Obsession escrita por Cris Turner


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a AliceAshley. muito obrigada pela recomendação, amoor Fiquei mt feliz



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Capítulo 8

"A verdade jamais é pura e raramente é simples." (Oscar Wilde)

Sei que isso vai parecer meio clichê, meio filme pré-adolescente norte-americano, mas quando os lábios dele tocaram os meus, tudo – absolutamente tudo – foi expulso da minha mente. Eu não saberia dizer onde estava, que dia era, nem mesmo meu nome eu conseguia lembrar. A única coisa de que eu sabia – e graças aos meus sentidos apenas – era a pessoa que estava me beijando e o quanto eu havia esperado por esse momento.

Porém havia algo errado. Edward simplesmente não se movia, não aprofundava o beijo.

Por que ele não se movia?

Alguma coisa cutucava meu cérebro, dizendo que eu precisava me lembrar de algo. Contudo, no momento, eu estava agindo antes de pensar.

Literalmente "Atirando primeiro e perguntando depois".

Meus braços ergueram-se, quase como se tivessem vontade própria e abraçaram o pescoço dele. Apertei meus lábios nos dele, Edward soltou o ar pesadamente, abrindo a boca, e foi ai que eu consegui aprofundar o beijo.

O gosto dele explodiu em mim ao primeiro encontro de nossas línguas. Minhas mãos subiram e se afundaram nos gloriosos fios acobreados – exatamente como eu sonhara tantas vezes - puxando-o para mais perto. As mãos dele apertaram minha cintura quando ele finalmente reagiu, beijando-me de volta. Era como se fogo líquido corresse por minhas veias, meu coração disparava além do que era saudável e minhas pernas viraram gelatinas. Não fossem as mãos que me abraçava pela cintura, eu cairia sentada no chão.

Era maravilhoso.

Onde essas sensações estiveram durante a minha vida inteira?

Interrompi o beijo a fim de puxar um pouco de ar, mas aproveitei a oportunidade para morder o lábio inferior dele, puxando-o de leve. É claro que voltei a beijá-lo no segundo seguinte. Eu não conseguira o suficiente de oxigênio, mas quem se importa com esse gás quando se pode beijar Edward Cullen?

Eu com certeza não me importava, todavia, ele parecia preocupado com a oxigenação do próprio corpo porque pouco depois se afastou. Eu continuava em seus braços, mas sua boca não estava mais na minha. E isso era uma tremenda injustiça!

A reclamação que estava prestes a proferir ficou presa em minha garganta quando meus olhos se chocaram com os dele. As esmeraldas suaves que sempre me faziam perder o rumo estavam gélidas no momento, sustentando um brilho feroz.

- Mas o que... – comecei.

Estão os assobios e gritos chegaram até meu cérebro embriagado.

- Que beijão, casal ternura.

- Isso tudo porque não se beijaram a noite inteira?

- Se continuar assim, nós não poderemos deixar vocês sozinhos por muito tempo. Eu sou muito nova para ser tia.

Pisquei algumas vezes, tentando voltar à realidade. Edward virou a cabeça para o lado e forçou um sorriso. Voltei minha atenção para onde ele olhava e encontrei nossos amigos, segurando potes de sorvete e nos olhando de maneira divertida.

"Eles perguntaram por que nunca viram um beijo nosso."

O calor gostoso que me acalentava sumiu completamente quando meu cérebro voltou a funcionar, obrigando-me a ver a razão do beijo e o papel de idiota que eu havia representado mais uma vez.

Cullen só me beijara porque nós tínhamos uma audiência para enganar, não por vontade. Minhas bochechas queimavam enquanto, com um pouco de esforço já que ele me segurava com força, desvencilhei-me de seus braços, indo em direção aos nossos amigos.

- Não precisa ficar com tanta vergonha, Bella. Não é como se não fizéssemos isso também. – Emmett gargalhou.

Por sorte eles só sabiam da vergonha que estava passando, portanto não tinham nem idéia de quão humilhada me sentia. E por sorte nem sequer imaginavam o motivo real por trás desses sentimentos tão ruins.

- Vamos embora. – resmunguei, indo para o Volvo.

É claro que o que eu menos queria no momento era ficar em algum lugar tão pequeno com Edward, mas seria bem estranho se eu saísse correndo e me escondesse no Jaguar de Jasper. Depois que todos se acomodarem em seus respectivos carros, começamos o caminho de volta para casa. Mantive meus olhos grudados na janela.

Eu jurara que não faria nada idiota em relação a ele. Ou, pelo menos, nada tão idiota. E no primeiro teste que tenho faço um estrago imenso. Edward só me dera um selinho porque nossos amigos tiveram uma pequena desconfiança. E ao invés de agir como uma pessoa racional que tem ciência dos próprios limites, eu praticamente abusei dele.

Deus! Como eu sou estúpida!

Ridícula. Edward devia me considerar uma ridícula desesperada. Por que não devia considerar exatamente isso? Eu tinha essa opinião sobre mim mesma.

Escorreguei a cabeça, encostando a testa no vidro frio.

Por que tinha que doer tanto? Por que não entrava em meu cérebro que Edward não gostava de mim? Seria tão mais fácil se esse entendimento se fixasse em minha mente. Assim eu não interpretaria erroneamente cada pequeno gesto dele e não sofreria depois quando captasse a verdade por trás de suas ações.

Edward não me beijou porque queria; também não segurou minha mão porque desejava ficar perto de mim; e, com certeza, não me abraçava porque não conseguia ficar longe.

Eu me sentia assim. Ele apenas estava interpretando seu papel de namorado. Porque todas as coisas que ele fizera hoje são coisas que namorados fazem. E nós estamos "namorando".

Isso também doía muito. Pensar que nossa relação nunca passaria de fingimento.

Soltei um suspiro.

O carro parou. Ergui a cabeça e vi que estávamos em frente a minha casa. Nunca fiquei tão feliz por ver aquela construção azul e branca.

- Tchau, garotos. – saltei do carro e praticamente corri até a entrada.

Contudo, como estava acontecendo com bastante freqüência esses dias, o universo conspirou contra mim. Ouvi a porta do Volvo ser aberta e depois passos atrás de mim.

Suspirando, soltei a maçaneta da porta de entrada. Eu estava tão perto da liberdade.

Girei e, como esperado, encontrei Edward a poucos passos de mim. Afinal, Chace estava no carro, não podíamos arriscar o "faz de contas" agora. Já tínhamos ido longe demais para atirar tudo pela janela agora. E o "namorado" ir embora sem se despedir corretamente da "namorada" iria gerar perguntas constrangedoras para as quais não tínhamos respostas convincentes.

- Boa noite, Edward. – falei, a voz estrangulada.

- Bella, sobre o beijo, eu...

- Eu não quero falar sobre isso. – interrompi.

- Mas, Bella...

- Boa noite, Edward. – interrompi mais uma vez.

Aproximando-me dei um beijo em sua bochecha e entrei em casa.

– Boa noite. – repeti mais uma vez e fechei a porta.

Felizmente Chace estava longe demais para ouvir nossa conversa. Felizmente ninguém viu quando corri até meu quarto, cai na cama e passei a noite encolhida em posição fetal, tentando fingir que tudo era um sonho. Fingindo que a qualquer momento eu acordaria e descobriria que a conversa que ouvi na porta do quarto de Edward aquele dia era apenas minha imaginação sendo cruel; e que um dia eu teria a chance se ser realmente a namorada dele porque ele gostava de mim e não porque ele tinha pena da avó.

- Sonho. Fingimento. Nunca vai passar disso. – uma voizinha fria sussurrou em minha mente.

Não era a mesma voz que "conversara" comigo no cinema, era uma versão bem mais malvada daquela.

Tive que reconhecer que esta estava certa.

Eu precisava encarar a realidade. Não dava para "agarrar o que pudesse" porque isso acabaria com minha lucidez.

Coberta pelo desespero daquele reconhecimento, chorei até o cansaço me vencer e me puxar para a inconsciência do sono.

xxx

O Volvo vencia o asfalto silenciosamente naquela manhã cinzenta de segunda-feira. Mas dentro do carro eu ouvia as reclamações da minha melhor amiga que estava sentada no banco de trás:

- Por que você sumiu no domingo? Eu liguei no seu celular várias vezes e sempre dizia que estava fora da área de cobertura. – imitou a voz irritante daquela mensagem gravada. – E ninguém atendia o telefone da sua casa.

- Meu pai foi pescar e eu fui à Seattle com minha mãe. Ela queria comprar um novo sofá para nossa casa e não queria ir sozinha, então pediu para que eu a acompanhasse.

Não foi bem assim que aconteceu. Na verdade, quando soube que ela iria à outra cidade, implorei para que me levasse junto. Eu não poderia ficar aqui e encarar outro "programa de casais" tão cedo. Precisava de tempo para me recuperar do que o último havia me causado.

- Mas eu tinha planejado um almoço. Nós seis e o Chace. – resmungou.

- Eu não sabia, Alice.

Mentira de novo. Eu estava me tornando uma especialista em inverdades.

- Então já fique sabendo que nós vamos sair na sexta assim você não aparece com...

- Alice, querida, nós já entendemos o seu ponto. – Jasper interrompeu-a.

- Mas, Jazz...

- Alice, por favor.

Ela resmungou alguma coisa, mas ficou em silêncio. E eu agradeci mentalmente por Jasper se importar o suficiente com o bem estar do planeta para pegar carona junto com o cunhado a fim de ir para escola. O loiro era a única pessoa que conseguia fazer Alice ficar quieta sem ter que usar algum tipo de chantagem.

Edward estacionou o carro no exato instante em que o sinal soava. Ele contornou o carro e abriu a porta para mim antes que eu pudesse pensar em puxar a maçaneta. Com um sorriso constrangido, puxou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Resignadamente caminhei ao lado dele para dentro do prédio principal onde teríamos nossa aula de biologia. Juntos.

Tardelly não havia chegado ainda por isso a sala estava barulhenta com todas as conversas paralelas misturadas em uma grande bagunça. Isso foi até Edward e eu entrarmos na sala. Na verdade, nada aconteceu quando entramos na sala. O problema foi quando viram nossas mãos unidas.

O mais profundo silêncio se abateu sobre o lugar. Foi assustador como todos os olhares de nossos colegas se fixaram em nós. Meu namorado, no entanto, não pareceu nem um pouco constrangido por ser o centro das atenções. Acho que ele já está acostumado com esse tipo de coisa sendo o capitão do time de basquete e o garoto mais lindo da cidade...

Edward nos conduziu até nossa bancada e eu ainda sentia a atenção da sala inteira cravada em nós.

- Está todo mundo olhando, Edward. – sussurrei, torcendo para ninguém ouvir.

- Daqui a pouco eles se cansam e vão cuidar da própria vida. – sussurrou também, divertido.

O professor chegou alguns minutos depois, resmungando sobre um telefonema da tia que mora no Mississipi. Então ele passou a explicar as gimnospermas, parecendo encantado por a classe estar em silêncio prestando atenção na sua aula.

Isso mostra como os professores podem ser ingênuos.

O choque havia calado a boca de todos na sala, não o interesse na evolução das plantas. Olhares indiscretos eram lançados sobre nós durante todo o tempo de duração da aula. E o fato de Edward manter o braço ao meu redor deve ter ajudado a inflamar os nervos. Depois de horrorosos minutos sendo analisada como um inseto no microscópio, o sinal finalmente tocou.

Mas se eu achava que na aula de geografia teria um pouco de paz, estava criando outra doce ilusão. A cena de choque e "super atenção" aconteceu nessa classe também assim que entramos juntos.

Na verdade, pelos pedaços de conversa que consegui ouvir, Alice já havia contado para todo mundo na sexta-feira mesmo, mas só agora, vendo com os próprios olhos, é que eles acreditavam em nosso namoro. Na hora do intervalo eu já estava uma pilha de nervos, sentindo que a escola inteira falava sobre nós.

- Você disse que eles se cansariam. – sussurrei indignada para Edward.

- É. Provavelmente amanhã tudo volta ao normal.

- "Provavelmente"? – soltei um gritinho agudo, encarando-o.

- Que horas começa o jogo hoje, Edward? – Alice falou em uma clara tentativa de acabar com nossa "discussão".

Assim como o resto do refeitório, nossos amigos estavam prestando atenção em nós.

- Sete horas, Alice. – resmungou.

Parei com o sanduíche a meio caminho da boca.

- Que jogo?

- O jogo contra o Angeles, Bella. – Emmett respondeu, parecendo confuso com minha pergunta. – Você não esqueceu, não é?

- Claro que não.

Eu esqueci completamente desse jogo pelo campeonato regional. E esse time de Port Angeles é nosso maior rival - o que torna meu esquecimento ainda pior. Mas eu tinha uma boa desculpa: minha vida havia virado de cabeça para baixo umas três vezes só nessas últimas duas semanas.

Primeiro eu descubro que o amor da minha vida me odeia; depois eu me descubro sendo "namorada" desde mesmo amor. Era informação demais para ser absorvida. Então eu precisava abrir espaço para armazenar essas mudanças. Que culpa tenho eu se o arquivo que guardava o dia do jogo fui chutado da minha memória por motivo de força maior?

E afinal, quem é que marca um jogo importante em uma segunda-feira?

- Ótimo. – Rosalie falou – Em qual carro nós iremos?

- Pode ser no meu. Chace e eu passamos na Bella depois na sua casa. – a baixinha respondeu. – Certo?

Acenei com a cabeça, pois estava mastigando um pedaço de meu sanduíche.

Pouco tempo depois o sinal anunciou o final do intervalo. E eu nunca fiquei tão feliz por ouvir aquela sirene estridente. Ser observada como se fosse uma aberração circense por trinta pessoas dentro da sala de aula era melhor do que por trezentas em um lugar aberto.

As outras aulas passaram rápido. Logo estava sentada em minha última aula do dia ouvindo o professor falar sobre a importância da física na nossa vida. Essa aula foi bem mais calma do que as outras, pois Edward não estava nela, assim as pessoas disfarçavam mais ao olhar para mim – mas os zunzunzum dos comentários sobre o nosso namoro continuavam a todo vapor. Tentei ao máximo ignorá-los. Uma hora ou outra eles teriam que parar.

Devo ter apoiado na parede e tirado uma pequena soneca porque levei um susto ao ouvir o sinal. Olhando para o lado vi meus colegas guardando o material. Estava prestes a fazer o mesmo, mas percebi que o professor havia passado um pequeno trabalho no quadro para ser entregue na próxima semana. Fiz uns garranchos ao anotar o que precisava ser feito, pois a pressa era grande já que estava de carona. Mesmo assim levei um tempo para escrever tudo de modo legível. Então, ao sair para o corredor, encontrei-o deserto. Apertando a alça da mochila apressei o passo. Faltava pouco para chegar ao estacionamento quando passei por uma porta entreaberta e ouvi:

- O que você acha que a Swan fez?

Parei de andar, ficando a poucos metros da porta. Eu não precisava chegar mais perto para ouvir perfeitamente o que era falado lá dentro porque eles não estavam fazendo questão de manter o tom baixo.

- Chantagem, macumba... não sei. Realmente não sei. – outra voz feminina respondeu – Isso tudo não faz sentido algum.

- É claro que não faz sentido! É a Swan com o Edward. Em que planeta isso faria sentido?

Reconheci a dona da voz. Era Hannah Andrew então a outra só podia ser Kimberly Morgan. Duas líderes de torcida loiras e muito bonitas.

- Eu não acreditei quando me contaram, mas você viu como eles estavam no intervalo!

- Eu vi! O que é que está acontecendo com o mundo? – resmungou.

- Já sei! – Morgan falou como se tivesse descoberto a cura para o câncer – Ele deve ter feito algum tipo de aposta.

- Não. Edward é cavalheiro demais para algo assim. – Hannah acabou com a idéia dela - Talvez caridade. – acrescentou depois de um tempo.

- Caridade?

- É. Você sabe. Fazer uma boa ação para alguém.

- Pode ser isso mesmo. É a única explicação possível. Lembra de quando nós o ouvimos falando para o Jasper como ela o desconcentrava durante o jogo?

- Lembro. – riu – Quem ela não desconcentraria? Com aqueles gritos desafinados nos ensaios e nos jogos.

Eu sentia pedacinhos de gelo perfurarem minha pele a cada nova frase que chegava até mim.

- Eu achava que ele tinha alguma coisa com a Tanya.

- Eu também. Mas era compreensível ele sair com a Tanya. Agora a Swan? Ela não tem nada de especial. Não que ela seja feia... é só comum demais. Sabe?

- Sei.

Elas continuaram a conversa, mas eu já havia ouvido demais. Minhas pernas, em um movimento de auto-preservação, seguiram para o estacionamento.

- Onde você estava? Eu já ia sair para procurá-la. – Alice reclamou.

- Desculpe. – foi a única coisa que consegui dizer.

Minha melhor amiga foi distraída por Jasper assim fiquei livre de um interrogatório durante o caminho para casa.

- Está tudo bem? – Edward perguntou pouco antes de estacionar em frente a minha casa.

- Sim. – forcei um sorriso – Até depois. – falei antes de saltar do carro e correr para segurança do meu lar.

Estar em território familiar não melhorou em nada meu estado. Eu sentia vontade de vomitar. Todo aquele veneno das duas animadoras havia me acertado em cheio. Será que era isso que todos estavam falando? Que Edward fizera uma aposta ou resolvera bancar o mártir e agüentar a perseguidora por um tempo?

Caí sentada no sofá da sala, apoiando os cotovelos nos joelhos e sentindo a cor sumir de meu rosto. Felizmente não havia ninguém em casa para observar a minha palidez e fazer perguntas inconvenientes.

O pior era ter ciência de que mesmo se a escola inteira estivesse acreditando na possibilidade mártir ou na possibilidade aposta, não estariam completamente enganados. Edward não "estava comigo" porque queria, estava fingindo para agradar a avó romântica.

Massageei minha testa, tentando espantar a dor de cabeça que estava começando a se formar.

Eu tinha que parar de ouvir conversas atrás de portas. Isso estava acabando com a minha sanidade. Aliás, as minhas últimas decisões/ações estavam sendo um atentando ao meu bom-senso.

Puxei uma almofada para meu colo e sufoquei um grito nela.

Por que tudo tinha que ser tão complicado?

Engoli em seco, recusando-me a chorar outra vez. Eu havia aceitado aquela situação, portanto devia encará-la de cabeça erguida.

Mudando de posição, deitei no sofá, ainda abraçada a almofada. Eu iria ficar ali só uns minutinhos...

Dei um pulo quando o som alto do telefone preencheu o silêncio da casa e me tirou do meu sono. Pelo jeito meus pais ainda não haviam chegado do trabalho e eu que teria que atender a droga do telefone.

Estendi a mão para cima da cabeça e tateei as cegas a mesinha que ficava ao lado do sofá.

- Que foi? – resmunguei ao finalmente achar o telefone.

- Isso é jeito de atender telefone, Swan?

- Tanto faz. – grunhi, sentando no sofá e passando a mão pelo rosto.

- Você não estava dormindo, não é? – resmungou – Nós vamos passar ai em dez minutos.

- Passar aqui? Dez minutos?

- Para ir ao jogo. Acorda, Bella. – Alice estava impaciente agora.

Ergui a cabeça e vi que já era seis e meia da tarde. Arregalei os olhos.

Eu dormi todo esse tempo? Por que eu dormi todo esse tempo? E no sofá ainda...

Então as lembranças da conversa que eu ouvi mais cedo me bombardearam.

- Eu não vou.

- Você o quê? Está louca? – gritou ela – Você é a namorada do capitão do time. Você tem que ir.

- Estou com dor de cabeça.

- Bella, você não pode ter dor de cabeça hoje!

- Isso não é uma questão de escolha, sabe? – grunhi outra vez – Edward não vai se importar.

Duvido que ele perceba minha ausência.

- Mas, Bella...

- Eu não vou, Alice. Nem adianta passar aqui. – frisei essa última frase porque certamente ela faria isso - Depois você me conta como foi.

- Bella...

- Tchau, Alice.

Depois disso encerrei a chamada senão ela não pararia de falar. Até que a conversa foi produtiva. Eu não tive que mentir muito - só inventei a dor de cabeça.

Apesar de ter sido uma decisão de última hora, acredito ter feito a coisa certa. Como disse a minha amiga, Edward não se importaria com minha ausência, na verdade, ele ficaria alegre. Porque eu o distraia do jogo... Não. Não é essa palavra.

"Lembra de quando nós o ouvimos falando para o Jasper como ela o desconcentrava durante o jogo?"

Ah! Isso! Eu o desconcentrava durante o jogo. Então o melhor que eu fazia por ele e por todos que torciam pelos Espartanos – time de basquete da nossa escola – era ficar bem longe dos jogos importantes.

Mesmo já tendo me acostumado com a triste verdade da rejeição do meu amor, doía ter minhas suspeitas confirmadas. Eu realmente o constrangia quando ia torcer por ele nos jogos e treinos do time. Ao menos eu havia diminuído esse constrangimento não indo mais aos treinos. Agora só precisava desenvolver um controle maior sobre minhas emoções a fim de voltar a freqüentar os jogos.

Queria que as coisas fossem mais simples...

Suspirei, voltando a deitar no sofá. Não tinha vontade de subir ao meu quarto para tomar banho e troca de roupa, a única coisa que queria fazer era ir ao jogo. Mas não podia fazer isso. Meu orgulho e meu bom-senso me impediam.

Agüentei passar uma hora e meia no sofá, tentando me distrair com a TV. Então o nervosismo tomou conta de mim e comecei a andar de um lado para o outro na sala, a Televisão ligada foi esquecida.

O jogo já deve ter terminado. Por que, então, ninguém me liga contando o que tinha acontecido?

Eu precisava de noticias ou então desgastaria o tapete da minha mãe de tanto andar sobre ele sem rumo nenhum. Estava indo em direção ao telefone quando a campainha tocou. Franzi o cenho, mudando o caminho.

Ao abrir a porta, a primeira coisa que reconheci foi a jaqueta vermelha com um "E" dourado de Espartanos – exclusiva dos membros do time; a segunda foi a voz masculina que disse:

- Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

N/a: Heey meus amores. Como vcs estão? Eu estou triste. As férias estão acabando! :(

E que será que apareceu na portaaa? Edwaaard? UAHAUHAHAUHAUHA

Senti que há uma relação de amor e ódio entre vcs e o Chace, hein, minhas flores? Eu sou daquelas que o amam. UAHUAHAUH ele é gato demais para ser odiado.


Eu assisti a vários filmes nessa última semana e tenho que recomendar pra vocês: "Meu malvado favorito". É ótimo! Eu ri demaaaaaaaais. UAHUAHUAHUA

Obs importante: Esse ano eu vou fazer o terceiro colegial, então, quando minhas férias acabarem vai ficar beeem difícil postar. Mas eu não vou abandonar vcs. Por isso, se os posts demorarem, nada de desespero. Eu vou encontrar tempo pra postar

Beijoos e me mandem reviews que eu adianto o próximo capítulo ;*