Acordei de meu sono na manhã seguinte mas não abri meus olhos. Estiquei meus braços me espreguiçando e toquei em meu cobertor. Mas... de alguma forma o meu cobertor não era tão áspero quanto estava agora. Abri meus olhos e percebi que não estava em meu quarto.

O meu quarto não tinha paredes cinzentas. O meu quarto não tão pequeno. E meu quarto definitivamente não tinha um armário como aquele. Comecei a me sentir em pânico.

Me levantei da cama e bati em uma pequena escrivaninha de madeira, na qual havia um espelho. E quando olhei meu reflexo nele quase morri.

Meu cabelo estava longo, mais longo do que de costume; meu rosto, mais arredondado. Minhas mãos estavam pequenas e eu havia ficado mais baixa. Bem, para resumir tudo, eu estava com dez ou onze anos novamente.

Meus olhos estavam arregalados em choque; sentia minhas mãos tremerem.

Gritei alto.

Assim que gritei, a porta do quarto se abriu e uma menina que aparentava dez anos entrou correndo.

– Evelyn, o que aconteceu? - ela perguntou - Por que você gritou?

Eu estava tão desesperada que nem parei para pensar em como a garota sabia meu nome.

– Aonde eu estou? - perguntei para ela, quase gritando.

Ela pareceu surpresa e assustada.

– No Orfanato, lembra? No Orfanato Wool's.