarando

– Foi muito bom o tempo que passamos junto Sharon, mas é por esse motivo que não tenho namoradas... Odeio cobrações e expectativas sobre mim, já tenho demais para minha cota.

– Eu sei... Pena que a Natasha ainda não percebeu – ela provoca

– Eu e a ruivinha doida? Não temos nada... Aliás, acho que ela é a única mulher que é linda e muito interessante e eu não atreveria a ter qualquer coisa...

– Então quer dizer que ela não te dá bola? – ela gargalha – Isso foi a melhor coisa que eu ouvi em anos

– Não, não foi isso que eu disse – Bem. Meio que tinha sido, a ruivinha me odiava e isso era algo inédito, mas ela não precisava saber – Se eu quisesse tê-la na minha cama eu teria.

– E eu pagaria para ver isso – Ela retruca, caminhando para bem próximo de mim – Muito bem – Sussurra.

– Isso é algum tipo de aposta? Porque eu não faço apostas, odeio apostas, e mesmo não me dando muito bem com a Natasha eu não faria isso com ela, e nem com qualquer outra mulher... É muito errado até pra mim.

– Eu não disse isso

– É melhor você ficar com a sua duvida, eu não vou bancar o canalha, pelo menos não desse jeito – Falo abrindo a porta do carro e adentrando.

– Nossa! – ela abaixa e coloca um dos braços deitado na janela do carro se apoiando – Steve Rogers mostrando que ainda tem alguma integridade... Tô assustada

– Pois é você não me conhece tão bem como pensa – Ligo o carro, espero que ela se afaste e então saiu.

Adoro o senso de humor da Sharon, e que ela não fica desconfortável com pouca coisa, mas isso já era demais para mim, eu não ia bancar o idiota com a Natasha e nem com nem uma mulher, não dessa forma, posso ser um canalha, mas sou um canalha do bem e que fala sempre a verdade.

***

Natasha.

– Que legal esse lugar gostei! – Wanda fala animada quando entramos em um barzinho bem movimentado

– Foi um amigo meu que me apresentou – Maria fala alto acima da musica, para que a ouvíssemos.

– Um amigo seu? – Grito. Que amigo e porque eu não conheço?

– É um amigo do trabalho... Não é nada ele só disse que tinha esse novo bar e eu resolvi vim – Ela fala naturalmente, mesmo eu achando aquilo muito estranho deixo passar por enquanto.

Vamos até o balcão pedir alguma coisa para beber e sentamos lá mesmo, já que as mesas estavam todas lotadas.

– Hey, moço – Grito para o barman fazendo as duas rirem do meio jeito estranho de chamá-lo, eu não era muito de sair e muito menos de ir a bares aquilo era novo para mim – Moço – mesmo assim eu insisto enquanto as duas palhaças na minha frente riem descontroladamente de mim. – Dá pra parar de rir? – falo fingindo está brava

– Não... Ele não vai vim aqui nunca, mas estou adorando vê você chama-lo – Wanda fala entre risos.

– Então chama ele, expert em chamar barman’s – falo.

– Nunca eu tô adorando, vai continua tentando vamos vê até onde você vai.

Era um desafio e eu não fugia de desafios nunca, eu ia chamar atenção daquele barman nem que tivesse que tirar a roupa e dançar em cima daquele balcão.

– Amiga deixa que eu faço isso – Maria se oferece

– Não – estou decidida – Eu vou conseguir chamar esse cara – estufo o peito e colo para frente no balcão

– É você tem razão Wanda, vai ser muito divertido – Maria rir.

– Hey – grito – Barman... Garoto da bebida... Gostosão tatuado... Ei você já pensou em ir ao otorrinolaringologista?

– Vamos ajuda-la? – escuto Wanda perguntar para Maria

– Não vamos deixa-la mais um pouco – Ela responde me observando quase cair para o outro lado

Como se chama atenção desse cara? Ele estava do outro lado atendendo umas garotas peitudas e cabelo tão loiro que parecia ser branco. Já sei! Tenho uma ideia. Arranco meu sapato do pé e as duas me olham interrogativa então o levanto o mais alto possível e aceno.

– Ela está acenando com um sapato – Wanda narra enquanto gargalha

– É hora de ajuda-la – Maria conclui

– Não, olha – grito animada. O Barman vinha na nossa direção, eu tinha conseguido – Hey cara primeiro já pensou em consultar o otorrino? – ele me olha com uma interrogação

– Não a escute – Wanda interrompe – Só traga alguns Martini’s para nós.

– Martini? A gente grava manhã

– Amanhã é outro dia – Hill se intromete – Traga para nós – ela volta à atenção para o cara que com certeza estava achando que lidava agora com três loucas e uma com sapato na mão.

Depois de três martini’s já estava tonta, e muito divertida as meninas também não ficavam atras, Wanda contava um historia muito engraçada sobre um teste que ela fez para um seriado onde o protagonista era um cara que era metade macaco metade humano e que ela era garota que se apaixonava pela metade macaco.

– Daí eu pegava a banana e o atraia para mim... – ela falava enquanto eu e Maria riamos incontrolavelmente, metade pela historia metade pela bebida já nos nossos organismos.

– Oi – um cara se aproxima de nos interrompendo a historia, nos cessamos os risos e o encaramos.

– Oi... – Falo tentando ficar seria

– Desculpa interromper, mas você não é a garota que vai fazer o filme... Natasha? Romanoff?

– É sou eu – Falo um pouco assustada o cara me conhecia. E se ele fosse um serial killer?

– Você pode me dar um autografo?

– Uuuu – Maria e Wanda comemoram ridiculamente

– E você? – ele olha para Wanda que fica seria – Você também está no filme não é? Eu te vi na coletiva...

– É eu estou – ela me olha com um rosto engraçado e sorri

– Por favor, me deem um autografo e vamos tirar um selfie – ele fala animado.

– Claro! – falamos junto e também animadas... Nosso primeiro fã isso era maravilhoso!

Levanto-me junto com Wanda para ficar ao lado do cara para tirarmos a selfie, depois escrevemos no papel que ele pediu ao barman surdo, ele nos agradece e depois sai animado para seu grupo que o espera em uma mesa próxima, eles estão todos nos olhando e eu até vejo uma garota tirando uma foto minha de longe com o celular. Eles acenam e nos chamam para a mesa Wanda corri animada junto com Maria e logo vou atras, mas sou impedida pelo meu celular que toca, olha de relance e Wanda já está tirando foto com cada uma das pessoas na mesa.

Olho a tela do celular e lá está o nome de Steve? O que ele queria a essa hora? Eu a menos sabia que ele tinha meu numero. Porque ele tinha meu numero?

Fico parada olhando para tela e me decidindo se atenderia ou não, a ligação cai, mas logo começa a tocar de novo. Resolvo logo atender e descobrir o que ele queria comigo há essa hora.

– Rogers? O que você quer? – falo ríspida

– Nossa você é um doce ruivinha... – Sua voz tinha sarcasmo até no telefone

– Você está vendo as horas? Porque alguém que não tenho nenhuma intimidade me liga a essa hora? Eu podia está dormindo – Vou saindo do bar enquanto falo

– Pelo jeito não – Ele responde – Mas só para você saber, não liguei por vontade própria ok?

– Não? – pergunto curiosa. Pra quê diabos ele ligou?

– Não o Fury me obrigou... – Fury? – Ele pediu para que você venha ao Hotel Palace World, estamos te esperando aqui...

– Espera... O quê... Porque eu iria para um hotel há essa hora? Isso é algum tipo de brincadeira – Só podia – Porque se for, não ache que vou cair nessa brinca...

– Senhorita Romanoff, faça o que o Steve falou, Phil irá espera-la... Entre pelo fundo do Hotel. Não vá pela frente há muito fotógrafos... – Era o Fury com sua voz imponente

– O... Que? – Eu não estava entendendo nada – Mas...

– Só venha, quando chegar aqui te explicamos tudo... – sua voz transparecia impaciência, então resolvi não questionar mais – Manda logo a miss paparazzi para cá, ou então eu vou busca-la a força – Ouço a voz de Tony no fundo ele parecia desesperado. Ok isso estava cada vez mais estranho.

– Nós vemos em poucos minutos ruivinha – A voz de Steve ecoa nos meus ouvidos

– Tudo bem – falo curta. E desligo.

O que diabos estava acontecendo? Eu sabia de uma coisa. Que boa coisa não era. Caminho em passos largos até meu motorista que está recostado no carro estacionado não muito longe do bar

– John... – Esse era o nome dele descobri na viagem até as gravações na fazenda, eram duas horas então eu tinha resolvido que ia saber tudo da vida do meu motorista, ele tinha duas filhas chamadas Mel e Laurel e a mulher dele se chamava Donna e ele moravam no Brooklin junto com a sogra que com suas palavras era uma “megera”. – Eu estou indo para o centro da cidade, surgiu uma emergência no filme e eu preciso resolver você não precisa me levar eu vou pegar um taxi... Quando as meninas vierem você avisa a elas e diz a Maria que a gente se encontra em casa... Eu vou tentar ligar para ela, mas com o barulho lá dentro é muito provável que ela não atenda então... – Pensei por uns segundo, enquanto ele me fitava sem falar nada – Acho que é só isso... Tchau e Boa noite John

– Boa Noite senhorita Romanoff – Enfim ouço sua voz quando já estou caminhando para o outro lado da rua

– Não me chame assim, eu odeio – Grito. Com certeza os martini’s estavam na minha cabeça.