Futuro Infinito - Combate Materno. escrita por Resgate


Capítulo 2
Desistir Jamais


Notas iniciais do capítulo

Tanya na luta mais difícil de sua vida.



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O som do metal sendo atingido ecoava pelo octógono e, misturado aos urros de delírio da platéia, era quase impossível a comunicação entre o Apoio e a Piloto do batalhoide conhecido como Arena.

- Desse jeito você morre Mamãe Ganso! Vou encerrar já a luta!

- Não Grilo Falante! Eu vou dar um jeito! E-eu...

Tanya interrompeu a frase para tossir e assim expelir violentamente uma quantidade perigosa de sangue, que molhou as calças do uniforme de sincronia que ela estava usando.

O robô de curvas femininas ergueu os braços para se defender de um soco que visava sua cabeça, quase quebrando os ossos de sua piloto, que soltou um gemido baixo de dor, por entre dentes cerrados, tentanto passar uma força que já a abandonava.

- Não vou cair! - Num ato desesperado ela se lançou ao ataque, erguendo a perna direita da Arena até a altura da cabeça de seu oponente. - Isso!

A comemoração por ter acertado um golpe foi breve demais, pois logo na sequencia o Megapower abraçou o membro metálico e o golpeou de tal forma que quase o arrancou.

Para alívio de Tanya, nesse exato momento o alarme de final de round soou e ela pode se arrastar até onde estava a mesa de controle de Alex, o Grilo Falante, se apoiando no cockip onde ficava o corpo da piloto.

- Tem como concertar? - ela saiu já pegando algumas das ferramentas laser, procurando por fissuras na blindagem que precisassem de uma solda. - Preciso dela cem por cento pro próximo round!

- Calma Mamãe Ganso... Esse é o intervalo mais longo... Vou deixar nossa garota prontinha pra próxima rodada, mas precisamos descobrir como o Power tá tão fodástico hoje! Vai pensando numa saída...

Tanya começou a soldar um imenso rombo no antebraço direito, muito provavelmente aberto no último golpe defendido e, ao longe, ela podia ouvir o apresentador da luta, enrolando a platéia até começar o terceiro round.

Tudo começou a muitos anos atrás, com o URC, Ultimate Robot Combat, um evento dentro de outro ainda maior que tratava de diversos temas relacionados à hoje já finada Internet.

Com o advento dos Super Cérebros, o que antes era praticamente uma vitrine para equipes que testavam novas tecnologias em robótica, foi se firmando como um esporte verdadeiro, acabando por cobrir o vácuo deixado pelos demais esportes de contato, praticamente abolidos após a morte violenta de um lutador muito famoso na época.

Os robôs foram ficando cada vez mais avançados, mas ainda eram radiocontrolados por pessoas, que foram sendo apelidadas de Pilotos pela mídia, sempre com o auxílio dos Apoios, como foram chamados os especialistas que cuidavam de toda parte técnica dos lutadores.

Com o avanço dos anos o esporte entrou em declínio, a maioria esmagadora das pessoas não achavam interessante robôs com forma humanoide trocando golpes até se despedaçarem e em pouco tempo as lutas robóticas foram oficialmente abolidas.

Extraoficialmente no entanto...

Um grupo visionário de empresários viu uma oportunidade e criaram o CSCR, o Círculo Secreto de Combate Robótico, cujas lutas eram distribuidas on line para uma plateia elitizada e entediada, por preços astronômicos, mas que só se interessou de verdade após a mais recente atualização do esporte.

A conexão neural.

Quando cientistas inescrupulosos foram contratados pela diretoria do CSCR, após muitas tentativas desastrosas, um homem que ficou conhecido apenas como Júpiter, conseguiu desenvolver uma tecnologia que permitia a humanos não apenas controlar os batalhoides, mas criar um tipo de ligação simbiótica com os mesmos.

Desse modo, sempre que um robô era atingido, seu piloto também sentia o golpe, muitas vezes causando danos reais. Não foram poucas vezes em que a audiência cativa viu pilotos saindo de macas de seus cockpits.

Numa dessas vezes o corpo estava totalmente coberto por um lençól.

- Vamos lá Grilo! - o alarme que indicava o início de mais um round ecoou e, apesar da dor que sentia na perna direita Tanya voltou ao combate, mal conseguindo conter um imenso punho que mirava a cabeça do seu batalhoide. - Maldito... Como ele está fazendo isso?

- Mais um golpe desses e os dois braços já eram Mamãe... Tá na hora de uma das suas saídas mágicas...

Ela não respondeu, estava no meio de uma finta quando seu flanco foi atingigo por um chute praticamente impossível, Arena foi lançada para uma das paredes do octógono e mal teve tempo de se apoiar, evitando assim cair no chão.

Com uma velocidade jamais demonstrada Megapower cobriu os poucos metros que os separavam, desferindo uma sequencia devastadora de socos. Tanya sentiu o corpo estremecer dentro da sua cabine, só voltando a respirar após nova série de tosse acompanhada por salpicos de sangue.

- Chega! Vou encerrar isso agora e...

- Não! Confie em mim Grilo! Acho que encontrei aquela saída mágica...

O imenso robô havia se afastado, preparando um golpe que havia ficado famoso, enquanto ele ganhava distância seu punho direito começava a girar rapidamente.

Não foram poucos os pilotos a irem para casa cheios de ossos quebrados após receber o Megapunch.

Arena mal conseguia se manter de pé, as costas totalmente apoiadas na parede, as mãos tremiam enquanto procuravam empurrar o corpo do batalhoide para frente, tentando recuperar o equilíbrio e preparar uma defesa.

Megapower acelerou de encontro à sua oponente, o punho visando a cabeça de Arena, um golpe que poderia resultar na morte de Tanya, fazendo com que seu Apoio cobrisse os olhos.

Um som de metal sendo atingido ecoou pelo local, depois silêncio.

- Finalmente... - Arena estava segurando o braço do oponente, que tentava desesperadamente se soltar. - Te peguei.

Conclui a seguir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido esse capítulo... No mais tardar, semana que vem se encerra.
Não sejam tímidos e comentem.



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