– Acompanhante de Catherine Valentine! - ele disse e nós fomos até ele. - Vocês sabem que não podem ficar aqui com ela, né?

– Por que não? - eu perguntei.

– Vocês não devem ter mais de quinze anos, não podem se responsabilizar por ela.

– Depois a gente resolve isso, como ela está? - Edu perguntou.

– Ela está "bem". - fez aspas com os dedos.

– Que ótimo! - Edu exclamou.

– Por que fez aspas? - perguntei.

– Porque ela parece bem, mas não está.

– Como assim?

– O que vocês fizeram com ela?Como está a cabeça dela? - perguntei.

– Nós fechamos o corte e cuidamos dos outros ferimentos que ela tinha pelo corpo, mas ela ainda não acordou e não sabemos quando isso vai acontecer.

– Oh meu Deus, ela tinha muitos machucados? - perguntei.

– Bastante, pelo corpo todo, haviam muitas marcas roxas e alguns cortes.

– Mas por que ela está desacordada? - Edu indagou.

– Ao que parece ela bateu a cabeça.

– E o senhor acha que ela vai acordar logo?

– Ah, eu realmente não sei.

– Não tem nenhuma previsão de quando ela pode acordar?

– Realmente não, ela pode acordar amanhã, semana que vem, daqui meses ou anos, ou nunca mais. - senti meus olhos marejarem. - Bom, eu já vou, só tinha que avisar isso.

– Quando vamos poder vê-la? - indaguei.

– Amanhã. - segui para um corredor que parecia não ter fim, nós voltamos a nos sentar.

– Ela vai ficar bem. - Edu disse, me encarando.

– E se não ficar?A cupa vai ser minha! - algumas lágrimas rolaram pelo meu rosto.

– Ela vai ficar, ela é forte.

– Como você sabe?Nem conhece ela.

– Se ela não for forte nós vamos força e ela. - León se aproximou de nós, desesperado.

– Cadê ela?Aonde ela tá?O que aconteceu? - lançou um monte de perguntas de uma vez só.

– Ela tá num quarto, eu acho. - respondi.

– E ela tá bem?

– Tá...ou não...

– Por que não?

– Ela tá desacordada...E não se sabe quando ela vai acordar...Ou se ela vai acordar...

– O QUE?ELA TEM QUE ACORDAR! - gritou.

– Calma León, ela vai acordar.

– E o que aconteceu com ela?

– Eu não sei, eu encontrei ela quase desmaiando no banheiro.

– E quem estava com ela?

– Não tinha ninguém com ela.

– Quem será que fez isso? - perguntou com o olhar vago.

– Savannah!

– Savannah?

– Sim.

– Mas por que?

– Ela enfrentou Savannah e Heloísa no intervalo...e deu um tapa em Savannah.

– Oh meu Deus, com certeza foi ela!

– Pois é, por isso que eu vou acabar com a raça daquela cadela amanhã.

– Você não pode bater nela.

– Depois do que ela fez posso sim.

– Quem é esse? - fez um aceno de cabeça na direção de Eduardo.

– Esse é Edu, ele que me ajudou com Cat.

– Você deve ser o León. - Edu disse.

– Sou... - respondeu o encarando.

– Eu acho que vou embora. - eu disse.

– É melhor você ir mesmo, sua mãe tá preocupada. - continuou encarando Edu.

– Você volta amanhã? - Edu perguntou.

– Volto, você vai dormir aqui?

– Vou.

– Como assim?Eu que tenho que ficar, a Cat é minha! - León disse.

– Você é namorado dela? - Edu perguntou, o encarando.

– Não. - fuzilou ele com o olhar. - Mas eu sou o melhor amigo dela, e o que você é? - continuou fuzilando ele, mas agora com um olhar desafiador.

– Eu não sou nada mas... - León o interrompeu.

– Então pronto. - sorriu vitorioso.

– Mas eu não posso ir embora sozinha. - fiz cara de cachorrinho sem dono pra ele.

– É mesmo, a Vilu não pode ir embora sozinha, então eu fico. - Edu disse e foi a vez dele sorrir vitorioso.

– Vamos logo Violetta.

– Vamos, tchau Edu, qualquer coisa você me liga.

– Tá bom, tchau. - se levantou e deu um beijo na minha bochecha e eu o abracei.

– Cuida da Cat. - enlacei meu braço no de León.

– Pode deixar. - saímos do hospital e caminhamos até um carro.