Capítulo 3 – Novas Faces

– Entre, James.

Sarah Adams dera um passo para o lado, permitindo que o garoto passasse. Ela vestia um vestido vermelho, decotado e bonito. James observou que a sala daquela casa era completamente diferente da sua. Os móveis eram mais claros e a decoração era extremamente feminina, tapete cor-de-rosa, porta-chaves preso à parede em formato de coração e uma Cinderella em miniatura no centro da estante, que também comportava vários porta-retratos.

Sarah interrompeu a análise de James:

– Antes de tudo, quero te apresentar minhas amigas.

James automaticamente olhou para a porta da cozinha e encontrou um grupo de mulheres, olhando-o curiosas. Será que estavam ali desde o primeiro instante?

As garotas fizeram uma espécie de fila indiana para cumprimentá-lo. Ele sorriu com a atitude, era como se todas tivessem ensaiado antes de sua chegada. A primeira garota tinha os cabelos negros, lisos e longos, alcançando sua magra cintura. Possuía olhos muito escuros, com as pálpebras levemente caídas. James espremeu os olhos, porque algo lhe dizia que ela não era estranha...

– Oi, James. Lembra-se de mim? Sou Bellatrix Black. – Ela o cumprimentou, um tanto secamente. Ah, claro. Era a prima do Sirius! Quando ele e Sirius eram mais novos, ele encontrava Bellatrix com uma certa frequência.

A próxima colega de Sarah era uma bela mulher de cabelos castanhos escuros e ondulados, nariz fino e olhos verde-musgo. Quando ela sorriu, James observou que seus dentes eram extremamente brancos.

– Prazer, James... Meu nome é Marlene McKinnon. – Sua voz tinha um carregado e charmoso sotaque escocês.

– Prazer é todo meu, Marlene.

Ele a cumprimentou. Marlene parecia mais simpática que Bellatrix, além de inegavelmente mais atraente.

Mas só tem mulher bonita nessa república?, perguntou-se ele, enquanto uma garota de cabelos curtos e bem vermelhos surgiu a sua frente. É, mais ou menos, ele se respondeu imediatamente. Os cabelos da moça não eram ruivos naturais como os de Evans, eles tinham um tom muito inclinado para o vermelho–sangue. Ela também usava óculos e possuía olhos castanhos. Era bem baixa e seu rosto tinha um ar levemente triste.

– Prazer, sou Helena Sullivan – Abriu um sorriso fraco. – Seja bem vindo.

– Obrigado, Helena.

Helena olhou-o por cima dos óculos de aros vermelhos e saiu, corando.

– Oi, James!

A garota atrás de Helena era a amiga de Lily que conhecera mais cedo, Alice Flynn. Ela estava com os cabelos enrolados presos, sorria gentilmente e cumprimentou-o.

– Jamais imaginaria que você fosse minha vizinha, Alice!

– Nem eu imaginaria que você já fosse sair com a Sarah. - Ela riu, e Sarah pigarreou, impaciente.

– James, querido, vamos jantar? – Ela perguntou, sorrindo. - As meninas já estão indo, não é, meninas?

Alice pareceu não ter gostado da interrupção desnecessária de Sarah, que olhou para as outras quatro garotas de modo severo. Todas se encaminharam para a porta, Alice olhando feio para Sarah e Bellatrix rindo baixinho.

– Desculpe, James, a minha prima fala muito. – disse Sarah.

James não enxergava nenhum motivo para Sarah se desculpar, afinal, Alice não havia dito nada de mais.

– Vocês são primas?

Sarah afirmou com a cabeça, sorriu e, se aproximando dele, sussurrou em seu ouvido:

– Vamos jantar? Você aceita um vinho?

James olhou para a pequena mesa de jantar, que ficava no fundo da sala, notando que ela estava farta de comida.

Ele virou o rosto para a morena, que estava muito próxima dele ainda. Ela se aproximou dos lábios dele e quando estavam a milímetros de distância, Sarah apenas encostou sua boca de leve na dele e se afastou, suspirando, deixando-o levemente mais interessado.

–--

A terça-feira começara com a mesma rotina da segunda-feira. Pela manhã, café da manhã e aulas em Hogwarts. James havia chegado tarde na noite anterior, mas acordou normalmente, como os outros. Sirius não parou de lhe perguntar como havia sido o encontro, mas James somente respondeu que era melhor deixar para mais tarde.

James já havia conhecido um considerável número de pessoas em Hogwarts, ainda no dia anterior: Sirius era muito requisitado, sempre o paravam para falar algo ou para cumprimentá-lo e ele aproveitava a situação para apresentar o amigo a, pelo menos, quem "valia a pena" ser apresentado. Os dois andavam juntos o tempo todo, juntamente com Remus.

No horário do almoço da terça-feira, Alice contava para Lily sobre o que houvera na noite anterior, em sua casa.

– Acredita que a Sarah fez a gente ensaiar, Lily? Ensaiar para cumprimentar o novo namoradinho dela?

Lily riu.

– Outra vez, Alice? – Perguntou a ruiva, divertida.

– Eu fui obrigada, Lily! É melhor do que ter ela enchendo a minha paciência a semana inteira. Se lembra de quando ela saía com o tal Willick?

Lily riu mais ainda. Ela e Alice estudavam juntas desde o ensino médio, na mesma escola em que Sarah também estudara. Portanto, Lily já conhecia muitas outras histórias como estas, principalmente porque Alice sempre acabava se dando mal por causa da prima.

– Você sabe que se eu fosse você, já teria me mudado faz tempo.

– Lily, querida, isso se chama diplomacia familiar. Minha mãe e meu tio pensam que eu e Sarah somos quase irmãs. - Alice balançou a cabeça. - Mas então, quando eu vi que a "nova vítima" da Sarah era o James-

– Então foi pra lá que ele foi ontem? – Lily deixou escapar. Rapidamente lembrou-se do dia anterior, quando vira Potter e Sarah conversando.

– ...eu falei o que queria, e ela achou ruim! - Alice continuou a contar, rindo. - Ora, eu não sou um robô, não vou falar o que ela-

Lily não ria mais, mas a amiga não notou. Alice estava indignada demais com o teatrinho que Sarah quisera crirar.

Depois do almoço, Lily foi direto para o trabalho, tomando muito cuidado para que Potter não a visse enquanto saía de Hogwarts. Não queria encontrar com ele, e muito menos ser seguida por ele.

–--

Quando Lily chegara à república após o trabalho, Potter já estava lá. Ele estava lendo uma revista, sentado no sofá da sala. A ruiva pendurou suas chaves no porta-chaves ao lado da porta, e olhou-o de soslaio. Ele permanecia na mesma posição confortável, ainda lendo, como se nem tivesse notado que ela chegara. Sequer dissera um oi ou desviara os olhos da leitura.

Lily se dirigiu à cozinha e encontrou Anita junto ao fogão e Lorens sentada à mesa, gargalhando.

– Lily! Que bom que você chegou! – Anita exclamou, quase desesperada.

Ela estava curiosamente vestindo um avental de cozinha, seus cabelos estavam presos e ela mantinha uma colher enorme na mão. Lily jamais vira a amiga em tal situação.

– Lily, não ajude a Anita a cozinhar! Ela precisa aprender! – Lorens interveio, antes que Lily pudesse entender o que estava havendo.

– Não, Lorens! - Anita retrucou, apontando a colher para a morena. - Não é justo! Você não me dá uma dica e ainda confiscou meu celular!

– Lorens, não é assim que ela vai aprender, sério! – Lily se aproximou de Anita, sorrindo.

– Ah, Lily, não venha estragar esse momento! A Anita finalmente colocou uma panela no fogo sozinha! - e os olhos de Lorens brilharam, enquanto ela segurava uma risada.

Lily a acompanhou na risada, enquanto Anita fechou a cara.

– Mas então. - Anita pigarreou, querendo encerrar as gargalhadas. - Para cozinhar macarrão, eu preciso mesmo ferver água, certo?

Lorens riu mais escandalosamente ainda, jogando a cabeça para trás.

– Sim, Anita. – Lily respondeu, paciente. – mas antes você tem que colocar sal e um pouquinho de óleo na panela. Duas colheres bastam.

Anita sorriu animada, virando-se para o fogão. Fez o que Lily orientou e virou-se para as amigas:

– E depois?

– Espere ferver e coloque o macarrão na panela.

– Valeu, Lily! – Agradeceu Anita, olhando feio para Lorens por cima do ombro. - Mas eu acho que não vai caber macarrão para todo mundo, é melhor tirar um pouco de água, não acha?

Lily mirou o fogão, distraída.

– ANITA! Por que você está usando uma frigideira para fazer macarrão? – A ruiva levou as mãos à cabeça de espanto, assustando Anita, que não fazia ideia do que aquilo significava.

Lily desligou o fogão imediatamente e começou a rir, mas Lorens não pôde mais aguentar, desapareceu para debaixo da mesa, caindo da cadeira de tanto gargalhar. Sua barriga já estava doendo com tantas contrações e lágrimas já brotavam de seus olhos. Anita permaneceu confusa, mas longe de estar irritada por ser o alvo das risadas.

– Ah, agora eu entendi porque a água estava vazando toda hora! – Ela concluiu, debilmente. - Panela errada, então?

– Anita, não fale mais nada, por favor. - Pediu Lorens, tentando recuperar o fôlego.

– Estão precisando de ajuda?

As três se viraram e encontraram James Potter parado no batente da porta da cozinha, com uma expressão tranquila.

– Não, James, está tudo bem. – Anita respondeu prontamente, procurando outra panela. - Só faça o favor de engolir o meu macarrão na hora do jantar.

– Têm certeza? Eu ouvi um barulho.

– Acho que fui eu, James! – Lorens surgiu de trás da mesa, se levantando do chão. – Eu caí da cadeira de tanto rir!

Ele riu e lançou um olhar para Lily, que não o encarava. Mas ele logo deu um jeito para deixar de ser ignorado por ela.

– Achei que tivesse sido a Evans, batendo em alguém. - A ruiva lançou um olhar confuso a ele, como se não tivesse ouvido bem. - Foi só ela chegar aí que eu ouvi gritos e o barulho começou.

– Eu, batendo em alguém? – Perguntou ela, extremamente indignada. – Ora, só se for em você!

Lorens e Potter começaram a rir.

– Calma, Lily, ele está brincando! – Lorens abanou a mão, divertida.

Lily abriu um sorriso amarelo e rápido. Respirou fundo e se sentiu idiota por se irritar com James Potter e suas brincadeirinhas imbecis.

Anita encontrou uma panela maior e preencheu-a com quantidade suficiente de água (sugerida por Lily, naturalmente) e colocou-a sobre a boca do fogão. Lily também ajudou a amiga com o óleo, para que ficasse no ponto certo. Potter também sentou-se à mesa, ao lado de Lorens, observando.

– É a primeira vez que você cozinha? – Ele perguntou, mirando as costas de Anita.

Ela virou-se.

– Macarrão é a primeira vez. Mas já eu sei fritar ovo. – e sorriu orgulhosamente. - Lily é a cozinheira da casa. Aliás, já estou quase virando vegetariana por causa dela!

– Eu não como carne há oito anos. - Lily resolveu acrescentar, tentando manter uma conversa civilizada com ele.

Lily se afastou para que Anita pudesse continuar sozinha. Anita sempre preferira varrer ou tirar pó quando se tratava em ajudar no andamento da república. A garota nunca tivera muito interesse em cozinhar; era filha única, os pais tinham bastante dinheiro e isso nunca lhe fora exigido antes de mudar-se para Londres.

–--

Depois de vinte minutos, o macarrão de Anita já estava pronto. Remus já havia chegado à cozinha com os cabelos molhados e barba feita. Sirius também já estava lá e ajudou a pôr a mesa. James observou a harmonia com a qual os outros cinco administravam as funções da casa.

– Pessoal, a Anita quem fez o jantar de hoje, então... tomemos cuidado. – Lorens advertiu, com uma falsa preocupação na voz.

– Pode parar com suas piadinhas, Lorens! – Anita retrucou, mal-humorada.

Durante o jantar, os seis universitários conversaram sobre os primeiros dias de faculdade. Mas James continuou observando os amigos. Querendo, ou não, ele ainda era novo no grupo, não sabia quase nada da vida de nenhum deles, exceto de Sirius, portanto não se sentia totalmente à vontade. Ele aproveitou para observar a personalidade de cada um à mesa. Lorens era a que mais falava de todos, sempre contando alguma coisa engraçada que acontecera no ensaio. Sirius também falava mais do que comia. Anita comia muito lentamente e muito pouco, falava mais com a pessoa ao lado – no caso, Remus – do que com o resto. Remus, por sua vez, mal falara, apenas ouvira e tinha bons modos à mesa, nada de cotovelos sobre esta, assim como Evans. Evans também comia pouco e usava o garfo e a faca de modo desnecessariamente educado. Por um momento, ela pareceu muito mais amigável e descontraída do que demonstrara ser até então.

Quando Evans notou que estava sendo observada por ele, ela instantaneamente fechou a cara. James sorriu internamente. Então, o problema era ele? Provavelmente, ela ainda não o havia perdoado por tê-la atrasado. Além de mandona-nervosinha-louca-estranha-bonita-ruiva, ela também era rancorosa.

– Terça-feira a louça é sua, Sirius. - Remus disse, atraindo a atenção de James para a realidade.

Sirius tirou a mesa, Lorens rapidamente foi para a sala para que ninguém pudesse escolher o programa de TV antes que ela, Remus e Lily não demoraram muito para engatarem em um assunto filosófico e saírem da cozinha.

– James, James... você ainda não me contou sobre ontem... – Lembrou-o Sirius.

James apenas riu e saiu da cozinha, antes de Sirius acrescentar qualquer coisa. Anita o ajudou a tirar a mesa.

– Estava muito bom.

– O quê? – Perguntou a loira, como resposta.

– O bolo de chocolate.

Anita fez cara de confusão.

– Que bolo...?

– O seu macarrão, né, Anita!

Sirius sorriu para ela.

– Ah, é! Desculpe, Sirius, eu estava viajando. - Ela balançou a cabeça. - O meu chefe está no meu pé a semana inteira. Enfim, obrigada.

Sirius jogou os cabelos negros e brilhantes para trás antes de abrir a torneira e começar a lavar pratos.

Depois de três segundos, ele a fechou. Olhou para Anita ao seu lado, que colocava a jarra de suco na geladeira. Ela parecia ter voltado aos seus devaneios, tinha uma expressão preocupada. Sirius concluiu que ela definitivamente precisava relaxar.

– Não vai terminar de lavar a louça, Sirius? – Ela perguntou, quando percebeu que ele a estava observando.

– Hum... agora não.

Anita soltou os cabelos loiros e balançou a cabeça para que os fios ficassem mais displicentes. Ela ainda não havia entendido o que ele queria, decididamente.

Sirius se aproximou. A encurralou na mesa e aproximou muito seu rosto do dela. Anita se assustou no primeiro segundo, mas logo depois sorriu, finalmente entendendo. Quando Sirius desceu os olhos para mirar sua boca, ela notou aquilo que era o que ela mais precisava nos últimos dias: carinho.

E então ele a beijou, sem rodeios. Depois de dois anos de convivência constante, eles não precisavam mais de cerimônias. Anita sabia que talvez se arrependesse daquilo mais tarde, já que teria que encará-lo todos os dias, como se nada tivesse acontecido. Mas era sempre assim. Afinal, ela sabia que o pequeno arrependimento (se é que poderia ser assim denominado) durava pouco. Tudo sempre voltava ao normal em poucos dias.

No entanto, Anita sentira algo diferente desta vez. Quando ele a soltou, ela o puxou e o beijou novamente. Como sentira falta daqueles lábios e nem tinha percebido! Fazia uns bons meses que ela não beijava Sirius Black, e ela havia se esquecido do quanto aquilo era bom.

Acho que estou louca, Anita pensou, ofegante, olhando para os olhos azuis dele. Sirius parecia sentir fome dos lábios dela, parecia querer algo mais. Anita sabia que, no dia seguinte, possivelmente eles não se beijariam. E que provavelmente demoraria semanas, talvez meses para acontecer de novo. Então tinha que aproveitar o momento, acima de tudo.

Alguns minutos depois, estava claro que Sirius não demoraria para tentar avançar e Anita sabia que não resistiria a ele se ficasse mais um segundo tão próxima.

– Sirius, eu...

Ele olhou para os olhos dela. Definitivamente, Sirius Black sabia como lançar um olhar intenso - quem não o conhecesse, poderia até definir aquele olhar como apaixonado. Mas ela tinha que resistir bravamente e vencer sua tentação. Vamos, Anita, respire fundo!

–--

Lily e Lorens estavam no quarto feminino, Lily lendo um livro em sua cama e Lorens procurando alguma coisa em seu armário muito bagunçado.

Anita abriu a porta e a fechou em menos de um segundo.

– Meninas! – chamou ela.

Lily e Lorens se viraram para a recém-chegada.

– O que houve?

– Eu e o Sirius... ficamos.

– Grande novidade. – disse Lily, voltando a ler.

Anita bufou. Lorens se aproximou dela.

– Como foi?

– Muito bom, como sempre. Na verdade, melhor do que antes. - E, sem ter muita certeza, acrescentou: - Acho que posso estar gostando dele.

Lily e Lorens arregalaram os olhos.

– Anita, você está doente? – Lorens brincou.

– Gente, é sério... Ele...

Estava sem palavras.

– Mas onde está a minha amiga que sempre diz que só vai gostar de alguém depois dos 30, para casar? – Perguntou Lily, fechando o livro.

– Isso que é estranho! Eu moro com o Sirius há dois anos e nunca senti nada. Por que só agora fui sentir isso?

– Humm... Será que nunca sentiu mesmo? – Lily sugeriu, pensativa.

– Ou será que o Sirius te pegou de jeito e você gostou tanto que acha que está gostando dele? – Lorens também sugeriu, contendo um sorriso.

Anita arregalou os olhos.

– Será?

– Mas o que houve quando você estava com o Sirius? – Perguntou Lily. - O que teve de diferente?

Anita respirou fundo e contou sobre os sentimentos novos que tivera quando ele a beijou.

– Não aconteceu... nada de mais? – Lorens insistiu, erguendo as sobrancelhas.

– Hum... Ok. Aconteceu. Mas eu parei tudo antes que perdesse a razão, se é que me entendem.

– Ainda bem que tem um pouco de juízo nessa sua cabeça! – Lily disse.

– Mas o que vocês fizeram de mais? – Lorens perguntou, curiosa.

Anita corou violentamente.

– Nada, ué. Só algumas mãos bobinhas. – ela respondeu, timidamente. – Mas o que vocês acham que eu devo fazer?

– Sirius não é de namorar, você sabe. – Lily respondeu. - E acho que amanhã você já terá voltado ao normal, sem esperar nada dele, como sempre foi. Não se preocupe.

– Anita, você conhece os homens melhor do que nós duas. – Falou Lorens, indicando Lily com a cabeça – Conquistar um não é problema, caso você precise.

Anita suspirou e foi tomar banho.

–--

– E aí, James, como foi ontem com a Sarah? – Sirius perguntou, quando entrara no quarto.

James estava deitado em sua cama lendo sua revista. Deixando-a de lado, ele se ajeitou confortavelmente e começou:

– Quando eu cheguei, conheci todas as moradoras daquela república...

– Todas bonitas, eu sei. – disse Sirius. – O que achou delas?

– Sarah, Alice e Marlene são lindas. A Bellatrix também é bonita, mas as outras são bem mais, na minha opinião. E achei aquela Helena meio esquisita, sabe?

– Você não tem ideia do quanto. - Sirius acrescentou, rindo. Depois, balançou a cabeça, mudando de assunto. - Meu tio obrigou a Bellatrix a ficar na república ao lado da minha, para que ela me fizesse voltar atrás e fosse estudar Medicina... - ele riu. - Até parece. Mas continue, James.

– Bom, eu e a Sarah jantamos, ela ficou falando sem parar enquanto eu ficava me perguntando o quanto iria demorar para subirmos para o quarto. Mas depois do jantar, fomos para o sofá e começamos a nos pegar. - Ele bagunçou os cabelos, distraído. - Quando estávamos quase lá, ela parou tudo e disse pra continuarmos na sexta-feira. - Ele suspirou. - É a vida.

– Quis dar uma de difícil. - Traduziu Sirius.

– Exatamente. - Concordou James.

Depois disso, eles ainda conversaram um pouco sobre assuntos corriqueiros e não demoraram para irem dormir.