Veni Vidi Vici escrita por MB Sousa


Capítulo 17
Seize The Day


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey lindooos! Finalmente, o aguardado capítulo sob o ponto de vista do Cris! Eu queria ter escrito esse capítulo antes, digamos... Sem tanta depressão, explicando porque o Cris odiava o personagem principal e tudo mais, eu até escrevi um rascunho, mas ficou curto demais (por volta de 700 palavras) e ao meu ver não estava bom o suficiente, então escrevi esse porque eu PRECISAVA contar uma parte da história sob seu ponto de vista. Espero que curtam, nos vemos dia 9/6 e aaaaaaaaaah... Tenho várias surpresinhas para vocês nas notas finais :3

Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=jUkoL9RE72o



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Eu realmente apreciava o esforço e a ajuda que Vinicius estava me dando, mas eu queria que ele realmente conseguisse me ajudar, queria que qualquer um ou qualquer coisa pudesse me ajudar.

Porque eu estava perdido.

Eu não sabia para onde ir e nem o que fazer. Nada parecia fazer sentido.

Julia sempre esteve na minha vida, nós nos conhecemos desde criança, e esse sentimento foi crescendo cada vez mais, eu queria passar o resto da minha vida com ela, e agora isso não aconteceria por uma razão tão estúpida, por uma coisa tão banal e material quanto dinheiro.

Era impossível não me culpar pela morte dela, mesmo que eu soubesse que a culpa não era minha, eu queria ter estado com ela, queria ter podido defender ela, protege-la do mal, nem isso eu pude fazer.

Que tipo de namorado eu era?

Eu tentava cada vez mais tirar essas ideias da minha cabeça, mas parecia impossível toda vez que eu me lembrava que ela tinha se ido.

Para sempre.

Em pensar que eu nunca mais veria aquele sorriso.

Aqueles olhos verdes que eu não conseguia mentir.

Só não parece real, eu fico imaginando que à qualquer momento ela vai entrar por aquela porta sem avisar, me surpreendendo enquanto eu faço qualquer coisa idiota, e então passaríamos o dia todo juntos, talvez a noite...

O que mais dói talvez seja a sensação que eu não tenha feito ela feliz, que não tenha aproveitado o bastante sua companhia, porque a ideia de que ela deixaria de fazer parte da minha vida para sempre nunca foi considerada.

Julia sempre esteve aqui.

Nós brigamos, brigamos muito.

Até nos separamos uma vez, porque eu não era um bom namorado, e só quando fiquei dias sem ela eu percebi sua falta na minha vida, aconselhado por meu melhor amigo, Vinicius, eu corri atrás dos meus erros e recompensei tudo de errado que tinha feito à ela, felizmente, ela me aceitou de volta, e cá estávamos, 3 anos de namoro, há quem diga que isso não é muito tempo, e eu concordo com estes, nenhum tempo seria o bastante ao lado de Julia.

Só agora eu parava para pensar em todos os detalhes perfeitos dela, que faziam eu amá-la.

A voz não muito aguda.

Os cabelos loiros e compridos.

Os olhos verdes e profundos.

E os lábios macios.

Eu nunca mais tocaria em seus lábios, nunca mais olharia em seus olhos, a dor era insuportável.

Eu não sabia que era possível sentir tanta dor e ainda assim continuar vivendo.

Eu não queria mais viver.

Eu não via mais sentido nisso.

Eu queria que a dor lancinante que eu sentia no coração me engolisse de dentro para fora e eu simplesmente deixasse de existir, apenas não sentisse mais nada.

Caminhei até o banheiro, minha mãe, da sala, observava cada um dos meus passos, não era justo ela estar sofrendo com o meu luto.

Fitei-me no espelho.

Eu estava acabado.

A barba crescia irregularmente em algumas partes do meu rosto, os ossos da clavícula ficavam cada vez mais proeminentes na minha pele morena, além do cabelo totalmente emaranhado e seboso e os olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, e abaixo deles, fundas e roxas olheiras indicavam que eu não tinha uma boa noite de sono há um tempo.

Escovei os dentes e tomei uma decisão repentina, eu iria sair, seria a primeira vez que eu sairia de casa desde o enterro, que foi horrível.

— Aonde você vai? – minha mãe perguntou preocupada.

— Sair com um amigo. – respondi sem emoção, ela provavelmente pensava que eu fosse me atirar de uma ponte ou algo assim.

Ela me olhou desconfiada.

— Vinicius?

— Não, outro amigo. – grunhi, e interrompi antes que ela continuasse. – Tchau, mãe.

Sair na rua parecia diferente agora, por algum motivo tudo parecia deprimente, e o céu irritantemente azul sem nuvens parecia uma birra contra minha tristeza.

Enquanto andava pelas ruas sinuosas do bairro, eu ia passando a mão no meu cabelo cacheado, tentando desenroscá-lo e melhorar minha aparência, ele não morava muito longe, uns 20min andando, logo eu chegaria.

Eu olhava as pessoas felizes pela rua e sentia inveja do quanto elas eram sortudas de ter um motivo para sorrir.

Demorou mais de 20min para chegar até a casa do Vithor, porque eu não andava com muito entusiasmo, mas lá estava eu, na frente do portão enferrujado à frente de uma casinha branca com a tinta descascando cada vez mais. Bati palmas.

Vithor abriu a porta velha de madeira e me olhou surpreso.

Forcei um sorriso, e posso jurar que eu meu rosto estranhou o movimento.

— Cris. – disse ele, se aproximando do portão e me dando um abraço, o qual eu tento arduamente devolver, com certeza Vithor está chapado para ter essa reação. – Eu... Eu sinto muito pela Julia, sério mesmo cara, ela não merecia...

Por mais que essas palavras se tornem cada vez mais vazias de acordo com as repetidas vezes em que as ouço, fico contente com suas condolências.

— O que faz aqui? – ele pergunta, um tanto envergonhado, passando a mão pelos cabelos lisos, desajeitando sua franja.

— Ah, só quero comprar algumas coisas suas. – digo, depois de alguns segundos, ultimamente tenho tido dificuldade em me concentrar nas coisas.

— Claro, claro. – ele diz animado, e me convida à entrar na velha casa.

Vithor costumava viver com seus pais até o final do ano passado, mas parece que eles não o aguentaram mais e expulsaram-no de casa, agora ele dividia esse casebre com seu amigo, João.

Entro na casa e não encontro nada mais do que um sofá surrado e uma TV velha, duas portas à esquerda, uma do quarto deles e outra do banheiro, e atrás do sofá, uma cozinha improvisada com uma pia, uma geladeira antiga e um fogão. Era tudo.

— O que você vai querer? – ele pergunta, com animação.

Não responde de imediato, pensando nas possibilidades.

— O de sempre? – ele questiona. Bom, Vinicius e eu casualmente comprávamos maconha com Vithor, muito casualmente mesmo.

— Não. – recuso. – Estava pensando em algo mais forte... E diferente.

Vithor me encara confuso, e então abre um sorriso.

— Pílulas! – ele exclama. – É isso que você precisa. Eu consegui umas ótimas com um parceria meu.

Fico interessado por essas pílulas.

— Quanto custa? – pergunto.

— Ah, para você eu faço um preço camarada.

Porém, ao pagar, não achei o preço tão “camarada” assim, mas não reclamei, eu não me importava.

Eu estava dando as costas para a casa de Vithor quando parei e voltei.

— Ei, Vithor. – chamei, antes que ele fechasse a porta. – Acho que você pode me conseguir o de sempre.

Vithor me olhou surpreso.

— Cara, você tem que tomar cuidado com essas coisas, essas pílulas são negócio pesado. – ele me adverte, mas ignoro.

— Vai me vender ou não?

Ele me analisa por um momento.

— Tudo bem. – decide por fim, acho que ele precisa mais do dinheiro do que se preocupar comigo.

Ele entra novamente na casa e traz uma sacola branca na mão, dentro, um embrulho marrom em papelão, e dentro eu já sei o que há.

— Até mais, Cris, se cuida. – Vithor se despede de mim.

Não sei se o verei de novo.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero de coração mesmo que tenham curtido, não tomem decisões precipitadas do tipo me matar hahahahah Pelo menos ainda não!
Enfim, falando das surpresas que disse antes da história, entre elas está um CONTO de Veni Vidi Vici que eu postarei. É uma espécie de carta escrita por Ele antes do início da história, é curta e a leitura não é obrigatória, mas é algo bem pessoal e acho que quem curte a história vai curtir.
Eu fiz uma capa para esse "spin off" que vocês podem conferir aqui: http://i.imgur.com/WE92H2u.png
Postarei dia 9 junto com o próximo capítulo.
Além disso, quero dar mais um tiro em vocês... O próximo capítulo terá como tema a música Bad Blood da Taylor Swift.
Tá bom, Kendall, mas o que é que tem?
Acontece queridos, que nesse capítulo, será REVELADO um dos segredos do passado Dele e o encontro Dele com uma pessoa do passado! Então vai estar no mínimo interessante.
Nos vemos lá!