Sick escrita por Mia Elle


Capítulo 6
Capítulo Seis




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Frank foi para casa e começou a fazer o jantar para sua mãe. Enquanto descascava as batatas, lembrou do que passara pela sua cabeça enquanto tomava café com Gerard. Eu amo Gerard.

É claro que amava, era seu amigo, não era? Amava-o tanto quanto amava Bob! Uma vozinha dentro de sua cabeça sussurrou: não, é mais que isso. Frank chacoalhou a cabeça. Não podia pensar essas coisas.

Mas por que não? A vozinha de novo.

- Por que, se isso for verdade, eu seria Gay, e então tudo ficaria bem mais complicado! – respondeu em voz alta.

- Frank? Ta falando sozinho? – a voz era divertida, Frank imaginou se sua mãe tinha entendido o sentido das palavras.

- Qu... Mãe? Só estou decorando um texto pro colégio – tentou consertar.

- Hm... ta fazendo o que?

- Bife com batatas...

Ela sorriu.

- Vou arrumar a mesa.

Gerard ligou para Mikey a noite para contar que resolvera ir ao médico e perguntar o nome do psiquiatra dele – o irmão também sofrera com a morte dos pais.

Mikey ficou muito feliz em saber que o irmão decidira, e perguntou o que levara a essa decisão. Claro que Gerard não respondeu que fora seu vizinho de dezesseis anos por quem ele sentia um carinho especial. Disse que não sabia.

Depois de anotar o telefone do médico em um bloquinho, verificar seus e-mails, Gerard pegou um giz e voltou a desenhar na parede. Não tinha mais problema apagar os rabiscos de Frank, por que o menino sem dúvida voltaria para desenhar mais.



No dia seguinte, logo depois de assinar os papéis que o estagiário trouxera, Gerard ligou para o médico. Marcou uma hora para a próxima semana, o médico viria em casa.

Às três da tarde, Frank apareceu novamente. Gerard disse que ele estava pálido, mas o menino apenas sorriu e balançou a cabeça. Gerard achou que Frank parecia apreensivo.

Depois de tomarem Cappuccino que Frank comprara em frente antes de vir, eles foram jogar xadrez. No meio do jogo, Frank respirou fundo e soltou:

- Ger, eu tenho que te contar uma coisa.

- Agora não pequeno – Gerard disse, sem desviar os olhos do jogo – você está tentando tirar a minha atenção do jogo para vencer – sorriu – mas não vai funcionar, por que... – pegou a torre e moveu pra frente, matando um peão – cheque mate.

Frank sorriu.

- Tudo bem, eu sabia que você faria isso. Mas eu realmente preciso te contar uma coisa.

Gerard ergueu os olhos.

- Diga.

Frank pegou um peão preto do meio do tabuleiro e começou a meche-lo nas mãos para extravasar o nervosismo.

- Estive pensando – ergueu os olhos para Gerard, que o encarava atentamente, com as sobrancelhas unidas. Frank corou e baixou os olhos para o peão – eu acho que eu estou gostando de uma pessoa.

Gerard sorriu, mas sentiu algo estranho por dentro. Isso o machucou. Começou a guardar as peças do jogo, meio nervoso.

- Hm. E quem é essa pessoa? – imaginou a líder de torcida loira do colégio do menino e chacoalhou a cabeça.

Estendeu a mão para pegar o peão que o menino segurava. Frank não soltou o peão, apenas segurou a mão de Gerard e ergueu os olhos para o mais velho, que parecia não estar entendendo. Inclinou-se por cima da mesa, esticou a outra mão para desamarrar a máscara cirúrgica dele, acariciando suas bochechas. E o beijou.

Gerard sorriu por dentro. A imagem da líder de torcida desapareceu, ele apenas ergueu uma das mãos e pousou-a na nuca do menor. Frank, que esperava ser expulso do apartamento, ficou surpreso ao ver que Gerard correspondia ao beijo.

Depois de pouco mais de um minuto eles se separaram, selando os lábios. Como se houvesse outro pacto subentendido, os dois, para não ficarem constrangidos, agiram como se aquilo fosse normal.

- Acho que as pessoas vão dizer por aí que o Cara Louco do Quinto Andar te seduziu, Frank – Gerard disse, rindo.

- Não me importo com as pessoas – e beijou o mais velho de novo.

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