Newt x Thomas Newtmas Nós temos uma escolha escrita por Theo


Capítulo 7
Capítulo 7




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608027/chapter/7

POV’S THOMAS

– Eu vou voltar. – digo, me levantando.

– Vou com você. – afirma Newt.

– Woah, vai escurecer logo. Vocês tem certeza? – indaga Gally.

– Acabamos de perder o Minho. Não vamos perder o Caçarola. – diz Newt.

– Bom, se é assim... deixe-me ir com vocês. Posso ajudar. Ben, você vem? – diz Gally.

– Eu... Não. Foi mal gente, acabei de descobrir que o Minho morreu. Acho que se acontecer com o Caçarola eu não v0u aguentar a barra.

– Além disso – interrompe Teresa, pegando nos ombros dele – precisamos continuar te medicando, certo? Você não se recuperou da picada ainda.

– Tem isso também. – afirma ele.

– Então acho que é mais certo você ficar aqui mesmo. – digo eu.

– Obrigado. – ele agradece.

Teresa leva ele pra enfermaria, e eu, Newt e Gally voltamos pro labirinto.

***

Durante a corrida, permanecemos um pouco em silêncio. Mas Gally é uma daquelas pessoas que se incomoda com isso. Acho que nisso ele e Chuck são parecidos.

– Não devíamos nos separar. É mais seguro se permanecermos juntos. – diz ele.

– Concordo.- afirmo.

– É... acho que sim. É até melhor. – diz Newt.

O silêncio invade o labirinto novamente.

– Não vamos conseguir encontra-los sem ao menos uma pista. Digo... Caçarola deve ter feito um percurso diferente pra ter se perdido de nós.

– Eu sei. – digo – Eu e Ben seguimos por aquela fenda. – aponto pra uma passagem na parede. – talvez Caçarola tenha seguido direto.

– Então vamos por lá.

Obedeço, e passamos pela abertura oposta a fenda. Seguimos direto pelo corredor, e duas passagens se abrem a nossa frente.

– E agora? – indago.

– A gente chuta uma. – responde Newt.

Fecho os olhos e rezo pra escolher a abertura certa. Meu dedo para na da esquerda. Seguimos por ela, por uns cinco minutos, sem parar, sem pensar. Ela leva até um lugar familiar. Olho em volta: era o mesmo lugar que eu e Ben encontramos mais cedo.

– Droga... – resmungo.

– Algo de errado, Tommy? – pergunta Newt.

– É o mesmo lugar onde eu e Ben viemos parar.

Olho mais adiante e vejo o verdugo que havíamos revistado.

– E ali é onde... – minha voz falha. – encontramos o casaco dele.

Newt e Gally olham pro corpo desfigurado da criatura. Eles parecem se esforçar para não desmanchar novamente. Então, me lembro do propósito de termos virado o verdugo: a luz incômoda que não parava de piscar.

– Venham cá! – exclamo, correndo pra perto do verdugo.

– O que você está fazendo?! – exclama Newt, correndo para perto de mim acompanhado por Gally.

Me aproximo da criatura, a cauda virada pra cima, as patas numa posição esquisita. E nada da luz.

– Alguém esteve aqui. – digo.

– Como você sabe? – indaga Gally.

– Havia uma luz aqui. Uma luz vermelha. – replico.

– E daí? Talvez ela tenha parado, sei lá. Esse labirinto é maluco!

– Não, alguém esteve aqui! Pode ter sido o Caçarola! Ou até mesmo o próprio Minho! – garanto.

Newt e Gally se entreolham.

– Thomas. Sabemos que hoje foi um dia difícil. Mas o Minho... acho que você está enganado.

– Eu tenho certeza que foi um dos dois. – respondo. – Quem mais teria mexido?

Gally se agacha ao meu lado, botando a mão no meu ombro.

– Olha, Thomas, eu sei o que você quer ouvir mas--

– Sai daqui! – uma voz abafada ecoa em meio as paredes.

– Minho... que droga! – outro grito abafado. Mas espere... Minho?

– Vocês ouviram? – indago.

– Eu ouvi.

– Eu também. Era o...?

– Shh... Quietos. – faço um sinal pra eles se calarem. Um grito seguido de um choro é ouvido.

– Minho! – exclama Newt.

– Rápido, por onde devemos ir? – pergunta Gally, afobado.

Estou tão ansioso quanto eles. Mas hesito antes de continuar. E se não for o que estamos pensando? E se for uma armadilha? E se Minho tiver sido picado ou sei lá, modificado?

– Esperem. Precisamos de cautela.

– Precisamos correr, isso sim! O tempo está passando! – exclama Gally.

– Eu sei mas... e se não for o que pensamos? Pode ser uma armadilha.

Os dois hesitam.

– Certo... Além do mais, não pode ser ele mesmo. O casaco estava todo destroçado e cheio de sangue então... é.

Novamente, gritos e um choro são ouvidos de longe.

– É a voz dele. Tommy... e se for realmente ele?

Paro pra pensar um pouco.

– Só há uma maneira de descobrir. Newt, você me empresta sua faca? – peço.

– Claro. Tome aí. – diz ele, me entregando a arma.

Puxo a cauda do verdugo e desfiro a espada conta ela várias vezes até finalmente arrancar a seringa de lá. Assim eu estaria armado.

– Podemos ir agora. – digo eu, devolvendo a faca.

Nós três deixamos o verdugo e corremos em direção aos prantos do garoto. Paramos em vários cantos, perdidos, mas os gritos sempre voltam e conseguíamos pegar o caminho certo. E é em um desses cantos que as vozes ficam muito mais sonoras. Estamos perto.

– Ali! – grita Gally, apontando pra uma passagem.

Newt o segue, e eu vou logo atrás. Porém, um dos gritos parece vir de outro lugar.

– Pra trás! – é realmente a voz do Minho.

– Gente, espera! – grito eu.

Eles param, e eu sigo por outra passagem.

– Me deixa! – outro grito, dessa vez mais próximo do que antes.

– Não, não, não! Vamos lá! – a voz de Caçarola fica mais nítida.

Paro na frente de uma parede. É um corredor sem saída, fechado para os dois lados. Porém, o som está seguramente vindo do outro lado. Gally e Newt chegam por trás de mim, e eu olho para eles.

– Precisamos pular esse muro.

POV’S NEWT

Tommy se abaixa e entrelaça as mãos.

– Primeiro você, Newt.

Obedeço, e subo nas mãos dele. Ele me ergue, e eu agarro a parte de cima da parede, fazendo força para subir. Consigo passar metade do corpo, depois me arrasto e caio de pé no chão de concreto. Não vejo nada, apenas quatro paredes me cercando, e uma saída mais adiante. Gally sobe na parede e puxa Thomas, e os dois pulam ao mesmo tempo, provocando um barulho muito sonoro em meio ao labirinto. Ouvimos outro grito, dessa vez por causa do susto causado pelo barulho.

– Minho, por favor... Quem está aí?

– Caçarola! – exclamo.

– Newt? – Caçarola aparece, virando pela quina da parede mais adiante.- Ainda bem.

– Onde você se meteu? Meu Deus, tivemos que voltar da clareira atrás de você! – diz Gally.

– Caçarola, tá tudo bem? – pergunta Tommy.

– Comigo sim. Minho... ele é outra história.

– Pelo menos sabemos que ele está vivo! Cadê ele?

Caçarola olha pra trás.

– Eu... eu não sei o que fazer sobre ele.

– Qual é o problema? – indaga Gally.

Caçarola olha para nós e balança a cabeça.

– Vocês precisam ajudar. – diz ele, se virando.

Nos entreolhamos e seguimos Caçarola pelo corredor. Ele vira em uma fenda, onde há outro lugar cercado por quatro paredes. Olho em volta, há um rastro de sangue. Sigo o rastro com os olhos lentamente, até que a visão de Minho abraçado aos joelhos com a camiseta branca banhada em sangue me faz cambalear pra trás. Era realmente ele. Ali, na minha frente, encolhido, a expressão cheia de medo.

– O que há de errado com ele? – pergunta Thomas.

Olho para Caçarola também, esperando que ele responda. Ele olha para Minho, e se volta para nós.

– Eu não sei o que fazer. Eu não consigo tirar ele dessa, ok? Eu tentei carrega-lo, mas ele é pesado demais. Eu não sei, depois do Alby ele... surtou. Quando eu o encontrei ele se assustou e começou a correr como um maníaco. Eu o segui por não sei quanto tempo até que... um verdugo o atacou e ele machucou o ombro. Não sei o que houve com essa criatura depois, acho que morreu. Bem, ele seguiu por uma fenda e achou esse lugar. Fico feliz que estejam aqui.

– Não estamos na clareira ainda. – diz Gally.

– O que vamos fazer com ele? – pergunta Caçarola.

Penso um pouco.

– Podemos simplesmente levantá-lo, fazer ele andar? Digo, Caçarola, você não consegue mas... Gally, você pode carrega-lo? – pergunto.

– Não, não vai funcionar, ok? Ele dá um surto toda vez que você chega perto. – diz Caçarola.

– Talvez ele me escute? – tento novamente.

– Talvez. – concorda Caçarola.

– Escutem. Eu uh... O labirinto vai fechar logo. Não podemos ficar aqui. Então, temos que fazer ele se levantar ou teremos que...

Olho pra Gally, como se tivesse entendido o que ele quis dizer.

– Estou tentando. Tenho tentado por horas. Eu não consigo nem fazer ele olhar pra mim. – Diz Caçarola. Depois, ele se vira para mim. – Newt?

Me ajoelho em frente á Minho. Ele está encolhido, o olhar fixado no chão. Ver ele assim me deixa entristecido. Mas preciso ajuda-lo.

– Minho? Sou eu. – digo.

Ele não responde, só começa a tremer.

– Eu preciso que você me escute, ok? É importante.

Novamente, silêncio. Começo a escolher as palavras certas para usar.

– Você é mais forte que isso. E você sabe disso. Vem, vamos sair daqui.

Acho que ele está escutando, mas as palavras parecem entrar por um ouvido e sair pelo outro. Começo a me preocupar, ainda temos que retornar pra clareira. Mas a situação do Minho não ajuda em nada.

– Minho, se você está me escutando, apenas olhe para mim.

Lentamente, ele levanta os olhos e me encara, mas depois volta o olhar para o chão.

– Ótimo. Agora, preciso que você se levante. Você consegue?

Ele não responde.

– Ele está em choque, Newt. Não tem ajuda para isso. – diz Gally.

– Eu sei o que você está sentindo. É um dos piores sentimentos do mundo. Perder alguém que gosta, um amigo. Mas você precisa se levantar, Minho. Agora. Todos na clareira estão esperando. E nós não temos tempo para ficar aqui.

– Eu... não consigo. – gagueja ele.

Começamos a ouvir um barulho suspeito vindo de longe. Dessa vez, não tinha como errar: eram realmente verdugos.

– Droga. Precisamos ir. – diz Thomas.

Eu me levanto e olho para a passagem. O lugar aonde tínhamos pulado estava a alguns metros. Em compensação, os verdugos estavam mais perto. Me volto para Minho.

– Minho, temos que ir. Você está ouvindo?!

Ele não responde. Gally e Thomas se afastam.

– Vem, Newt. Não tem tempo.

Não vou deixar Minho para trás desse jeito. Acabei de descobrir que ele está vivo, e não vou ser eu quem vai deixar ele morrer. Me ajoelho perto dele, e ele dá um surto.

– Não consigo, não consigo! Eu...

– Sai dessa, Minho. Por favor!

– Você não pode ajuda-lo, Newt. Precisamos sair daqui.

Os verdugos começam a grunhir, e sabemos que eles estão bem próximos. Numa última tentativa, levanto a mão e dou um tapa com toda a força na cara dele.

– ANDA! – Grito eu.

Minho bota a mão no rosto e me olha pasmo. Um verdugo se choca contra a parede atrás dele, e só então ele agarra minhas duas mãos e eu consigo levantá-lo.

– Vamos! – grita Gally.

Nós cinco deixamos o local e corremos para a parede de onde tínhamos pulado. Dessa vez, é Gally quem nos dá impulso. Primeiro Caçarola, depois Minho, depois eu. Quando Thomas sobe, o verdugo aparece atrás de Gally.

– Mértila! – exclamo.

Eu e Tommy estendemos a mão, e por um tris, Gally escapa. Puxamos ele para cima, e pulamos para o outro lado.

– Temos que ir. – diz Gally.

– Minho... – murmura Caçarola.

– Rápido! – Gally começa a correr.

Obedecemos, e corremos de volta em direção à clareira.

***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Newt x Thomas Newtmas Nós temos uma escolha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.