ORFANATO WOOL’S???? ORFANATO WOOL’S???

Isso era algum tipo de piada de mal gosto do meu irmão? Não, com certeza não era piada. Ninguém poderia fazer com que eu voltasse a ter DEZ ANOS NOVAMENTE! Mas... espere... a garota disse Orfanato Wool’s. O orfanato onde Tom Riddle havia crescido. Mas esse orfanato foi criado pela J.K. Rowling, não poderia ser de verdade, poderia?

Respirei profundamente, tentando me acalmar.

– Evelyn, você está bem? – a garota me perguntou, timidamente.

Olhei para ela; tinha os cabelos lisinhos e olhos verdes claros. Seu rosto era fino. Parecia realmente preocupada comigo. Andei até a porta do quarto, que estava aberta, e a fechei. Depois me sentei na cama.

– Nós somos amigas? – perguntei a garota. Ela arregalou os olhos.

– Somos! Nós somos amigas desde os três anos de idade, quando chegamos aqui! – ela se sentou ao meu lado.

– Eu... acho que não consigo me lembrar. – a olhei. É claro que eu não conseguia me lembrar. EU NÃO PERTENCIA A AQUELE LUGAR!!!!

Estava realmente muito frustrada, mas não poderia me dar ao luxo de ficar desesperada; quem sabe era apenas um sonho maluco que eu estava tendo e iria acordar daqui alguns instantes, no meu maravilhoso e confortável quarto?

– Você perdeu a memória? Quer que eu chame a Sra Cole? – a preocupação dela pareceu aumentar, já que sua voz ficou um pouco mais fina.

Espera... Sra Cole?

Engoli em seco.

– Não precisa! – minha voz se esganiçou – Eu gostaria apenas que você me respondesse algumas perguntas. Assim eu fico bem da memória.

A garota pareceu aceitar.

– Qual é o seu nome? – perguntei. Ela me olhou parecendo um pouco indignada, mas respondeu.

– Anne Grayson.

– Que dia é hoje?

– Dez de julho. – ela tombou levemente a cabeça – De 1937.

Reprimi minha surpresa e engoli a vontade de chorar. Isso não era possível. Isso não era possível!

– Anne. – chamei e ela me olhou – Aqui no orfanato tem alguém com o nome Tom Riddle?

Anne Grayson empalideceu e suas mãos começaram a tremer levemente.

– Tem! É aquele garoto estranho que eu tinha dito para você que vi falar com cobras no jardim! – a voz dela se alteou levemente – O quarto dele é no fim desse corredor, perto da escada.

Pois é, eu estava dentro da Saga Harry Potter, na época de Tom Riddle. Mas, acho que Dumbledore ainda não veio entregar a carta para ele. Só viria em 1938, se eu não estava enganada.

– Acho que estou me lembrando. – tentei sorrir – Mas e então? Podemos tomar o café da manhã?

Ela me olhou de modo um pouco estranho. Foi até o guarda – roupas e tirou de lá uma bata cinzenta, igual a que ela usava, e me entregou.

– É só vestir, e nós poderemos descer até o refeitório. É lá que fazemos nossas refeições, se não se lembra. – sorriu.