Os Contos de RuneTerra escrita por Yash Kun


Capítulo 2
O encontro de extremos


Notas iniciais do capítulo

Opa, temos aqui alguns crossovers, conseguem identificar quais?



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Confesso que durante as aulas no ensino médio tudo é bastante tranquilo, ouço meus amigos mais velhos falarem da faculdade e realmente é muito complicado só de imaginar fazer TCC e mil apresentações durante apenas seis meses, mas eu acho que irei me adaptar, ainda mais pelo fato das aulas de matemática e física aqui parecerem bastante com um semestre todo de faculdade. Nossa sala era dividida em seis fileiras de sete mesas e a maioria do pessoal ficava bem próximo a mim, na fileira do meio da sala, terceira mesa. Lyu ficava logo ao meu lado atrás da Logs, Mapa atrás de mim e Dudu a minha frente e na primeira carteira a Mama sentava. No meu lado direito ficavam Thalles e Julia afinal se os namorados ficassem pertos uns dos outros acabaria em uma melação sem fim então, eu era o que separava ambos os quatro. Vinicius era um dos únicos que sentava ao fundo – porém na mesma fileira que a minha – junto com meu irmão mais velho, Martinato. Parecia tudo tão perfeito que era difícil entender que dentro de sala prestávamos atenção na aula e não estávamos ligando para brincadeiras e conversas, mas no fundo de tudo só queríamos passar mais tempo juntos.

Passam-se minutos, horas e finalmente o período escolar vem ao fim. Duas aulas seguidas de Matemática, uma de Arte, uma de História e duas ultimas de Inglês acabam com toda e qualquer pessoa. Sempre faço a mesma coisa: Saio andando até a saída sem perguntar o que houve nem dar tchau a ninguém, sem me importar com o resto e sem olhar pra trás, mas parece que não fui o único dessa vez a fazer isso, pois todos os meus amigos estavam do lado de fora me esperando para que então fossemos visitar aquele parque que avistamos ao chegar na escola.

– Gente, qual vai ser o primeiro brinquedo que vocês vão entrar? Quero ir naquele que dá voltas no ar! – exclamava Isadora sem recordar o nome de tal máquina.

– Cataclisma, Isa. É o nome do brinquedo hahaha. Acredito que ninguém se lembre mais dos nomes antigos, depois dos mogadorianos destruírem nosso querido e amado Playcenter tudo ficou muito ridículo e chato, parece que nem existimos mais. – Mapa sempre foi uma menina de se queixar de alguma coisa quando sentia falta ou saudade e ainda mais se fosse algo que ela sentia vontade de ir mais de uma vez – Mas eu quero ir a Montanha Russa primeiro, disseram no intervalo que esse dai é diferente dos outros, uma das passagens é dentro de uma caverna artificial que construíram, vai parecer aqueles filmes de terror antigos...

– E eu vou aproveitar e ir naquele que primeiro pegou fogo no PlayCenter em 2008 lembram? – Dizia eu cheio de esperança que lembrassem o nome – Digam, lembram?

– Não faço ideia de qual é Yash, é o Wymea? – Perguntava Malu com uma cara de dúvida – Eu não me lembro desse.

Meu irmão sempre tinha um bom senso de humor pra perguntas erradas

– Claro, Malu, Wymea pegou fogo. Um brinquedo ao ar livre, feito com água pegou fogo, super certa você. – Martinato costumava ser irônico sempre que via uma brecha de pergunta errada ou estranha.

Eu sempre percebi que a Malu era a que sempre errava as perguntas e acabei ficando com dó da resposta do Marti, resolvi tentar explicar a todos o que era o tal brinquedo que pegou fogo, mas ninguém se lembrava dele. Desde nossa saída da escola até a porta da entrada do parque fiquei lembrando maneiras de faze-los recordar.

– LEMBREI! – Dei um berro próximo a turma toda e comecei a cantarolar – Na montanha encantada é gostoso navegar, na montanha encantada a gente é feliz – Lembram? É a Montanha Encantada, aquele que pegou fogo.

– Nossa, Yash, que antigo você! Nasceu quando? 200 A.C? – Dizia Julia – Mas eu concordo, temos de ir na montanha encantada e aproveitar que ele voltou e relembrar os velhos tempos de escola no ensino fundamental onde pagávamos cinquenta reais e íamos no melhor parque do mundo.

– Então vamos combinar uma coisa: Que tal todos irmos ao mesmo brinquedo sempre? Assim poderemos nos divertir juntos e sempre sem se perder. – Dudu tinha ideias maravilhosas e sempre motivadoras, era impressionante – Topam fazer isso?

E em uníssono, mais uma vez, dissemos: SIM!

Lá fomos nós, universo adentro de um parque novo que lembrava muito o nosso antigo PlayCenter que fora destruído anos antes pela guerra dos mogs. O engraçado é que o parque estava praticamente vazio – sem contar os trabalhadores locais – e uma estranha cabine telefônica azul, daquelas antigas de 1970 escrito em cima Police Public Call Box e um tipo de aviso na parte de fora. Não liguei muito, parecia ser mais um brinquedo que não me parecia interessante afinal era pequeno demais para ser um brinquedo bom. Decidimos verificar com uma garota passante sobre o parque estar ou não ativado e a mesma nos deu afirmação que alguns brinquedos estavam em funcionamento e que outros não podiam pela falta de pessoas para usá-los, como o Looping, Montanha Russa e Roda Gigante. Agradecemos a garota e fomos procurar diversão em uma terra mágica.

Andamos alguns metros e encontramos o primeiro que iriamos: Splash! Dava uma saudade de tudo aquilo se bem que nem muita graça tinha. Entramos no carrinho quatro por quatro, esperamos dar inicio e no fim nem nos molhamos direito – a graça era se molhar pois o resto tinha nos outros brinquedos que iriamos.

Partimos ao Barco Viking que era super divertido ficar nas pontas e sentir como se fosse voar – Menos a Sabrina, ela sabia mesmo voar – mas eu sempre ficava no meio, pois eu quase toda vez passava mal por não gostar de voar, sempre fui uma criatura da terra e que ama o chão e que ironicamente ganhou poderes de dominar os elementos.

Passamos quase duas horas em brinquedos diversos e quando decidimos ir à montanha russa um estranho cara de cabelo pra cima, bagunçado, terno e tênis nos parou foi quase o cumulo. Era nosso ultimo brinquedo e tínhamos de ir nele afinal parecia tão incrível que era impossível não irmos. Ficamos alguns minutos retrucando, mas ele falava tanta coisa estranha que decidimos embarcar mesmo assim.

– Vocês não podem ir, é uma armadilha deles! – Dizia o homem de terno e tênis, não era de se levar a sério – Rose fala pra eles!

– É uma armadilha do tempo, tem uma fenda lá dentro e vocês podem parar em qualquer lugar. – Rose era uma mulher nem magra nem gorda, tinha olhos expressivos e um cabelo longo e louro que dava inveja até nas modelos de São Paulo.

– Tá tudo bem, não vamos ao brinquedo mais agora, deixa pra lá. Só queríamos nos divertir no único que restou pra usar. – A carinha da Lorenna era impressionante, ela amolecia qualquer coração.

O rapaz ficou olhando pra ela com dó – Você não entende... É um... grande wibly wobly timey wimey e... tal.

– Vamos andando pessoal, eles não querem a gente aqui... – Mapa com a cabeça baixa dizia.

– TUDO BEM! Mas eu vou primeiro pra poder dar uma inspecionada e depois vocês podem ir.

A turminha toda aos berros de felicidade deixou o rapaz e a mulher entrarem primeiro e esperaram ambos saírem de tal brinquedo para que pudessem então desfrutar da felicidade. Alguns minutos depois o homem voltou com a cara feliz e animada.

– Vocês podem ir agora, mas fica um aviso: Existem dois caminhos quando chegarem no circo e os trilhos estão apontados para saírem do brinquedo assim que terminar. NÃO TOQUEM NA MANIVELA QUE TROCA OS TRILHOS DE LUGAR ou vocês não vão vir pra fora, ficarão lá dentro, certo?

E um por um foram afirmando que tudo estava em ordem e calma, embarcando no carrinho que iria entrar na caverna que iniciava a montanha russa.

– Boa sorte e tomem cuidado, divirtam-se! – O rapaz entrou na cabine telefônica junto à moça e desapareceram de repente, ficamos sem entender nada.

– Hora da diversão pessoal, vamos todos! – Gritava Thalles para todos os outros que estavam conosco.

Entramos no carrinho e o brinquedo se iniciou, começando a se movimentar e fazendo alguns de nós gritarmos de emoção e ansiedade pelo que os esperava.

Passamos rapidamente por alguns lugares e fomos conversando no caminho, apesar de ser uma montanha russa não era tudo muito rápido e parecia muito um trem do terror que vagarosamente andava, nos deixando apreciar cada momento lá dentro.

– Olhem, pessoal é uma cachoeira em transversal dentro do brinquedo – Dizia Malu fascinada.

– Adorei os efeitos especiais, são bem impressionantes – completava Martinato.

Momentos passavam e enquanto falávamos ouvi um barulho de ferro se torcendo. Como um dominador de terra eu podia reconhecer barulhos a distancia se fossem relacionados a ferro ou metal afinal, metal é apenas terra refinada e existem finos fragmentos de terra dentro de tal elemento. Apenas ignorei e continuei comentando com meus amigos o quão legal era aquele lugar, cheio de efeitos e lugares divertidos pra se passar.

De repente percebi que chegara a parte que o homem dissera: a ala do circo. Havia palhacinhos pendurados, malabaristas robôs e contorcionistas. Um homem de preto tirando um coelho de pelúcia da cartola e algumas coisas mais tipo animais e pessoas num picadeiro e plateia.

– Gente, tomem cuidado aqui pois é justamente onde tem a alavanca pra sairmos daqui. – Lyu disse nos lembrando do aviso.

– Ah quero ir mais uma vez, porque não usamos a alavanca pra ir mais uma vez sem ter de sair do carrinho? – Dizia Julia.

Pensamos muito antes de fazer tal ato e resolvemos usar a alavanca, fazendo então o carro mudar de trilho e seguir para outro lugar, achamos que ele iria dar a volta e entrar no inicio.

– NOSSA! Olhem que efeito especial maravilhoso! Tem uma porta e uma floresta dentro da porta!

– Sim, Vini, tem mesmo. Puta que pariu, que perfeito! Esse parque é o melhor de todos, vai ser o único que vou ir pra sempre. – Martinato comentava. Ele sempre adorou muito essa questão de efeitos especiais e coisas do tipo, então tudo que continha efeitos ele pirava.

Passamos a porta e estávamos dentro de uma floresta, navegando no mar e tinha até sons de animais e pássaros voando. Um paredão de pedregulho estava ao nosso lado e um rio estava nos levando.

– Uau! Isso sim que são efeitos especiais... – Thalles e Lorenna se impressionavam.

Sabrina então decidiu sair do carrinho e voar para cima, para ver então onde estavam e desceu com más noticias.

– Gente, olhem para trás... CADÊ A PORTA DE ONDE ENTRAMOS? E aliás tem uma cachoeira logo no fim do rio, não estamos mais no parque.

Todos se desesperaram ao ver que estávamos sentados num barquinho de madeira de verdade, sem remo e sem nada mais. No desespero ninguém pensa direito no que fazer e o desfiladeiro estava a nossa frente, ninguém tinha ideias para nos salvar. Todos corriam tentando pensar em alguma coisa para fazer ou tentando ajudar de alguma forma. Eu apenas me acalmava tentando pensar, mas não adiantava.

Realmente, Marti – disse eu – esse é o único parque você vai ir pra sempre... Assim como todos nós.


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Notas finais do capítulo

Comentem ai, existem series e desenhos envolvidos. Quais foram?



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