Obsession escrita por Cris Turner


Capítulo 7
Capítulo 7




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Capítulo 7

"Lá longe, ao sol, encontram-se as minhas aspirações. Poderei não alcançá-las, mas posso levantar os olhos, ver a sua beleza e acreditar nelas" (Mark Twain)

Sábado normalmente é um dia para se relaxar, mas eu nunca conseguiria isso nesse sábado em particular. Alice resolveu que estava muito entediada. Então, mais ou menos às três da tarde, ela ligou para minha casa a fim de me comunicar que nós iríamos ao cinema. É claro que com toda a sorte que eu estava tendo ultimamente, não fui eu quem atendeu o telefone e sim minha querida mãe. Ela me passou o recado de minha amiga e depois um sermão por não contar que estava namorando Edward.

Alice e sua maldita boca! Agora minha família inteira ficaria sabendo.

Como eu podia contar aos meus pais que estava "namorando" o garoto dos meus sonhos se eu ainda tentava me convencer de que tudo isso estava acontecendo?

Subi as escadas para tomar banho e fazer a higiene pessoal. Escolhi um pullover oversize bege que chegava até um pouco acima do joelho. Coloquei uma meia-calça grossa preta e, por cima desta, vinham botas pretas de cano médio. Enfiei algumas notas dentro do cano da bota devido à falta de bolsos. Fiz uma maquiagem básica: blush rosa, lápis de olhos preto e gloss cor-de-rosa.

Peguei meu iPhone e sentei em frente de casa para esperá-la. Em minha ingênua cabeça ainda tinha esperanças de que o "nós" significasse "ela e eu". Senti as esperanças morrerem quando o Volvo prata parou em frente a minha casa.

Ah Deus!

Já fora muito estranho fingir a noite inteira para a família dele. Era "nora" para cá e "cunhada" para lá. Tudo isso embaixo do olhar vigilante de Jasper e do divertido de Chace. E agora eu fingiria no cinema.

O.k.

Vai dar tudo certo. São só algumas horas. Respirei fundo e fui até o Volvo.

Edward saiu e abriu a porta dianteira para mim. Ele estava incrível em uma camiseta azul-marinho - sob uma jaqueta preta - e calça jeans preta. Sorri para ele antes de entrar no carro.

- Oi, Bella.

Quase morri de susto quando a voz veio do banco de trás. Com a mão sobre o peito virei e encontrei Chace me encarando. Ele usava um suéter cinza sobre uma blusa branca ambos de mangas cumpridas, mas estas estavam arregaçadas até os antebraços.

Eu não me constrangia na sua presença porque depois de um tempo cheguei à conclusão de que havia imaginado um significado por trás de seu comportamento na noite anterior. Era isso. Tudo imaginação.

Era apenas a novidade de conhecer alguém diferente. Ele não agira de maneira estranhamente maliciosa. Ou era nisso que eu queria acreditar.

- Desculpe. Eu não queria assustá-la.

- Eu não me assustei. – menti descaradamente. – Sem querer ser rude, mas o que você está fazendo aqui? – perguntei vendo Edward abrir a porta do motorista.

- Você não me deixaria sozinho em casa em um sábado a tarde, não é? – abri um sorrisinho.

Se você desse uma única volta no centro da cidade, tenho certeza de que não seria difícil arrumar algumas garotas da minha escola loucas para fazer-lhe companhia.

Felizmente meu bom-senso me fez dizer apenas:

- Não. É claro que não.

- Emmett e Alice nos encontraram lá. – Edward falou, ligando o carro.

Ele não precisava dizer que os Hale também estariam lá. Seria pleonasmo.

Os dois passaram o caminho inteiro conversando sobre o Lakers e sobre o Bulls. Parecia haver um pequeno – e estou usando eufemismo aqui – desacordo sobre qual dos dois times era o melhor de todos os tempos. Eu meio que tentei me manter de fora da conversa, respondendo com monossílabas as perguntas que me eram feitas. Mas tive que intervir quando Edward ameaçou parar o carro e resolver isso no meio da estrada. Com os punhos.

- Já chega, crianças. – exclamei no meu melhor tom de comando.

- Mas Bella...

- Eu disse "já chega". O assunto acabou.

Os dois resmungaram algo incompreensível, mas ficaram quietos. O resto do caminho foi em absoluto silêncio. O que, devo dizer, foi bem melhor do que a desagradável discussão sobre basquete. Estacionamos não muito longe do cinema e tive um sobressalto quando Edward entrelaçou minha mão na dele ao caminharmos até a frente do grande prédio cinza.

Namorados...

Nós "somos" namorados. Isso era o tipo de coisa bem normal para namorados. Não podia me assustar cada vez que a mão quente e levemente calejada – de tanto jogar basquete – segurasse a minha. Nem quando ele me abraçava pela cintura e me deixava perto do corpo maravilhoso que...

- Finalmente vocês chegaram! – a voz de Alice interrompeu meus pensamentos. – Faz horas que estamos esperando por vocês.

Revirei os olhos e percebi que Edward fez o mesmo.

Alice estava deslumbrante em um vestido jeans e botas de cano alto pretas. Jasper também usava jeans e um suéter, mas o dele era azul, combinando perfeitamente com aquele mar que havia em seus olhos.

- Querida prima, você saiu apenas cinco minutos antes de nós. Então, de acordo com alguns cálculos matemáticos e um pouco de física básica, você não pode estar aqui a mais de dez minutos.

- Quem é você? A polícia dos números? – cruzou os braços, bufando. – Nós quase perdemos o começo da sessão.

Chace deu uma olhada nos cartazes e, assim, soube que a primeira sessão ainda levaria meia-hora para começar. Ele abriu a boca para retrucar, mas o interrompi, tentando acabar com a "discussão" deles:

- O.k. Nós estamos aqui. Cadê Emmett e Rose?

- Bem aqui.

A voz firme de Emmett soou bem ao meu lado.

Os cabelos cor de mel derretido de Rose estavam presos em uma trança frouxa que descansava sobre a jaqueta jeans vermelho sangue que ela usava. Sob a jaqueta havia uma blusa branca cor de neve e a calça era jeans claro. As sandálias de salto alto eram do mesmo tom de vermelho da jaqueta. Ela abraçava o namorado que estava com uma calça jeans preta e um moletom verde. Apesar dos saltos imensos que usava, não chegava nem no ombro dele.

Os dois realmente faziam um casal bonito. Ambos eram deslumbrantes.

Mas eles não estavam tão deslumbrantes no momento. Na verdade, eles estavam meio ofegantes, os lábios inchados.

Não precisava ser um gênio para adivinhar o que eles estavam fazendo.

- O que vamos assistir? – Chace perguntou.

- Harry Potter! Harry Potter! – exclamei.

- Sim. Vamos assistir Harry Potter! – Jasper me apoiou.

- Vocês dois já assistiram esse Harry Potter três vezes. - Alice revirou os olhos – Vamos assistir outra coisa.

Na verdade, foram cinco vezes. Porém eu não iria corrigi-la. A baixinha virou para a parede onde estavam pregados os cartazes promocionais dos filmes em exibição.

Ótimo!

Agora, além de tudo, eu não poderia ver Harry Potter. Suspirei, cruzando os braços.

- Está tudo bem, Bella? – Rose falou.

- Está tudo bem, Rose. Por que não estaria? – ironizei - Eu apenas tive que apartar uma briga sobre quem é melhor os Lakers ou os Bulls. – falei um dos motivos de meu aborrecimento, jogando um olhar raivoso sobre os dois Cullen que vieram comigo no Volvo.

- Esses dois discutiram isso? – Jasper parecia enojado – Que coisa mais ridícula e infantil.

Finalmente um garoto que me apóia nesse tipo de assun...

- Até porque todo mundo sabe que o é Houston Rockets o melhor da história da NBA.

Ah, não! O que foi que eu fiz?

Todos os outros garotos começaram a exclamar:

- Você é louco?

- Você perdeu o juízo?

- Em que planeta você vive?

- Não. Eu sou texano. – Jasper respondeu calmamente.

- Eu não vou ficar discutindo isso com vocês. Vocês são absurdamente loucos. Os Lakers é berço do Magic Johnson, Jerry West e Shaquille O'Neal.

- É isso ai, Emmett! – Edward apoiou.

Agora eles estavam um de frente para o outro, nos ignorando totalmente e gritando cada frase.

- O Bulls tinha Michael Jordan!

- É herança de família torcer pro Rockets.

- Herança mesmo. Por que alguém torceria para aquela coisa se não fosse obrigado?

- Olha aqui, seu...

Olhei para Rose e Alice. Elas fizeram um sinal positivo com a cabeça. Hora de acabar com mais uma criancice machista. Até mesmo Jasper estava perdendo a calma.

Rose agarrou o braço do namorado e o puxou para trás. Emmett não se moveu um centímetro sequer, então ela ficou de frente para ele e, subindo nas pontas dos pés, colocou a boca na dele. Alice saltitou na frente de Jasper e também beijou-o para parar a discussão. Chace e Edward não se importaram por perder dois colegas de bate-boca, continuaram discutindo fervorosamente entre si.

Eu teria que separar os dois. Obrigada, Vida. Obrigada, sorte. Origada, Ironia

Respirei fundo, resignada. Então me esgueirei para o meio dos dois, espalmando uma das mãos em cada peito dos garotos.

- Quantas vezes eu preciso dizer que isso é patético?

Eles se calaram.

- Comportem-se ou eu não os levo mais ao cinema. – tentei soar como uma mãe, mesmo segurando uma gargalhada.

Eles olharam para baixo, constrangidos.

- Agora peçam desculpas um ao outro. – falei, saindo do meio deles.

Revirei os olhos quando eles começaram a dar socos e soltar gargalhas como se nada tivesse acontecido. Jasper e Emmett se juntaram a eles.

- Agora que vocês já agiram como gorilas, já se entenderam e fizeram toda essa bobeira de homens, será que podemos escolher o filme? – Rose falou, parecendo muito entediada.

- Mas nós já decidimos. Vamos assistir Harry Potter! – tentei enganar alguém.

- Vamos assistir O mistério das duas irmãs. – apontou para o cartaz logo atrás dela.

- Terror? De novo? – sussurrei. – Não! Nós assistimos a um filme de terror semana passada. – cruzei os braços.

- Esse filme parece ser legal. – a loira falou, analisando o cartaz.

- Eu não quero assistir a outro filme de terror!

Será que alguém estava me ouvindo?

- O.k. Vai ser esse. Vamos comprar os ingressos. – Emmett falou, já saindo para a bilheteria.

- Ótimo! – joguei os braços para o alto e sai pisando duro para dentro do cinema.

Será que ninguém leva minha opinião a sério nessa amizade?

Corri para o balcão vermelho e lustroso. Tinha certeza de que Edward não me deixaria comprar o ingresso, então aproveitaria enquanto ele estava ocupado fazendo exatamente isso. Já que eu seria obrigada a passar por horas de horror, não iria despreparada. Iria me abastecer.

- Em que posso ajudá-la? - um garoto meio gordinho apareceu do outro lado do balcão e perguntou.

- Eu quero uma pipoca doce média, uma Coca média. E três barras desse chocolate – apontei para a prateleira atrás do garoto – e duas barras daquele chocolate branco. Quero também dois pacotes de bala de goma. Por favor.

Ele foi pegando o que eu pedia e colocando sobre uma bandeja de plástico cinza. Em nenhum momento demonstrou surpresa por meu pedido monstro.

- Também quero um pacote de balas de menta.

Eu não gostava desse tipo de bala, mas sim Edward. Levaria esse pacote por três motivos: a) retribuir o chocolate que ele havia me dando naquele último fatídico dia em que estivemos nesse mesmo cinema; b) seria estranho eu não levar nada para o meu "namorado"; c) acalmá-lo quando ele ficar bravo por eu não tê-lo deixado pagar meus lanchinhos.

Oh!

Pensando melhor, acho que Edward ficará bravo por eu ter gastado meu dinheiro com ele.

Dei de ombros. Agora Já fizera o pedido.

- Mais alguma coisa?

Encarei a bandeja em minha frente. Acho que não estava faltando nada.

- Não, obrigada. Quanto deu tudo?

- Vinte e oito dólares e trinta cents.

Antes que eu pudesse pegar o dinheiro em minha bota, um braço surgiu ao lado de meu ombro direito, a mão segurando uma nota de cinqüenta dólares.

- Aqui. – uma voz masculina falou atrás de mim.

- Não. Não. Você não vai pagar dessa vez, Edward. – falei, brava, sem olhar para trás. – Por favor, ignore-o. – dirigi meu melhor sorriso forçado ao atendente.

- Se eu não for Edward, eu posso pagar? – um ar de riso.

Vir-me-ei.

- Chace! Você, com certeza, não pagará meu lanche.

Ele recolheu o braço e colocou a mão sobre o coração.

- Ah! Essa doeu. – mas ainda sorria.

Chacoalhei a cabeça, sorrindo e voltei à atenção ao garoto que esperava pelo dinheiro. Abaixando, peguei uma nota de cinqüenta e entreguei a ele.

- Por que a sua nota é melhor do que a minha?

- Essa pergunta nem mesmo merece uma resposta, Chace.

Depois de ir ao caixa, o atende retornou e entregou meu troco.

- Obrigada. – falei, conferindo o dinheiro que recebi.

Depois de checar se tudo estava certo, resolvi voltar para junto de meus amigos. Contudo, havia o pequeno problema que meu iPhone estava ocupando minha mão esquerda e não tinha espaço sobre a bandeja para colocá-lo a fim de libertar minhas mãos. Como eu carregaria a bandeja?

Tombei a cabeça para o lado, analisando as possibilidades.

- Permita-me ajudá-la. – Chace surgiu ao meu lado e pegou a bandeja, arqueando a sobrancelha – Você vai alimentar um pequeno exército?

- Não. – respondi enquanto caminhávamos para onde os outros estavam – É que eu não gosto de filmes de terror. E quando me obrigam a assisti-los, eu preciso me entupir de glicose para não gritar em pânico. Entende?

- Quer dizer que você come doces para se distrair do filme porque tem medo?

- Mais ou menos isso. Os doces me acalmam.

Doces e Edward.

- Entendo. Por que não me deixou pagar os seus doces milagrosos então?

- Porque não.

- "Porque não" não é resposta.

- Isso está ficando infantil demais para o meu gosto.

Chace estava prestes a responder quando alcançamos nossos amigos e Emmett gargalhou:

- Faz quantos dias que você não come, Chace?

- É da Bella.

Todos me olharam espantados.

O.k.

Talvez eu nunca tivesse pegado tanta glicose em minhas "sessões do horror", mas eu estava nervosa hoje por causa dessa estória toda de "namorados".

Era muita pressão psicológica.

- Que foi? Vocês vão me obrigar a assistir a droga de um filme de terror, não é? Preciso de doces. – ergui as mãos para enfatizar as palavras.

- Vamos entrar. O filme já vai começar. – Rose foi a primeira a se recuperar do choque.

Edward puxou delicadamente a minha mão, então estávamos um pouco mais atrás dos outros.

- Nós não precisamos assistir a esse filme se você não quiser.

E eu derreti. Esse gesto foi tão fofo. Ele, apesar de gostar de filmes de terror, sacrificaria seu ingresso por mim.

- Não. Tudo bem. Vamos. Já tenho tudo que precisava. – sorri, indicando a bandeja que Chace carregava para dentro da sala que o filme seria exibido.

- Certo. – entrelaçou a mão na minha e seguimos os outros. – Aliás, por que não me esperou para ir comprar os lanches? – perguntou pouco antes de chegarmos à fileira onde os outros estavam.

- Desculpe. – murmurei apenas.

Sabia que ele ficaria chateado se soubesse que eu não queria que ele pagasse.

- Sentem logo, casal. Vocês vão atrapalhar as outras pessoas. – Alice falou.

Obedecemos à baixinha, ficando então na segunda ordem: Jasper, Alice, Emmett, Rose, Chace, eu e Edward.

- Aqui seus suprimentos. – passou a bandeja para o meu colo.

- Obrigada, Chace. Vocês estão servidos? – ofereci, apontando a bandeja.

Eles responderam que não queriam nada, mas agradeceram. Dando de ombros, comecei a vasculhar minha bandeja. Quando encontrei o pacote de bala de menta, virei para Edward.

- Para você, amor. – estendi o pacote.

O bom de todo esse fingimento era poder chamá-lo de "amor" sem parecer àquela lunática perseguidora de antes. Ele analisou o pacote por um instante, então sorriu verdadeiramente, aceitando as balas.

- Obrigada, amor.

Ganhar um sorriso daqueles também compensava os estragos que eu viria a sofrer.

Sorri, me ajeitando na poltrona e enfiando um punhado de pipoca doce na boca, o filme estava começando.

Em menos de meia-hora eu já havia acabado com a pipoca e a Coca, agora devorava os chocolates.

Droga de filme idiota. Além de ser de terror também é daqueles que assusta a pessoa. Quando menos se espera, alguma coisa surge de algum lugar lhe fazendo pular da cadeira de susto.

Eu bem que tentava não olhar para a tela, mas a curiosidade era imensa. Então, vez ou outra, eu espiava o que estava se passando no filme.

E depois eu praticamente engolia uma barra de chocolate inteira.

Estava em um daqueles momentos "espiando para morrer de medo depois" e, como queria estar preparada, tateei a bandeja a procura de algo para aplacar meu medo. Mas não encontrei nada.

Não, por favor.

Abaixei a vista e só encontrei embalagens vazias.

NÃO.

Meu estoque de glicose havia acabado e o filme parecia longe do fim.

Como eu comi tanta coisa em tão pouco tempo?

Minha boca se escancarou. Estava chocada. Levantei os olhos, evitando as provas do crime. E foi bem a tempo de ver um cara se contorcendo grotescamente na beira de um penhasco.

Ofeguei, assustada. Meu corpo inteiro se retesou.

Foi quando senti um braço quente passar por meus ombros. Acho que se eu não tivesse tão tensa de medo, teria me afastado por pânico.

- Amor, está tudo bem? – Edward sussurrou em meu ouvido.

Fiquei completamente arrepiada.

- Estou bem. – minha voz tremeu tanto pelo medo quanto pela proximidade com Edward.

- Vem aqui.

Ele puxou o braço de leve, me fazendo ficar meio de lado, encostada em seu peito.

- Já está acabando, amor.

Eu senti os medos desaparecerem e a felicidade tomar-lhes o lugar. Todavia, a realidade se fez presente mais uma vez, lembrando-me de quanto tudo aquilo era instável porque era mentira. Uma fina camada de tristeza pesou sobre os outros sentimentos.

Soltei o ar pesadamente. Logo em seguida, senti o abraço se apertar um pouco mais. Provavelmente ele interpretara erroneamente meu suspiro como uma reação ao filme. Era quase como se ele tentasse me proteger dos meus medos com a sua presença.

Eu realmente me sentia segura em seus braços.

Isso era um problema. Porque era tudo fingimento.

"Agarre o que puder. Talvez nunca consiga mais do que está tendo nesses últimos dois dias" – sussurrou uma voizinha em minha cabeça.

Analisando o que ela disse, percebi ser verdade. Então, relaxei nos braços dele, aproveitando esse pequeno pedaço do paraíso.

xxx

Estávamos na fila do caixa, ele na minha frente, minha mão direita sobre a mão direita dele – nossos dedos entrelaçados – enquanto eu apoiava meu queixo em suas costas.

Apesar de todo barulho ao redor, sentia quer nós dois estávamos em um silêncio confortável. Como um casal de namorados que se gostam de verdade.

Eu podia facilmente me perder naquela fantasia.

Eu lutava contra. Lutava arduamente para aproveitar os momentos sem perder a razão lógica por trás de tudo. Mas Edward era um ator muito bom. Por vezes, eu acreditava na mentira, assim como nossos amigos.

Isso era bom. - Não o fato de eu estar me enganando – O fato deles estarem acreditando no nosso "namoro". Afinal, essa era a razão para estarmos agindo daquele jeito durante a maior parte do dia - inclusive agora.

Eles estavam atrás de nós na fila, entretidos em uma conversa animada, mas vez ou outra eu senti um olhar em minhas costas. Não saberia dizer se era de algum deles ou não, porém nós não poderíamos arriscar.

Agora eu me sentia o Coringa com planos maléficos de novo.

Fui despertada de meus devaneios quando Edward me puxou pela mão para frente. Chegara nossa hora de fazer o pedido.

- Amor, o que você vai querer?

Eu amava demais McDonald's, mas toda junk food que eu comi no cinema acabou com meu apetite.

- O que você vai querer? – devolvi a pergunta.

- Um Big Mac com fritas e refrigerante grande. – respondeu olhando para a funcionária, aproveitando assim para fazer seu pedido.

- Posso ficar com suas fritas? – perguntei, timidamente.

- É claro que sim. Mas você não gostaria de pedir um lanche? – franziu o cenho.

- Não, obrigada. Só as fritas mesmo.

Esbocei um sorriso e ele fez o mesmo. Edward pagou o lanche e esperamos um pouco enquanto o mesmo era feito. Depois de pronto, ele pegou a bandeja e fomos sentar em uma grande mesa redonda.

- Desculpe-me por fazê-la passar por tudo isso hoje, Bella. – Edward aproveitou que os outros ainda estavam fazendo os próprios pedidos.

- O quê?

- Você sabe. – falou, sem jeito – Você não tinha nenhuma obrigação de passar o dia todo comigo. Fingindo.

- Eu sei que não.

Você também não precisava agüentar calado todas aquelas minhas perseguições.

- Estou fazendo um favor a um amigo. – menti – Está tudo bem.

- Obrigado. – sussurrou.

Nossa conversa acabou nesse ponto porque os outros chegaram, carregando suas bandejas e espalhando riso pela mesa toda.

- Não acredito que você vai comer um Big Mac, Bella! Depois de tudo aquilo no cinema? Vai ficar gorda! – o ursão gargalhou, olhando para bandeja posicionada mais ou menos na minha frente.

- Ei!

- Ela não fica gorda. Apesar de tudo que come, nunca engorda nem uma grama. – Alice comentou.

- Ei!

- Ela devia ser estudada pela ciência. – Jasper completou.

- Ei! – exclamei outra vez – Eu estou ouvindo, o.k.? Primeiro, eu preciso de doces quando sou obrigada a assistir a filmes de terror; segundo...

- Por que você precisa de doces se tem o seu super-forte namorado ao seu lado? – Emmett caçoou.

- Segundo, o lanche é de Edward. – ignorei, apesar de ter corado.

- Também depois de tanto doce. – Rose deu de ombros.

- Isso é algum tipo de complô por acaso? – resmunguei, mordendo uma batatinha. – Você não vai me defender, não? – lancei um olhar penetrante a Edward.

Ele terminou de mastigar o que tinha mordido. Depois olhou seriamente para todos os outros ocupantes da mesa, passou o braço por minha cintura, trazendo-me para mais perto e falou:

- Vamos parar com isso, por favor?

Abri um sorriso.

- Apesar de a Bella ser esfomeada, nós a amamos, não é mesmo?

Nossos amigos caíram na gargalhada.

- Edward! – falei, indignada.

Depois de inúmeras brincadeiras e infinitas gargalhadas e, é claro, fast food, estávamos prontos para ir. Como os garotos resolveram comprar sorvete antes de partimos, corri para o banheiro. Tanta Coca-Cola tinha seus efeitos.

Quando voltei ao centro da lanchonete, vi que meus amigos continuavam no caixa, mas Edward não estava entre eles.

- Cadê o Edward, Alice?

- Está lá fora. Ele não quis nada. – apontou para uma grande janela de vidro de onde eu pude vê-lo.

Acenei com a cabeça e sai do estabelecimento, indo até Edward.

- O que está fazendo aqui fora sozinho?

Ele pareceu não ouvir uma palavra do que eu disse. Continuou andando de um lado para o outro, passando a mão pelo cabelo.

- Edward? – fiquei em seu caminho, impedindo-o de continuar o percurso.

- Bella! – finalmente notou minha presença – Bella, eu... quando você saiu eles perguntaram porque nunca viram um beijo nosso. Eles vão começar a desconfiar. - seu tom estava carregado de preocupação.

Eu não havia pensando nessa parte do fingimento. Que desculpa nós daríamos para aquilo? Eu ainda me cercava dessa questão quando as mãos dele descansaram em minha cintura. Edward ainda deu uma espiada rápida na entrada do McDonald's antes de sussurrar:

- Desculpe.

Eu estava prestes a perguntar "o quê?" quando a boca dele cobriu a minha em um beijo.


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Notas finais do capítulo

N/a: Hello Hello, Baby Eu estou mais rápida que o flash nos capítulo, não? ;; Isso porque vocês são leitoras muito fofas que comentam, assim eu fico muito feliz e posto rapidinhoDevo dizer que adorei escrever esse capítulo Eu sei, eu sei... cinema e lanchonete outra vez? ;o Mas existe programas mais adolescentes que esses?Vamos ao momento cultura desse capítulo- Los Angeles Lakers: é um time de basquete muito famoso nos EUA.Assim como o Chicago Bulls*Estou informando isso aqui não porque eu ache alguém burro, mas porque eu não entendo nada de basquete e talvez alguém seja como eu. z É, eu tive que pesquisar no Google os times da NBA(National Basketbaal Association). Foi assim que achei o Houston Rockets –do qual eu nunca havia ouvido falar antes. É que eu meio que precisava de um time do Texas.- Junk food seria as nossas "besteiras", ou, mais especificamente – segundo o Google tradutor – "comida que não é saudável". Fast Food é a comida rápida feita em lanchonetes do tipo McDonald's.Saindo do momento dicionário, preciso confessar que O mistério das duas irmãs é um filme meio velho, não está mais no cinema, mas é um dos únicos filmes de terror que eu já assisti. E assisti apenas umas partes. Então eu não queria falar sobre algo que eu não sabia. Então era isso ou A chave mestra. – esse é um filme muuito bom. E olha que eu odeio terror.A minha parte favorita em escrever o capítulo é encontrar uma frase, sabe? Apesar de às vezes isso ser mais difícil do que escrever o capítulo ;OAgora eu vou parar de falar. z Espero que tenham gostado do capítulo.Obs importante: Esse ano eu vou fazer o terceiro colegial, então, quando minhas férias acabarem vai ficar beeem difícil postar. Mas eu não vou abandonar vcs. Por isso, se os posts demorarem, nada de desespero. Eu vou encontrar tempo pra postar