Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 16
Definitivamente


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Amei os comentários! Tiveram, separadamente, a reação que eu esperava. Eu amei. Sério! Essa está sendo a fic mais bem sucedida que eu já tive! E tudo isso graças a vocês. São os melhores leitores do mundo. Sintam-se honrados. Que Deus os abençoe.



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O que é pior: pensar no Loki ou no Lion?

Meus pés resistem muito tempo na ponta deles. Minhas pernas e meus braços movem-se em sincronia com a música e as outras bailarinas, que assim como eu, não tinham um uniforme específico. Apenas calça justa de tecido e uma blusa comprida e confortável. Há poucos meses que comecei e estou indo muito bem. Até demais. Nunca imaginei que iria ser tão boa nisso. Jen apenas dizia os passos e corrigia as que estavam errando. Fui corrigida pouquíssimas vezes. Jenipher se impressionou tanto com meu talento que me chamou em um canto para perguntar se eu já havia feito aulas em algum outro lugar. Minha mãe (Elinor) havia me ensinado e eu odiava. Não sei o que aconteceu comigo.

Voltando ao assunto, o que Loki me disse me deixou inquieta, mas não contei a ninguém. Até porque, meus pais não sabem que eu fui ver ele. Agora, pensar que todos estão mentindo pra mim é muito pior do que pensar no garoto que todos dizem que é apaixonado por você e você está a ponto de acreditar. Então, usei um pequeno incômodo para afastar um grande!

Eu estava tensa e Jen pedia que eu relaxasse. Era difícil. Então, Lion estrou na sala para falar alguma coisa com a irmã. Involuntariamente, relaxei e acabei me saindo melhor do que as outras alunas. Saltos mais altos, movimentos mais suaves, com mais sentimento. Meu único erro foi quando Lion me chamou:

– Merida! Isso foi incrível!

Me distrai e o pé de uma das garotas acertou minha cabeça em cheio. Cai no chão e tudo escureceu. Quando abri, eu estava com minha mãe e meu pai (Clint e Nat). Estávamos em um jantar e eles me estenderam uma caixa de veludo vinho. Quando a abri, lá estava minha pulseira. A de flecha que eu nunca tirava. Mas eu sentia que era a primeira vez que eu via aquele objeto. A pulseira parecia mais brilhante do que quando a ganhei. Meus pais estavam emocionados. Acordei daquele sonho em uma poltrona em uma sala. Parecia mais um escritório.

– Meri, está tudo bem? – perguntou Jen preocupada.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Você se distraiu e o pé da Lucy acertou o seu rosto. – Explicou Lion.

– Merida, me perdoe. Eu deveria ter visto… - dizia a loira desesperada.

– Tudo bem, Lu. A culpa não é sua. – falei, desencostando as costas da poltrona. Minha cabeça latejava – Você é forte!

– Nem eu sabia que era tão forte assim. – ela riu.

– Vou ligar para seus pais. – alertou Jen.

– Não precisa. Estou bem. Posso continuar. – afirmei.

– Tem certeza? Não quero que se machuque de novo. – insistiu minha professora.

– Tenho! – sorri – Foi só uma distração!

– Podem me esperar lá fora? – ela pediu a Lion e Lucy.

– Sim. – disse Lucy se levantando – Vamos, Lion. – ela chamou.

Os dois saíram. Assim que a porta se fechou, Jen afirmou: - Foi com o Lion que se distraiu, não foi?

– Eu estaria mentindo se dissesse que não. – falei envergonhada.

– Sabia que estava apaixonada. – ela sorriu vitoriosa.

– Não estou! Estou… paranoica com vocês falando isso. – foi uma desculpa pra mim mesma.

– Essa é a pior desculpa que eu já ouvi na minha vida inteira. – ela afirmou.

– E se for verdade? – questionei.

– Sei que não é. Olha, isso é normal! Não é nenhuma doença. Sem contar que eu e Krys somos íntimas dele, principalmente eu, que sou sua irmã! E sabemos que ele sente o mesmo por você.

Não tenho mais fuga. Lion Mason é apaixonado por mim! O que mais eu posso fazer para esconder? Mas esconder o que, exatamente? Eu não tenho nada a esconder!

– Meri, eu me preocupo com você. É uma garota extraordinária. Não adianta mentir pra si mesma. É a pior mentira que existe! Na Bíblia diz: “Conheça a verdade e a verdade te libertará”. Tem certeza de que não está mentindo pra si mesma?

Assenti. Ok, talvez eu estivesse. Eu poderia estar com medo de ter um relacionamento depois do trauma de quase ser forçada a me casar. Ou então medo de perder minha liberdade, me prendendo a alguém. Mas eu não queria ficar pensando nisso! Bom, antes pensar nisso do que em… você sabe quem. O que era melhor? Assumir um sentimento que nunca quis ter ou assumir uma dúvida que assusta? Acho que as duas são muito parecidas. Antes assumir uma verdade do que uma dúvida. Mas era melhor não dizer nada por enquanto.

– Acho melhor voltarmos para a aula. – falei.

– Não vou força-la a dizer algo tão pessoal a mim. Mas quando intender, deve contar para a primeira pessoa que precisa saber.

– Quem? Lion? Meus pais?

– Você mesma, Merida.

Fiquei refletindo naquelas palavras. Acho que, nesse caso, eu seria a primeira a saber! Mas fazia sentido. Voltei pra casa. Não fiquei o resto da aula, já que Jen ligou para minha mãe. Achei totalmente inútil. Nem troquei de roupas. Fui para um lugar perto da sala. Me lembro de ter ouvido que foi lá que colocaram uma máquina que abriu um portal para o outro lado do universo. Ainda haviam alguns cascalhos e, se inclinando bem, eu podia ver o grande “A”. Me sentei perto da borda e apreciei a vista. Aquela terça-feira não foi tão normal assim. A escola estava fechada para uma reunião entre os funcionários. A única vez que vi Lion e acabei pagando a maior gafe.

– Sabe, eu comecei a suspeitar de que sua mãe estava grávida cinco dias antes dela me contar. – a voz do meu pai me assustou. – Foi uma das coisas mais estranhas que já a vi fazer. – se sentou ao meu lado. – Ela colocou em um liquidificador meia panela de estrogonofe, três ovos crus, uma barra de chocolate, espinafre e o saleiro inteiro, bateu e bebeu tudo.

– Que nojo! – falei. Ele riu.

– E depois que bebeu tudo, ela vomitou na minha frente.

– Chega de detalhes. – eu pedi. – Mas faz sentido ela vomitar.

– Ela fez isso outra vez antes de decidir fazer um exame. Depois disso, decidiu usar chocolate para afastar seus desejos terríveis de grávida.

– Quem não ama chocolate? – perguntei sorrindo.

– É… podemos dizer que você a deixou chocólatra.

– Mamãe é chocólatra?! – questionei surpresa.

– E pelo seu próprio bem: é melhor não espalhar. – ele alertou.

– Ui! Mais um segredo obscuro da Viúva Negra em minhas mãos! – ironizei.

– Agora eu quero um seu. Foi com o Lion que se distraiu, não foi? – me assusto ao ouvi-lo falar.

– Se foi, vai fazer alguma coisa? – perguntei.

– Vou procurar saber sobre quem é exatamente esse cara.

– Me apoiando? – perguntei.

– Não! Já ia pesquisar sobre todos os seus amigos mesmo! Jen me pareceu de confiança. Sua mãe falou que ela se preocupava com você. Agora, vamos fazer um lanche?

– Estou sem fome. Por que falou do desejo de gravidez da mamãe?

– Se eu falace apenas que ela é chocólatra, você poderia se esquecer de que sua mãe é uma espiã assassina e fria.

– Faz sentido. – dei uma pausa, pensando se era certo comentar. Decidi que sim, eu iria comentar – Mas ela gosta de Frozen e Divergente.

– Ok, já chega de mostrar o lado obscuro da sua mãe.

– Se esse é o lado obscuro dela, o que seria o passado dela como assassina da KGB?

– O verdadeiro lado obscuro. – ele deu dois tapas no meu ombro.

Nos levantamos e fomos lanchar. A vista da torre podia ser mais alta que a da Cascata de Fogo, mas não era a mesma coisa. Não era a paisagem natural das florestas de DunBroch. Era um lugar mágico. É engraçado! Não consigo falar em DunBroch sem dizer essas quatro palavras. Não que fosse algo estranho, mas a cada dia que passava, eu perdia mais o controle disso. Mal consegui fazer um sanduiche natural e ouvi o assobio do tordo, do filme Jogos Vorazes, antigo, mas eu ainda gostava. Era meu celular tocando. Lion:

– Merida, está melhor?

– Oi, Lion. Sim, eu estou. – respondi.

– Fiquei preocupado. Tem como sair comigo hoje? Só pra bater um papo?

– Seria um encontro? – perguntei.

Pepper estava na cozinha. Sorriu pra mim e ficou sussurrando “Aceita, Meri!”. Ah, eu mereço!

– Tecnicamente, sim! Um encontro de amigos! – respondeu.

– Mais alguém vai? – perguntei.

– Na verdade, não. – ele falou, simplesmente.

– Só nós dois?! – questionei surpresa.

– Você vai, Merida Barton! – afirmou Pepper.

– Cala a boca! – pedi a ela.

– Quer que eu o que? – perguntou Lion surpreso.

– Não estava falando com você! Estava falando com uma amiga. – respondi.

– Sim ou não? – ele insiste.

– Sim! Sim! Sim! – torcia Pepper na minha cara e descaradamente.

– É… acho que vou. – respondi e Pepper comemorou.

– Ótimo! – ele comemorou também. – Posso te buscar em… três horas?

– Perfeito. – respondi.

Eu desliguei o celular e Pepper correu, segurou minhas mãos e começou a falar que iriamos agora começar a me arrumar e ela iria me dar dicas de maquiagem para a vida toda… coisas na qual não ligo. Dei mais importância a todas as coisas novas que estavam me acontecendo. Eu realmente não era mais a princesa que fui! Eu era outra pessoa. Outra coisa. E, para assumir isso com todas as forças que sou a Meri Barton:

Definitivamente estou apaixonada por Lion Mason.


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Notas finais do capítulo

Foi meio sem graça, mas as coisas logo vão ficar mais interessantes. Ficou bom? Desse eu estou duvidando… Comentem!