Portas do Coelho escrita por Dédalum Samigina


Capítulo 1
Prólogo




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Sempre houve o escuro; ele não surgiu, não foi criado. Um dia, porém, explodiu em devastadora solidão - não queria mais continuar a eternidade só.

Naquele momento, a Luz surgiu, mas era tarde demais e o escuro já não existia.

A Luz criou grandes coisas, mas jamais se contentou e continuava o seu trabalho. Dia após dia em vão, tentando encontrar sua Escuridão, acabou por criar uma nova: as Trevas. Ambas eram boas e governavam seus “reinos”.

Após as trevas, a vida começou a surgir em tão alta velocidade que a Luz decidiu dividir a vida em 42 dimensões e nenhum ser tinha conhecimento sobre isto nem sobre os portais que interligavam os mundos.

Certo dia, a Luz já entediada decidiu viver sua consciência em um dos mundos, que começou a ser chamado pelas Trevas, agora a única criadora e guardiã das dimensões, de dimensão 1ª. A Luz nasceu como filha dos governantes de seu mundo e foi nomeada Alice, que veio a se tornar a poderosa Rainha Branca – cuja bondade era inigualável e o poder, supremo.

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A pele da menina era de um branco reluzente como seus cabelos, os quais chegavam à altura dos joelhos, a magreza de expor os ossos causava temor em alguns, os olhos eram como a vida, cheios de graça, mas com uma depressão visível p/ quem a observasse de perto. Estava descalça, trajava um vestido negro de seda à altura dos joelhos e estava acompanhada de seu mais próximo amigo, de pelo sedoso branco e com um relógio feito de pedras preciosamente coloridas esculpidas à mão, o coelho branco.

Estavam indo para o centro da floresta, local onde se encontrava uma antiga e pequena casa branca desbotada de dois andares e uma árvore sem cor definida que abrigava em seu tronco uma mesa com chá servido. Trabalhavam nisso havia meses, os ouvidos da rainha estavam todo lugar à procura das pessoas de mais digno coração e agora todos eles haviam sido guiados e reunidos naquela árvore.

Ao notar a presença da menina, todos levantam em conjunto, prontos para fazerem uma reverencia quando ela faz um gesto com a mão e anuncia com sua potente voz “Eu ajoelho perante vós, meus novos reis e rainhas.” e assim o fez enquanto todos a olhavam espantados.

O gato que os havia guiado até ali sorri e então flutua para o topo da árvore e some enquanto o coelho entra na casa.

“Sentem-se e comam”, ela convida enquanto sorri graciosamente, deixando visíveis os dentes pontudos e ainda mais brancos que ela mesma. As cinco pessoas reunidas se sentaram, relutantes. Na ponta, a Rainha Branca observava os demais;

Uma criança de aproximadamente 14 anos vestida elegantemente de branco que deveria pertencer à alta classe. Seu cabelo era negro como sua pele e seus olhos cintilavam pela emoção de conhecer a rainha. Alice pensou que as Trevas deveriam se parecer com ela em forma humana.

Um homem de pele clara e cabelos negros penteados para trás, presos em uma trança. Alice já o tinha visto pelo castelo, talvez na biblioteca.

Uma carta – habitante do reino que tinha uma função de importância para a coroa.

Uma mulher e um homem de vestimentas humildes - fazendeiros, provavelmente.

O tronco da árvore era incrível por dentro; havia uma mesa de madeira escura ao centro e cadeiras, ambas coisas esculpidas com certeza não por seres que podem se mover mas sim, pela própria árvore. Na mesa, algo como um mapa esculpido – havia o reino, a floresta e terras desconhecidas pelos ali presentes – e, por cima, xícaras de chá, vários bolos e outras gostosuras. Pela pequena entrada, podia-se observar uma leve chuva de folhas coloridas – mais um presente da árvore.

“Eu sou a Luz, a sucessora da Escuridão, criadora das Trevas e da vida. Vocês são filhos desta terra que eu criei e a guiarão de volta aos seus dias de glória.”, anuncia de forma calma enquanto toma uma xícara de chá e mordisca um bolo recheado de coloridas frutas picadas em minúsculos pedaços perfeitos e cobertura de glacê. “Vocês convocados aqui são as pessoas de mais puro coração que as paredes puderam escutar; seus nomes serão lembrados como meus descendentes”

“Vocês”, aponta para o casal de humildes vestimentas, “governarão as terras de onde vieram, as terras isoladas dos campos e pomares. Suas terras são as maiores e vocês terão o povo dos campos se curvando diante de vocês, então garantam que produzam o suficiente para acabar com a fome dos 4 reinos.” E então joga dois anéis de pedras verdes em direção a eles.

“Minha leal carta”, Alice levantou-se e andou até ela, “sua tarefa é cuidar das riquezas para que ninguém caia em ganância” e assim marcou um símbolo dourado nela.

“Homem de astuta aparência”, colocou um colar dourado e azul, “guie a mente povo com conhecimento e que não haja guerras em seus terras.”

“E por fim, você”, tirou sua coroa e colocou na cabeça da menina, “guie o coração de meu povo.”

Se algum dia seus reinados caírem em desgraça, os Outros estarão aqui para orientá-los. Mas, se mesmo assim o povo continuar infeliz, me chamem que voltarei e novos sucessores surgirão.

Este foi o fim do reinado branco.


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Notas finais do capítulo

precisando de criatividade para uma sinopse melhor



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